Truth

By NicollefPaynee

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"E, sim, era verdade que eles não se conheciam muito bem, mas diante do pouco tempo que haviam estado juntos... More

Prólogo
Início de tudo
Henry
Henry
Beatriz
Henry
Olivia
Henry
Henry
Olivia
Olivia
Henry
Olivia
Henry
Olivia
Henry
Olivia
Henry
Olivia
Olivia

Olivia

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By NicollefPaynee


     A noite chega, com ela a lua brilha no céu como um presente para o casal. Estou sentada no banco de trás do carro que Mase alugou para usar na cidade. Henry se recusou a sair de casa dando a desculpa de que já teria visto a irmã mais cedo; o que não me parecia uma desculpa cabível quando sua irmã está noivando.

— Que droga! — Mase reclama. A rua está lotada e carros estão ocupando a maior parte da extensão. Caminhamos um pouco mais de um metro até a casa onde o jantar aconteceria. Como esperava, o lugar está lindo. As mesas estão cobertas com toalhas brancas, guardanapos azuis e arranjos florais. O teto está coberto de lanterninhas, dando um brilho interessante ao lugar. No centro, há uma pista de dança feita de lajotas em preto e branco, e os garçons já estão preparados para servir.

    Caminho atrás de Mase e Blair que está deslumbrante em um lindo vestido azul que chega até seus joelhos. Me sinto bonita também, ela me ajudou a dar uma repaginada. Estou usando um vestido vermelho que marca todas minhas curvas de uma forma que me faz sentir confortável o suficiente. Nós vamos até onde parece ser Any, que está cercada por um grupo de convidados que parecem estar diante de uma diva do pop. Um sorriso aparece em seu rosto quando nos vê e ela pede licença para vir até nós.
— Uau. Você está encantadora. — Any abre os braços e cumprimenta a madrasta. — Pai. — Ela sorri.
    Balanço de uma lado para o outro esperando o momento certo para me apresentar. — Ei, eu te conheço. — Ela me observa. — Você é Olivia, a moça de quem Henry me falou. — Ele falou? Penso.

— É, sim, sou eu. — Any abre os braços e eu me aconchego neles sentindo um afeto percorrer meu corpo. — Fico feliz que esteja aqui. Pensei que não viria quando ele recusou meu convite para traze-la. Mas é o Henry e não da para leva-lo a sério. — Suas mãos seguram meu ombro e ela olha ao redor. — Não estou vendo ele.

— Ele... — Mase olha para a filha que espera uma resposta. — Vai se atrasar. — Ele mentiu?

— Venha, vamos sentar — Blair me chama enquanto Any atende outros convidados.

    Dou uma olhada no lugar enquanto eles conversam. As pessoas estão se acomodando e tento encontrar uma mesa. Disparo para uma perto da saída.

    Começo a me ajeitar quando escuto uma voz masculina muito familiar vindo por trás de mim: — Gosto de vermelho. — Me viro rapidamente e me deparo com Henry parado ali, bem atrás de mim. Algumas horas depois da última vez em que nos falamos.

— Hã? — É tudo que consigo falar e ele sorri.

— Gosto da cor vermelha em você. Seu vestido. — Ele faz um movimento com a cabeça que me faz lembrar que estou usando um vestido da cor.
Meu Deus, de perto consigo reparar que seu cabelo está levemente molhado, os olhos estão realçando ainda mais.

— Esqueceu quem é e resolveu vir conferir? — Pergunto e ela ri guardando as mãos nos bolsos da calça.

— Talvez tenha sofrido uma amnésia temporária.

— Bem vindo ao time. —Digo.

— Any mandou uma mensagem e não tive muita escolha. — Sorrio da forma que ele sacode o celular no ar.

— Henry Stevens — Um homem de terno cinza e cabelos dourados se aproxima de nós. — Pensei que não viria. E ainda trouxe a namorada? — Ele faz um sinal com a cabeça em minha direção.

— Ela não é... — Henry começa mas ele está próximo demais agora. —É uma amiga. — Ele diz por fim.

    O cara se apresenta e é o noivo de Any. Eles conversam um pouco sobre algumas coisas chatas que não entendo direito e logo pedem licença se afastando de mim.
    Blair e Mase sumiram no meio de inúmeras pessoas. O jantar é algo mais íntimo mas mesmo assim sinto o quanto são queridos por todas essas pessoas. Henry está um pouco afastado agora, a luz bate em seu rosto deixando seus olhos ainda mais verdes. Ele está usando uma camisa vermelha por baixo do paletó, e puta merda, como está sexy. A forma que sua mão pega na taça, faz ela parecer pequena demais, deve ser dessa forma que as mulheres se sentem quando esses dedos percorrem seus corpos.
    Droga, Olivia! Deixa de ser uma tarada. Isso me faz sentir um leve calor. Tento me abanar e vejo alguém se aproximar. É Mase. Um homem mais velho, mas que vejo nele tantas coisas do filho.

— Oi — Ele disse parando ao meu lado com duas taças em mãos. — Trouxe uma bebida. Achei que fosse gostar.

— Obrigada. — Suspirei pegando a taça.

— Está gostando? Se divertindo? — O homem de cabelos grisalhos puxa uma cadeira e senta. Eu afirmo e bebo um pouco do liquido.
Blair está conversando com Any do outro lado da sala. Vejo como Mase olha para as mulheres de sua vida e me pergunto como esse homem poderia abandonar alguém? Ele não amava a esposa? Por que fingia não ouvi-la?

    Quase todo mundo está dançando na tenda. Acaba uma música e logo começa outra, que reconheço: "Heaven", de Bryan Adams.

— Quer dançar? — Mase pergunta a mim, e eu começo a rir.

— Sério? — Rio de surpresa.

— É sério. Blair está matando a saudades da Any. É apenas uma música. — Concordo e caminho até a pista de dança ao lado do mesmoo que pousa a mão em minha cintura e descanso os braços em torno do seu pescoço.

— Eu gosto dessa música— Mase sorri e sinto suas mãos tocarem de leve minhas costas. Mantendo uma distância considerável.
Nós começamos a nos movimentar devagar. Estou tensa pensando no que Henry irá pensar ao me ver dançando com seu pai.

— Estou feliz que ele tenha vindo. — Ele diz por fim.

— É, sua filha deve ter ficado feliz.

— Ela ficou. Amo ver meus filhos juntos. — Seus olhos vão para o outro lado do salão. — Eu não sei o que Noah te contou, mas não foi verdade.

— Sobre? — Pergunto. Sua testa está enrugada e ele parece tenso.

— A morte da mãe dele. Sobre Blair. Ela não tem culpa. Minha esposa se matou. — Sua voz sai embargada.

— O senhor nunca se preocupou como Henry iria se sentir? Em cuidar de uma mulher que claramente precisava de ajuda? Ele era uma criança. — Dou um passo para trás me afastando de seus braços.

— Eu fiz o que pude...

— Olha, eu sou apenas uma garota que Henry tem ajudado. Não preciso das suas explicações. — Tento conte-lo quando abre a boca para falar.
Olho para o lado e vejo Henry se aproximar. Ele está com um rosto imparcial. Não sei bem como descreve-lo. Mase me da um sorriso triste após encarar o filho. Ele sabe que deve ir.

— O que ele queria? — O homem que me faz sentir estranha de uma forma diferente pergunta tocando meu braço de leve.

— Nada. — Digo.

— Me concede essa dança? — Um sorriso aparecem em seus lábios. Concordei e senti nossos corpos se grudarem e o calor, a familiaridade que não existia exatamente acontecer. Apoiei a cabeça em seu peito.
    Ficamos em silêncio nos primeiros segundos da música quando ele quebrou o silêncio: — Pensando em quê?

— Sei lá! Desde quando você dança em festas de casamento? — perguntei me policiando para não respirar fundo aquele cheiro que eu tanto queria perto de mim.

— Não sou esse idiota que provavelmente você criou na sua cabeça.

— Então realmente não sei o que pensar sobre você. Não sei quem é o cara que está dançando com as mãos na minha cintura. — brinquei e ele riu.

— E o que gostaria de saber? — Henry me puxou para mais perto de si enquanto nos movimentávamos de um lado para o outro.

— É... qual sua cor favorita? — Deixei um longo suspiro sair pelas minhas narinas e relaxei em seus braços.

— Verde? — Ele diz em dúvida. Rio.

— Do que você mais tem medo? — Pergunto. Ele fica em silêncio.

— De não conseguir ajudar você a se encontrar. — Henry admitiu por fim e fiquei em silêncio digerindo aquelas palavras que tinham mais efeitos do que ele pudesse imaginar.

— Obrigada. É muito importante para mim. — Admiti.

— O que acha que vai acontecer quando suas memórias voltarem? — Sinto seu peito subir e descer. Ele descansa a cabeça no topo da minha cabeça.

— Provavelmente recomeçar de onde eu parei.

    De repente ele para. Seus pés travam no chão e toca meu queixo para que eu olhe para ele. Seus olhos estão me comendo viva e da para notar isso.
Quero saber como reagir, mas me sinto tão confusa e o conheço por tão pouco tempo que simplesmente não sei como agir. Seguro seu braço com força e ele olha por cima do meu ombro.

— Quer sair daqui? Não vai ter nada de legal mesmo.

— E para aonde você quer ir?

— Para o bar que te conheci. — Ele diz mas seus olhos estão presos no fundo da tenda. Tento olhar para o que ele esta vendo mas ele pega meu pulso e me puxa para fora.
    Não reclamo, apenas concordo e ando ao seu lado. Mas sinto que algo está estranho. 



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