3- REINO DE SORA

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PRÓLOGO

O Legado da Coroa

A noite caiu sobre o Reino de Sora, trazendo consigo uma densa neblina que parecia esconder segredos sombrios. Nas sombras do palácio real, sussurros ameaçadores ecoavam pelos corredores, enquanto os guardas mantinham uma vigilância redobrada.

O velho Rei jazia em seu leito de morte, seus olhos cansados fitando o retrato de seu único filho, o Príncipe Sora. Sabia que seu tempo estava chegando ao fim e deixaria um legado pesado para seu herdeiro. A traição e a violência tinham assolado seu reino, deixando suas terras manchadas de sangue.

Com a última gota de forças, o Rei convocou seu filho ao quarto. Sora aproximou-se do leito, seu coração acelerado pela preocupação. Seu pai agarrou sua mão, a voz fraca e tremula.

_ Meu filho, você é o único a quem posso confiar o futuro do Reino de Sora. Inimigos poderosos ameaçam tomar o trono, e sua vida corre perigo. Você deve partir e se esconder até que seja o momento certo de reivindicar seu lugar.

Sora sentiu seu mundo desmoronar. Como poderia assumir tal fardo?

Após a brutal decapitação do Rei durante a sangrenta invasão do Norte, o Príncipe Sora se viu acuado e forçado a fugir do Império de Sora, que agora estava nas mãos de homens cruéis e violentos. Na confusão da batalha final, Sora conseguiu escapar do palácio real com a ajuda de um grupo leal de guardas. Eles o levaram pelas passagens secretas até as portas da cidade, onde um cavalo o aguardava.

_ Vá, meu príncipe!_ gritou o capitão da guarda, enquanto os invasores se aproximavam. _ Encontre um lugar seguro e aguarde seu momento de retornar e reclamar o que é seu por direito!

Sora relutou, seu coração dilacerado ao deixar seu amado reino nas mãos dos usurpadores. Mas ele sabia que sua vida era a única esperança para o futuro do Império de Sora. Com lágrimas nos olhos, ele esporeou o cavalo e partiu, adentrando a escuridão da noite, fugindo para o desconhecido.

Após sua fuga desesperada do palácio, o Príncipe Sora passou anos vivendo no exílio, sempre às sombras, constantemente temendo ser descoberto pelos assassinos de seu pai. Ele encontrou refúgio em uma remota cabana nas montanhas, onde tentava sobreviver com o mínimo necessário. Dia após dia, o Príncipe vivia atormentado pela memória da brutal decapitação do Rei e pela culpa de não ter lutado para defender seu reino. Ele sabia que seu lugar era no trono, mas a qualquer movimento em falso poderia ser capturado e morto.

Conforme os anos se passaram, Sora começou a criar uma rede secreta de aliados leais, espalhados pelas terras de Sora. Eles o mantinham informado sobre os abusos e a tirania dos usurpadores que agora comandavam o Império. Sora ouvia com angústia sobre as atrocidades cometidas em seu nome, ansiando pelo momento de retornar e restaurar a justiça. Mas, a espera era dolorosa. Viveu anos nessa solidão angustiante, rezando para que seu povo não o esquecesse e que um dia pudesse reunir forças suficientes para reclamar seu trono de volta. Ele sabia que precisaria de paciência, astúcia e determinação para derrotar os inimigos que o separam de seu legítimo lugar como governante de Sora.

Finalmente, após quase uma década no exílio, Sora sentiu que chegara o momento de agir. Ele começou a reunir seus aliados e a traçar os primeiros planos para uma arriscada investida de retomada do Império.

Mas, apesar de tentar manter um perfil baixo durante seus anos de exílio, o Príncipe Sora eventualmente se viu envolvido em um confronto perigoso que ameaçou expor seu paradeiro.

Uma noite, enquanto ele recolhia lenha para a lareira de sua cabana isolada, ele ouviu o galope de cavalos se aproximando. Escondendo-se rapidamente entre as árvores, ele observou com horror quando um grupo de cavaleiros armados parou diante de sua morada, vasculhando o local.

O SUSSURRO DAS LETRASWhere stories live. Discover now