Confissões de uma garota que...

By LXAlexBL

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Longe da família, nada parece fazer sentido, e o amadurecimento se transforma com o tempo. As responsabilidad... More

📌 AVISO❗❗❗
💜 KAUANY 💜
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💛 LUCYNDA 💛
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📌 NOTA DO AUTOR❗❗❗

💛 LUCYNDA 💛

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By LXAlexBL

Depois de todo sufoco na noite da festa, nos preparamos para encarar a próxima semana. Dormimos praticamente o dia seguinte inteiro e ficamos assistindo a vários filmes na sala de estar. Salete detestou isso, mas não se sabe ao certo o que agrada a empregada arrogante.

Fiquei maior parte do período admirando as crianças e apreciando cada instante. Nada os deixava triste, e senti total alegria por estar envolvida na vida deles. É incrível caminhar ao lado de alguém que está conhecendo o mundo, adquirindo experiências e deixando sua marca registrada. Posso não ser um bom exemplo, mas tento me esforçar ao máximo pra fazer da vida das pessoas que estão ao meu redor mais divertida. Talvez, seja um dom, ou apenas hábito, mesmo.

O mais difícil de ser adulto é superar os problemas, encarar a realidade e seguir em frente. Como se nada tivesse acontecido, colocar um sorriso no rosto e partir pra outra.

Acredito que há um processo de desenvolvimento individual onde se tem a chance de refletir sobre o passado, analisar o presente e sair em busca do melhor para o futuro. Este momento pode ser considerado o tal do amadurecimento. Sinto que estou crescendo demais nesse universo desconhecido, que ainda será desvendado por cinco irmãos agitados e cheios de esperança.

E é desse jeito que vou trilhando o meu caminho, em busca do melhor não apenas pra mim, mas pra todos!

Tive diversas reflexões e pensamentos graças ao tempo que passei cuidando das crianças. Os dias foram correndo, e as tarefas do dia a dia só iam aumentando. Tentei manter tudo organizado, coloquei algumas regras em prática para que os cinco irmãos não me deixassem mais enlouquecida do que já estava e demonstrei ser prestativa com cada um, dando apoio a qualquer drama que estivessem passando.

Os conflitos e todos os dilemas são intensos, sem contar que o exagero por parte deles é nítido.

Shaira se mostrou revoltada inúmeras vezes, só porque a professora passava avaliações e tarefas pra casa. Ajudei a garotinha em algumas atividades, mas descobri que não lembro de quase nada do tempo de escola. Parece que os anos mudaram, e muito!

Ernesto não deu problemas quanto aos estudos, porém, o garoto carregava consigo tristeza e solidão, por não ser muito popular na escola. Isso meio que tem suas vantagens, só que ele não sabia lidar muito bem com a situação. Tentei ajudá-lo ao máximo entre conversas, brincadeiras e bastante diversão. Até que deu certo!

Mavi continuou namorando Celina, e as duas são fofas demais juntas. Parece que o relacionamento estava fluindo, e fiquei feliz por isso. Quando o assunto é "amor", não sou especialista, só que se alguém estiver amando de verdade e eu perceber o quanto isso está sendo possível, nada mais justo do que torcer pela alegria alheia. Já falei diversas vezes que sou azarada, e a paixão não é basicamente meu forte.

Quando as garotas assumiram namoro, foi um choque para muitas pessoas, não pelo fato de duas meninas estarem apaixonadas, mas sim, por serem tão novas. Fabiana conversou com elas e se mostrou compreensível. Impedir essa união poderia ser algo perigoso, afinal ambas poderiam se encontrar e manter o relacionamento em segredo, o que tornaria a situação mais complicada ainda.

Felizmente, todos ficaram de acordo, já que não teria como fazer nada a respeito. Particularmente, senti medo quando encarei minha chefe e coloquei pra fora o que pensava sobre a novidade, mas até que deu certo.

Os gêmeos tentaram pregar inúmeras peças em mim, tentando fazer com que eu os confundisse. Todas as pegadinhas não saíram como o esperado. Consegui ter a prática do reconhecimento. Simplesmente analisei os detalhes e o jeito de cada um, o que facilitou na descoberta de quem seria Bernardo e Nícolas.

Algumas semanas depois, percebi que os cinco irmãos estavam tristes e com saudades da mãe. Não é fácil passar vinte dias longe de alguém tão próximo assim.

— Galera! Pedi uma pizza, e daqui a pouco, podemos assistir a algum filme bem legal, o que acham? — sugeri.

As crianças estavam sentadas no sofá da sala de estar, com um aparelho celular em mãos, acessando as redes sociais e não se importando comigo.

— A noite está linda lá fora! — disse Mavi, olhando fixamente a tela do telefone.

— Como você sabe se não desgruda os olhos desse negócio aí? — perguntei, curiosa e meio confusa.

A garota levantou-se do sofá, ficou boquiaberta com o que ouvira e demonstrou apavoro total. Não entendi o motivo por ela ter reagido dessa forma, mas até que foi engraçado.

— A Amélia Jovencit está ao vivo transmitindo tudo do centro da cidade — comunicou Mavi, indignada que só ela. — Eu não acredito que você tenha dito isso!

— Fiz apenas uma pergunta! — exclamei. — É só ir até a varanda da sua casa e olhar para o céu que a noite estará lá disponível. Não precisa ficar assistindo pela tela de um celular, né?

Shaira aproximou-se com cara de reprovação, e percebi que um sermão estava por vir.

— Escuta aqui — começou ela. — Uma garota da sua idade não saber sobre a existência da Amélia Jovencit é extremamente decepcionante. Use mais as suas redes sociais, mantenha contato com os amigos e não nos questione, mocinha!

Eu estava por fora, mesmo, e nem fiz muita questão de persistir no assunto. Independente de quem fosse essa garota, não faria a mínima diferença no momento tentar descobrir quem seria.

— Estamos falando da maior blogueira do país, com mais de um milhão de acessos em seus artigos e total admiração da massa popular — esclareceu Mavi. — Tenta se atualizar mais, Lucynda!

— Valeu pela dica! Tentarei priorizar isso a partir de agora, nem precisa se preocupar — ironizei, indo para a cozinha em seguida.

Sem problemas ter vinte e um anos e não saber quase nada sobre modernidade! Parece que estou me dedicando em excesso ao trabalho e esquecendo a parte do lazer.

Tive que respirar fundo, e procurar paz interior. Em seguida, decidi preparar um sanduíche. Comer parecia ser a melhor solução para o momento, afinal isso traria tranquilidade. Acredito que comida traga alegria a qualquer pessoa; independente da situação, é sempre uma boa sugestão.

💛💛

Um pouco mais tarde, alguém bateu à porta, e percebi que tinham atendido. Permaneci na varanda admirando o movimento nas ruas, e do nada, fui surpreendida por Shaira me dando um cutucão na cintura.

— Tem uma mulher esquisita e fedida querendo falar com você — disse a garotinha, delicada que só ela (só que não).

Quem seria a essa hora?

Nem fiz muitas perguntas a respeito e fui até a sala de estar. Quando avistei a mulher sentada no sofá admirada com tudo, olhei para Shaira e movimentei a cabeça em negação.

— Aquela ali é minha mãe! — falei.

Não gostei do comentário e me senti mal pelo que ouvira.

— Filha! — exclamou dona Agnes, aproximando-se com os braços abertos prestes a envolver meu corpo num caloroso abraço. — Quanto tempo, meu amor.

— Pois é! — falei. — Como você e o pai estão? Aliás, cadê ele?

— O coitado teve que ir pegar uma mercadoria em outra cidade, acredita? O homem volta somente amanhã.

— Você vai passar a noite sozinha?

— Não! Vou ficar aqui.

Fiquei animada com a notícia. Assim, eu poderia manter tudo em ordem sem ter preocupação com a tão temida saudade. Os últimos dias estavam sendo difíceis, e passar o tempo conversando com dona Agnes parecia ideal.

Coloquei as crianças na cama mais cedo para aproveitar o restinho da noite ao lado de minha mãe. Pudemos contar as novidades e ficar por dentro de tudo que estava acontecendo. Esse momento foi maravilhoso, pois tivemos a oportunidade de se aproximar mais, como mãe e filha. Faz tempo que nós não tínhamos um tempinho só nosso. E confesso que essa ocasião estava me fazendo bem.

Após muitas informações, risos e conselhos, decidimos ir dormir, afinal já era tarde. Fui até o banheiro escovar os dentes, dei aquela penteada básica em meus longos cabelos e admirei minha expressão animada por diversas vezes no reflexo do espelho.

De repente, ouvi Ernesto gritar do quarto, e fui correndo até lá para saber o que houve. Confesso que meu coração disparou. Fiquei preocupada e precisava ajudar.

— O que aconteceu? — perguntei, entrando no quarto do garoto completamente desesperada.

— A sua mãe encostou no porta-retrato, e ainda sentou na minha cama, bagunçando o lençol! — soltou Ernesto, encostado no guarda-roupa, indignado.

— Ah, querido! Desculpa, é que ela não sabia — falei.

— Do que eu preciso saber? — perguntou dona Agnes, sentada na cama.

— Sai daqui — exigiu o garoto.

Assenti para ele, concordando, e rapidamente guiei dona Agnes até a saída. Fechei a porta com cuidado, para não fazer muito barulho, e caminhamos até o meu quarto. É difícil lidar com um adolescente, principalmente quando se tem TOC. Como minha mãe não sabia da situação do Ernesto, tive que explicar detalhadamente sobre esse pequeno probleminha.

— Que loucura é essa, filha?! — questionou dona Agnes, mais perdida do que nunca.

— É que ele tem TOC! — esclareci. — Qualquer um que entra em seu quarto, ele percebe e ainda discute.

Foi difícil compreender essa situação no início, mas ao passar do tempo, acabei me acostumando com o jeito de ser do garoto, e até entendi do que isso se trata. É realmente complicado ser dependente de hábitos constantes, repetitivos e angustiantes. Até que tem tratamento, só que Ernesto não resistiu à terapia e acabou se deixando levar pelo transtorno.

— Pra mim, esse negócio aí não passa de uma tremenda maluquice — disse dona Agnes. — Quem verifica se a janela do quarto está fechada dezessete vezes antes de sair de casa?

Explicar sobre TOC para a minha mãe não estava sendo fácil. Ela acredita no que costuma pensar e não dá espaço para procurar entender sobre novas teorias que sejam contrárias às suas. Apenas tentei esclarecer a reação de Ernesto com sua aparição repentina no quarto para que estivesse por dentro do assunto.

— O que a senhora foi fazer no quarto dele, afinal? — perguntei, curiosa.

— Eu estava procurando por você, e vi a porta daquele quarto meio aberta, aí, entrei, olhei a foto que estava na prateleira dele enquanto conversávamos e pensei que estivesse tudo bem, até ele pedir pra eu parar de mexer em suas coisas — esclareceu dona Agnes. — Mas pode ficar tranquila, porque não foi intencional. Só senti um pouco de liberdade pra me aproximar das crianças, e vi esse momento como uma oportunidade de conhecê-lo melhor.

É estranho acreditar que isso realmente aconteceu, porque conheço todos da casa melhor que ninguém, e às vezes, tenho certa dificuldade pra lidar com os dilemas de cada um. Alguém achar esquisito o garoto ter TOC não ajuda em absolutamente nada. É preciso apoiá-lo e tentar fazer com que ele supere esse problema. Quem sabe, futuramente, Ernesto se recupere.

💛💛

A noite foi tranquila para se descansar. Depois do ocorrido anteriormente, deitei na cama e peguei no sono. O cansaço tomou conta de todo o meu corpo, senti uma preguiça enorme também e simplesmente nada poderia me acordar, exceto o berro desesperador de minha mãe vindo do corredor.

Levantei da cama às pressas, e fui ver o que estava acontecendo com o cabelo todo bagunçado, mesmo.

— O que houve agora? — perguntei, ainda sonolenta.

— Essas garotas estavam abraçadas no corredor — justificou dona Agnes, espantada.

Pude respirar aliviada ao ver Mavi encostada na parede, toda assustada, e percebi que isso não se passava de mais uma paranoia da minha mãe.

— Elas moram aqui, e são irmãs! — expliquei. — Pode voltar a dormir e nem precisa se preocupar.

— Irmãs se beijam? — questionou dona Agnes, com os braços cruzados e o cenho franzido.

Ah! Ela se referia à namorada da Mavi! Poxa, não tinha nada demais nisso, e como minha mãe é tranquila com esse tipo de relacionamento, acredito que ela ficará somente espantada por saber a idade das duas... Bom, mas espera aí! Não lembro da Celina ter chegado!!!

— Cadê a garota? — perguntei, mais revoltada do que nunca. Em seguida, Celina saiu do quarto de Mavi, com a cabeça inclinada para baixo e toda envergonhada. — Alguém pode explicar o que está acontecendo aqui?

— Esqueci de avisar que ela passaria a noite comigo — disse Mavi, meio sem jeito.

Poxa! Não me conformo com a mentira alheia! Isso já foi demais. Chamei as duas num canto e discuti com ambas. Não dei permissão para que elas passassem a noite juntas, e nem a Fabiana estaria de acordo com isso. Felizmente, as garotas foram compreensíveis, pediram perdão e aguardaram na sala de estar. Tive que ligar para a mãe de Celina e explicar o ocorrido. Provavelmente, eu teria que levá-la para casa, mas isso seria de menos.

Ao voltar para o quarto, encontrei minha mãe no corredor e tentei contar sobre o namoro de Mavi.

— Não estou chocada por ser duas meninas namorando, mas sim, pelo fato de duas crianças estarem namorando — disse dona Agnes. — Sou a favor do amor, só que elas precisam brincar de bonecas, né?

Comecei a rir do que ouvira, e minha mãe acabou acompanhando as risadas. Rapidamente relatei o que acontecera, sobre a personalidade das garotas, e ainda fiz questão de deixar claro o meu apoio às duas. Até que o papo foi tranquilo. Inclusive, finalizamos a conversa com um forte abraço.

Em seguida, fui telefonar para a mãe de Celina, e tive que levar a garota embora. Fiquei irritada, mas acredito que isso seria o certo a se fazer.

Parece que a noite foi agitada e cheia de surpresas. Jamais pensei em ter que lidar com tantos esclarecimentos. Até que dona Agnes apareceu numa boa hora, e sua presença foi realmente uma visita inesperada.

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