𝑃𝑜𝑣 𝐴𝑛𝑦
Antes mesmo que eu pudesse raciocinar o que aquele ser humano gritou, diversos gritos desesperados foram ouvidos pelo salão.
Uma gritaria desesperada se iniciou e toda a multidão do salão começou a correr em direção a saída, as pessoas se empurrando querendo sair.
Então lá estava eu, no meio de uma multidão desesperada com aquele alarme ensurdecedor tocando no voluma estoura tímpanos, sendo arrastada pra fora.
Fui arrastada pra fora pelas outras pessoas tentando ao máximo ficar de pé, pois sabia que se caísse seria pisoteada.
Quando estava quase na porta notei que havia me perdido de Josh, olhei pra todos os lados mas não havia a mínima condição de eu voltar pra lá.
Comecei a olhar em volta com medo, aonde que ele foi?
Do nada sinto uma mão tocar meu braço.
Sina: Vem Any! - grita Sina me puxando
Ela me arrastou pela multidão atropelando todos a nossa frente e quando já estávamos fora do salão, fomos guiados até a parte da frente da escola.
Lá na frente já dava pra ver sinais do fogo, com luzes fortes saindo de dentro de algumas salas e o cheiro de fumaça no ar.
Noah: o que aconteceu? Tá todo mundo aqui? - ouvi a voz do moreno
Só então percebo que havia sido levada por Sina pra perto de uma parte do pessoal, não contive o suspiro de alívio ao ver que Josh estava aqui também. Não tardei a ir pro seu lado fazendo-o me abraçar de lado.
Já podia ouvir a sirene dos bombeiros se aproximando seguida das luzes, pra chamar atenção. O esquadrão de bombeiros desceu do caminhão e foi direto pra perto da escola já isolando o perímetro.
O que eu julgo ser o chefe foi falar com o diretor, provavelmente querendo saber o que aconteceu.
Diarra: Any! - a garota estrala os dedos em frente ao meu rosto - tá bem?
Eu: tô, só estava reparando em umas coisas
Sold: você viu a Sofya? Ela disse que ia fazer alguma coisa na nossa sala com a Shivani e a Hina - pergunta
Eu nego com a cabeça vendo o desespero evidente tomar conta de grande parte dos presentes.
Joalin: eu vou entrar lá, vou achar ela - diz Joalin já ativando o modo inconsequente
Lamar: vai acabar se matando, não faça nada imprudente
Joalin: me solta! Eu vou pronto e acabou
Antes que pudéssemos falar mais alguma coisa pra fazer Joalin desistir daquela ideia e deixa os profissionais cuidarem disso, ela saí correndo em direção a entrada mas é barrada por um dia bombeiros.
Bombeiro: a senhorita não pode passar - diz barrando a loira que já estava no ápice da raiva e da preocupação
Joalin: senhorita o caralho, saí da minha frente, minha namorada e minhas melhores amigas estão lá dentro e eu vou buscá-las
Sabina: Joalin...
Joalin: Não! Eu não vou ficar parada esperando que salvem ela, eu vou lá
Sina: Joalin pensa um pouco, você não vai ajudar morrendo carbonizada, você não pode simplesmente entrar em um negócio em chamas
Eu: mas eu posso - sussurro só pra mim
Josh: Any? - acho que ele deve ter escutado mas não entendido
Tiro meus brincos junto com a bolsa e paro em frente a Joalin entregando pra ela.
Eu: me promete que vai ficar aqui?
Joalin: Any o que você..?
Eu: eu prometo que vou trazer ela
Antes que ela ou alguém percebesse o que eu iria fazer eu me teleporto pra dentro da escola, o salão que fica em frente a entrada pra ser mais específica.
Já começo a tussir de imediato, não sei se eu fui muito burra ou muito inteligente por ter entrado aqui.
A escola está praticamente toda em chamas e os bombeiros não estavam nem um pouco perto de entrar aqui, com certeza elas não iriam resistir se eu não tivesse entrado, na verdade ainda nem sei se vou conseguir achá-las mas eu prometi a Joalin e é isso que vou fazer.
Sold disse que elas iam na nossa sala, agora eu só tenho que chegar lá.
Caminho rápido mas não o suficiente pra me fazer ficar com a respiração falha, vou passando pelas salas e quase todas estavam em chamas.
Quando finalmente chego a minha antiga sala tento abrir tocando a maçaneta mas o metal estava tão quente que queimou minha mão.
Já partindo pra agressividade dei um chute com toda minha força na porta, e entrei na sala vendo 3 figuras encolhidas no fundo da sala.
Tusso um pouco pela força que usei e me aproximo a delas, elas me olham e eu vejo os seus rostos molhados.
Sofya: Any - diz baixinho já começando a tussir
Eu: temos que sair daqui, agora!
Shivani: tá tudo pegando fogo, nós vamos morrer - diz chorando
Eu: vai ficar tudo bem, vamos - digo pegando a mão de Hina - fiquem perto de mim, e tentem não tocar em nada tá bom - digo quando elas se levantam
Saímos juntas da sala, todas próximas, mas o fogo se espalhou em uma velocidade absurda, tudo, tudo mesmo já estava pegando fogo.
O calor já estava num nível insuportável e a fumaça estava me deixando cada vez mais fraca e mole.
As meninas pareciam bem, provavelmente por conta da porta sala que estava fechada, deve ter abafado um pouco o fogo e a fumaça.
Começamos a atravessar os corredores entre tussidas mas estava casa vez mais difícil andar rápido, eu só queria dormir mas sabia que se fizesse isso não iria acordar.
E quando você pensa que não tem como piorar, piora...
No exato momento que estávamos passando em frente ao laboratório de ciências ele explodiu, o fogo deve ter alcançado alguma componente inflamável.
A explosão me jogou longe juntos com as meninas, caí no chão a metros dali e tenho certeza que bati a cabeça no chão.
O barulho da explosão me deixou totalmente desnorteada e minha visão embarcou, eu não ouvia nada além de um zumbido e tentei me manter forte pra ficar acordada.
Senti uma dor insuportável no pulso e na perna também, estava doendo pra caralho.
Então minha visão desembaçou um pouco e eu vi Sofya com a cabeça de Shivani no colo enquanto Hina tentava vir até mim mas parece ter machucado a perna.
Usei todas mas minhas forças pra me levantar e ir até lá, mesmo sentindo que a qualquer momento eu iria cair no chão e desmaiar, mas eu prometi que iria levar elas não vou me dar por vencida agora e fazer com que elas morram junto comigo.
Quando cheguei perto, já conseguia ouvir um pouco melhor mas o zumbido ainda se persistia, Sofya chorava desesperada com a cabeça de Shivani no seu colo e da lado esquerdo da cabeça da garota estava sangrando bastante.
Hina estava perto, tentando a todo custo se levantar mas aparentemente ela quebrou ou deslocou o tornozelo.
Eu: barrerium protetuim absticai!!! - digo usando o que restava das minhas forças pra criar uma pequena barreira ao nosso redor impedindo o fogo de passar
Sofya: o que a gente faz? Vamos morrer - ela diz aos prantos e eu me arrasto até ela
Eu: Sofy, o pânico não vai nos ajudar agora, vamos conseguir eu prometo que vou tirar vocês daqui tá bom? Temos que ajudar a Shiv agora
Sofya: eu já tentei de tudo e ela não acorda, eu não posso perder uma das minhas melhores amigas
Então fui pega de surpresa, o cabelo de Sofya começou a brilhar em um tom dourado brilhando igual na história da Rapunzel. Olhei aqui totalmente surpresa ao mesmo tempo feliz por essa ser nossa salvação agora
Hina: Sofya, seu cabelo!
A loira encara seu próprio cabelo tão surpresa quantos nós, e eu tive uma ideia.
Eu: Sofya, você sabe como é a música que sua mãe cantava quando usava os poderes do cabelo?
Sofya: Any eu...
Eu: você sabe? Essa é a nossa única chance de ajudar a Shiv agora, se você souber você tem que tentar
Ela hesitou um pouco mas pareceu entender minha súplica.
Sofya: Brilha linda flor
Teu poder venceu
Traz de volta já
O que uma vez foi meu
Cura o que se feriu
Salva o que se perdeu
Traz de volta já
O que uma vez foi meu
Uma vez foi meu
Enquanto ela cantava, sua voz falhava provavelmente por canta do medo e dos barulhos de explosão que circulavam a nossa volta.
Mas como eu suspeitava, funcionou, auras douradas rodearam toda a barreira indo pro machucado de Shivani. O sangue todo desapareceu e assim que a música acabou Shivani abriu os olhos.
Sofya: aí meu deus, deu certo! - ela comemora abraçando a amiga e eu sorrio fraco
Eu: agora nós precisamos sair daqui, assim que eu baixar a barreira, toda a fumaça e o calor vão voltar então temos que ser rápidas
Shivani: não podemos ficar aqui? Esperar pelos bombeiros?
Eu: eu não sei por quanto tempo eu consigo segurar, se ficarmos talvez correremos mais risco do irmos
Hina: mas eu não estou conseguindo andar, meu pé tá doendo muito - choraminga
Eu: você se apoia em mim tá bom? Vamos
Assim que todas elas assentem eu me levanto ficando de pé na pequena barreira e levanto Hina a ajudando pra mesma se apoiar no meu ombro.
Derrubo a barrei e já sinto aquele ar quente bater conta meu rosto causando um pouco de dor seguida pela fumaça que entoxica meus pulmões.
Ando com Hina apoiada em mim na frente e Sofya vem com Shivani logo atrás, não muito longe claro.
O que eu não imaginava era que uma caminho de no máximo 30 passos, que eu fazia todos os dias da semana quando havia escola, se tornaria um caminho tão cansativo quanto uma caminhada de 30 quilômetros.
Já no meio do caminho e comecei a perder minhas forças de novo que não tinham sido recuperadas e com Hina apoiada em mim dificultou mais ainda.
Quando estávamos em frente a porta e eu estava quasa desmaiando já, o teto caiu em frente a porta dificultando nossa passagem.
Sem ter mais o que fazer lancei uma rajada de magia em frente a porta laçando todo aquele entulho e a porta longe.
Atravessei com as meninas e já via de longe pessoas correrem até nós, mas eu não tinha forças pra mais nada, só senti o baque do meu corpo no chão.