Capítulo 2

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Eu me chamo Levi Antonelli, e não, essa não é aquele tipo de história que as garotas costumam ler sobre o protagonista sombrio, moreno e de passado duvidoso....(você sabe qual, aquele que sempre parece um puta gostoso mesmo quando está ensanguentado e caído no chão)

Convivendo com minha irmã que tem quase a minha idade, aprendi que, NINGUÉM e repito : Ninguém! consegue competir com esse personagem da história.

Mas essa história não é sobre ele, seja lá quem for o seu personagem gostosão. Mas, especialmente, sobre mim. E eu, especialmente, não sou moreno, nem sarcástico, e não me considero um GOSTOSÃO. Quem sabe um filé , talvez ? Por hora, isso terá de bastar.

Eu estou no segundo ano da faculdade de medicina, na universidade White House. Nunca fui o melhor aluno da turma, mas, ao que posso supor depois de passar em medicina em uma das melhores faculdades do país, garanto a você que também não fui o pior.
Apesar disso, no quesito habilidades sociais, eu com certeza, estou perto de ser um dos piores. A rotina corrida não me ajuda muito nisso, mas ao menos tenho um ranking de top 3 amigos com quem posso contar.

Em terceiro lugar está Cezar, um calouro de Ads que conheci ainda no fundamental, ele sim, poderia ser muito bem descrito como o gostosão moreno, mas , infelizmente garotas, seu passado não tem nada de duvidoso. Ele se consiste em anos e anos nas costas de uma mamãe babona rica, e até hoje duvido que ele saiba escovar os dentes sozinho. Ele é um grande mimado, mas eu o conheço dês de criança, ele mora na ponta minúscula do meu coração.

Em segundo lugar temos O Tito, meu hamster. E não tenho nada a acrescentar aqui.

E no topo da nossa lista, mas com certeza, não menos importante, minha tão estimada Julia Rodriguez. Ela é minha melhor amiga dês de....sempre ?
Pensando bem, não me lembro quando minha amizade com ela começou, mas, como somos vizinhos, nos viamos literalmente todos os dias. Enquanto eu brincava de carrinho na grama, ela subia em árvores e jogava pedras nas pessoas da rua que não respondiam quando ela mandava um tchau. Enfim, uma flor, com personalidade dócil.

Crescemos assim, sempre foi assim. Ela com sua delicadeza de um boi com dor de estômago e eu, sendo seu fiel e calado companheiro até a morte. 

E ela sim, caros amigos, pode ser descrita como morena, sarcástica, com passado completamente duvidoso e um físico quente.  Mas ela é minha melhor amiga.
Não confunda as coisas!

                                                                                      +                                                                                                                Aquela manhã estava linda. O dia estava claro, e seria muito agradável ir caminhando até  faculdade. Guardo meu notebook dentro da bolsa e me apresso para trocar de roupa. Hoje, optei por uma calça cáqui clara e uma camiseta branca, os tênis de sempre e meu óculos de armação redonda. 

Dou uma olhada no espelho antes de sair. Ajeito meus ombros enquanto olho o meu reflexo familiar, a cabeleira loura com cachos estava radical, e não do tipo sexy que eu gostaria, aquele que te deixa selvagem. Mas do tipo que faz parecer que você acabou de sair de um hospício correndo. Apesar disso, combinava comigo, e eu não estava lá muito disposto para organizar aquele ninho que eu chamava de cabelo.  

Pego uma pera, tranco a porta, e parto em direção á faculdade. O clima está realmente agradável, um dia que tem tudo pra ser ótimo e sem conturbações. Só que aí, eu resolvi pisar na rua.

-SAÍ DA FRENTE CARALHO! 

Foi a única coisa que eu ouvi antes de cair de bunda no chão. Minha pera rolou solitária para o meio da rua, meu óculos caiu e foi parar no meio da minha cara. Ah, e tinha alguém em cima de mim. Alguém que eu conhecia muito bem.

-Porra, ninguém mais olha pra trás nessa porra? - a pessoa disse irritada, e os palavrões fluíam como água.

- Você disse "porra" duas vezes. - disse, por era tudo oq eu consegui pensar enquanto me levantava.

- Idaí  Antonelli ? - ela respondeu e Estendi a mão para ajuda-la a se por de pé 

-Seu Repertório já foi mais rico Julia, seus pais sabem que você já não é mais a mesma? - pego a minha bolsa no chão e olho pra ela. 

Sua resposta foi um revirar de olho e um suspiro cansado enquanto limpava os joelhos.

-Garanto que eles tem coisa melhor com o que se preocupar, e eu também, tipo o fato de que estou 20min atrasada para minha aula de estrutura de dados. - ela segurou meu braço me levando com ela pela rua- Apura sua lesma, alguém te arrombou ontem a noite pra estar andando tão devagar?

Amoleço o corpo, me deixando levar. Eu já estava acostumado de mais com o jeito dela para me importar com aquele tipo de conversa. 

- Você sabe que não- Respondo e arrumo o corpo para andar ao lado dela.

- As vezes eu me esqueço que você é virgem - ela revira os olhos - Deveria ter mais pudor ao falar sobre "arrombos" com você ? 

Não pude evitar o riso anasalado. Aquilo não era nem perto do decente, mas eu confesso que me divertia muito. Ela continuou:

-Ah, sei lá. Vai que você comece a ter uma crise de hormônios e fique se esfregando nas coisas tipo aqueles esquisitões da sala 22.

Hoje eu esperava tudo. Menos uma conversa sobre hormônios, e com certeza, nada era pior doq ser comparado com os alunos da 22. 

- Não me compare! - respondo com indignação 

- Sinceramente, muitas garotas iriam querer transar com você- ela faz uma pausa - e garotos também...

-Eu não sou gay Ju. A gente já superou esse assunto.- suspiro lembrando o último ocorrido em que ela colocou na cabeça que eu gostava de meninos.

- Antonelli, não é possível que nessa fase da vida você ainda tem medo de buceta! - ela exclama enfesada, e eu a repreendo com o olhar. Ela se corrige- buceta não, vagina. 

-Não é medo! Eu não vejo a necessidade de sair fazendo sexo com qualquer pessoa, e nem tenho vontade, também. Nunca entendi esse tesão desenfreado, parece que todo mundo está a flor da pele!-  Não é como se eu nunca tivesse feito sexo com ninguém, aliás, eu tinha. Mas pareceu mais obrigação do que prazer, talvez isso tenha me feito perder um pouco de interesse em sexo e derivados.  

- Eu respeito você e suas opiniões e você sabe. Mas porra, você é super beijável e semana passada você deu um fora na Eva - ela da uma pausa- NA EVA , Antonelli!! Até eu queria dar pra ela!

Abracei ela pelo pescoço. Ela podia ser o que for, desinibida, bocuda, sem noção no volume da voz, indiscreta e completamente tarada, mas ainda era a pessoa que eu mais tinha apego nesse mundo.

-Eu posso perguntar pra ela se ela aceita menage, se você quiser -disse e esperei a resposta.

 -Não seja ridículo Levi!!- ela diz - se algum dia eu ter aquela mulher na minha cama, aquela bunda vai ser só minha.

Sorrio, mas não deixo de pensar. Eu sempre achei extremamente curioso essa sinceridade dela, e o fato de que aquilo era o que ela realmente sentia sobre o assunto. Julia era uma pessoa completamente sexual, e eu ainda não sentira aquilo. Aquele fogo, a vontade desesperada de enfiar o meu você sabe no você sabe onde.

Não poderíamos ser mais diferentes. Mas eu amava isso.



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⏰ Last updated: Apr 30 ⏰

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JuliaWhere stories live. Discover now