โœ“ Fix Youยน โ€ข Bucky Barnes

By sarahverso

827K 60K 87.2K

๐‘ญ๐‘ฐ๐‘ฟ ๐’€๐‘ถ๐‘ผ. ๐ƒ๐”๐Ž๐‹๐Ž๐†๐ˆ๐€ '๐€๐‹๐–๐€๐˜๐’' โ— ๐‹๐ˆ๐•๐‘๐Ž ๐”๐Œ โธป Apรณs dois anos no Missouri, aproveitando... More

fix you
galeria + playlist
epรญgrafe
prรณlogo
parte um
01
02
03
04
05
06
07
08
09
11
flashback: o comeรงo
parte dois
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23.1
23.2
flashback: a hydra
parte trรชs
24
25
26
27.1
27.2
28
29
flashback: fazenda barton
parte quatro
30
31
32
33
34
35
36
37
38
flashback: james
parte cinco
39
40
41
42
43
44
45
epรญlogo
agradecimentos
extra #1: a festa
extra #2: melhores amigos
extra #3: o porquinho
extra #4: preparativos
samtasha #1
samtasha #2
dear amelia - especial de 100K
SEGUNDA TEMPORADA

10

19.7K 1.5K 2.2K
By sarahverso

A voz animada de Tony ecoava pelos corredores, a garota tentava focar na música que saia pelos alto falantes de seu celular. Ela estava sentada no chão, ao seu redor suas roupas estavam espalhadas e amontoadas. Pela primeira vez desde que havia voltado para New York, Amelia estava arrumando a bagunça de seu quarto.

Ela não conseguia parar de pensar no que havia acontecido na sala de treinamentos na noite anterior. E a cada minuto ela se via encarando um ponto qualquer do quarto com um sorriso bobo preso aos lábios vermelhos.

Just something I can turn to, somebody I can kiss... — Amy cantarolou enquanto dobrava uma calça de moletom. Ela tentava ignorar seus pensamentos e focar apenas em suas roupas e na voz abafada de Tony.

Um sorriso pequeno surgiu no canto de seus lábios, a fazendo largar a calça sobre seu colo e enrolar uma mecha de seu cabelo em seu dedo indicador. Ela estava feliz. E com aquele tão conhecido frio na barriga.

I want something just like this! — Ela levantou do chão, colocando ambas as mãos na cintura e olhando ao redor. Com a música do Coldplay tocando baixinho em seu telefone, Amy mordeu o lábio inferior e aumentou o volume. — Doo-doo-doo, doo-doo-doo... — cantou junto com a música, gargalhando alto. Amy sacudiu a cabeça e mordeu a ponta de seu polegar, fechando o aplicativo de músicas e dando uma última olhada para a montanha de roupas no chão. — Mais tarde eu termino! — Dando de ombros ela saiu de seu quarto.

Seus passos estavam sincronizados com a música que estava presa em sua cabeça, murmurando a melodia e sacudindo as madeixas ruivas no ritmo. Ela chegou ao fim do corredor dos dormitórios e viu o grupo de amigos reunidos em volta do balcão da cozinha.

— Olá! – Sua voz suave atraiu a atenção dos quatro homens.

— Você está estranha. – Tony disse com as sobrancelhas erguidas, Amy mostrou a língua para ele e sentou-se ao lado dele em uma das banquetas.

Foi então que ela o viu.

Ele estava sentado ao lado de Sam, os olhos azuis fixos nela e os cabelos presos em um coque frouxo. Amy queria tanto saber no que ele estava pensando. Se ele estava tendo os mesmos pensamento que ela?

A chuva. A luta. Os toques.

A pele quente dele contra seus dedos trêmulos. Os olhos azuis hipnotizantes.

Um quase beijo.

Amy sentiu sua pele arrepiar-se ao se lembrar dos acontecimentos daquela noite chuvosa. Quando encarou Bucky mais uma vez, viu um leve sorriso surgir no canto dos lábios dele, e ela soube. Ele também repassava aquela noite em sua mente.

— Ela é estranha! — Amy escutou a voz de Sam e seus olhos deixaram os de Bucky, para olhar o homem risonho.

— Repete se você tiver coragem, Wilson. — Cerrou os olhos, cruzando os braços em frente aos seios. O homem riu alto e apoiou os cotovelos no balcão, encarando a ruiva intensamente.

— Não tenho medo de você, princesa — sorriu.

Bucky ao ouvir o apelido que o outro chamou Amy, franziu o nariz e encarou as mãos. Princesa.

— Pois deveria ter — disse a menina. — Todos vocês deveriam ter medo de mim.

— Amy... — Clint riu revirando os olhos, apertando o ombro dela de leve e trocando um olhar com Tony, que observava Bucky intensamente. Curioso, ele pensou ao notar a expressão de Bucky mudar completamente após a pequena interação entre Amy e Sam.

— Vocês lembram daquela vez? — questionou Amelia olhando para os amigos. — O Tony surtou!

— Lógico, você destruiu a minha sala de estar inteira! — O bilionário falou, encarando a menina e apoiando a cabeça na mão. — Só de pensar no prejuízo que eu tive, me dá uma dor de cabeça.

— O que houve da última vez? — Bucky perguntou de repente, atraindo os olhares de seus amigos e um sorriso fechado de Amy.

— Ah, tinha algumas semanas que a gente tinha resgatado a Amy... — Steve pronunciou-se, trocando um olha com a menina. — E el–

— Eu estava muito assustada por... Por tudo que tinha acontecido quando eu estava presa. As coisas naquele dia não acabaram muito... — Ela olhou para o teto, suas bochechas corando e as imagens dos homens caídos sobre seus pés surgindo em sua mente. — bem.

Steve sorriu para a garota que mordeu o canto do lábio, evitando encarar seus amigos. Aquele assunto ainda era muito delicado para Amy, jamais se perdoaria pelas vidas que tirou naquele dia, mesmo que cada um daqueles homens tivessem merecido o fim que tiveram. Ela sentia-se mal.

— Quando Steve e Sam me salvaram... — Olhou para as mãos que estavam sobre seu colo e continuou. — Eu ainda não tinha tido nenhum tipo de treinamento para aprender a usar os meus poderes... Então. eu não sabia como os controlar. Bom, ainda não sei direito — riu.

— Nesse dia, Amy teve que usá-los para se defender ou talvez, ela não estaria aqui com a gente. — Clint disse, pegando a mão dela e entrelaçando seus dedos.

Mesmo que Tony ainda não soubesse o que de fato havia acontecido naquele dia, sabia que o assunto era delicado para a mais nova e na tentativa de amenizar o clima pesado que se instalou na cozinha, disse brincalhão:

— Enfim, depois desse resuminho mixuruca... — Tony revirou os olhos e escutou a risada gostosa de Amy. — Nós estávamos tendo uma reunião, onde apresentamos a Amy para os outros. Tinha comida, música e alguns drinks. — Tony explicou enquanto gesticulava. Durante toda a conversa, os olhos de Bucky não desviavam de Amy, ele observava cada movimento e reação da menina. — Aí, o Samuel...

— Ei! — protestou Wilson, cruzando os braços em frente ao peito e fechando a cara. — Não foi minha culpa!

— Ele bebeu tanto naquela festa e foi "conversar" com a Amy. — Clint continuou, fazendo aspas com os dedos e fuzilando Sam com os olhos.

— Eu só ia conversar com ela, meu Deus, quanto drama! — O rapaz se defendeu, não olhando para ninguém, apenas para os cadarços de seu tênis extremamente brancos.

— Amy ainda estava muito sensível e assustada. — Clint ignorou o comentado de Sam e riu alto. — Bom, ele tropeçou no próprio pé e caiu com tudo no chão, levando a mesa de comidas junto com ele. O barulho que fez...

Naquele momento, todos começaram a rir relembrando da dita cena. Bucky que prestava atenção na história, apenas sorriu de leve, suas mãos fixas no balcão de mármore.

— Eu não tinha visto o Sam vindo e pelo som que fez, achei que tinham tentando entrar aqui, e aí... — riu jogando a cabeça para trás. — Usei meus poderes em forma de defesa e deu muito errado.

— Ela fez um escudo de energia muito maluco em volta do corpo dela, fez os copos e pratos voarem pela sala e... — Tony gargalhou. — E jogou o Steve contra a parede da cozinha.

— As janelas, não esquece das janelas. — Clint falou em meio aos risos, passando os dedos por baixo dos olhos. — E o lustre...

— Meu lustre de cristal... — Tony murmurou parando de gargalhar. — Era tão lindo.

— Era brega, você devia era me agradecer por ter destruído aquela coisa horrorosa. — Amy disse sorrindo sarcástica para Tony, que a olhou incrédulo.

— Agradecer? Horroroso? — questionou com as mãos na cintura. Amelia riu da reação dele e jogou seus braços sobre os ombros de Tony, dando um beijo estalado na bochecha dele.

Bucky a observava com um sorriso preso nos lábios, percebendo que apesar das coisas ruins que viveu, ela tentava achar o lado bom em tudo. Ela temia os poderes e as consequências dele, mas ela era forte.

E ela os temia. Afinal, não tinha controle daquilo que corria por suas veias e tomava conta de si. Amy sorria, tentava ser forte, mas era só ver a aura avermelhada se formar em seus dedos que ela sentia que iria destruir tudo e todos ao seu redor.

— O Bruce teve alguma novidade com aqueles exames? — A menina questionou de repente, batendo os dedos sobre o ombro de Stark, que mordeu o interior de sua bochecha e abaixou a cabeça.

— Então, sobre isso...

— Tony!

— Tivemos um acidente no laboratório — falou. Amy franziu as sobrancelhas e levantou-se do banco, andando de um lado para o outro pela cozinha. — Não sei o que aconteceu, mas um dos nossos experimentos não deu certo.

— Que experimento? — Sam questionou.

— Já foi descartado, então não vem ao caso — explicou dando de ombros e voltando a encarar a menina impaciente.

— O que houve com todas as amostras que Bruce colheu da Amy?

— Não existem mais! — disse, Amy bateu a mão na testa. — Teve um pequena explosão e foi tudo destruído, todos os equipamentos e arquivos que tínhamos.

— Não, não... — Amelia murmurou para si mesma, tentando não pensar o pior, não pensar no fiasco que foi quando fez os exames. — Eu tinha a chance de tentar entender o que eu sou, como controlar isso... — Ergueu as mãos no ar, a aura vermelha ao redor de suas mãos, fazendo os amigos prenderem a respiração. Amy mexeu os dedos suavemente, brincando com uma bola de energia e a observando intensamente.

— Não se preocupa, nós podemos fazer mai–

— Não! — gritou a ruiva, a cor de seus olhos oscilando entre o castanho e o vermelho. — Não quero reviver tudo o que passei mais uma vez, Tony.

— Mas...

— Vocês não entendem! — Amy bateu as mãos na perna, virando-se de costas para eles, seus olhos começando a lacrimejar. — Eu fiquei presa por três anos, sendo obrigada a fazer coisas que eu não queria... Já perdi as contas de quantas vezes me amarraram em uma maca nojenta, sendo torturada... Sendo um experimento! — Amy levou uma mão a boca na tentativa de evitar a vontade de chorar. — Eu não quero reviver nada do que aconteceu... — Os olhos de Amy pararam em Bucky, que era o único que entendia a dor que ela sentia. — Não me peça para deitar naquela maca de novo, Tony.

— Amy... — Ele disse a puxando para um abraço apertado. — Vamos dar um jeito, tá bom? — sorriu deslizando os dedos pelos cabelos ruivos.

A cozinha ficou em silêncio depois das palavras de Tony, cada um perdido em seu próprio pensamento. Amelia respirou fundo e voltou a se sentar, encarando suas mãos e sentindo vergonha pelo o que havia dito. Se eles soubessem cada mínimo detalhe do que ela viveu em Sokovia, iriam ficar horrorizados.

Quanto a Bucky, ele queria abraçar Amy e dizer que tudo iria ficar bem, que iria a proteger. Não podia apagar o que houve com ela, mas era o que ele mais desejava. Queria que esquecessem todos os horrores que viveram.

Quebrando o silêncio, Tony empurrou o banco para trás e levantou com os braços cruzados em frente ao peito, caminhou até a menina e afagou os cabelos ruivos dela.

— Terça-feira teremos uma reunião — anunciou, seus olhos escuros pairando em cada rosto que estava presente na cozinha.

— Sobre? — Clint questionou.

— A casa, os estragos que já fizemos por aí, alguns processos... — gesticulava com as mãos enquanto falava. — Burocracias.

— Eu não vo- — Amelia começou a falar mas foi interrompida prontamente pelo o bilionário.

— Quero todo mundo presente! — Tony disse olhando de Amy para Bucky. — Vocês são parte dos Vingadores agora... É justo que façam parte das reuniões chatas também.

A garota bufou, batendo as mãos no balcão de mármore. Não queria ir nessa reunião, queria ficar em seu quarto lendo um livro ou na sala de treinamentos chutando alguma coisa. Qualquer coisa menos ficar ouvindo gente chata falando de coisa chata.

Ela jogou os cabelos para o lado, seus olhos pairando em James, que brincava com a garrafa de água em sua frente. Sentiu um frio na barriga quando as imagens daquela noite voltaram a surgir em sua mente, fazendo suas bochechas esquentarem.

Como se sentisse o olhar dela sobre si, Bucky ergueu a cabeça e a encarou intensamente, um sorriso surgindo no canto de seus lábios. Um sorriso que fez Amy perder o ar de seus pulmões e engolir seco. Fazendo certos pensamentos surgirem em sua mente.

— Hm... — murmurou. Ela passou a mão sobre a testa e abaixou o olhar, tentando focar em outras coisas que não fossem os olhos azuis e os lábios rosados de Bucky Barnes. — Foi ótimo ter esse momento com vocês, mas tenho coisas melhores para fazer.

Sam soltou uma risada alta, o que fez a menina cerrar os olhos na direção dele e apoiar as mãos na cintura.

— Dormir? — O rapaz questionou sorrindo e a encarando zombeteiro. — Aí Ariel...

— Ué, não a culpo, dormir é uma coisa maravilhosa... — Tony comentou pensativo, seus olhos pairando em Bucky que sorria para Amy, que evitava encarar o cabeludo. — Sonhar também...

Olhando para Tony com um sorriso sem graça, a garota deu de ombros e deixou os rapazes sozinhos, indo em direção ao seu quarto, onde uma pilha de roupas a esperavam.

[...]

Ele sentia o suor se acumulando em seu pescoço, os lençóis grudando em sua pele. A leve brisa entrava pela janela aberta, balançando as cortinas e acariciando o seu rosto.

Um trovão alto ecoou por toda a casa, anunciando outra noite chuvosa a caminho. A porta de seu quarto estava entreaberta, estava tão cansado no fim da tarde que nem se deu ao trabalho de trancá-la.

Bucky soltava grunhidos, seu corpo sacudia bruscamente sobre a cama, a respiração ofegante e palavras em russo saindo por seus lábios secos. Estava tendo um pesadelo. E daquela vez parecia que não iria acordar tão cedo, era tudo muito intenso e doloroso.

Tinha sangue e gritos. Pessoas implorando por suas vidas, crianças chorando e o som de tiros e explosões ao fundo. Era de sua arma que os tiros saíam.

Ele se viu como o Soldado Invernal, em seus traje de couro e a metralhadora em suas mãos. Porém, em seus olhos tinha arrependimento e lágrimas escorriam por suas bochechas livremente. Ele não queria estar fazendo aquilo, mas ele era uma máquina, foi para isso que ele foi feito.

A chuva começou tímida, suas gotas frias entrando pela janela e molhando o chão de madeira do quarto dele. Nem isso o fez acordar. E tudo que ele mais queria era acordar.

Ela caminhava em silêncio pelo corredor, fazendo o máximo para não fazer um barulho e acordar o resto dos moradores. Estava irritada por ter perdido o sono e naquele momento, caminhava até a cozinha em busca de um copo de leite morno e biscoitos de manteiga.

Fez um coque frouxo no topo de sua cabeça e abraçou o próprio corpo, seus olhos castanhos enxergando a luz fraca que passava pela fresta de uma porta. A porta de Bucky. Ela aproximou-se lentamente do quarto dele, pensando se ele também havia perdido o sono e se deveria ir até lá.

Murmúrios e grunhidos atraíram a atenção da menina, que ergueu a sobrancelha e mordeu o canto dos lábios, seus dedos deslizando pela madeira da porta. Não é certo espiar. Porém, foi mais forte que ela e logo ela empurrava a porta lentamente.

A primeira coisa que viu foi a janela aberta e a chuva gelada molhando algumas roupas jogadas no chão, as cortinas voavam e faziam um barulho irritante. Com passos lentos ela entrou no quarto e o viu se contorcendo sobre a cama.

Os cabelos úmidos pelo suor e os lábios rosados abertos em busca de ar. Amy franziu o cenho confusa, a realização do que estava acontecendo a acertando em cheio. Ele está tendo um pesadelo. Deixando de lado a janela aberta, ela correu até a cama e o segurou pelos ombros.

— Bucky! — O sacudiu levemente, observando a expressão dolorosa no rosto dele. — Bucky! Acorda!

Nada.

Ele continuava preso em seu pesadelo. O desespero em cada partícula do corpo másculo e suado dele. Ela olhou ao redor, pensando em algo que o fizesse acordar. O homem mexeu inquieto mais uma vez e ela afastou suas mãos dos ombros dele.

O que eu faço? Ela pensou.

Seus olhos encararam o rosto dele, uma mecha de cabelo caia sobre os olhos do rapaz e lentamente Amy o tocou, pegando a mecha molhada e a colocando atrás da orelha dele.

— James! — Amy chamou, seus dedos deslizando pela pele macia da bochecha dele.

Ela sentiu o aperto em seu pulso, o que a fez dar um pulo e encarar os olhos azuis que agora a encaravam com intensidade. Amelia não teve tempo de falar algo ou muito menos de organizar seus pensamentos, logo seu corpo estava sendo jogado contra a cama e o homem subia em cima dela.

A mão de metal dele agarrou seu pescoço, a fazendo arregalar os olhos e abrir os lábios. Seus olhos procuravam pelos azuis, que estavam escondidos por entre os cabelos de Bucky, ela arfou e agarrou o pulso de metal dele enquanto sua outra mão foi ao ombro dele.

— B-Bucky... — A voz de Amy saiu como um suspiro, o que fez o homem apertar ainda mais a mão ao redor do pescoço da garota.

А вы кто? (Quem é você?) — Ele questionou com a voz rouca e arrastada, a menina franziu o cenho, apertando sua mão ao redor do pulso gelado dele.

Ele podia sentir as pernas dela se mexendo em desespero embaixo de si, a mão livre dela agarrando o tecido de sua camiseta, e os olhos castanhos confusos em busca dos seus.

— Sou e-eu! — disse, Bucky manteve a expressão séria e observou o rosto avermelhado da garota. — Amy — Ofegou, fechando os olhos por um breve momento e sentindo as lágrimas escorrendo por suas têmporas.

Quando abriu os olhos, ela teve um vislumbre das orbes azuis que tanto amava e seu desespero aumentou quando a única coisa que viu foi vazio e escuridão.

Não era Bucky.

Era o Soldado Invernal.

E Amy sentiu seu corpo inteiro arrepiar-se, temendo pela primeira vez em um bom tempo pela sua vida.

что ты хочешь от меня? (O que você quer de mim?) — Bucky questionou. Não ia demorar muito para a garota parar de se contorcer embaixo de si e o corpo amolecer sobre seu aperto. Ele observou os olhos dela mudarem de confusos, para assustados e por fim, compaixão.

A ruiva começava a sentir as coisas girando ao seu redor, aquela sensação tão conhecida por ela. A sensação da morte chegando lentamente.

Com movimentos lentos, Amy tocou o rosto dele com a ponta dos dedos, da mesma forma que havia feito no dia em que quase se beijaram. Ela o viu cerrar os olhos e com a mão livre alcançar uma faca embaixo de seu travesseiro.

Amy afrouxou o aperto contra o pulso de metal dele e começou a deslizar o polegar pelo braço. Bucky estava confuso, não entendia o porquê sua vítima havia mudado seu comportamento tão drasticamente. Por que ela estava arriscando a própria vida daquele jeito? Ela não o temia?

— O-o que eu n-não... — Amy tossiu fechando os olhos e buscando por ar. O homem afrouxou o aperto no pescoço dela, mas não afastou a faca da barriga da menina. — faço por u-um sorriso... — continuou, seus dedos tocando os lábios secos dele e as lágrimas escorrendo livremente por suas têmporas.

Como se um botão tivesse sido apertado, Bucky soltou a faca sobre a cama e relaxou a mão ao redor do pescoço dela. Ele fechou os olhos com força e escutou o trovão ecoar por seu quarto, fazendo as janelas tremerem e um vento forte balançar as cortinas atrás de si.

Ao abrir os olhos, ele viu o que havia acontecido. O que ele havia feito.

Amelia tossia alto, tentando puxar o máximo de ar que conseguia para dentro de seus pulmões. O suor escorrendo por sua testa e acumulando em seu pescoço, ela viu quando ele tentou tocar seu rosto e recuando logo em seguida.

— Amy? — murmurou com a voz embargada. Bucky saiu de cima dela e afastou-se bruscamente, encolhendo-se no chão perto de sua escrivaninha.

Amy sentou na cama, tentando se recompor, acariciando o pescoço dolorido. Ainda podia sentir o aperto gelado de Bucky. Ela tossiu algumas vezes e encarou o homem, que abraçava as próprias pernas.

— Me desculpe... — Ele sussurrou, sua voz embargada e as lágrimas escorrendo por seu rosto. Amy sentiu seu peito doer e ignorando a falta de ar, a dor em seu pescoço e o leve medo que ainda tomava conta de si, ajoelhou no chão. E engatinhando até Bucky, Amelia tocou os joelhos dele com as mãos trêmulas e suadas. — Eu sinto muito... Amy.

— Ei... — chamou com a voz rouca e ofegante, ela sentou em frente à ele e procurou por sua mão. — Olha pra mim! – pediu. Bucky sacudiu a cabeça e apertou a mão dela de leve, deixando um soluço escapar por seus lábios.

— Eu não... Eu podia ter te matado... — comentou sem coragem de erguer o olhar e encarar o rosto avermelhado dela.

— Bem... — deu de ombros. — Você não me matou, eu estou aqui.

O homem bufou e esfregou o rosto com as mãos, sentia a culpa pesar em seus ombros, raiva de si mesmo. Ele não conseguia acreditar no que havia acontecido.

— James? — sussurrou Amy com a voz suave, levando as mãos até o rosto dele. O homem a olhou, notando a marca avermelhada de seus dedos ao redor do pescoço dela. O que ele havia feito?

— Me desculpa?

— Não foi sua culpa, Bucky, não era... Você. — Limpou as lágrimas dele com a ponta dos dedos e sorriu de leve. — Eu estou bem...

— Você deveria ter medo de mim, deveria chamar todos e contar o que aconteceu... Me expulsar daqui, me prender, me mat- — Amy cobriu a boca dele com a mão e negou com a cabeça.

— Para com isso! — Ela deixou as lágrimas escorrerem por suas bochechas. — Por favor...

— Acho melhor você ir embora — diz Bucky, afastando as mãos dela de seu rosto e abraçando as próprias pernas. A garota engoliu seco e encarou o braço de metal dele, deslizando as mão até o mesmo e acariciando de leve.

— Eu não tenho medo de você, James! — falou. O homem tirou as mãos dela de seu braço e levantou do chão, a encarando seriamente. Ele havia prometido que jamais a machucaria.

— Você deveria! — Fechou os olhos com força e passou as mãos pelos cabelos, os puxando para trás. — Eu p-preciso ficar sozinho, vai embora, por favor.

Amy arfou, olhando ao redor e erguendo-se do chão. Não entendia o que estava acontecendo. Ela queria que ele entendesse que não estava com medo e que estava tudo bem.

— Não! — Cruzou aos braços em frente ao peito, aproximando do homem e encarando os olhos azuis de perto. — Não vou te deixar sozinho!

— Vai embora, Amelia! — Ele levou as mãos para os ombros dela e a sacudiu de leve, a vendo morder os lábios. Bucky precisava ficar sozinho, precisava organizar sua mente. E ter Amy ali, um lembrete vivo do que havia feito, não o ajudava. — Agora!

O grito dele fez a ruiva dar um pulo e um passo para trás, e ele sentiu seu peito doer. Bucky negou com a cabeça e soltou uma risada baixa, aproximando-se dela e sussurrando.

— Não tem medo de mim... — disse sarcástico, desviando o olhar do dela, ele apontou para a porta e Amy negou com a cabeça. — Vai embora daqui, Amelia!

A garota deixou um soluço alto escapar por seus lábios secos e passou a mão pelo pescoço. Ela choramingou, tentando toca-lo com as mãos trêmulas e o vendo se afastar, indo sentar-se em sua cama bagunçada.

— Bucky...

— Por favor, Amelia. — Ele pediu baixinho, escondendo o rosto entre as mãos. Estava exausto, fisicamente e mentalmente. O pesadelo que teve ainda estava fresco em sua mente, assim como a imagem de sua mão ao redor do pescoço da ruiva e o olhar desesperado dela. Ele jamais iria se perdoar pelo o que havia feito.

A menina, com relutância, atendeu ao pedido de James. Abraçando o próprio corpo e olhando-o uma última vez, ela saiu correndo do quarto dele em meio a lágrimas. Amy jamais o culparia pelo o que havia acontecido, afinal não era o seu Bucky que a tinha atacado. Ele não tinha nenhuma culpa do que haviam feito com ele.

Bucky Barnes não era uma máquina de matar e não era um monstro. Não merecia nada do que havia vivido. Ele era apenas uma vítima. Assim como ela.

Não queria ter o deixado sozinho, queria ter ficado com ele, o abraçado e ter dito que estava tudo bem, que seria incapaz de o odiar e não tinha medo dele. Com esse pensamento, ela encarou seu reflexo no espelho do seu quarto escuro. As marcas dos dedos dele ao redor de seu pescoço, a fazendo lembrar do vazio e da escuridão no olhar de Bucky. Em como o Soldado Invernal havia deixado um homem tão maravilhoso preso em sua própria mente e corpo bem a sua frente.

Amelia sentiu seu corpo inteiro arrepiar, os soluços voltando a sair por seus lábios e as lágrimas grossas molhando seu rosto. Foi até sua cama e suspirou, jogando seu corpo no colchão macio e abraçando as pernas.

Fechando os olhos com força, ela desejou os braços dele ao seu redor, a voz rouca a dizendo que tudo iria ficar bem. Desejou que Bucky tivesse paz... E liberdade, das amarras do seu passado.

❄️

Nota da autora: Oi, meus amores! O que acharam do capítulo de hoje? Eu amei e fiquei com o coração apertadinho pelo Bucky e a Amy, poxa vida, será que eles vão ter paz algum dia? 😓

Próximo capítulo tem personagem novo na área, alguma ideia de quem pode ser? 👀

AH! Atingimos 4 MIL VISUALIZAÇÕES!!!!!!! muito obrigada a todos que estão lendo, comentando e adicionando o livro na lista de leitura. Fico muito feliz que vocês estão curtindo a história da Amy e companhia 🥺♥️

Eu tenho um Instagram dedicado as minhas histórias e de vez em quando posto algumas coisinhas relacionadas a Fix You! Me sigam lá @snaveshistorias e no twitter também @sarahnaves ♥️

Continue Reading

You'll Also Like

265K 20K 68
Como um planeta que fora dominado pela radiaรงรฃo durante quase um sรฉculo poderia transmitir um ambiente acolhedor ou atรฉ mesmo seguro para alguรฉm? Reg...
106K 7.5K 39
Olivia Parker se mudou pra forks apรณs seu pai ser transferido para Forks community hospital como cirurgiรฃo mas a vida dela tem uma reviravolta quando...
117K 8.3K 38
๐‘ฌ๐’– ๐’’๐’–๐’†๐’“๐’ ๐’†๐’”๐’„๐’๐’๐’…๐’†๐’“ ๐’‚ ๐’—๐’†๐’“๐’…๐’‚๐’…๐’†, ๐’†๐’– ๐’’๐’–๐’†๐’“๐’ ๐’‘๐’“๐’๐’•๐’†๐’ˆ๐’†๐’“ ๐’—๐’๐’„๐’†ฬ‚. ๐‘ด๐’‚๐’” ๐’„๐’๐’Ž ๐’‚ ๐’‡๐’†๐’“๐’‚ ๐’…๐’†๐’๐’•๐’“๐’, ๐’๐’‚ฬƒ๐’ ๐’‰๐’‚ฬ...
5.9K 734 22
Aos 26 anos, Evan acreditava que sua vida estava praticamente moldada, ainda que estivesse insatisfeito com seu relacionamento em crise, e sua carrei...