H A R R Y 🦁
— Outra noite, eu estava na biblioteca, na sessão reservada e li algo meio estranho, sobre uma espécie de magia rara. Se entendi bem, ela se chama Horcrux.
— Como é que é?
— Horcrux. Me deparei com o termo, enquanto lia e não entendi perfeitamente.
— Não sei bem o que estava lendo, Tom, mas é magia das trevas, bem sombria.
— É por isso que...eu vim procurá-lo.
— Horcrux é um objeto, no qual uma pessoa esconde parte de sua alma.
— Mas, eu não entendo como isso funciona, senhor Slughorn.
— A pessoa divide a própria alma e oculta parte dela em um objeto. Fazendo isso, está protegido, se for atacado e seu corpo destruído.
— Protegido?
— A parte da sua alma, que está escondida, sobrevive. Em outras palavras, você não pode morrer.
— E como alguém divide sua alma, senhor?
— Acho que você já conhece a resposta, Tom.
— Matando!
— Sim. Matar divide a alma. É uma violação da natureza.
— Só se pode dividir a alma uma vez, professor?Poderia dividi-la, por exemplo, em sete?
— Sete?Pelas barbas de Melin!Não é ruim o bastante, pensar em matar uma pessoa?Repartir a sua alma em sete partes...Isto é só uma hipótese, não é Tom!?Uma teoria acadêmica.
— É claro, senhor. Será o nosso segredinho!
Me afastei bruscamente da penseira de Dumbledore, assustado e confuso com a lembrança que Slughorn, escondeu de todos, por anos. Minha atenção foi voltada para o diretor, que parecia desnorteado com tamanha informação.
— Vai além do que eu imaginava! – Dumbledore negou com a cabeça
— Quer dizer...acha que ele conseguiu fazer uma horcrux? – o questionei
— Oh, sim, com certeza conseguiu!E não apenas uma. – Dumbledore concluiu
— O que pode ser? – suspirei, me sentindo perdido com toda essa situação
— Pode ser qualquer coisa. Qualquer tipo de objeto. – Alvo levantou, indo até sua mesa e eu o segui. — Um anel, por exemplo. Ou um livro.
— O diário de Tom Riddle. – segurei o objeto
— É uma Horcrux, sim. Há quatro anos, quando salvou Gina Weasley, você trouxe isto. Eu sabia que era um tipo de magia diferente, sabia que era magia negra. Mas, até esta noite, eu não sabia o quão poderosa era. – Dumbledore pegou o diário de minha mão
— E o anel? – encostei levemente no objeto e algumas memórias do lorde das trevas, invadiram minha mente, fazendo com que eu me afastasse imediatamente
— Era da mãe de Voldemort. Difícil de achar, mais difícil ainda de destruir. – sua voz fez um arrepio gélido percorrer minha espinha.
— Mas, se pudesse encontrá-las e destruir cada Horcrux...
— Destruiria Voldemort. – Dumbledore me interrompeu, esclarecendo o óbvio
— Mas, como?Podem estar em qualquer lugar, não!? – arqueei a sobrancelha
— É verdade. Mas, magia sobretudo das trevas, deixa rastros. – Alvo falou, sugestivo
Por um breve momento, a garota loira, ofidioglota, fonte de poder máximo para Voldemort e digamos que bem estranha, Lilith LeBlanc, veio em minha mente.
— Uma pessoa poderia ser uma horcrux? – indaguei, tentando comprovar minha teoria
— Podemos dizer que sim. – Dumbledore me encarou atento, tentando entender minha teoria
— Então acho que acabei de descobrir quem é a Horcrux mais poderosa, que carrega a maior parte da alma de Voldemort e seus poderes. – ajeitei meu óculos, nervoso
Dumbledore pareceu pensar um pouco e após chegar em uma conclusão, sua expressão foi de confusão, para tristeza.
— Lilith LeBlanc.
Enquanto Lilith viver, Voldemort viverá!E isso não pode acontecer.
[...]
L I L I T H 💜
Enquanto Draco e eu subíamos as escadas da torre de astronomia, eu tentava me convencer de que estávamos fazendo a coisa certa. Estávamos tentando salvar nossas vidas.
Ao chegarmos até o topo da torre, soltei a mão de Draco e peguei minha varinha, a deixando em posição de ataque.
— Boa noite, Draco e Lilith.
O diretor de Hogwarts, nos saudou, tranquilamente. Agindo como se não houvessem duas pessoas o ameaçando naquele exato momento.
— O que os traz aqui nesta bela noite? – novamente, Dumbledore nos indagou
— Quem está aqui?Ouvi o senhor falando com alguém. – Draco o acusou
— Eu costumo falar comigo mesmo. Acho extremamente útil!Você tem falado com si próprio, Draco? – Alvo continuou, tentando mexer com a cabeça de meu companheiro
— Chega de jogos mentais!Não estamos aqui para isto. – falei entre dentes, tentando fazer minha mão parar de tremer
— Draco, Lilith!Vocês não são assassinos. – Dumbledore deu um passo à frente
— Como sabe quem nós somos? – ri sem humor
— Fiz coisas muito chocantes. – Draco se pronunciou
— Oh, como enfeitiçar Catia Bell e esperar que ela me entregasse o colar enfeitiçado?Ou trocar uma garrafa de hidromel por uma com veneno?Me perdoe, Draco, mas suas ações são tão tolas, que não creio que queira realmente me matar. – o mais velho debochou
— Ele confia em mim!Eu fui o escolhido!Confia em nós dois. – o Malfoy ergueu a manga de seu paletó e de sua blusa, mostrando sua marca negra
— Onde está sua marca, Lilith? – fui questionada por Alvo
— Eu não tenho ainda. Sabe como funciona, não sabe!?Primeiro, preciso mostrar serviço. – dei de ombros
Por dentro, eu estava tremendo e não havia uma parte de meu corpo, que não estivesse receosa ou assustada, mas, não deixaria que Dumbledore percebesse isto. Elizabeth sempre diz que nosso oponente, não pode saber nossas fraquezas.
— Então, irei facilitar para vocês. – em um ato rápido, Draco desarmou o diretor
— Muito bom. Muito bom. – Dumbledore elogiou o loiro, mas ao ouvir barulhos estranhos vindo das escadas, a feição do diretor, mudou — Vejo que não vieram sozinhos. Há outros!Como?
Draco estava chorando, nervoso como eu e naquele momento, eu percebi que não conseguiríamos fazer aquilo. Não conseguiríamos matar Dumbledore, a não ser que eu utilizasse de uma pequena ajuda.
— O armário sumidouro na sala precisa. Eu o concertei. – Draco pontuou
— Me deixe adivinhar: Havia um par! – Alvo concluiu
— No Borgin and Burkes. Formam uma passagem.
— Inteligente!Draco e Lilith, há alguns anos, conheci um garoto que fez todas as escolhas erradas. Por favor, deixem-me ajudar. – Dumbledore insistiu, calmo como sempre
— Este garoto, é o meu pai. Voldemort é o meu pai e se nós não fizermos o que ele deseja, iremos morrer e eu sou egoísta de mais, para poupar sua vida, diretor. – falei, sentindo meus olhos encherem de lágrimas
Eu não era uma assassina...não era!
— Não queremos a sua ajuda!O senhor não entendeu?Temos que fazer isso, eu tenho que fazer isso. – Draco vociferou, chorando
— Ora, ora. Vejam só o que temos aqui. – Bellatrix chegou a torre, acompanhada por mais alguns comensais — Muito bem, Draco!
— Boa noite, Bellatrix. – Dumbledore a saudou — Creio que fará as apresentações, não fará?
— Eu adoraria, Alvo, mas acho que estamos com o horário apertado. – a comensal deu de ombros — Vamos lá, Draco!Faça!
— Ele não tem coragem, igualzinho ao pai dele. Deixe que eu acabou com Dumbledore. – um comensal argumentou
— Não!O lorde das trevas foi bastante específico. Este é o seu momento, Draco!Mate-o!– Bellatrix falou entre dentes, irritada
Esperamos que Draco lançasse o famoso feitiço proibido, em Dumbledore, mas nada aconteceu. Dei um passo para trás e retirei do bolso interno de minha jaqueta, o frasco que havia adquirido na aula de Slughorn. Sem pensar duas vezes, ingeri todo o líquido e senti a confiança correr por minhas veias.
— Avada Kedrava
O feitiço foi lançado através de minha varinha e o diretor foi lançado para trás, caindo da torre. E então, em um estalo, a culpa me atingiu.
Eu havia matado alguém!Havia...havia matado Dumbledore.