Namorado dele aqui! • jikook

By callmeikus

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oneshot • abo • ômega x ômega Jimin e Jungkook são amigos desde o fundamental e nem mesmo terem ido para facu... More

Capítulo único: Doce

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By callmeikus

Oi, oi!! Tudo bem??

Essa é uma fific de presentinho pra purelyjjk, que chorou por muito tempo por uma ômega x ômega e finalmente cheguei com ela! Como minhas últimas oneshots vieram do meu projeto de doações, que a Eli também participou, eu mesma fiz uma doação de R$50,00 pro desafio 10x10 (pra alimentar famílias brasileiras) pra gente não perder o costume, né hihi!

A capa linda, maravilhosa (E ROSINHA, VIU, ELI?) foi feita pela crystaijikookcomo um presente pra Eli também! Muito muito obrigada Ana por ter participado do presentinho comigo também!!

Espero que goste da sua ômega x ômega + capa + doação, Eli! Foi feita com muito carinho! (E se você não for a Eli, espero que goste também hihi, continua sendo feito com carinho)

Boa leitura!

⇢🍑⇠

 — Hora de trabalhar, Kook — falei antes de jogar meu celular em cima do peito do meu melhor amigo, que resmungou qualquer coisa antes de suspirar e pegar o aparelho.

Era um sábado normal. Eu e Jungkook no meu quarto, deitados no chão mexendo no celular em silêncio, eu apoiado em travesseiros e ele na minha barriga. Talvez não um sábado normal para dois calouros universitários... mas pra gente era. Passávamos os sábados assim desde o ensino médio. E no fundamental parecia também, só que a gente preferia jogar videogame em vez de olhar o celular. Parecia uma boa ideia voltar com isso, o celular não conseguia me distrair o suficiente do quanto eu gostava do peso do corpo dele em cima do meu.

Ele levantou da minha barriga e estendeu o celular na sua frente para tirar uma selfie, tentando fazer uma cara de bravo. Ergui meu corpo também pra ver suas expressões de pertinho e rir mais.

— E aí, tô parecendo suficientemente um alfa? — perguntou, virando a tela do celular para que eu avaliasse a foto. Ele estava lindo como sempre, apesar da cara de bravinho. — O último não caiu na ladainha, não entendi o motivo.

— Hm... Quase... Acho que alfas são mais exibidos, sabe? Você tem algum tipo de vergonha na cara, aí acho que dá margem pra erro. Mostra esses seus músculos aí, você não vai à academia à toa — argumentei.

Jungkook riu, concordando, antes de apagar a foto que tinha tirado antes e flexionar o braço, fazendo o bíceps enorme saltar. Sem dar tempo de Deus colocar a mão na minha cabeça e falar "Para com isso Jimin, você é burro?" interrompi a nova foto de Jungkook, puxando sua blusa branca. Só quando seu abdomên já estava visível que eu engoli em seco e percebi o que estava fazendo.

Mas bem, acho que seria ainda pior de explicar se eu parasse no meio, então terminei de tirar sua blusa. E parabéns pra mim, agora eu estava queimando por dentro só com a visão de seu peito nu. Espero muito que Jungkook não tenha notado o quanto minhas mãos estavam tremendo quando terminei de despir ele.

— Um alfa com um peitoral malhado que nem o seu não usaria blusas — justifiquei minhas ações. Fazia sentido na minha cabeça quando eu tive a ideia, mas ver a pele tão macia e tentadora do Jungkook era uma tortura.

É, não foi uma boa ideia.

— Ji, você não anda gostando demais das minhas idas à academia? — Deu um sorriso ladino pra mim.

— Só pra fins de espantar os veteranos alfas chatos do meu pé. — Cruzei os braços e dei de ombros, mas dificilmente eu parecia convincente, porque eu realmente encarava muito o torso nu. A culpa é do Jungkook por ter uma pele tão bonita.

— Quer dizer que depois de mais de treze anos de amizade, você só gosta de mim pra espantar alfa chato? — provocou, em um falso tom ofendido.

— Eu não disse isso! Eu disse sobre suas idas à academia só. Eu gosto de... — Interrompi minhas palavras ao perceber a bobagem que eu ia falar.

Um silêncio pairou entre nós.

— Gosta do que, Ji? — ele insistiu, mordendo os lábios e apoiando a mão no chão mais pra perto de mim, inclinando-se na minha direção.

— Nada não, só tira essa foto logo — retruquei rápido, meio nervoso. O coração parecia querer sair do peito. — Se demorar demais ele vai achar que peguei da internet.

— Então aparece nela comigo... a gente nunca testou isso — ele sugeriu fraquinho, mordiscando os lábios logo depois. Eu queria processar Jungkook por me fazer notar tanto aquela boca linda dele.

Pensei um pouco, temendo chegar mais próximo daquela pele, mas me convenci de que a ideia fazia sentido. E espero que fizesse mesmo, porque eu tinha medo de estar concordando simplesmente por estar doido de vontade de me aproximar daquele Jungkook sem camisa. Respirei fundo e tentei afastar aquilo da minha cabeça.

— O que eu faço? Tenho que te tocar? — perguntei ao chegar mais perto. Antes que ele respondesse, apoiei as mãos no peitoral forte. Deveria ser normal, porque a gente é amigo há muito tempo e também muito próximo fisicamente, mas... sua pele quente entre meus dedos queimou de uma forma diferente.

Sentir seu corpo daquele jeito foi diferente.

— Hm... — pigarreou, parecendo um pouco nervoso, mas logo o tom voltou pro sarcástico. — Acho que sim, mas desse jeito você tá muito perto dos meus mamilos... Você sabe, mamilos de alfas são blindados contra prazer, completamente diferentes do resto da espécie, a área erógena morta só pra eles. Mesmo assim, não pode chegar nem perto desse pedaço insensível do corpo deles, porque é falta de respeito.

— Até hoje você não superou essa transa, né... — Ri com a revolta. Reclamar das transas com os alfas sem noção junto do Jungkook era ótimo, eu me sentia meio que compreendido quando também tinha um cio merda. Mas eu também ficava pensando... se uma coisa poderia deixar nossos cios melhores. Uma coisa bem específica.

— Óbvio que não, como eu vou levar a sério um argumento que nem faz sentido? Se aquele alfa chato realmente não sentisse nada ao ter os mamilos tocados, não teria surtado quando eu fui me apoiar no peito dele só pra dar uma ajeitadinha.

— Qual será que é o preconceito em sentir prazer neles também? A proteção ao cu dá pra entender mais ou menos, né... apesar de não fazer sentido real. Mas o mamilo não deveria ter essa construção toda de masculinidade alfa em volta dele. — Tentei entrar na conversa e me distrair do quanto eu estava achando gostosa aquela proximidade, o toque da minha mão em seu peito e o seu cheiro delicioso.

Acho que não deu muito certo.

— Não sei. Eles devem achar que é uma campainha pra portinha do cu.

— E não é? — daquela vez tive que contestar e ri. — Uma chupadinha boba e uma cachoeira já vem por aqui.

— Não sabia que você era sensível assim, Ji. — Ele riu nervosamente. Nossos olhares encontraram-se por um instante e foi tão intenso que eu logo desviei para encarar minhas mãos em seu peito.

Também não era uma visão fácil. Eu me sentia estranhamente quente.

— E você não é? — questionei de volta, engolindo em seco. Sua pele parecia ainda mais quente entre meus dedos e os mamilos amarronzados ali... pareciam prontos para serem tocados. Eu queria tocá-los.

— Não desse jeito, preciso de um pouco mais pra ficar molhado — respondeu arrastado. Tentei conter as imagens que borbulhavam em minha cabeça com sua fala. A naturalidade dos anos de amizade que sempre existiu em nossas conversas sobre sexo parecia ter fugido. Eu definitivamente não me sentia natural.

— Sério? Tipo o quê? — Mordi os lábios logo depois da pergunta, arrependido. Queria muito saber a resposta, mas não tenho certeza se lidaria bem com ela

— Segredo pra quem vai à cama comigo. — Riu arteiro e fraquinho logo antes de engolir em seco. Suspirou fraquinho. — Temos que tirar essa foto. Finge que eu sou um alfa com a masculinidade frágil, o que você faria comigo?

Sem pensar demais naquilo, simplesmente sentei de frente em seu colo. Percebendo o quanto era confortável, me acomodei melhor. Nós dois suspiramos fraquinho com o roçar de nossos corpos quentes e, querendo esconder meu rosto corado, o afundei em seu pescoço.

Senti ele estender o braço pra tirar nossa selfie e, por algum motivo, fiquei quase com a impressão de estar mandando um nude a um desconhecido, o que era completamente bobo. Exceto a camisa de Jungkook, estávamos completamente vestidos e éramos apenas amigos, certo? Nada de errado.

— "Namorado dele aqui" — ditou baixinho com a voz gostosa dele enquanto digitava no meu celular antes de enviar a foto para o alfa chato que me atazanava. Para conseguir utilizar o aparelho com as duas mãos, tinha passado os braços ao redor de mim, mas aquilo pareceu um abraço bem gostoso, então aproveitei que eu já estava ali para me ajeitar melhor, enterrando o rosto ainda mais em seu pescoço.

— Seu cio tá chegando? — perguntei baixinho ao perceber que o aroma de íris, jasmin e flor de laranjeira dele estava mais forte do que o normal. Não que aquilo fosse ruim, sempre gostei do cheiro dele e poder aproveitá-lo diretamente de seu pescoço era ainda melhor. Tinha medo de desejar desfrutá-lo daquele jeito mais vezes.

— Uhum... Provavelmente daqui uns quatro dias — suspirou, parecendo impaciente com o fato. — Tá muito enjoativo aí? Já tirei a foto, se quiser sair.

— Não, você sabe que eu amo seu cheiro — falei baixinho contra seu pescoço, ainda aproveitando do lugar privilegiado. E esperando que o fato de não estar enjoativo justificasse o suficiente minha vontade de não sair do seu colo e do seu abraço.

— Mas ele é muito doce... — resmungou baixinho e envergonhado, como sempre fazia quando eu expunha o quanto gostava daquela fragrância.

— Uhum, e uma delícia também. — Só pra garantir, afundei ainda mais meu nariz em seu pescoço, experimentando mais de seu floral. E sim, continuava delicioso.

Mais silêncio. Nossos corpos pareciam queimar.

— Ji... — chamou baixinho, a voz rouca fazendo coisas que deveriam estar quietinhas dentro de mim agitarem-se. — Há quanto tempo a gente namora?

— A gente não namora, Kook... — Ri fraquinho, mas não gostava de falar aquilo. Nem de ouvir a pergunta, parecia uma facada. — Mas essa nossa brincadeira tem uns quatro meses já... desde que aquele cara da sua calourada ficou te perseguindo no insta até eu mandar uma foto minha. Faz quatro meses desde sua calourada, né? Você devia lembrar a data melhor do que eu.

É. Quatro meses desde que minha proximidade de Jungkook ficava cada vez mais estranha. Eu gostava dele há muito tempo, claro, mas estava tudo certo porque a gente era amigo há tanto tempo que eu sabia continuar agindo como tal apesar dos sentimentos confusos. Mas fingir que eu era namorado dele... não estava sendo divertido. Não mesmo.

Cada vez minha imaginação ia mais longe quando eu pensava como seria se fôssemos namorados de verdade. E cada vez eu notava que, realmente, a gente já parecia muito um casal. E éramos dois ômegas.

Nossa amizade sempre foi do tipo cheio de toques e carinhos. Abraços, beijos, carícias. E tudo isso ficava insuportável combinado às mensagens do Jungkook dizendo que era meu namorado e vice versa. Sabia que era uma "brincadeira", mas viver com aquela possibilidade tão próxima era difícil. Até as conversas tão frequentes sobre nossas transas fracassadas pareciam estranhas... pareciam pedir que a gente resolvesse aquilo.

Eu queria muito que a gente resolvesse aquilo.

— Se é só uma brincadeira... — Sua voz tremeu. Engoli em seco mais uma vez. Sua pausa parecia interminável. — Por que seu slick tá escorrendo?

Fiquei quieto, completamente em choque com a pergunta. Meu rosto já corado começou a queimar ainda mais, como se as próprias chamas do inferno tivessem decidido acampar lá. De fato, percebi uma umidade tímida formar-se entre nós dois.

Acho que eu acreditei tanto que não ficaria excitado com um cheiro tão doce e tão familiar quanto o de Jungkook e desejei tanto aquilo para manter nossa amizade apesar daquela brincadeira que meu psicológico entrou em negação. Mas meu corpo...

E eu não sabia o que fazer. Eu estava completamente excitado no colo do meu melhor amigo. Não tinha como explicar aquilo.

— Que eu saiba ninguém deu uma chupadinha no seu mamilo. — Ele riu nervosamente, tentando brincar e dissolver a tensão cada vez maior com o meu silêncio. Eu estava em pane, não sabia se saía correndo antes de terminar de encharcar o colo do Jungkook ou se fugir seria ainda pior. — Ji...

— Desculpa, Kook, eu... — Queria desaparecer da face da Terra. Nunca mais ia ter coragem de olhar no rosto dele, era uma situação tão constrangedora...

— Eu também tô com um tesão do caralho... — confessou. Fiquei em silêncio, sem acreditar, mas meu corpo parecia ter toda a fé que eu não tinha. Senti meu slick escorrer ainda mais com cada palavrinha do Jungkook. Droga, eu estava tão quente. Muito quente mesmo.

Um novo silêncio tomou meu quarto. Eu tentava me conter, não arriscava nem ao menos respirar, com medo de me derreter mais ainda de prazer.

Tenso, droga, tão tenso. E meu corpo simplesmente não ouvia o racional.

— Desculpa, Ji... — ele voltou a falar baixinho. — A gente vai ter que limpar o seu chão. Eu também tô... Caralho...

Me afastei de seu pescoço para dar de cara com seu rosto todo corado, a expressão completamente tomada de constrangimento, provavelmente como a minha estava também. Me arrependi de ter movimentado em seu colo, roçando de um jeito inegável em... em seu prazer. E caralho... eu não sabia se ia aguentar.

Seu cheiro floral inundava o ar, e eu me sentia entorpecido. Era tão gostoso. Meu corpo gostava tanto. Eu gostava tanto.

— Que vergonha, Ji... — murmurou fraquinho, e dessa vez foi ele que escondeu o rosto em meu pescoço. Me arrepiei completamente com seu toque, seu hálito lá. Quis me enterrar no chão ao sentir minha cueca e meus shorts cada vez mais molhados. — Eu não gosto de sair lambuzando as coisas assim...

— Pensei que você fosse mais difícil, Kook... — Segui seus passos de antes e resolvi provocá-lo, para tentar dissipar um pouco a tensão daquela situação. Estar cheio de tesão por um amigo de infância que além disso era um ômega que nem eu era muito errado. Assim como os pensamentos diferentes sobre ele que me perseguiam nos últimos tempos. — Que você tinha que contar o segredo pra quem vai pra cama com você.

Ele respirou fundo contra meu pescoço. Nossos corpos estremeceram um contra o outro. Eu tentava não reparar o quanto eu sentia sua ereção cada vez mais dura entre minhas nádegas, porém era inegável o quanto eu escorria lascívia.

Transbordava.

— Pois é... — concordou, tímido.

Saí de seu colo, primeiramente para tentar evitar que Jungkook percebesse que meu tesão aumentava a cada segundo, mas depois... Quando eu vi seu rosto corado e os lábios entreabertos, senti a nossa sintonia.

E, do nada, enchi-me de vontade de ver mais. Eu estava curioso demais sobre a reação do corpo dele também, já que a minha eu sentia. Eu queria poder conhecer a libido de Jungkook por completo.

Senti meu coração palpitar ainda mais ao observar a mancha que eu tinha deixado na bermuda dele, marcando o pênis teso que eu tinha sentido entre as nádegas antes. Suspirei com a lembrança, estava tão gostoso que foi uma prova de força de vontade não rebolar em seu colo pra sentir melhor. Eu nunca desejei tanto sentir alguém daquele jeito. Parecia que eu estava no cio, mas sabia que ele tinha acabado de passar.

Mas meu olhar queria ver mais, experimentar mais. Queria ver embaixo, porém do jeito que Jungkook estava sentado, eu não tinha chances. Como se entendesse o que eu queria, ele puxou as pernas pro seu peito, me dando a visão da mancha enorme na parte de trás de sua bermuda também. Ele escondeu o rosto entre os joelhos.

— Você realmente produz bastante slick... — comentei, impressionado.

Cheguei mais perto e, em um ímpeto de coragem e luxúria, toquei o tecido úmido, observando preocupado sua reação. Mas ele não recuou, apenas arfou com meu toque. Reverberamos tesão.

Jungkook transbordava tanto que realmente atravessava o tecido fino da bermuda e meus dedos logo ficaram cobertos pela sua excitação viscosa.

O cheiro... o cheiro era insuportavelmente delicioso.

Jungkook ergueu o rosto para mim, seu olhar estava nublado de tesão e os lábios presos entre os dentes. Engoli em seco também, meu corpo estava prestes a derreter de tanto calor.

Levei os dedos úmidos até meus lábios. Jungkook me fitava com tanta atenção, tão intenso... Era do caralho. E cheiro floral do seu slick era tão apetitoso que não consegui resistir.

Provei dele. E era tão gostoso, tão doce, que pareceu pouco. Chupei meus dedos com um afinco desesperado de aproveitar cada gota, porque não era suficiente. Eu queria prová-lo mais.

— Não sabia que era tanto... — Ele tentou voltar a conversa, mas seu tom era vacilante. O ar estava tão quente, tão denso, que parecia ser difícil respirar. — É a primeira vez que isso me acontece usando roupa.

Respirou fundo e engatinhou até a mim. Só observei entorpecido. Ele me empurrou de leve, fazendo que eu me acomodasse melhor no chão antes de sentar no meu colo. Gememos fraquinho com o toque. Com cada um deles. Mas sinceramente... seu rabo encharcado contra o meu caralho duro era demais.

Ele se ajeitou no meu colo e gememos ainda mais alto. Minhas mãos foram parar na citura fina e forte, nua, e ele agarrou os fios da minha nuca. Mais suspiros.

Rebolou de verdade uma vez e estremecemos esbaforidos mesmo com pouca coisa, agarrando com força um ao outro, o que gerava mais arfares necessitados. Seu cheiro... o jeito que ele manchava a parte da frente dos meus shorts também...

— Kook... Assim eu não vou aguentar — choraminguei, desesperado. Era tesão demais.

— Ji... Tem certeza que a gente não é namorado? — ele suspirou ao rebolar mais uma vez, encaixando-me ainda melhor nele.

— Isso é um pedido de namoro? — perguntei sem ar, completamente confuso e excitado.

— Não sei... mas seu cheiro tá me deixando louco, Ji. Você não acha que a gente deveria tentar alguma coisa? — perguntou, como se não estivéssemos, naquele momento, tentando uma coisa.

— Somos dois ômegas... — gemi e afundei minhas unhas na pele macia de sua cintura quando ele simulou uma cavalgada. Jungkook puxou os fios da minha nuca com ainda mais força.

— Isso importa? — Colou o tronco no meu pra esfregar sua ereção contra meu abdômen. — Ji, olha o tesão que a gente tá sentido... Caralho...

— Somos amigos de infância... — Apesar da pouca lucidez que sobrava em mim, aquelas dúvidas e empecilhos rodearam minha mente por tanto tempo que saíam fácil de meus lábios. Mesmo assim, eu sabia muito bem que eu já estava com meu amigo de infância rebolando gostoso pra caralho no meu colo.

— Quer dizer que a gente tem vários anos de convivência pra facilitar... e que a gente sabe direitinho o que gosta e o que não gosta na cama.

Engoli em seco, porque eu queria muito (e porque ele rebolou de novo). Pois a frase que eu omiti mais cedo era que eu gostava de Jungkook de qualquer jeito, a academia pouco importava. Sinceramente, a visão dele exibindo pra mim a própria excitação mais cedo era não só sensual, mas também de uma confiança que... eu queria corresponder. Mesmo que tudo fosse um pouco confuso.

— Você gosta do meu cheiro? — fugi da conversa mais séria e voltei pra quando ele tinha dito que ficava louco com meu cheiro. Aquilo me excitava tanto que eu não conseguia me esquecer, mesmo que não fosse a primeira vez que eu recebesse o elogio vindo dele. Ele assentiu e inclinou-se, afundando seu nariz em meu pescoço, me arrepiando dos pés à cabeça.

— Pra caralho. Pêssego e mel... é tão tentador... queria te provar também — ele respondeu e eu engoli em seco com a simples possibilidade de tê-lo entre minhas pernas, degustando do meu sabor. Não consegui conter um gemido quando senti sua língua experimentar meu pescoço.

— Kook, a gente pode mesmo? — insisti, desesperado de desejo não só por ele, mas por aquela alternativa.

— Tem várias pessoas por aí que já acreditam que a gente namora. Há quatro meses. Só falta a gente acreditar também — argumentou, afastando do meu pescoço para me encarar diretamente e segurando minhas bochechas entre as mãos. Rebolou mais uma vez, completamente delicioso. Seu cheiro doce me fazia salivar.

— Esse é o pedido de namoro menos romântico do mundo — reclamei entre gemidos.

— A gente tá transformando seu quarto em um piscinão, eu já tinha desistido do romantismo da situação — ele retrucou, misturando uma risadinha e um arfar antes de buscar meu pescoço mais uma vez, chupando-o. Não satisfeito em já me ter na palma de sua mão, esfregou-se novamente em mim, dando gemidos curtos.

— Que merda, Kook! Não acredito que eu passei tanto tempo escondendo meus sentimentos bonitinhos por você pra gente começar a namorar por tesão. — Eu não tinha mais nada a perder, então abri o verbo.

— Então me conta dos seus sentimentos bonitinhos também... — ele pediu, abandonando meu pescoço. Antes que eu pudesse suspirar aliviado, tive meu queixo tomado pela sua mão, fazendo com que eu o fitasse, sério. Ele se mexeu em meu colo e mais um arfar fugiu dos meus lábios.

— Se você quiser parar de rebolar no meu pau ajudaria...

— Eu só tava me ajeitando! — resmungou, mas logo riu. Mordeu os lábios e seus olhos redondos brilharam com expectativa pra mim. Tão familiar, mas tão diferente também.

— Não tem muito o que dizer, Kook... só que eu gosto demais de ficar perto de você há muito tempo. Tanto que eu quase deixo escapar toda vez. E que uma parte de mim sempre fica morrendo de inveja dos alfas que ficam com você porque eu fico imaginando como seria se fosse eu. E eu gosto pra caralho do que imagino. Mas somos dois ômegas...

— Faz muito tempo, Ji? — Ignorou completamente minha ressalva. Jungkook bem era do tipo que pouco ligava para aquelas normas.

— Acho que tem mais ou menos um ano que eu percebi... mas eu tava tentando muito negar. Você realmente não me ajudou dessa vez... — Ri fraquinho e ele acompanhou. Rebolou deliciosamente no meu colo de novo, como se quisesse deixar claro que não pretendia me ajudar. Ele era muito gostoso mesmo, e insolente também.

— Ji, eu sou muito, muito apaixonado por você — ele falou, convicto, sem nem tremer a voz. Perdi meu ar e dessa vez não foi por nenhuma provocação sexual. — Mas eu percebi faz só quatro meses, desde o começo dessa brincadeira... só com ela que eu fui pensar em como eu realmente queria ser seu namorado de verdade. E aí a vontade foi crescendo, crescendo e crescendo... Fiquei quieto porque pensei que você acharia besteira. Mas se você namorar comigo, eu juro que vou compensar todos os meses a mais que você gostou de mim em silêncio. E todos os que já nos correspondíamos e protelamos nossa felicidade.

— Ok, isso foi bem romântico... — admiti, rindo mais de nervosismo ao ter Jungkook declarando-se do que qualquer coisa.

— É só lembrar que seu pau tá enfiado na minha bunda que o romantismo vai embora de novo — devolveu, como um lembrete de que apesar de apaixonado, ainda era aquele cara desafiador e sem papas na língua.

— Que ódio, Kook! Tá pensando com a cabeça de baixo, é?

— Com as duas. E as duas são apaixonadas por você. Não que seja romântico dizer que meu pau te ama também.

— Por que você tá querendo estragar isso, hein?

— Não quero estragar, eu tô é agradecido! Se não fosse todo esse tesão capaz da gente ficar nesse pseudo-namoro pelo resto da vida, porque fomos dois covardes. Aí a gente ia continuar de mão dada, fazendo carinho um no outro, falando que a gente ama o cheiro um do outro pra no final nem ter beijo.

— Já podemos beijar então, Kook. Somos namorados oficialmente a partir de hoje — falei junto a um sorrisinho, que logo foi correspondido.

— Já que o senhor me permite — debochou do jeito que eu pedi o beijo. — Vou fazer as honras.

Voltou a puxar meu cabelo, fazendo com que eu tombasse a cabeça para trás antes de inclinar-se e tomar meus lábios em um beijo voluptuoso. Não exatamente romântico, porém condizente com a nossa excitação. Se foi o tesão que abriu as portas do namoro, fazia sentido ele inaugurar nossos beijos também.

Nossas línguas uniram-se sem demora e nós dois gememos na boca um do outro com o contato. Minhas mãos subiram pelas costas nuas dele, puxando-o para mais perto e buscando mais contato enquanto nossas línguas dançavam uma contra a outra, em perfeita sincronia, como se já fossem velhas conhecidas. As mãos de Jungkook desceram da minha nuca e adentraram minha camisa, tateando minhas costas e deixando um rastro de calor na minha pele com os dedos afoitos.

— Caralho, Ji... — ele arfou quando nos separamos para tomar ar, mas ainda com os rostos muito próximos. — Devia ser crime beijar tão bem já na primeira vez.

Sorri maliciosamente e mordisquei sua boca, entendendo completamente o que ele queria dizer. Ninguém nunca tinha encaixado tão bem comigo, ainda mais de primeira. Refleti sinceramente se aguentaria tanta sensualidade quando nos acostumássemos de verdade com a boca e o corpo um do outro.

Jungkook aproveitou a pausa para arrancar minha camisa, mais do que disposto a deixar a situação mais difícil ainda para o meu lado. Seus dedos logo contornaram meu corpo e subiram pela barriga, encontrando meus mamilos.

— É aqui a porta de entrada pra esse seu rabo gostoso, né? — perguntou ao beliscar habilidosamente, fazendo com que eu gemesse manhosamente contra sua boca. Ele riu e aproveitou para morder e chupar meus lábios de volta. Eu só soube derreter. Aquilo era golpe baixo, eu realmente era muito sensível.

— Sim. E qual é o segredo do seu, que você jurou que era difícil, mas tá parecendo bem animado comigo? — Fugi de sua boca e empurrei seu tronco de leve para trás, baixando a cabeça e tomando um dos mamilos dele entre meus lábios também. Gemi junto de Jungkook, porque ele mexeu-se ainda mais em meu colo.

— Acho que o segredo era só você mesmo, Ji... — Sorriu fraquinho entre arfares e, sem aguentar, o puxei para um novo beijo, deixando que uma das minhas mãos deslizasse para dentro da bermuda de Jungkook, completamente apaixonado. E cheio de tesão.

E, sinceramente, eu nem queria mais negar toda a sensualidade que tínhamos só em estar próximos. E se foi o tesão quem quebrou o muro que existia entre o nosso namoro de verdade, eu e a minha paixão iríamos fazer festa do outro lado de bom grado.

-💮-

Aquele nosso pseudo-namoro de ficar mandando fotos pros alfas abusados indicando que a gente já era "propriedade" de alguém dava muito certo. Pena que não poderíamos dizer o mesmo sobre o nosso namoro de verdade.

A família do Jungkook não gostou muito da história dele namorar outro ômega. Ainda me aceitavam na casa dos Jeon e me davam sorrisos, mas eu sabia que, embaixo daquilo, ficavam falando pro Jungkook que ele poderia experimentar e ser curioso com outros ômegas, mas que namorado tinha que ser um alfa, ou nunca seria um ômega de respeito.

E, sinceramente? Acho que estavam certos.

Um ômega não poderia ser respeitado sem um alfa ao lado. E isso ficou muito claro para nós dois pela diferença que era falar "namorado dele aqui" virtual de presencialmente. Quando os alfas do instagram acreditavam que nosso namorado era outro alfa, eles aceitavam a derrota e iam embora. Mas presencialmente... era uma merda.

Nossos cheiros estragavam tudo. Se íamos nos divertir em alguma festa e um alfa nos rodeasse, não adiantava dizer que a gente namorava. No máximo, éramos "dois por um" na visão deles e sofríamos um assédio tão insistente que a noite acabava ali e íamos pra casa chorando, mortos de medo de usarem a voz de alfa, mesmo que agora fosse proibido.

Eu já achava absurdo ter que clamar que eu era comprometido para evitar uma investida de alfa, como se minha falta de interesse não fosse um justificativa válida suficiente. Mesmo assim, eu aceitava minimamente e seguia as regras do jogo... dava menos dor de cabeça. Mas não ter nem ao menos o relacionamento respeitado por ter um namorado ômega também me deixava ainda mais desesperado. Porque deixava ainda mais claro que o problema, no final das contas, era ser ômega.

Ser ômega era nascer para um dia virar propriedade de um alfa, como se não tivéssemos a nossa própria vida também. É claro que ninguém falava isso em alto e bom som. Não existia uma lei ou uma regra, e a sociedade jurava de pé junto que isso era passado, de quando ainda vivíamos em alcateias e tudo mais.

Mas se os ômegas não eram mais propriedade dos alfas, por que cada detalhe da nossa existência dizia o contrário? Por que eu não poderia negar a investida de um alfa só porque eu quero? Por que meu namoro com o Jungkook era completamente invalidado, tratado no máximo como uma curiosidade? Por que as mães do Jungkook gostavam tanto de falar na minha frente sobre como era bom receber a marca de alfa e se comprometer pelo resto da vida? Por que alfas desconhecidos viviam achando o número de telefone do Jungkook logo antes do cio dele, se a gente conseguia passá-los muito bem um com outro e com alguns remédios?

Pouco adiantava sermos independentes no papel se na realidade continuávamos escravos da necessidade de um relacionamento que nos validasse como alguém digno de respeito.

Não era uma posição confortável de se estar, de verdade, mas assim como nem tudo são flores, nem tudo são espinhos também. Jungkook era o melhor namorado do mundo e levou muito a sério sua promessa de compensar o nosso silêncio.

Sendo sincero, ele não agia muito diferente de quando éramos amigos, até porque ele já era o melhor amigo do mundo. De amigo a namorado apenas o limite entre nossos toques que foi embora. Ele ainda gostava de organizar noites do cinema com pipoca, mas agora sempre escolhia um filme ruim pra que a gente não ficasse com dó quando o escurinho do quarto dele nos estimulasse demais a fazer outras coisas.

Tudo bem que as noites de filme na casa dele foram diminuindo de frequência... nenhum de nós aguentava mais as mães dele frisando o "quão doce" ficava o cheiro daquele quarto. Eu quase comecei a detestar a palavra "doce", porque ela era dita com tanta repulsa e menosprezo que aquilo ficava marcado como brasa. Mas eu era incapaz de detestar o cheirinho do meu namorado, meu amado floral de irís, jasmin e flor de laranjeira. O cheiro mais delicioso de todos. Doce era bom.

Meus pais eram mais tranquilos, mas eu sabia que no fundo eles não acreditavam muito que eu poderia dar certo com Jungkook. Eram bem mais discretos do que as mães dele, mas o olhar pesado, quase triste com o qual nos encaravam dizia tudo.

A frustração foi acumulando-se por meses, até que um episódio daqueles, que poderia ser considerado até comum e que deveríamos já ter nos acostumado, foi a gota d'água. E como a única forma de conseguir algum tipo de liberdade era talhando nossa própria independência, arranjamos empregos de meio período. Como a gente ainda estava no começo da faculdade, não dava para achar estágio nas nossas áreas, então eu fiquei de garçom em uma cafeteria e ele de vendedor em uma livraria.

Pensamos várias vezes se aquilo não era puro capricho nosso, se não esta'vamos gastando energia à toa, sendo rebeldes sem causa. Com a faculdade e o trabalho, nosso tempo juntos também reduzia-se e avaliando friamente não deveríamos ter tanta urgência em poder alugar um apartamento só nosso. Apesar de tudo, nossas famílias ainda nos aceitavam em casa. Mas alguma coisa nos levava pra frente, mesmo com todas as dúvidas.

Depois de juntarmos uma quantia razoável em alguns meses de trabalho, fomos procurar um apartamento. Poderia ser pequeno, só queríamos poder chamar de nosso. Sentir que éramos um casal, com nossa própria vida, porque não precisaríamos ser validados por outros.

Tínhamos achado uma kitnet perfeita. O condomínio era bom e barato, apesar da falta de sala, obviamente, o quarto era bem espaçoso e a cozinha bem planejada. Já tinha quase todos os móveis — precisaríamos comprar uma cama e acho que nunca quis tanto gastar meu dinheiro quanto pra ter um colchão de casal junto com Jungkook — e eles eram de boa qualidade.

E a parte mais incrível de todas era que tinha uma sacada. Minúscula, claro, mas dava de cara para um parque municipal ao lado do condomínio e a vista era linda. Meio longe do resto da cidade, mas linda. Como nossas faculdades e trabalhos eram distantes uns dos outros de qualquer jeito, o único requisito mesmo era dar pra chegar com um ônibus só, já que era inevitável passar um tempão se deslocando.

Ficamos maravilhados, de verdade. Desde o portão da frente do condomínio, até o caminho guiado pelo agente de imóveis até o apartamento, a gente já se sentia muito bem. E o apartamento... era perfeito.

Pedimos privacidade ao agente e exploramos aqueles poucos metros quadrados de mãos dadas. Era perfeito. Puxei Jungkook pela mão até a sacada, em que dois banquinhos coloridos estavam espremidos junto a uma mesinha e peguei meu notebook da mochila e apoiei lá.

Como um bom estudante de administração, verifiquei mais uma vez as contas, garantindo, incontestavelmente, que a gente conseguia pagar o lugar, mesmo com os outros custos de vida. Jungkook, como um bom engenheiro, conferiu as contas e as fórmulas da planilha, parecendo tão agitado quanto eu.

— Ji... vai se tornar real... — Jungkook parecia nem acreditar. Mas nem eu acreditava. Saí do meu banquinho pra ir me espremer junto com ele no dele, nos beijando e rindo no espaço que agora a gente sabia que seria nosso.

Assinamos o contrato de aluguel com o agente e marcamos o horário para buscar a chave definitivamente na imobiliária no dia seguinte. E compramos nosso novo colchão de casal pela internet, completamente animados. Nosso coração estava tão feliz e tão acelerado, tão sem vontade de dar adeus ao nosso novo lar que decidimos que a única forma de lidar com aquilo era comemorar.

Caminhamos um pouco pelo nosso novo bairro e achamos um barzinho. Tomar uma cerveja depois de um longo dia parecia uma boa pedida e não hesitamos em entrar. Sentamos lado a lado em uma mesa mais aos fundos e pedimos não só as cervejas, mas também um acompanhamento. Fazia tempo que a gente não comia fora — nossa mudança de vida requeria um corte de gastos —, mas aquele dia era especial.

— Que foi, Kook? — perguntei ao vê-lo encarar o próprio celular com uma expressão enojada.

— Nada não, é só o alfa escroto que a gente mandou foto pra afastar. Já tô apagando essa conversa de merda — disse e logo enfiou o aparelho bem no fundo de seu bolso.

— O que foi? — insisti, enlaçando seu corpo em um abraço de lado e puxando ele mais para perto. Jungkook era debochado e sarca'stico, mas não era do tipo que ficava irritado e quieto daquele jeito. Deixei vários beijinhos em sua bochecha e sua expressão relaxou um pouco com o carinho.

— Não vamos estragar um dia bom desses...

— Nada seria capaz de estragar o dia em que demos o nosso primeiro passo pra independência. — Sorri. Jungkook ainda parecia desconfortável. Respirou fundo e fechou os punhos.

— O filho da puta mandou uma foto do pau dele... e disse pra mandar o endereço porque ele teria muito prazer em comer dois ômegas assanhados. Disse que adoraria assistir a gente também.

— Ah, Kook... — suspirei. Ao contrário dele, não fiquei irritado, e sim triste. Aquilo sempre me deixava triste. O jeito que ser ômega transformava nossos corpos em propriedade e em objeto de fetiche alheio de um jeito descarado era simplesmente nojento. — Infelizmente acho que a gente ainda vai ouvir muita merda do tipo.

— Namorando?

— É.

— Você quer desistir?

— Não. Nunca — falei firme e seu rosto abriu-se em um sorriso lindo, muito lindo mesmo. Jungkook era todo lindo.

Ele me puxou para um beijo e eu me senti derreter entre seus braços e carinho. Sim, aquele era o homem que eu queria ao meu lado durante minha vida. Ele me apoiava, me acalmava, me engrandecia. E era incompreensível o fato das pessoas acharem que uma marca no meu pescoço, atestando que eu era propriedade de alguém que poderia nem me fazer bem, era mais precioso do que tudo que Jungkook me fazia sentir.

— Vocês são namorados? — o garçom perguntou ao trazer nossos pedidos. Pelo cheiro, era claramente um alfa e tanto eu quanto Jungkook tememos pelo pior. Esperávamos muito que fosse coisa da nossa cabeça e que o cara pelo menos nos respeitasse por sermos clientes.

— Sim — Jungkook respondeu firme e lançou um olhar feroz para ele. O alfa nem titubeou, afinal, não importava se Jungkook era extremamente musculoso e tivesse feito taekwondo durante toda a infância e adolescência, ou qualquer outra coisa. Ainda era um frágil ômega assim como eu, que poderia ser domado com um tom de voz de um alfa, por mais que usá-lo agora fosse crime.

— E vocês transam como? Ficam batendo as bundas? — Ele gargalhou, como se fosse a piada mais engraçada do mundo. Eu e Jungkook ficamos em um silêncio sepucral.

Era inacreditável para nós observar a tranquilidade que o homem tinha em falar algo daquele tipo. A leveza. Realmente acreditava que era uma piada engraçadíssima e ficou lá, gargalhando, até cansar. Esperei muito que ele ficasse satisfeito com aquilo.

Mas obviamente não estava.

— Aqui meu número. — Ele tentou entregar um papel pra gente, mas nenhum de nós se moveu. Depois de outro silêncio desconfortável, apoiou aquele número não pedido na nossa mesa, junto às cervejas que definitivamente não queríamos beber. — Me chamem se precisarem de uma transa de verdade, sempre tive curiosidade com esse negócio a três e o cheiro de vocês é bom demais, devem ser deliciosos na cama.

Eu queria gritar. Queria fazer um escândalo, espernear até conseguir desatar todas aquelas cordas que me prendiam, claustrofobicamente, em um espaço que eu achava pequeno demais para mim. Mas eu sabia que aquelas cordas só apertariam mais se eu esperneasse daquele jeito. Eu e Jungkook estávamos nos libertando vagarosamente, sem atrair a atenção de ninguém. Quando vissem, só teriam as cordas vazias, largadas no chão, como rastro da nossa trajetória.

Não nos faria bem arranjar briga em um lugar perto do nosso novo lar. E, tão consciente quanto eu das consequências que um soco na cara daquele nojento ou uma confusão poderia causar, Jungkook também levantou-se em silêncio. Olhou para o balcão do estabelecimento, buscando algum superior reclamar pela conduta do garçom.

Achamos um alfa. E ele também nos encarava descaradamente, como se fôssemos a coisa mais apetitosa do mundo. Fitamos as outras mesas, em uma espécie de busca desesperada de apoio, o mínimo que fosse. Todo mundo estava ocupado em seu próprio mundo, tanto alfas quanto ômegas e betas. Não tinha o que fazer ali.

Saímos logo do bar, uma sensação de derrota latente entre nós dois. Ouvimos o garçom reclamar sobre alguma coisa do nosso pedido, provavelmente para que pagássemos por aquela merda. Não ficamos pra saber, apenas caminhamos rapidamente até o parque que era vista da nossa mais nova sacada.

— Odeio isso... — Jungkook murmurou fraquinho quando finalmente aquele bar parecia longe o suficiente da gente e estávamos entre as árvores.

— O quê? — perguntei enquanto lhe trazia para meus braços, querendo que ele pudesse externalizar tudo e ficasse um pouco mais leve.

— Não ser respeitado se não tiver um alfa do meu lado. Eu já sabia por causa da nossa brincadeira com as fotos, mas... ver que realmente é verdade é uma merda.

— É sim, amor — concordei, não tinha mais o que fazer. Não tinha como negar. Apertei ele ainda mais entre meus braços e minha cintura foi enlaçada de volta. Jungkook era tão quentinho, tão precioso. Eu detestava aquilo. Meus olhos marejaram. — Queria tanto ser um alfa pra poder nos proteger disso, Kook... Se eu fosse um alfa tudo se resolveria tão fácil...

— Ji... — ele suspirou fraquinho e deixou um beijo no meu pescoço antes de voltar a apoiar o queixo em meus ombros, assim como eu fazia no dele. — Eu amo você e quero você, como é agora. As coisas até poderiam ser mais fáceis, mas não sei se seriam exatamente desse jeitinho. Vamos dar um jeito, Ji. Você queria que eu fosse um alfa?

— Você está certo... Só quero que você seja o Jungkook. Vou ser o Jimin também.

E toda a luta que travamos, todas as dúvidas que tivemos, o medo de sermos caprichosos demais, de percebermos que era melhor ter ficado em casa, dissolveu-se no nosso primeiro final de semana juntos. Só nós, na nossa casa. Nunca nos sentimos tão certos e tão bem quanto naquele momento.

Acordei acolhido pelos braços de Jungkook e pelos lençóis, tudo tão gostoso e tão nosso que parecia um conto de fadas. Fiquei admirando o rostinho do meu namorado e o cheiro dele tão perto do meu até que ele acordasse também, espreguiçando-se brevemente antes de me abraçar com mais firmeza.

E ele tinha um sorriso tão lindo no rosto. Eu também.

Ainda um pouco sonolentos, levantamos para lavar o rosto e escovar os dentes. O banheiro era apertado, mas aquilo definitivamente não era um problema. Jungkook aproveitou para me abraçar por trás e apoiar o queixo no meu ombro, acariciando com a mão livre a pele nua do meu quadril.

Nos encarei pelo espelho do banheiro e o reflexo era tão lindo que doía. Sempre quis poder nos emoldurar em todo canto, enxergar nossa união em pequenos detalhes. E ali a gente podia. A gente não precisava ouvir reclamações do nosso cheiro doce nos lençóis, mesmo quando apenas tirávamos um cochilo juntos.

Jungkook foi mais rápido que eu escovando os dentes e deixou um beijo na minha bochecha antes de sair do banheiro apertado. Segui logo depois e encontrei ele esquentando água para fazer café para nós.

— Que ousadia mexer na cozinha pelado, amor — comentei, rindo, antes de ir sentar na nossa cama. Observei quase sem fôlego a silhueta dele, tão familiar, porém com um sentimento completamente diferente. Eu amava a cor da pele dele, mas agora era ainda melhor de observar sob o jogo de luz e sombras devido ao sol que entrava timidamente na nossa janela.

— Você também tá pelado — ele fez questão de lembrar.

— Não estou na cozinha.

— Isso é uma forma de pedir que eu me vista, bebê? — Ele riu e veio até a mim, inclinando-se para me dar um beijo que correspondi com aquele entusiasmo quase sonhador de estar vivendo o que sempre quis. — Pensei que apreciasse a vista.

— Aprecio... — Como que para provar minha fala, deslizei minhas mãos por todo caminho de suas costas, passando por sua bunda até parar nas coxas.

Foi incentivo o suficiente para que Jungkook sentasse de frente em meu colo e me puxasse para um novo beijo, com o gostinho da nossa pasta de dente, que escolhemos juntos no mercado. Suspirei, era muito bom estar acordando com um beijo dele.

— Seu cheiro... — mumurou ao enterrar seu rosto em meu pescoço. — Ele é tão gostoso que vai ser até frustrante comer as coisas normais passando o dia inteiro com você.

— Isso foi uma fala romântica ou é só você falando que quer me comer na cara de pau mesmo?

— Os dois. — Ele riu contra meu pescoço, me arrepiando. Deixou um último beijo nele antes de se afastar e me soltar porque a água provavelmente já tinha fervido.

Passou o café e voltou com duas xícaras, entregando uma para mim enquanto sentava-se ao meu lado. Suspiramos e ficamos encarando o azul do céu, visível pela janela. Quietos, apoiados um contra o outro com as xícaras de café nas mãos, apreciando a nossa nova realidade.

Tudo parecia muito novo, mas ao mesmo tempo era regado de familiaridade. Provavelmente por causa de Jungkook; até quando as coisas mudavam ao meu redor, compartilhar as coisas com ele parecia trazer aquele conforto de lar. Talvez aquilo explicasse minha urgência de poder me mudar com ele, porque ele era meu lar.

Encarei a kitnet silenciosamente. Praticamente tudo estava em seu lugar, o que foi uma correria enorme e cansativa durante a semana, mas agora estava sendo satisfatório olhar. Os únicos traços da nossa mudança eram as caixas de papelão dobradas na frente da porta, pra que a gente descesse com elas depois.

— Ji... isso também é estranhamente confortável pra você? — ele perguntou baixinho, a cabeça apoiada em cima da minha, que repousava em seus ombros. As xícaras vazias estavam apoiadas em nosso colo.

— Muito.

Ele desencostou de mim e virou-se na minha direção, fiz o mesmo depois de pegar sua xícara e apoiá-la junto com a minha rapidamente na pia da cozinha. Jungkook esperou com um sorriso que transitava entre o brincalhão pelo meu incômodo com as louças e apaixonado, porque ele gostava de olhar para mim daquele jeito, como eu também tinha muito prazer de fazer ao encará-lo.

Assim que sentei, tive as bochechas tomadas por suas mãos cuidadosas que me traziam para perto. Deixou um selinho bobo em meus lábios e sorriu. Não consegui deixar de acompanhar, porque seu sorriso era tão lindo... os dentinhos, o nariz que franzia e os olhos que espremiam. Após um beijinho de esquimó, apoiou nossas testas.

— Obrigado por ter entranho nessa loucura comigo, bebê — sussurrou baixinho e me derreti com seu tom de voz rouquinho.

— Foi um prazer... — respondi no mesmo tom, mas logo ri. — Mas é cedo pra agradecer, estamos morando juntos não faz nem uma semana, vai que a gente é daqueles casais que brigam.

— Eu estava sendo romântico... — ele resmungou.

— Eu sei. Eu tava te devolvendo na mesma moeda... você ama fazer esse tipo de comentário.

— É verdade — ele admitiu, rindo baixinho e gostoso. — Mas por enquanto acho que estamos bem. A gente praticamente só vai passar o final de semana juntos e olhe lá, porque ainda tem os estudos e as outras coisas. Durante a semana, só cair no sono e acordar. Será que a gente consegue arranjar briga na cama? A gente dorme junto há muito tempo já...

— Verdade, a gente já superou a crise do seu roubo de cobertor — concordei. — Acho que está tranquilo.

— Aí quando nos formarmos e só tivermos que trabalhar, acho que pode sobrar mais tempo pra briga. Mas se tudo der certo, a gente já vai ter mais dinheiro e se for o caso a gente aluga apartamentos diferentes um do lado do outro e vive uma eterna festa do pijama. Pode ter certeza que vou passaar mais tempo no seu apartamento do que no meu, aposto que você vai decorar ele melhor.

— Essa é sua forma de evitar o problema? — Caí em uma gargalhada com os planos de Jungkook.

— Não é genial? Acho que não tem problema um casal não se dar bem morando junto, são coisas diferentes. E se o problema é morar junto, que a gente more separado! — argumentou com tanto afinco sobre nossas hipotéticas brigas morando juntos que caí ainda mais na gargalhada, tombando na cama. Jungkook veio junto, deitando por cima. — Imagina nosso filhote... vai poder ser esnobe com os coleguinhas na escola falando que os pais dele têm dois apartamentos! E pode escolher ir no que quiser porque vai estar a uma porta de distância. Já pretendo comprar coisas gostosas pra deixar na minha geladeira, então comece a pensar nas suas estratégias para lutar comigo pela atenção!

— Você pretende criar um filhote esnobe e interesseiro? — Ri com o jeito simplista dele de ver as coisas. Mesmo assim, se fosse com ele, eu sentia que daria certo.

— Não tem como ser melhor do que isso sendo meu filhote, e é aí que você entra. Você é a salvação e vai fazer com que seja um docinho.

— Bobo... como se você fosse ser um pai ruim... — Puxei seu rosto para perto do meu, dando um selinho nele.

— Enfim, o ponto é... a gente dá nosso jeitinho de conversar e fazer dar certo. Enquanto você estiver apaixonado por mim e vice versa, a gente dá nossos pulos.

— Isso que significa namorar um engenheiro? — provoquei. — Ter solução pra tudo?

— Acho que sim, mas infelizmente seu namorado ainda tá longe de ser um engenheiro, você me responde daqui alguns anos.

Assenti e Jungkook caiu deitado ao meu lado na cama, logo nós dois estávamos colados um no outro. Afundei o rosto em seu pescoço, inebriado pelo seu cheirinho floral.

— Então você realmente acha que tudo vai dar certo, Kook? — perguntei baixinho, como se fosse uma criança. Os medos e obstáculos eram tantos que me deixavam nervoso.

— Tudo é uma palavra forte, Ji... acho difícil tudo dar certo, especialmente quando o resto do mundo dificulta tudo pra cima da gente. Mas a gente vai enfrentar isso e o que for mais importante vai dar certo.

— Uhum... — Assenti e suspirei, pensando o quanto as coisas eram desnecessariamente difíceis. Ou melhor, dificultadas. — Aliás... suas mães desistiram da ideia de achar um alfa para te marcar?

— Não. Elas estão tentando me empurrar aquela que queria passar o último cio comigo. Parece que gostaram dela...

— Ah...

— Ji, eu não tenho interesse e elas não podem me obrigar a ficar com ela. Uma hora vão desistir, tenho certeza. — Acariciou minha cintura, tentando me acalmar. Me senti bobo por aquilo.

— Eu sei, amor... Desculpa, não é sobre eu não confiar em você. É só que... parece tão cansativo pra você ficar fugindo das próprias mães.

— É um pouco... e tudo isso por causa de uma marca estúpida.

— Será que se a gente conseguisse se marcar resolveria isso? — ponderei, porque nunca tinha pensado nisso. Ômegas não se marcavam.

— Quer tentar? — ele perguntou, o tom de voz mais altivo.

— O quê?

— Me marcar — respondeu simplesmente, como se não estivesse falando de algo completamente improvável. Sentou na cama e me puxou pro colo dele, fazendo que eu não conseguisse conter um arfar com a proximidade de nossas peles. — E eu tento te marcar.

— Ômegas conseguem marcar? Eu nunca ouvi falar nisso... — murmurei, mas a ideia de conseguir fazer aquilo me apetecia, assim como o cheiro floral de Jungkook cada vez mais forte e a forma como nossos corpos já começavam a queimar um contra o outro.

— Também não, mas podemos tentar. E não importa se não for que nem uma marca de alfa também. Desde que a gente carregue nossa marca, bem sucedida ou não, como a lembrança da nossa união em vez de uma cicatriz no corpo que ateste que somos propriedade de alguém, que somos constantemente vigiados por alguém, está tudo bem. É até melhor que seja diferente, porque aí a gente dá nosso próprio significado pra ela.

— Kook, você realmente é muito romântico quando quer... — suspirei, completamente apaixonado, antes de puxá-lo para um daqueles nossos beijos intensos e de encaixe perfeito. Se nosso beijo era perfeito, como uma marca não seria?

— Mas acho que nosso romance é sempre intensificado pelo tesão... — falou contra minha boca, o tom agora rouco reverberando sensualmente em meu corpo enquanto ele descia as mãos pelas minhas costas e deslizava entre minhas nádegas. Atestou com o dedo médio o quanto eu já estava excitado. — Por que a gente é assim?

— Você não parece estar achando ruim... — gemi fraquinho ao ser penetrado pelo seu dedo, arqueando as costas, completamente tomado de tesão. Mas logo o contato gostoso parou, apenas para Jungkook me provocar levando seu dedo à própria boca e provando do meu slick.

— Longe de mim... — Riu ladino depois de me fazer perder o ar ao chupar de forma tão lasciva o próprio dedo, como se meu gosto fosse o melhor do mundo. — Eu amo seu gosto e seu cheiro. Amo você todinho.

— Também te amo... — suspirei e busquei seu pescoço, chupando-o. Ele estremeceu debaixo de mim, sua ereção endurecia cada vez mais contra mim.

— Quer tentar marcar aí? — ele perguntou, parecendo ansioso com nosso pequeno experimento.

— Não... isso pareceria com as outras marcas, não acha? Vamos dar um significado diferente. Onde você quer que eu te marque, amor?

— Hm... — Ele pareceu pensar e aproveitei a brecha para morder seu lábio inferior, puxando-o na minha direção. Era culpa do Jungkook por ser tão desejável! — Que tal no quadril?

— Por quê?

— Porque é um lugar que só você tem acesso... um lugarzinho que só você realmente conhece. — Corou um pouco ao falar, e fiz o mesmo. Nós dois suspiramos um na boca do outro, extasiados.

— Nesse caso poderia ser nessa sua bunda linda também... — brinquei, tentando recuperar meu racional já que toda vez que o cheiro de Jungkook ficava forte daquele jeito, eu era facilmente tomado só pelo prazer.

— Ji, você realmente tá roubando meu papel dos comentários incovenientes hoje. — Ele riu, divertido. — Bunda é sexual demais, quero no quadril.

— Sim, senhor! — concordei junto a um sorriso antes de empurrar seus ombros, fazendo com que ele ficasse deitado embaixo de mim. Nós dois gargalhamos de novo, leves. Sem me aguentar de vontade, rebolei uma última vez contra sua ereção, o encaixe entre nós completamente delicioso, e belisquei seus mamilos, próximos demais das minhas mãos apoiadas em seu peito.

Saí de cima dele, sentando ao lado. Suspirei, sem acreditar que eu poderia aproveitar daquela visão que era Jungkook, entregue e nu, deitado na nossa cama com os olhos semicerrados, esperando por mim. Oferecendo aquela visão a mim. Com a ponta dos dedos, mapeei completamente aquele corpo tão lindo. Desenhei os ombros e braços, voltando à clavícula, ao peitoral, passando pelas costelas e pela a barriga até o quadril, que segurei, reconhecendo o local com meus polegares. Jungkook suspirava fraquinho, cheio de expectativa.

Me inclinei em sua direção e lambi a pele quente. Ali, o cheiro de Jungkook era tão forte que minha mente nublava de prazer; era delicioso. Porém, ao mesmo tempo, eu estava mais atento que nunca às minhas ações. Eu ia marcá-lo, atestar, do nosso próprio jeito, que a gente acreditava na profundidade da nossa união.

O cheiro forte dele fazia meus caninos latejarem e, sem me aguentar mais de vontade, mordi com força seu quadril, fazendo com que Jungkook gemesse e contorcesse embaixo de mim. Firmei meus dentes por alguns segundos antes de me afastar e começar a beijar as marcas fundas e avermelhadas que deixei, tentando compensar a ardência que Jungkook provavelmente sentia junto a um carinho nas coxas.

— Como você está, amor? — perguntei depois, engatinhando até sua cabeça apoiando meus braços ao redor dela para poder dar um beijo em seus lábios.

— Cheio de tesão. E apaixonado pra caralho — respondeu com uma risadinha antes de levar suas mãos na minha bochecha e me puxar para mais um beijo, mais intenso daquela vez.

— Então o de sempre. — Nós dois gargalhamos, tranquilos com nossa proximidade. — Sou só eu que não consigo ouvir seus pensamentos e sentir suas emoções ou...?

— E isso importa? — ele respondeu com um sorriso. — É a nossa marca, não a dos outros. A gente sempre pode falar o que tá sentindo e pensando um pro outro. E, sinceramente, você não acha isso mais legal? A gente não tá compartilhando por causa de uma mordida, e sim porque a gente quer que o outro saiba.

— E o que você tá pensando, Kook?

— Que eu te amo, Ji — respondeu como se fosse óbvio. E talvez fosse mesmo.

— Então acho que a gente tá compartilhando mesmo... porque também tô cheio de tesão, apaixonado pra caralho e pensando que te amo. — Era aquilo. Uma marca não precisava fazer aquele trabalho por nós, a gente já fazia. Jungkook empurrou meus ombros, fazendo que a gente trocasse de posição.

— E onde você quer que eu te marque, bebê? — Seu olhar em mim queimava, intenso. Tão intenso que parecia me fazer derreter em suas mãos. Jungkook era daquele jeito, e ele era o único em toda minha vida que tinha despertado tudo aquilo em mim. Um ômega, assim como eu.

— No quadril também, amor. Já que temos essa opção, quero que nossas marcas combinem — sussurrei.

— Jurei que ia pedir na bunda. — Riu, quebrando a seriedade do jeitinho de sempre, mas mantendo nossa leveza, paixão e tesão. Aquilo não mudava.

Fez um caminho de beijos pelo meu corpo até chegar no meu quadril, como se ele fosse a coisa mais preciosa do mundo. E Jungkook realmente me fazia sentir como se fosse. Arrastou seu nariz por lá e inspirando profundamente, parecendo deliciado como sempre com meu cheiro. Era por causa dele que eu gostava tanto de pêssego e mel também. Nosso cheiro igualmente doce nunca foi um empecilho, e sim nossa conexão, porque sempre foi bom demais.

Não demorou muito para que eu sentisse seus dentes cravarem minha pele. Uma onda de calor e de euforia preencheu meu corpo com o ato. Não era biológico, nem destinado, eram só os sentimentos que eu construí com Jungkook tomando posse das reações mais primitivas e puras de meu corpo.

Assim como eu, deixou beijos em cima das marcas fundas, doce como só Jungkook poderia ser, gostoso como só nele era por ser azedinho também. A combinação perfeita da personalidade que também era regada pelo seu cheiro floral e único.

Voltou a deitar e me puxou para cima dele, entrelaçando nossas pernas. Compartilhávamos cada pedacinho de pele que conseguíamos juntar; os peitos com a respiração afoita pelo significado de tudo aquilo tentando compensar o ar que perdíamos com nossos beijos insistentes e apaixonados. Os corações, que palpitavam pela nossa continuação, pelo nosso começo, pelas nossas dificuldades e pelo nosso compromisso.

Pelo nosso namoro, que tinha começado como uma forma infantil de jogar as regras do jogo e agora era uma prova de que a gente não o obedecia, e nem precisava. Pelas marcas não de posse, mas de união. De querer compartilhar um com outro, de acreditar que nós nos engrandecíamos. De saber que, um com o outro, tínhamos apoio pra ser mais individualmente. Jungkook sempre me fazia derreter, de todas as formas possíveis. Uma infinidade de sentimentos queimavam em meu peito, intensos e doces.

Doces, como sempre fomos. E como não deixaríamos de ser. 

⇢🍑⇠

Os jikook românticos que se declararam pelo cu............. o que dizer, né, foi novidade pra mim também kkkkkkkk imagina eles tendo que contar pras crias como que começaram a namorar

Bem, espero muito que tenham gostado da fanfic, da temática, das coisas que foram abordadas e como foram abordadas! Fazia mto tempo que eu não postava um smutzinho também kkkkk espero que tenha gostado disso também!

Eli, você comentou esses dias que tava ansiosa porque acha que eu sempre trago coisas diferentes pras minhas fanfics, e espero que tenha dado certo nessa também! Incorporei a boiolice, o cheiro doce + a marca no quadril que você pediu, mas espero que de uma forma inesperada hihi Espero que tenha gostado do presente e feliz natal!!

Beijinhos de luz!

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