Melinda
Passar o fim de semana com a família do Max e da Ayla foi divertido e diferente, faz muito tempo que não me sinto assim, como se estivesse em família.
Depois da praia de ontem acabei dormindo e só os vi de novo hoje pela manhã seguinte, quando eles vieram me trazer um bolo de chocolate que tanto amo.
A Malu é um doce, o que fez eu me perguntar como seria a sua irmã, do jeito que a Ayla e o Max falam dela imagino sendo uma pessoa muito boa.
O Andrew é divertido e extrovertido, não muito diferente do seu irmão, o mais engraçado é como ele fica bravo quando a Ayla erra a pronúncia do seu nome.
Como ainda é domingo e eles não vão ficar por muito tempo decidir fazer um jantar hoje e não deixei de convidar o Joseph e a Vick, afinal, eles são a minha família.
- Você vai usar essa roupa?- Vick me pergunta assim que termino de me arrumar. Olho para minha roupa em busca do há nela.
É um vestido que fica um pouco acima do joelho, ele é na cor azul e não é muito justo e nem muito solto.
- O que tem de errado com a minha roupa?- pergunto ainda me analisando.
- Nada, esquece. - Ela bufa e revira os olhos. - Vamos descer logo. - ela diz e eu concordo.
Chegando na cozinha ela me ajuda a terminar de colocar as comidas na mesa, já estava chegando o horário combinado.
- Qual o motivo do jantar mesmo?- Vick pergunta assim que colocamos os pratos na mesa.
- Mostrar hospitalidade para a família do meu vizinho. - Digo enquanto organizo os pratos na mesa.
- Você está querendo enganar quem com essa conversa?- ela arquea uma sobrancelha.
- Não estou te entendendo. - finjo não saber o que ela quer dizer com isso.
- Continue a fingir demência e perca o amor da sua vida por capricho — ela diz e parece chateada. Olho para ela sem entender.
- E por quê você acha que ele é o amor da minha vida? E eu não estou fingindo nada — digo mostrando irritação.
- A sim, então você já nasceu assim — ela revira os olhos.
- Victória!- finjo irritação ao perceber que o problema dela não é comigo e sim com ela mesma. Rimos e continuamos a por a mesa.
Depois de mais alguns minutos acabamos de arrumar a mesa.
- A louça suja você vai limpar sozinha. - Ela fala se sentando no sofá.
- Tudo bem, você já ajudou muito.- Digo me sentando ao seu lado.
Ficamos em silêncio por um tempo e acabo me lembrando de algo.
- Ele me chamou pra sair — digo de uma vez e ela arregala os olhos e abre os lábios em um sorriso imenso.
- O bonitão?
- Quem mais seria? — digo e ela da um leve gritinho.
- Você aceitou, não é? - ela pergunta com expectativa.
- Sim! - Digo animada também e ela grita de novo. - Os vizinhos vão ouvir desse jeito. - Digo e ela ri.
- Quando vai ser? Já sabe que roupa vai usar? E pra onde vocês vão?...- ela começa a me encher de perguntas, e minha resposta é a mesma para todas elas.
- Não, eu não sei de nada, ainda não marcamos o dia certo.
- Tratem de marcar. - Ela diz autoritária. - Vocês enrolam demais, céus!- ela faz um draminha típico da Victória.
- Não é assim, temos uma vida e temos que vê qual o dia melhor, também tem a Ayla.
- Eu fico com a pequena, e as outras coisas vocês deixam pra depois, foca no encontro de vocês. - Ela diz mandona como sempre, e acabo rindo.
Ouvimos a campainha tocar e gritamos juntas.
- Podem entrar!- rimos sozinhas da nossa conexão.
- Com licença.- diz o Max adentrando na minha casa com a sua família.
- Fiquem a vontade. - me levanto para cumprimenta-los.
- Tia Linda.- Ayla pula nos meus braços. - Estava com saudade. - Ela diz.
- Também estava, meu anjinho. - Digo e beijo sua bochecha.
Cumprimento a todos e a Vick faz o mesmo. Nós sentamos na sala e iniciamos algumas conversas aleatórias enquanto esperamos o Joseph.
- Cheguei família!- Joseph fala adentrando no ambiente sem bater. Típico do Joe.
Posso ver a Vick revirar os olhos e bufar de insatisfação. Sorri com isso.
Está tão na cara que eles se gostam, só eles não conseguem ver.
- Atrasado como sempre. - digo.
- Pra finalizar a noite com chave de ouro. - ele sorri convencido. - Dou-lhes a honra da minha presença no jantar.
- Jantar que já virou café da manhã, almoço e jantar de novo pela sua demora. - Vick resmunga.
- Vamos para mesa?- mudo de assunto antes dos dois começarem uma discussão.
- Iupê!- Ayla pula animada. - Minha rabiga está roncando.
Rimos do jeito fofo que ela falou.
- É barriga, filha. - seu pai a corrige.
- Foi o que eu disse. - Ela diz dando de ombros e caminhando até a mesa. Seu pai me olha e sorri para ele.
Nos juntamos a ela na mesa e começamos a nos servir.
- Você mora aqui a muito tempo?- Malu me pergunta no meio do jantar. - Quero dizer, nessa cidade? - ela complementa.
- Oh sim — respondo. - Eu sou nesta cidade mesmo e amo morar aqui.
— Eu criei a Linda desde filhote — Vick fala causando risos em todos na mesa.
— Graças aos céus que não — Joseph fala. — Ninguém aguentaria outra de você.
Eles se encaram e fazem uma careta. Ri disso.
- É um lugar muito bonito — Malu elogia a cidade e volta ao assunto ignorando o Joseph. Agradeço a ela mentalmente.
- E olha que vocês não viram quase nada. - Joseph fala.
- Receio que sim, mas estamos sem tempo dessa vez. - Andrew fala.- Na próxima visita iremos ver mais lugares dessa cidade encantadora.
- Vamos espera-los. - Digo sorrindo.
- Vocês vão me levar para escola amanhã?- Ayla pergunta para os tios.
- Pode ser, mas depois voltamos para São Paulo. - Andrew responde.
- Tá legal. - Ela diz meio triste.
- Mas não demoramos a voltar. - Malu diz com doçura.
Continuamos o jantar conversando, na verdade só a Ayla falou e nos rimos o tempo todo.
Depois do jantar eles foram para sala e eu fiquei na cozinha arrumando as coisas para me juntar a eles.
- Quer ajuda?- o Max aparece na cozinha com um sorriso lindo na boca.
- Não precisa, já estou terminando. - respondo sem jeito. Ele se aproxima e pega o pano que eu enxugava a louça.
- Eu insisto. - ele fala começando a secar a louça.
Depois de um tempo em silêncio, ele finalmente o quebra.
- Sobre o nosso encontro...- ele começa a falar.
- Já se arrependeu de me convidar?- pergunto num tom sem graça.
- Jamais faria isso. - ele sorri. - Só queria confirmar se ainda quer ir.
- Claro que quero. - Digo mais animada do que gostaria. - Quero dizer, por mim tudo bem.
Ele sorri.
- Sexta a noite?- ele pergunta e eu assinto sorrindo.
- Tudo bem pra mim. - digo. - E a Ayla?
- A Bia não pode na sexta, mas o Joseph havia se oferecido, então acho que ele vai ser o babá dela.
- A Vick pode ficar com ela se preferir.
- Ou podemos deixar os dois. - ele fala planejando algo na cabeça. Arqueio uma sobrancelha.
- Não sei quem vai cuidar de quem, mas acho que a Ayla que vai tomar conta deles - digo e rimos. Afinal tinha um pouco de verdade nisso.
Termianos a louça e nos juntamos a a eles na sala.
Antes de me sentar com eles, olho de maneira geral para todo o ambiente. Eu vejo a Vick discutindo alguma coisa com o Joseph no canto da sala, enquanto a Malu conversa algo com a Ayla que a olha com um brilho nos olhos. E o Max e o Andrew conversando e brigando ao mesmo tempo. Coisa de irmão.
Sorri com a cena que presenciei na minha sala de estar. Família reunida e brigando por tanta besteira, isso é ter uma família grande.
Me junto a eles e a conversa que eles estavam tendo.
— Vocês poderiam ir qualquer dia desses lá em casa, a mamãe está louca de saudades dessa pequena — Andrew diz. — Se não fosse pelo papai, acho que ela já teria se mudado para aqui.
Todos rimos da forma que ele fala.
— Bem, gostaria de dizer que não é verdade, mas estaria mentindo — fala o Max nos fazendo rir ainda mais. — Nem sei como ela ainda não veio nos visitar.
— Pois é — diz a Manu. — Ela ficou louca quando dissemos que viríamos, pediu para tirar várias fotos da neta dela, porque estava com saudade.
— Eu também estou com muita e muita saudade — Ayla diz e sorri.
Sorri ao ver aquela linda cena.
— Mas agora vou ter muito mais para contar, além das fotos para mostrar — diz a Manu é pica para mim.
Essa garota é bem maluquinha. Será assim a tal Maya que todos falam?
Continuamos a conversar de outros assuntos agora. A Vick e o Joe logo se enturmam nos assuntos abordados.
E assim foi a nossa noite, com uma grande e misturada família. Fazia tempo que não me sentia tão bem assim cercada de gente, pessoas que posso chamar de amigos e família.
Continua...
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Beijos, Larissa.