Melinda
Ontem o dia foi divertido, fazia anos que não me divertia assim, voltei para casa apenas no fim da noite, assim que coloquei a Ayla para dormir.
Acordei hoje no horário normal, só que com um sorriso maior que nos outros dias.
Depois de uns minutos me arrumando para o dia de hoje, vejo já estou pronta para ir trabalhar. Depois do café da manhã, subo para pegar minha bolsa e escovar os dentes.
A campainha toca assim que penso em sair para trabalhar.
— Bom dia — Max fala assim que abro a porta. Ele está com um sorriso lindo.
— Que surpresa — não costumamos nos ver de manhã cedo, só quando ele vai buscar a Ayla na escola. — Bom dia.
- Vim te oferecer carona — ele fala.
— Não está cedo para Ayla ir para escola não? — pergunto pois ele só a deixa as 7h em ponto.
— Eu sei, mas vou ter uma reunião no trabalho e tenho que deixá-la agora.
— Entendi, na verdade já estava de saída também.
— Ótimo, te espero no carro — ele fala e deposita um beijo na minha bochecha, se vira e caminha até a garagem da sua casa.
Eu fico parada mais alguns segundos ali na porta. Coloco a mão sobre a bochecha que ele acabará de beijar. Entro em casa ainda desnorteada e pego as minhas coisas.
— O que você está fazendo comigo? — pergunto para mim mesma antes de ir até ele.
Ele me esperava fora do carro, mas a Ayla já estava no banco de trás, presa na sua cadeirinha.
— Aqui senhorita — ele fala abrindo a porta do carro para que eu entre.
— Grata — sorri para ele antes de entrar no carro. - Bom dia, princesa. - Digo para Ayla.
— Bom dia, tia — ela sorri.
Max entra no carro e seguimos para a escola.
O caminho é curto, então em pouco tempo chegamos. Max sai do carro primeiro e abre a porta para mim e depois ajuda a Ayla a sair da cadeirinha.
- Boa aula, pra duas. - ele fala e deposita um beijo na bochecha da Ayla e depois vem na direção da minha, mas recua. - Desculpa, tenho que aprender a separar as coisas - ele fala.
- Obrigada pela carona, e bom trabalho pra você também. - Digo estendendo a mão, ele a pega selando as duas como um comprimento.
- Já que estamos sendo profissionais. - ele fala soltando as nossas mãos. - Poderia levar a Ayla com você para casa hoje? - ele pergunta e acabo rindo.
- Sim, muito profissional. - ele sorri envergonhado.
- Se não puder eu ligo para Bia e vejo se ela está livre hoje.
- Estou brincando, Max. - Digo rindo. - Não precisa se preocupar, vou cuidar muito bem dela. - Digo e olho para ela.- mas deixa o celular ligado por precaução.
- Claro.- ele sorri. - Obrigado. - ele fala se virando, mas volta em seguida. - A propósito, sábado foi um jantar de negócios, comemoração pelo projeto novo e a culpa por chegar atrasado foi do seu amigo Joseph, mas não posso contar o que ele fez ou falou, já que o mesmo estava bêbado e nem vai lembrar.
- E só ele aprontou, não foi?- Digo séria.
- Sim, eu fiquei de babá dele a noite toda. - ele fala. - Eu só tenho olhos para uma mulher, e ela é muito teimosa e está difícil de convencê-la disso.
- Ou você que é péssimo demonstrando sentimentos. - Digo provocativa. Ele ri e logo rebate.
- E ela faz isso muito bem, né?- ele ri divertido e fala. - Continuamos essa conversar a noite, vejo vocês mais tarde.
Ele volta para o carro e entro na escola com a Ayla.
- Você namora o meu papai?- ela pergunta assim que entramos na sala.
- Por que acha isso? - Pergunto ainda supresa com seu questionamento.
- Vocês brigam como namorados, e a tia Maya falou que o papai gosta de você.
- Primeiro que a gente não estava brigando, meu amor. - Digo me sentando na minha cadeira. - E segundo que não, eu e o seu pai não namoramos.
- E quando vocês vão começar? - ela pergunta se sentando no meu colo. Eu fico sem jeito, mas respondo.
- Quando e se acontecer você vai ser a primeira a saber, eu prometo. - Digo para ela que sorri satisfeita.
Ela me ajuda a organizar a sala para as aulas de hoje, confesso que essa é a parte chata do dia, mas gostei de fazer isso com ela.
Depois de alguns minutos o sinal toca e os alunos começam a entrar.
- Bom dia, tia Linda!- eles gritam quando estão posicionamos em seus devidos lugares.
- Bom dia, crianças. - sorri. - Hoje vamos começar com o alfabeto.
Todos se sentam e abrem os seus livros que já estavam na mesa.
--♡--
Estamos no intervalo e a Vick veio para minha sala.
Ela quis saber porque eu não atendi as suas ligações no domingo e acabei contando tudo que aconteceu no fim de semana com meus vizinhos.
- Ainda não acredito que você dormiu com o bonitão. - Ela fala. A mesma está com uma expressão de surpresa desde que falei que dormimos na mesma cama.
- Eu não dormi com ele, só na mesma cama que ele e a Ayla.
- Porque isso muda muita coisa, não é mesmo? - ela fala com ironia.
- Não veja malícia onde não tem.- ela me encara com um sorriso malicioso. - não tem nada de errado em conceder um desejo de uma menina que estava doente.
- Claro. - Ela fala e acabo rindo da sua persistência em ser sarcástica.
- Mas me conta, como foi o fim de semana? - Pergunto para a mesma.
- Foi normal. - Ela da de ombros. - Quando você saiu lá do apartamento no sábado eu fui dormir e no domingo fui socorrer um amigo que estava de ressaca, mas nada demais.
- Você foi dormir cedo em um sábado? - pergunto e ela concorda com a cabeça. - Inacreditável.
- Eu fiquei cansada da noite anterior, sabe, aquela noitada que você se negou a participar. - Reviro os olhos.
- Encontrou alguém especial?
- Não consegui me divertir graças ao Joseph que ficou me cercando a noite inteira e afastando os caras. - Ela fala irritada.
- E você detestou isso.- Digo provocativa.
- Isso mesmo. - sorri com isso, é engraçado como ela é durona com todo mundo, mas como ela muda perto do Joseph, só ele sabe amansar a fera.
Continuamos a conversar mais um pouco, mas logo ela voltou para sua sala, já que o sinal já ia tocar anunciando o final do irtevalo.
--♡--
Voltei para casa andando com a Ayla e ela ficou animada em poder sair um pouco de casa, e só aí percebi que desde que ela chegou a única coisa que ela faz é ir da escola para casa e de casa para escola.
- Que tal fazermos um passeio?- pergunto para a mesma que está sentada folheando um livro.
- A gente pode?- ela se anima.
- Claro que sim, só vou mandar uma mensagem para o seu pai avisando. - Digo. Fecho o meu livro e pego meu celular para mandar a mensagem.
Mensagem on.
Oi, Max.
Espero não está atrapalhando
E
u queria saber se posso sair com a Ayla...
Ele responde de imediato.
Oi, Melinda.
Você nunca atrapalha
E é claro que pode sair com ela.
A onde estão pensando em ir?
Não sei, talvez em uma praça para ela brincar um pouco.
Tá bem, eu já estou terminando aqui e busco vocês depois.
Não precisa nos buscar, vamos nessa aqui perto de casa, mas se quiser aparecer para ficar com a gente será bem vindo.
Vamos nos vestir, até mais tarde.
Vou tentar sair mais cedo.
Até daqui pouco.
Mensagem off.
Depois de nos vestimos e pego minha bolsa e coloco minha carteira e celular. Seguimos para a praça.
Chegando lá vemos algumas crianças correndo e brincando, e no meio desses crianças estava um dos meus alunos, o Erick.
- Olha quem está ali. - Digo indicando o lugar que ele estava. Ela sorri quando o vê.
- Posso bricar com ele? - ela pergunta animada.
- Claro, mas fique por perto. - Digo e ela assenti. - Vou ficar sentada ali. - aponto para uns bancos onde vejo algumas pais sentados.
Ela corre em direção ao amigo e eu os observo enquanto brincam.
- Desse daí menina!- uma mulher que está sentada ao meu lado grita. - Desculpa. - Ela me pede em seguida. - Sabe como são essas crianças, se penduram em tudo.
- Tudo bem.- sorri para ela.- sei sim, a bateria nunca acaba.
- Sim, e parece que a minha veio com bateria extra. - rimos.
- Acho que todos eles vem, mas cada um usa em uma atividade em especial.
- A minha usa para fazer arte, não sei que milagre ainda não quebrou um braço ou uma perna. - Ela fala e olha e direção a menina, sigo o seu olhar. A menina é um pouco maior que a Ayla, tem cabelos loiros assim como os da mãe, e um sorriso de menina sapeca. Sorri para ela. - Qual a sua?
- Aquela ali. - aponto para a Ayla. - a baixinha de cabelos castanhos.
- Ela é linda. - Ela fala. Sorri e agradeço o elogio.
- A sua também é. - Ela sorri orgulhosa.
Ficamos mais alguns minutos ali, dividindo a atenção entre a nossa conversa e as crianças.
- Desculpe a demora. - fala o Max se aproximando. - Vim o mais rápido que pude.
- Tudo bem, não faz muito tempo que chegamos. - Digo e ele me dá um beijo na testa e se senta ao meu lado.
Cristina, a mulher que eu conversava até agora pouco, pigarrea.
- Oh. - digo. - Max, essa é a minha nova amiga, Cristina. - Digo os apresentando.
- Prazer, Max não é?- ela pergunta e ele concorda. - Você que é o pai daquela menina de cabelos castanhos?
- Sim, é minha filha. - ele fala olhando para onde a Cristiana indicava que a Ayla estava.
- Vejo a semelhança entre vocês. - Ela fala. - A minha é aquele furacão loiro ali.
Rimos de como ela falou da filha e Max elogia a menina.
- Papai!- Ayla vem ao nosso encontro assim que vê o seu pai.
- Oi minha filha, gostou da surpresa?
- Sim, muitão. - Ela fala e abre bem os braços indicando o quanto gostou.
- Filha, essa é a Cristina, é uma nova amiga nossa.
- Como a tia Vick? - ela pergunta para ele que concorda com a cabeça.
- Oi. - Ela se apresenta. - sou a tia Cris.
- Oi.- Ayla responde. - E eu sou a Ayla.
Ficamos ali por mais um tempo e depois nos despedimos da Cristina e do Erick.
Seguimos andando para casa entre conversas e risadas.
Continua...
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Beijos, Larissa.