✓ Fix You¹ • Bucky Barnes

By sarahverso

827K 60K 87.2K

𝑭𝑰𝑿 𝒀𝑶𝑼. 𝐃𝐔𝐎𝐋𝐎𝐆𝐈𝐀 '𝐀𝐋𝐖𝐀𝐘𝐒' ● 𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐔𝐌 ⸻ Após dois anos no Missouri, aproveitando... More

fix you
galeria + playlist
epígrafe
prólogo
parte um
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
flashback: o começo
parte dois
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23.1
23.2
flashback: a hydra
parte três
24
25
26
27.1
27.2
28
29
flashback: fazenda barton
parte quatro
30
31
32
33
35
36
37
38
flashback: james
parte cinco
39
40
41
42
43
44
45
epílogo
agradecimentos
extra #1: a festa
extra #2: melhores amigos
extra #3: o porquinho
extra #4: preparativos
samtasha #1
samtasha #2
dear amelia - especial de 100K
SEGUNDA TEMPORADA

34

8.2K 547 1.6K
By sarahverso

— Segura essa merda direito, Amelia.

Já havia se passado dois dias desde que o grupo chegará em Wakanda. Dois dias de paz. Tudo estava tranquilo. Nenhuma ameaça, nenhum Titã para perturbá-los, nenhuma tempestade, nada. Aquela calmaria toda só a deixava mais apavorada.

Não conseguia parar de pensar o que os aguardava no futuro. Ou o motivo de Thanos não ter aparecido para pegar a Joia de Visão. Era estranho, muito estranho.

— Amelia? — chamou Sam, acenando a mão livre em frente os olhos da ruiva.

— Que foi?

— Se você não segurar esse trem direito, vai acabar batendo no seu rostinho — começou a falar. — e eu não estou afim de ouvir você reclamando que machucou.

— O que eu estou fazendo? — perguntou a menina, irônica, batendo as mãos com força no saco de areia e bufando.

Sam abaixou as mãos e tombou a cabeça para o lado, olhando para a cara da amiga e depois pro saco em sua frente.

— Onde é que você estava? — questionou.

— Ah, só pensando... — suspirou. Seu melhor amigo revirou os olhos e bufou, franzindo o cenho.

— Você tem que parar de ficar pensando nesse imbecil!

— Quem disse que eu estava pensando nele? — indagou, soltando o saco de pancadas. — Estava pensando no Thanos... Estou preocupada.

O homem cruzou os braços em frente ao peito, a olhando atentamente, tentando de alguma forma ler o que se passava na mente dela. Ela tem pensado muito. Mais um aspecto da nova Amelia. Ela estava sempre observando o nada e perdida em seus pensamentos.

— Sei que Shuri está fazendo o melhor que pode, mas... e se ela não conseguir? — perguntou. — E se ele chegar antes de tirarmos a Joia?

— Não pense assim, ruivinha — falou. — Vai dar tudo certo!

— Não sei... — disse, fazendo uma careta e olhando para os tênis.

— Ei, pare com isso! — pediu o homem, segurando os ombros dela e a sacudindo de leve. — Não se sabote pensando essas coisas.

— Sam...

— Você quer dar um socos? — perguntou, pegando o queixo dela com a mão esquerda e a vendo sorrir aberto.

— Em você? — perguntou, animada.

— Você acha que eu sou idiota? — indagou. A menina riu e concordou com a cabeça, o fazendo abrir os lábios incrédulo. — Só uma gatinha pode me bater, Amy.

— Poxa, mas eu estou tristinha... — piscou os olhos rapidamente, fazendo um beicinho com os lábios. — Abre uma exceçãozinha pra sua melhor amiga.

— Falar no diminutivo e fazer essa cara de cachorro abandonado, não vai me fazer mudar de ideia, Amy. — Sam respondeu rindo. — Nunca funcionou e nem vai.

— Você é um ótimo amigo, sabia? — questionou.

— Ai, eu sei, obrigado pelo elogio — sorriu.

O homem voltou a erguer os braços e fez um sinal com a cabeça para Amelia segurar o saco de areia com força. Sam distribuiu seis socos seguidos e depois dois chutes, fazendo Amelia balançar de um lado para o outro junto com o saco de areia.

— Você tem muito o que aprender ainda, Wilson.

— Falou a lutadora profissional, né? — falou com sarcasmo, dando outro soco no saco e escutando a risada de Amy ecoar pela sala de treinamentos.

— Eu aposto que consigo te derrubar em três minutos.

Erguendo uma sobrancelha, o homem cessou seus movimentos e olhou para ela de cima a baixo, logo soltando uma risada debochada.

— Tá bom.

A menina empurrou o saco de areia com força na direção de Sam, que foi pego de surpresa e acabou se desequilibrando quando o saco atingiu seu peito, o fazendo cair sentado no chão.

— Menos de um minuto. — Amy cantarolou, os olhos no relógio digital preso a parede.

— Não valeu! — irritou-se. — Eu estava distraído.

Ele levantou do chão lentamente, passando as mãos na bermuda para abanar a poeira e ajeitando a camiseta que vestia. Amy ajeitou o rabo de cavalo, ainda rindo da careta que Sam mantinha no rosto.

— Você é uma chata — resmungou. — Fica esperta porque eu v...

Sam parou de falar de repente, o que fez Amy erguer as sobrancelhas e rir. Os olhos dele estavam fixos em algo no topo de sua cabeça ruiva, as sobrancelhas franzidas e os punhos cerrados.

— O que você vai fazer? — perguntou Amelia, virando-se para olhar sobre os ombros, mas Sam segurou seu rosto e a encarou.

— Vamos embora daqui, Amy — falou alto. — Esse lugar é muito mal frequentado.

A ruiva franziu o cenho confusa, seus olhos observando a carranca no rosto do melhor amigo, em uma tentativa de decifrar aquele comportamento repentino. Sam pegou seu casaco e de Amy, e agarrou o cotovelo da menina.

— Não precisa sair por minha causa. — A voz rouca ecoou pela sala, o que fez Amelia prender a respiração e girar o pescoço na direção que ele estava.

— Vamos! — Samuel puxou o braço da menina, que estava presa ao chão, com os ombros escolhidos. — Amelia, vamos embora.

— Qual o seu problema, borboleta?

— Qual o meu problema? — questionou Sam, soltando o braço de Amy e dando um passo pra frente. — A minha lista é enorme, Barnes, tem tempo pra ouvir tudo?

— Sam...

— Não, ele acha que pode vir aqui e... — começou a falar, gesticulando com as mãos. Amy beliscou o braço dele e negou com a cabeça.

— Ele mora aqui, Sam.

— Mas...

— Só vamos embora — pediu para o melhor amigo que bufou irritado e voltou a pegar os casacos que haviam caído no chão.

— Ei, não precisa ir embora, princesa.

Amy virou para Bucky, engolindo seco e olhando-o de cima a baixo. O cabelo dele estava preso para trás, umas mechas enroladas em um coque e o resto solto sobre sua nuca. Bucky usava uma regata preta apertada que contornava os músculos de seu peito e abdômen. Maravilhoso.

— O que estavam fazendo antes de eu chegar? — perguntou com uma voz calma, estalando os dedos e sorrindo para a ruiva.

— Hm... A gente estava...

— Não é da sua conta, cara.

— A gente só estava treinando com o saco de areia — explicou Amy, sua voz baixa.

— Amelia!

— Legal — respondeu, a olhando descaradamente de cima a baixo e mordendo o lábio inferior no processo. Amy engoliu seco e abaixou a cabeça, virando-se para Sam e voltando a segurar o saco de pancadas para ele.

— Estou imaginando sua cara feia — falou Sam sobre os ombros, dando socos cada vez mais fortes.

— Que bacana, Wilson. — Bucky disse.

Estava confusa. Bucky estava deixando-a confusa.

Em um dia ele fica nervoso por conta de Visão, e no outro é amigável. Tirando o jeito que ele a olhava, o que a deixava com as pernas bambas e a pele arrepiada.

Já bastava ela e a sua bipolaridade, não queria lidar com a de Bucky, também. Então, ela não conseguiu segurar a pergunta que escapou por seus lábios.

— O que você quer?

Bucky franziu as sobrancelhas, desviando o olhar para Sam, que assim como Amelia, estava com os braços cruzados em frente ao peito. O que ele queria? Bem, o que Bucky queria estava bem na frente dele. Com os olhos castanhos o fuzilando e os lábios vermelhos entreabertos bem convidativos.

— Ei, cara — chamou Sam. — Ela te fez uma pergunta.

— Ah — murmurou ao pigarrear. — Que tal relembrarmos os velhos tempo, hein?

Os olhos de Amelia se arregalaram, e instintivamente sua mente relembrou tempos um pouco íntimos demais, que poderiam ser considerados impróprios para o momento. Engolindo seco, ela sacudiu a cabeça, dando um passo pra trás e esbarrando em Sam.

— Vamos — pediu. — Ainda se lembra como é?

A garota o olhou com as sobrancelhas erguidas. Do que ele estava falando? Amelia observou Bucky subir no tatame, estalando os dedos de sua mão normal e sorrindo de lado para ela.

Ah, aquilo que ele quis dizer.

Um suspiro aliviado — ou decepcionado — saiu por seus lábios, podia escutar Sam resmungando e dizendo que ela não iria fazer nada com Bucky. Ela olhou para o amigo e negou com a cabeça, e depois para Bucky, negando novamente com a cabeça.

— Ah, vamos lá, doll — disse com a voz extremamente rouca e Amelia mordeu o lábio inferior com força ao escutar o apelido carinhoso.

— Ela não quer, Barnes!

— Não escutei ela dizendo — disse sem olhar para Sam, que bufou irritado e apertou a mão no ombro de Amy. Ela olhou para o melhor amigo.

Não iria lutar com Bucky, não iria fazer nada... Precisava se controlar. Respirar fundo. E focar-se em outras coisas. Bucky não podia aparecer do nada e agir como um babaca e depois querer "relembrar os velhos tempos". Ele havia a abandonado por dois anos, por Deus. Amelia quis xingá-lo ou dar um tapa em seu ombro.

— Não quero! — falou firme, o nariz empinado e um bico nos lábios. Bucky riu, abaixando a cabeça e deslizando os dedos de metal pela cabeça. Lentamente, ele caminhou até a menina, sem tirar os olhos do rosto dela. — O que você está fazendo?

— O que você está fazendo, cara?

Bucky parou em frente a ela, seu perfume misturado com cheiro de sabonete, impregnando no nariz dela. Amy pigarreou, encarando os tênis pretos do homem e notando o quão perto ele estava. Podia sentir o calor do corpo dele. Se erguesse a mão, poderia tocá-lo, sentir a maciez de sua pele, o gelado de seu braço.

A mão de Bucky se apossou de seu queixo, erguendo o rosto delicado e encarando os olhos castanhos de perto. Amelia ofegou e piscou os olhos atônita. Por Deus, ele é muito lindo. Sentiu a boca secar e os lábios formigarem, se esticasse o pescoço alguns centímetros a mais...

— Você está com medo, amor? — sussurrou, seu hálito quente batendo nos lábios abertos dela.

— Não... N-não me toque — murmurou com a voz fraca, dando um tapa desengonçado no braço dele e afastando-se.

Bucky riu novamente, seus olhos percorrendo cada mísero pedaço do corpo da ruiva. Atreveu aproximar-se mais uma vez dela, a vendo recuar nervosa e engoliu seco, ele sorriu safado e encarou a pele arrepiada dela com desejo.

— Você fala uma coisa, amor, mas seu corpo diz outra — sussurrou, o seu hálito quente batendo no nariz de Amy.

— Abusado. — Sam resmunga, irritado.

O dedo indicador gelado de Bucky percorre uma linha reta no braço descoberto de Amelia, descendo lentamente até tocar na ponta de seus dedos; fazendo-a engolir os sentimentos que queriam ser gritados por seus lábios. Bucky sempre teve esse poder sobre Amy. A hipnotizar, deixá-la a mercê de seus olhos e toques. Presa no calor de seu corpo, no som rouco de sua voz.

Mais uma risada ecoou pela sala e ela se arrepiou inteira, tendo noção de que ele a observava meticulosamente. Viu em câmera lenta quando ele mordeu o lábio inferior com força; seus olhos tão desesperados por contato quanto os dela. Os dedos gelados de Bucky capturaram uma mecha perdida do cabelo dela, enrolando-a e puxando-a levemente.

Sam pigarreou, desconfortável e confuso com aquela troca de olhares intensas e as palavras mudas. Ao seu ver, ambos pareciam estar em transe. Travando uma batalha perigosa em que, quem desviasse o olhar primeiro seria o perdedor, e nenhum deles parecia estar disposto a perder aquela luta.

Amelia espalmou ambas as mãos no peito de Bucky e o empurrou com força, quebrando o contato visual e sentindo o corpo esfriar agora que não sentia o calor do dele a abraçar.

— Você é inacreditável.

— Que foi, amor? — perguntou com inocência, os olhos azuis caindo para o decote do top de ginástica que ela usava.

— Para de me chamar assim. — Amy disse irritada, o dedo indicador em riste e a testa franzida. Adorável. Perfeita. — E meus olhos são mais pra cima, safado.

O homem ergueu o olhar e espalmou as mãos no ar em rendição, evitando encarar o rosto irritado e divertido de Sam. Bucky ergueu uma sobrancelha para Amy, que ergueu outra e empinou o nariz confiante.

— Por que eu sou inacreditável? — Voltou a perguntar, segurando-se para não pegar outra mecha do cabelo dela com os dedos.

— Você estava... — grunhiu. — Você me confunde, Bucky.

Então, Bucky se recordou da noite passada, da breve e quente conversa que tiveram no corredor dos alojamentos. De como chegou com raiva e saiu decepcionado consigo mesmo. Não a culpava por estar confusa, afinal, foi ele quem a deixou e agora exigia alguma coisa. Só estava com ciúmes, muito ciúmes.

— Não vai falar nada? Minutos atrás pareceu muito disposto a falar e falar e falar... — salientou, sarcástica e erguendo uma sobrancelha.

— Hm, quer mesmo iniciar essa conversar aqui, Amy? — sussurrou Sam em seu ouvido, a fazendo bufar e olha-lo sobre os ombros.

— Sam.

— Desculpa, não vou falar mais nada. Pode continuar.

— Vamos, Amy, pode continuar.

Amelia franze o cenho irritada e dá um passo pra frente, vendo Bucky recuar e o movimento de subir e descer do seu pomo de Adão. Ele sabia como a provocar e ela estava caindo nas provocações dele, ao invés de respirar fundo e manter a compostura.

Sam, que estava parado ao lado dos dois, parecia a assistir uma partida de tênis. Sua cabeça girando de um lado para o outro, aguardando quem seria o próximo a acertar a bola.

— O gato comeu sua língua, doll? — soprou aquelas palavras no rosto dela. Bucky estava mexendo com fogo e pra ser sincero, estava adorando.

— Eu devia... devia... — gaguejou, seu dedo indicador apontado na cara de Bucky.

— O que? Me bater? — riu roucamente, aquele maldito sorriso surgindo na boca rosada. Amy tombou a cabeça para ao lado e lambeu os lábios, pensando na oferta que ele havia dado. Observou Bucky abrir os braços e dizer: — Então, vem...

E ela foi.

Jogou-se contra os braços abertos dele, distribuindo socos onde conseguia alcançar. Sabia que muitos dos socos não faziam nem cócegas nele, mas não dava a mínima para isso, era bem prazeroso extravasar sua raiva daquele jeito. Podia escutar Samuel gargalhar ao fundo e dizer "isso é incrível" ou "puxa o cabelo dele, Amy".

Sentiu os braços fortes de Barnes envolverem sua cintura, apertando-a contra o corpo dele com força. Ela arregalou os olhos, estava muito perto. Perto demais para sua própria sanidade. Conseguia escutar o som descompassado do coração dele batendo e sentir a pele dele se arrepiar sobre suas mãos em punhos.

— Me solta! — ralhou, tentando empurrá-lo. — Vamos, brigue de volta! — pediu, olhando para cima e encarando a imensidão azul. — Está com medo, amor?

— De você? Mas é claro que estou. — disse, sincero. Amy cerrou os olhos e tombou a cabeça para o lado, abrindo as mãos sobre o peito dele. — Vou te soltar, tá bom?

Ao sentir-se livre dos braços de Bucky, Amy franze o cenho, cruzando os braços em frente ao peito e bufando para ele. O homem tomba a cabeça e ergue uma sobrancelha, a olhando de cima a baixo.

— Foi só isso? — indagou. — Cansou de me bater?

Amy revira os olhos para o comentário dele e ergue o punho no ar, vendo Bucky fingir tremer e arregalar os olhos. E então, surpreendendo não só a si mesma, mas a Bucky e Sam, Amy acerta um soco bem no queixo dele. Seu punho latejava e sua pele começava a ficar vermelha, ela sacode a mão para tentar aliviar um pouco daquela dor. Escutou Bucky gemer alto e levar as mãos até a boca, abaixando a cabeça e Amy conseguiu ver o vislumbre de vermelho surgindo nas mãos dele.

— Meu Deus! — falou Sam, os olhos arregalados e uma gargalhada presa na garganta.

— Eu... Me desculpa... — preocupou-se Amelia, fazendo menção de se aproximar dele. Suas mãos tremiam e o coração batia disparado. Porém, Bucky ergueu a cabeça, o sangue escorrendo por seu queixo e um sorriso safado surgindo em seus lábios.

Que delícia, amor — murmurou com a voz arrastada. Ele vira o rosto para o lado e cospe sangue no chão de espuma, e Amy não pode deixar de pensar, que aquilo foi muito sexy.

O sorriso ensangüentado surge nos lábios dele novamente, e Bucky cerra os olhos para Amy, que ao notar a intenção nas orbes azuis dá um passo pra trás. Sentiu o corpo arrepiar e uma vontade absurda de rir e, deixar Bucky fazer o que quisesse com ela.

— Não! — murmura, se afastando lentamente dele e o vendo se aproximar sorrateiro. Bucky morde os lábios e a puxa pela cintura com o braço de metal. — Não! — grita, sentindo seus pés saírem do chão e Bucky a jogar sobre os ombros. — Não é justo.

O homem ri e gira no lugar com a mulher em seus ombros, sentindo ela dar tapas em suas costas e agarrar sua camiseta com força.

— Bucky — resmunga em meio a um grunhido, quase se engasgando com a vontade de rir. E o homem em resposta dá um tapa estalado em sua bunda, a fazendo arregalar os olhos e fincar as unhas na pele das costas de Bucky.

Ele finge deferir socos na lateral da barriga da ruiva repetidas vezes, ameaçando a jogar no chão ou rodar mais uma vez. Amy sacode as pernas e embrenha os dedos esquerdos nos fios da nuca do homem, que gargalha e a coloca no chão.

— Amelia! — grita Sam aos risos. — Chuta a canela! Não, chuta o saco dele.

Amelia ergue a perna pra chutar a canela de Barnes, mas o homem é bem mais rápido que ela e agarra sua perna esticada, puxando-a para perto e virando-a de costas, a prendendo contra seu corpo quente. Ela ofega e tenta se soltar, se esperneando e dando uma mordida no antebraço de Bucky, o que o fez gemer e rir ao mesmo tempo.

— Estamos mordendo agora?

Bucky a solta e ajeita as mechas soltas de seu coque, olhando para a menina, que vinha correndo em sua direção, pronta para deferir mais socos em seu corpo. Entretanto, Bucky mais uma vez é mais rápido que ela e a agarra pela cintura, jogando-a contra o tatame e prendendo-a no chão. Suas mãos prendendo os pulsos dela sobre a cabeça e as pernas ao redor do corpo pequeno. Como nos velhos tempos...

— Três a um — sussurra com a voz rouca, fazendo a menina engolir seco.

— Não sabia que estávamos competindo — comentou, risonha, esquecendo-se de que estava com raiva dele.

— Olha só... — riu Bucky, encarando o corpo de Amy descaradamente.

— Vocês são nojentos. — Sam comenta. — Não sabia que você gostava de apanhar, Barnes.

O casal ri do comentário de Sam, olhando brevemente para ele e o vendo fingir vomitar. Até ele havia esquecido que estava com raiva de Bucky.

Amy podia sentir os olhos de Bucky queimando em seu rosto, a desafiando a olhá-lo. E ela o olha. Observa cada mínimo detalhe no rosto do homem que tanto amava. As pequenas rugas em sua testa e no canto dos olhos. A sobrancelha grossa, a barba que escondia a covinha de seu queixo, a mandíbula perfeita... E os olhos, o tom de azul mais lindo. Os olhos que traziam paz e felicidade para seu coração.

O dedo polegar de metal dele desliza por suas bochechas, desenhando círculos e corações em sua pele corada. Bucky suspira, sorrindo para a mulher e levando o polegar até a pele macia da boca de Amy.

Ela achou que Bucky iria a beijar. Ela quis que ele a beijasse. Porém, Sam pigarreou, fazendo Bucky tirar o dedo de seus lábios e enrolar uma mecha perdida de seu cabelo nos dedos.

Estavam tão perto que ela podia sentir o coração dele batendo, ou ver o brilho nos olhos dele. E claro, o lábio machucado com resquício de sangue — obra dela mesma. Amy riu e tocou o canto da boca de Bucky com o dedo indicador, o vendo afastar a cabeça e gemer baixinho.

— Ai, ai, ai — resmungou de olhos fechados.

— Tá doendo? — questionou, risonha. Bucky abriu os olhos e a encarou com as sobrancelhas erguidas, concordando levemente com a cabeça. — Que bom!

— Amelia... — alertou Bucky, a vendo rir mais e sentindo sua pele arrepiar. Como sentiu saudade daquele som. — Maldosa.

Ela sente a mão de Bucky deslizar pela lateral de seu corpo, o que a fez engolir a risada e perder o fôlego. Abusado. Safado. Irritante. Perfeito. Bucky arranhou sua cintura com as unhas e ela mordeu o lábio com força.

— Você fica adorável com raiva, doll.

— N-não deveria ser adorável... — falou com dificuldades, vendo ele aumentar o sorriso e apertar sua cintura.

— Ah é? E como deveria ser? — perguntou Bucky, tombando a cabeça para o lado e olhando dos olhos dela para os lábios que ela mordia.

— Sei lá... assustador.

— Assustador? — Ele ergue as sobrancelhas, sentindo Amy apoiar as mãos em seus ombros e o empurrar para o lado.

— Claro, eu estou brava e você tinha que ter medo. — Amy responde, sentando-se e encarando Bucky atentamente.

— Mas amor, eu tenho — respondeu. Ele também se sentou e apoiou a mão de metal na coxa dela, que estava apoiada em suas pernas. — Já não disse isso?

— Não me chama assim! — resmungou, puxando a perna e as cruzando.

— Por que, amor? — sorri safado. Amelia franze o cenho, fingindo irritação e sente a mão dele buscar a sua no tatame. — Sabe, acho que você com raiva não é nem adorável e nem assustadora... — suspira, pensativo. — É bem sexy...

A mulher prende a respiração e olha para o chão, sacudindo a cabeça com a audácia de Bucky. Por Deus, havia sentido falta desses momentos. Das provocações, das risadas, dos apelidos, dos toques, dos sorrisos... Tudo.

— Você é um safado.

— Como se você não gostasse. — Bucky sussurra, aproximando-se dela e capturando uma mecha nos dedos.

Amy engole seco, suas pernas tremiam e ela tinha certeza que se estivesse de pé já teria caído nos braços dele. A intensidade do olhar de Bucky a deixava sem fôlego e com o coração disparado.

— Gente? — chama Sam, os braços cruzados em frente ao peito e uma careta de nojo. — Querem ir para um quarto? Não estou a fim de ver vocês fazendo coisas impróprias...

O casal volta para a realidade, sentindo o rosto queimar de vergonha. Estavam tão perdidos nos olhos um do outro, tão infiltrados naquela familiar bolha, que esqueceram a presença de Sam ali.

A ruiva levanta do chão e cruza os braços, observando Bucky fazer o mesmo e coçar os cabelos com a mão de metal. Ela vê a marca de sua mordida no antebraço dele e ri fraco, cobrindo a boca com as mãos. Foi tão prazeroso para ela lutar com Bucky, sentirá falta dos treinos todas as manhãs, sentiu falta daquela adrenalina, do calor.

— Desculpa pelo soco e a mordida — falou e de repente, sacudiu a cabeça em negação, abrindo um sorriso sincero. — Quer saber? Não me desculpo, não.

— Eu sei... — ri Bucky, examinando a marca dos dentes de Amelia na sua pele. — Eu mereci. Mas, sei que você gostou...

— Você também — disse com as bochechas avermelhadas.

— Ah, amor...

Amelia revirou os olhos, tentando manter a pose séria e não rir. E não derreter na frente dele, não sucumbir aos desejos e agarra-lo bem ali, sem se importar que tinham uma pequena platéia.

Sam notou que agora eles se olhavam de uma forma diferente, e que a diversão e raiva tinha se dissipado. Agora, parecia que eles pensavam em quais posições sexuais iriam se aventurar. Era estranho observar o desejo de um casal como espectador, em como era visível em apenas um olhar ou no movimento do corpo. A tensão sexual dentro daquela sala era tão palpável, que Sam pensou que iria direto atrás de Natasha quando terminasse ali.

Sentiu-se desconfortável por estar presenciando aquilo, por estar no meio de algo tão íntimo. Viu quando Amelia deu um passo na direção de Bucky, os lábios presos entre os dentes e olhando para o outro de cima a baixo. Um olhar que ele conhecia muito bem; um olhar que poderia fazer Bucky tirar as roupas em míseros segundos — o mesmo olhar que Natasha já o deu milhares de vezes e ele retribuiu de muito bom grado.

— Eu ainda estou aqui, sabia — falou no exato momento que Bucky deu um passo pra frente, a mão esticando para tocar a cintura de Amelia.

Sam sabia que ela iria o odiar por aquilo, afinal, quantas vezes escutou-a resmungar o quão gostoso e lindo Bucky Barnes era. Era tesão acumulado de dois anos dentro da melhor amiga. Porém, ele ainda tinha dúvidas de o que aquele momento significaria para Amelia. Era uma trégua? Ainda estava irritada? Estava pronta para conversar sobre tudo que aconteceu?

Amelia pigarreou, finalmente o olhando e sorrindo fraco. Sam ergueu uma sobrancelha e abriu os braços.

— Ah, agora vocês perceberam que eu estava aqui.

Bucky solta uma gargalhada e Amelia o acompanha, o casal escuta Sam bufar e sentar-se em um banco ali perto. Os dois se encaram brevemente e Amelia sorri para ele, que estica a mão de metal no ar.

— Como está a Alpine? — pergunta Bucky, sentindo a mão de Amy se enroscar na sua.

— Enorme, peluda e gordinha — riu. — Tenho fotos no meu celular, depois eu te mostro.

— Eu adoraria.

Ele sorri, dando um passo pra frente e encarando o pescoço de Amy, ela segue o olhar de Bucky e morde o lábio. O homem pega a corrente do seu cordão e enrola no dedo, lendo as informações nas plaquetas e aumentando o sorriso.

— Você ainda usa. — Bucky disse, encarando os olhos castanhos e brilhantes de Amy, que cora. — Estamos bem?

— Acho que sim — murmura.

— Que romântico. — Sam revira os olhos. — Agora se matem.

— Se quiser bater em mim de novo eu deixo, tá bom? — fala tranquilamente, arrancando uma risada da menina, que estala um tapa em seu peito. — Bem assim...

— Barnes, cara, um pouco de dignidade, né? — comenta Sam, negando com a cabeça.

— E nós? Estamos bem? — pergunta Bucky para Sam, que ergue a sobrancelha.

— Não sei... Se Amelia me deixar quebrar sua cara, posso pensar se vamos estar bem.

Bucky acena com a cabeça e olha para Amelia, seus olhos uma mistura de desespero e piedade. A menina franze as sobrancelhas e encara Sam, que sorri abertamente para ela.

— Fica tranquilo, ele não vai tocar em você, né Samuel? — Amy diz, olhando para o melhor amigo, que revira os olhos.

— Fazer o que, né? — resmunga. — Então, estamos em uma trégua? É isso?

Os olhos de Bucky e Amy se encontram, e ele morde o lábio machucado levemente, ansioso para escutar as próximas palavras dela. Amelia encara suas mãos, que ainda estavam entrelaçadas, e sorri.

— Trégua.

— Trégua. — Bucky repete sorrindo.

— Trégua — resmunga Sam, levantando-se do banco e voltando para o saco de pancadas. — Agora vem, ruivinha, segura aqui pra mim.

E trocando um último olhar com Bucky, Amelia corre até Sam, segurando o saco de pancadas com as duas mãos e não conseguindo conter o sorriso em seus lábios. Um passo de cada vez...

❄️

Nota da autora: Sim! Mais um capítulo essa semana... E sexta tem mais um! Surtei! Porém, não se empolguem tanto... Semana que vem voltamos a programação normal de um capítulo na semana (sexta-feira). Bom, estamos a exatos 13 capítulos para o final de Fix You. E ao mesmo tempo que estou animada para o que vem por aí, eu estou triste... Não estou preparada para escrever o "Fim" 🥺🤧

ALIÁS, já tem fanfic nova no forno... E já postei ela, por enquanto so tem o o elenco e os avisos, mas já da pra adicionar na biblioteca e aguardar! A fanfic é com o Bucky e se chama Collide, me deem amor lá ❤️

Bem, vamos falar sobre esse capítulo! Eu sou apaixonada nele! Amo, amo, amo ver os dois terem essa trégua relembrando os velhos tempos... 🥺 E o Sam, tadinho! KKKK O que vocês acharam? Gostaram? O Bucky safado, ai ai...

Temos um GRUPO NO WHATSAPP agora! Eu vou compartilhar muitas coisas legais (spoilers) sobre a história por lá, além de papear com vocês. Quem quiser entrar, tem um link direto no meu perfil, só clicar lá que você já vai ser redirecionado para o grupo do amor. ♥️

Até o próximo capítulo!

Continue Reading

You'll Also Like

849K 60.2K 36
O quê aconteceria, se você descobrisse que é filha de um Vingador? Que depois de sua vida inteira sem um pai, agora teria um? Venha descobrir. Os pe...
2.5M 212K 83
{HISTÓRIA EM REVISÃO⚠️⚠️} Alguns capítulos estão revisados e outros não, mas vou postar o restante da história pois estou sem tempo. E se noss...
1.3M 84.7K 110
Crie sua própria história com o Tom Holland escolhendo uma das opções dadas. Aviso: pura ilusão. ©2018 ⤿ capa feita por mim #5 no ranking tomholland...
25.8M 1.5M 75
Maya Ferreira mora na California e tem a vida simples de uma adolescente de 17 anos sem emoção nenhuma, até que uma fofoca que mais parecia irrelevan...