Sonhos Possíveis [Concluído]

By Reilarand

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Quatro amigos diferentes. Quatro sonhos distintos. Quatro caminhos que podem se cruzar no futuro. Renata, C... More

Apresentação
Personagens
Sonhos Possíveis: Cecília Britto
Sonhos Possíveis: Renata Martins
Dedicatória
Epígrafe
Prólogo
Capítulo 01: Cecília Britto
Capítulo 02: Renata Martins
Capítulo 03: Renata Martins
Capítulo 04: Renata Martins
Capítulo 06: Cecília Britto
Capítulo 07: Pedro Ferraz
Capítulo 08: Pedro Ferraz
Capítulo 09: Pedro Ferraz
Bônus: Mini-Teatro
Capítulo 10: Pedro Ferraz / Renata Martins / Cecília Britto
Capítulo 11: Renata Martins
Capítulo 12: Renata Martins
Capítulo 13: Cecília Britto
Capítulo 14: Cecília Britto
Capítulo 15: Pedro Ferraz
Capítulo 16: Renata Martins
Capítulo 17: Cecília Britto
Capítulo 18: Renata Martins
Capítulo 19: Parte I: Renata Martins
Capítulo 19: Parte II: Renata Martins
Capítulo 20: Renata Martins / Ricardo Martins
Capítulo Bônus 01 I: Renata Martins
Capítulo Bônus 01 II: Renata Martins
Capítulo Bônus 02: Renata Martins
Capítulo Bônus 03: Cecília Britto
Capítulo Bônus 04: Pedro Ferraz
Capítulo Bônus 05: Entrevista
Algumas manchetes
Agradecimentos e Curiosidades
Memes
PRÊMIOS
Livro Novo: Conflitos de Carolina
Ciúmes de Carolina - Spin-Off de "Conflitos De Carolina"

Capítulo 05: Cecília Britto

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By Reilarand

CECÍLIA BRITTO

Não fazia muito tempo que cheguei da escola. Mal me despedi dos meus amigos quando corri para minha casa. Isso porque a letra de uma música não saia da minha cabeça. E eu precisava colocá-la no papel. E cantar com a ajuda de um violão para não esquecer.

Assim que abri a porta da minha casa, corri para o meu quarto. Troquei de roupa rapidamente e peguei meu violão. Sentei no tapete no chão da sala, com as costas escoradas no sofá. Um caderno, junto com uma caneta, me esperava em cima da mesinha de centro.

Dedilhei as cordas do violão. E a melodia da minha nova música preencheu toda a minha moradia.

Onde você for, estarei com você.
Onde eu estiver, você estará comigo.
Quero te ver, o ano inteiro.
Penso em você, o ano inteiro.
Quero te ver.
Penso em você.”

E, pronto! O resto da música sumiu da minha cabeça. Mesmo que eu tente muito me lembrar do resto da canção, ela simplesmente não aparece. Ótimo! Mais uma música incompleta para a minha coleção.

Por que sempre acontece comigo? A canção poderia estar pronta na minha cabeça. E, quando eu começava a cantar ou colocar no papel, dava um branco. Eu já tentei gravar com o celular. Escrever em um papel qualquer. Mas, nunca deu certo. É só começar a escrever ou gravar e puf! Ela sumia. E nunca mais aparecia.

Peguei a caneta que estava em minhas mãos e joguei em cima da mesinha de centro. Ela quicou, caiu no chão e rolou para debaixo da estante. Ótimo, duas vezes para mim. Parabéns, Cecília! Mais uma caneta perdida.

A campanhinha tocou, me tirando do meu momento de frustração. Quem seria? Não estava esperando ninguém.

A não ser que minha mãe chamou por Pedro novamente. Mas, ela não estava em casa. Havia saído para atender uma de suas clientes em domicílio. Apesar de que nada impede dela ter ligado para meu amigo, chamando ele com uma desculpa qualquer só para nós dois ficarmos sozinhos. Minha mãe era realmente terrível.

Coloquei meu violão em cima do sofá. Me levantei em seguida para atender a porta. Assim que eu abri, vejo que se trata de Ricardo. Dei um sorriso ao meu amigo.

— Ricardo! É você. Entre. — falei dando espaço para ele entrar. Se eu pudesse voltar no tempo, não teria lhe recepcionado dessa forma.

— Pensou que era quem? Pedro?

Havia uma pontada de ironia em sua voz. E, mesmo que Pedro fosse a primeira pessoa que veio em minha cabeça, eu não lhe diria. Apenas balancei a cabeça, negando. Não correria o risco de ele ver a mentira em minha voz. Eu não entendia qual era a implicância de Ricardo com Pedro. Bom… deveria ser ciúmes de irmão.

— Estou atrapalhando? — ele me perguntou, entrando.

— Não. A música sumiu.

Não precisei explicar muito. Quando fui embora da escola praticamente correndo, lhe dei uma pequena explicação. E ele conhecia o branco que dava em minha cabeça na maioria das vezes.

Sentei no sofá, colocando meu violão em meu colo. Ele sentou ao meu lado.

— Pensou em algo para ajudar a sua irmã? — perguntei.

Depois que Renata saiu correndo para dentro de sua casa, após o teste da escola, eu, Pedro e Ricardo decidimos que ajudaríamos, de alguma forma, ela não desistir de seus sonhos.

Ricardo balançou a cabeça, negando. Em seguida, olhou para mim, como se fizesse a mesma pergunta. Também neguei. Pensar, até pensei. Fazer, também fiz. Mas, não adiantou em nada. E achei melhor guardar aquele encontro com a professora de teatro apenas para mim.

Antes de seguir para minha aula de música, procurei por Carmem, a professora que fez o teste. Conversei, ou melhor, tente conversar com ela. Falei sobre Renata. Disse que achei que ela foi super bem no teste. E que ela era muito talentosa. Mas, a burrota da professora foi super grossa comigo. Minha vontade era de jogar ela pela janela.

— Quem é a professora? Sou eu. Eu sei quem são aqueles que sairiam bem para a peça da escola. Não preciso da opinião de uma aluna de música, que não sabe nada sobre atuação, para me dizer o que eu devo e não devo fazer.

Eu posso ser apenas uma aluna da educação secundária. Mas, acreditava que música e teatro andavam lado a lado. Musicais, por exemplo, era uma mistura dos dois, com um pouco de dança também, não?

Confesso que não gostava dessa professora e que preferia a anterior, Lilian Vieira, mesmo que eu nunca tivesse parte da aula de teatro. Eu fazia aula opcional de música e participava do time do coral. Porém, depois dela não ter colocado Renata no elenco, nem ao menos para ser uma mera figurante com zero falas, eu passei a ter ódio. Sei que é um sentimento muito ruim. Mas, não havia outra forma de expressar toda minha raiva por ela.

Como ela poderia preferir Fernanda para o papel de protagonista do que Renata?

— Podemos procurar Pedro. Talvez, ele tenha pensado em algo.

O que era bem provável. Principalmente se tratando de Renata. Pelos amigos, Pedro fazia qualquer coisa. Por Renata, ele era capaz de trazer uma estrela do espaço, se ela pedisse.

— Pedro. Sempre Pedro. — Ricardo disse irritado, levantando.

— Pare de ser ciumento. Pedro é nosso amigo. E, como tem um pai empresário, fica mais fácil ajudar.

— Ele deve está na lanchonete. Ele vive atrás de Renata.

Ignorei o ciúme bobo de Ricardo em relação à irmã. Peguei meu violão e levei até o meu quarto. Deixei em cima da cama e voltei para a sala, onde Rick me esperava para irmos juntos para a lanchonete dos pais dela.

Assim que entramos na lanchonete, encontramos Pedro, sentando em uma das banquetas do balcão, de costas para a porta. Ele olhava para a cozinha, através da parede de vidro que separava o restante do estabelecimento de onde Clarice, Roberto e seus dois ajudantes estavam. Gabrielle estava mexendo no computador. Joanne estava atendendo um casal de clientes. Não vi Renata.

— Eu não disse que ele estava atrás da minha irmã? — cochichou Ricardo para mim.

Ultimamente, ele estava tão super protetor com a irmã. E também super ciumento. Acho que ele percebeu que Pedro não olhava para Renata como uma simples amiga. E que ela correspondia. Eu achava os dois eram um CMF.

Cumprimentei Pedro e sentei na banqueta ao seu lado. Ricardo passou para o outro lado do balcão. Ele procurou Renata pela cozinha e não achou.

— Cadê Renata? — perguntei a Pedro. Ele deu de ombros.

— Até agora, eu não vi ela. — ele respondeu.

— Pensou em algo para ajudar ela?

Pedro girou na cadeira, ficando de frente para mim. Ela tinha um sorriso no rosto e um brilho nos olhos. Sempre ficava assim quando falava de Renata. Era tão bonitinho. Quem dera se um dia, um menino ficasse assim comigo. Ou melhor, o menino.

— Conversei com o meu pai. — ele contou animado. Ricardo se aproximou para ouvir — Ele disse que daqui a duas semanas, um amigo dele, que é diretor de filmes, teatro e afins vai vir aqui. Para uma reunião ou alguma coisa assim. Ah, ele também tem uma escola de teatro. E, se mostrarmos para ele o quanto Renata é talentosa, ele pode chamar ela para estudar em sua escola e fazer peças de teatro. E, é bem melhor do que uma peça da escola.

Era uma ideia excelente. Geniastica para ser mais exata. Quando Renata tiver estreitando em algum espetáculo pelo reino, quero ver alguma professorinha chatável dizer que ela não está preparada.

— E, se ela não for boa no dia? — questionou Ricardo — Ou, se ele achar que ela não está preparada? Ela pode ficar mais magoada do que está. Acho uma péssima ideia.

— Então, pense em algo melhor. — Pedro irritou, levantando.

Coloquei uma mão no braço de Pedro, para que ele se acalmasse. E surtiu efeito. Ele voltou a sentar. Achava, quero dizer, tinha certeza que Ricardo só discordou da ideia porque veio de Pedro.

— Podemos preparar Renata. — falei — Ela precisa está confiante.

— Renata pensa que não tem talento. Mas, ela tem sim. E muito. — Pedro falou.

Assenti com a cabeça. Renata é talentosíssima. E, não digo apenas por sermos amigas. Mas, porque eu já vi ela atuando várias vezes. E, sei que um dia terei o orgulho de falar que uma das estrelas da Maghycals e eu sempre fomos melhores amigas. Ou melhor, desde os dez anos.

— Ouvi o meu nome. — Renata falou, surgindo de dentro da cozinha, sorrindo — O que vocês estavam falando de mim?

Oye Rê! — Pedro cumprimentou a nossa amiga. Seus olhos brilhavam ainda mais — Estávamos te procurando.

— Estava no deposito, conferindo o estoque.

Renata olhou ameacadoramente para Ricardo, que encolhe um pouco, dando um passo para longe da irmã. Posso apostar todo meu cachê de cantora na lanchonete que essa era uma das tarefas dele. Às vezes, parecia que ela era a irmã mais velha. E, acho que Rick tem mais medo de Renata do que de Clarice.

— Estávamos pensando em você ser atriz e resolvemos te ajudar… — tentei dizer, antes que ela fizesse picadinho do irmão e servisse de tira-gosto aos clientes.

— Eu já pedi para vocês esquecerem essa história. — Renata me interrompeu, zangada.

Ótimo, Cecília! Ela não faria mais picadinho de Ricardo. E sim de mim.

— Desculpe, Rê, mas não tem como esquecer. — Pedro falou — Somos seus amigos. E temos que te ajudar.

— Eu não quero a ajuda de ninguém. Se vocês forem meus amigos de verdade, vão esquecer essa história.

Renata se afastou de nós, indo atender uma família que havia acabado de chegar. Eu não tinha percebido, mas, o fato dela não ter sido escalada afetou muito sua confiança. E seus sonhos. Com uma professora como Carmem, era difícil acreditar em si mesma.

— Vai ser difícil. Mas, vamos conseguir. — Pedro falou, sem tirar os olhos de nossa amiga.

— Quanto tempo o amigo do seu pai vai ficar aqui? — perguntei, tendo de volta o olhar de Pedro.

— Uma semana, talvez. Ele chega dentro de duas semanas. Eu acho.

Então, teremos um tempo de três semanas para preparar Renata e convencer ela a realizar seu sonho. Ótimo. Tínhamos tempo. Só nos restar torcer para que tudo dê certo.

— Ricardo! — Renata chamou, olhando para uma turma que havia acabado de chegar — Ajuda, né?

Ricardo revirou os olhos. Ele entrou na cozinha e voltou pouco depois com o avental da lanchonete. Observei ele passar pelo balcão e ir atender dois garotos e uma menina, que havia acabado de chegar. Ele conversava e sorria para os clientes. E percebi que a menina não tirava os olhos dele. De forma bem descarada. Por que Ricardo tinha que ser tão bonito e simpático?

— E, se conversarmos com os pais dela? — Pedro falou, tendo minha atenção — Eles apóiam Ricardo. Devem apoiar ela também.

Olhei para Renata. Ela olhava para a nossa direção. A caneta estava parada em cima do bloco de nota, mas ela não escrevia nada. A mulher, sentada próxima a ela, dizia alguma coisa. Mas, minha amiga parecia não está ouvindo. E estava… irritada?

Será que ela estava com ciúmes? Não fazia sentido. Eu não gostava de Pedro dessa forma. Ele era para mim um irmão. Mas, minha mãe não colaborava. No sábado, vi que minha querida genitora conversando com os dois. Espero que não tenha dito nenhuma besteira.

A mulher tocou no braço de Renata, que pareceu acordar de uma espécie de hipnose. Ela voltou sua atenção à família de clientes. Depois dessa, percebi que precisava deixar mais na cara que eu apoiava muito ela com meu melhor amigo de infância.

— Podemos tentar agora. — falei a Pedro.

Vendo que Renata estava ocupada demais ouvindo a mulher que ela atendia, passamos pela portinha do balcão e fomos para a cozinha. Ficamos próximos a porta, pois não estávamos vestidos apropriadamente. Clarice batia algumas frutas, que seriam transformadas em algum suco natural. Roberto montava um sanduíche. Vou confessar que senti fome.

Pedro deu três toques na porta, chamando a atenção dos dois, além de Felipe e Danielle, seus dois ajudantes. Mesmo trabalhando, eles cumprimentaram nós dois sorrindo. Eu e Pedro respondemos juntos.

Engraçado como a Lanchonete Estrelas Naturais era praticamente nossa terceira casa (a segunda seria a escola) e quase nunca encontramos Clarice e Roberto. Eles viviam dentro da cozinha. Mas, mesmo assim, quando nos encontrávamos, eles eram extremamente gentis com a gente.

— Podemos falar com vocês? — Pedro perguntou — É sobre Renata e o sonho dela em ser atriz.

— Ah, sim. E eu acredito que ela tem grandes chances de conseguir realizar esse sonho. — Roberto falou com orgulho. Clarice assentiu com a cabeça, virado as frutas batidas em uma jarra.

Bom… Renata só vai conseguir realizar o sonho dela se ela quiser. Porque, se ela continuar agindo como se não tivesse sonhos, nunca vai realizar nada.

— Mas, ela não acredita muito em seu potencial. — falei.

— Por isso, eu falei com o meu pai. — Pedro contou — Ele me disse que um amigo dele, que é diretor de teatro, vai vir aqui daqui a duas semanas. E, se mostrarmos para ele o quanto Renata é talentosa, com certeza, ele vai ajudar. Só que ela não quer ouvir falar desse assunto.

— Por isso estamos aqui. — completei — Queríamos saber se vocês podem ajudar de alguma forma.

— Vocês podem contar com a gente para qualquer coisa. — Clarice se pronunciou.

Os pais de Renata e de Ricardo eram simplesmente incríveis (não que os meus não sejam, porque eles são sim). Eu sabia que eles ajudariam de alguma forma. Só precisávamos encontrar uma forma de fazer com que Renata queira ser ajudada.

E, algo me dizia que era a parte mais difícil.

♡♡♡♡♡

Burrota: burro, idiota,

CMF: casal muito fofo.

Geniastica: de gênio, genial, fantástica

Chatável: chato, insuportável

Oye: saudação informal reilarandense

♡♡♡♡♡

Gostaram do capítulo? Me contem tudo o que acharam.

Pedro teve uma ideia para ajudar a amiga. Será que vai dar certo? Renata vai gostar? Ela está bem irritada e parece que realmente desistiu de seu sonho. O que acham disso?

Vocês tem alguma teoria do que vai acontecer?

Não se esqueçam de votar e comentar.  assim vou saber se estão gostando.

Até o próximo capítulo.  Ele será narrado por Cecília.  O que acham que vai acontecer?

Syo.

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