Como não se apaixonar

By Kamisbsantos

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"Se persistirem os sintomas o livro deverá ser consultado." Luisa Lemez se apaixonou perdidamente aos quinze... More

Epígrafe
1° capítulo
2° capítulo
3° capítulo
4° capítulo
5° capítulo
6° capítulo
7° capítulo
8° Capítulo
9° capítulo
10° capítulo
11° Capítulo
12° Capítulo
13° Capítulo
14° Capítulo
15° Capítulo
16° Capítulo
17° Capítulo
18° Capítulo
19° Capítulo
20° capítulo
21° Capítulo
22° Capítulo
23° Capítulo
24° capítulo
26° capítulo
27° capítulo
28° capítulo
29° capítulo
30° capítulo
31° capítulo
32° capítulo
33° capítulo
Bônus 25k
KAMIS: A FLOPADA

25° capítulo

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By Kamisbsantos


"Primeiro, quando te vejo chorar
Me dá vontade de sorrir, sim, me dá vontade de sorrir
No pior dos casos, me sinto mal por um momento
Mas de novo logo sorrio
Sigo adiante e sorrio"
Lily Allen - Smile


Magda aperta seus braços com força em minha volta e quanto mais ela me aperta, mais sinto a dor se esvair de mim. Eu suspiro fundo me sentindo mais leve. Se eu soubesse que desabafar com ela me causaria este alívio, eu teria feito antes como Marcos me aconselhou tantas vezes.

Mag suspira fundo quando finalmente me solta. Os seus olhos estão marejados e aparentemente tristes.

Ela coloca uma mecha solta de minha franja atrás da orelha e enxuga os resquícios de lágrimas pela minha bochecha.

— Me desculpa por não saber o que dizer pra fazer você se sentir melhor. — Ela bufa, angustiada. — Você sabe que eu sempre tenho frases motivacionais que recebo da minha avó no WhatsApp, mas tem uma semana que ela tá sem internet, então...

Solto um riso abafado, limpando o cantinho dos olhos todo borrado de rímel.

— Eu já me sinto bem melhor só de ter colocado tudo isso pra fora, Mag. — Solto todo ar dos meus pulmões. O meu peito não dói mais. — Anos guardando tudo isso dentro de mim, parece que sempre vivi com um nó entalado na garganta e com vontade de chorar toda vez que alguém me perguntava se eu estava bem, mas agora eu realmente me sinto melhor.

— Eu nunca pensei que o Rafael fosse assim. Tudo bem que nunca falei muito com ele, mas o Digui falava com tanta admiração dele, que ele parecia até um super-herói!

Rio de sua piada.

Rafael super-herói, ah tá!

— Sério, nunca imaginei que ele era assim! — Ela nega, incrédula. — Argh, a vontade que tenho é de acabar com a raça dele! — Magda diz entredentes, apertando as mãos com fúria, como se o pescoço de Rafael tivesse em sua frente. — Tenho vontade de arrastar a cara dele no asfalto quente! De arrancar as bolas dele com minhas próprias mãos! Como é que ele teve coragem de fazer isso com você?

Mag bufa, furiosa.

— Eu iria amar ver você fazendo isso!

Magda me encara, seu peito subindo e descendo rapidamente.

— Hum, por que não? — Ela bate o indicador contra os lábios e logo um sorriso perverso toma conta deles. — Vem comigo, Luisa! 

Ela se levanta depressa do sofá, calçando seus chinelos e andando em direção à porta. Eu a olho confusa, sem entender o que ela quis dizer. 

— Vai ficar aí parada me olhando com essa cara de mosca-morta? — pergunta, tombando a cabeça para o lado e escancarando a porta. Ela aponta com a cabeça para fora e logo saí, me deixando ainda mais confusa.

Me apresso em levantar e correr atrás dela, mesmo sem entender nada. Quando chego na porta, Magda já está quase no final da calçada de sua casa. 

— Magda, você está de babydoll! — constato num grito.

— Quem liga? — Ela se vira para mim, fazendo seu cabelo castanho dançar no vento com o movimento. — Anda logo! Ah, tranca a porta e traz minha chave — pede, voltando a andar.

Desisto de tentar entender o que se passa em sua cabeça e faço o que ela manda, logo em seguida corro para tentar alcançá-la. 

Mag é mais baixa do que eu e suas pernas são bem menores que as minhas, mas isso não a impede de dar passos bem maiores que os meus, frustrando minha tentativa de tentar alcançá-la. Eu grito para que ela pare de correr quando a vejo atravessar, me deixando cada vez mais para trás. Quando ela finalmente para, já estamos em frente a pracinha.

O queixo de alguns garotos que estão em cima de suas bicicletas vão quase lá no chão quando Magda passa entre eles e, eu me sinto um cocozinho enquanto ando atrás dela.

Também não é pra menos, o babydoll está marcando todas as suas curvas, deixando sua bunda e seus seios ainda mais grandes.

Eles dão cantadas toscas em Mag do tipo: "Gata, você não é estrada com buraco, mas é um pedaço de mau caminho".

Eu rio de tão ruins que elas são e Magda mostra o dedo do meio para eles o que me faz perceber que o que seja lá o que ela pretende fazer, é sério, pois, se fosse em outro momento, tenho certeza que ela pararia para conseguir o número de celular nem que seja de um deles. 

Até que tem uns bonitinhos. Pena que nenhum deles sequer olhou para mim.

Seria minha chance de sair do zero a zero na virada do ano.

— Onde a gente tá indo, Magda? — pergunto, já cansada de andar. O céu está completamente limpo. Seria um dia perfeito se aqui tivesse praia, mas ao invés disso, o sol só está servindo para me fazer suar e quase derreter meus miolos. 

— Espere e verás! — Ela dá uma risada maquiavélica, me deixando ainda mais intrigada. 

— Droga! — xingo irritada, sentindo o suor escorrer pelas minhas costas.

Não tem nada mais que odeio no mundo do que sair em dias ensolarados assim. Ainda mais se for a pé. Meu sedentarismo não gosta disso.

Eu paro quando volto a prestar atenção no caminho que estamos seguindo. Minhas dúvidas evaporam assim que viramos a esquina e entramos na rua Trindade de Andrade e eu avisto o Flop's. Finalmente entendo tudo. Meu coração acelera no mesmo instante.

— O que você está pensando em fazer, Magda? — Eu a puxo pela mão, a fazendo parar.

— Confia em mim, Luisa, você vai gostar!

— Não, Magda! — Ela me puxa, mas mais uma vez a faço parar. — Quando eu disse que ia amar ver você bater no Rafael eu estava brincando — esclareço. — É só modo de dizer!

— Mas eu não estava brincando. — Mag cruza os braços, parecendo uma criança birrenta.

Eu bufo, pensando em algo que posso dizer para fazê-la desistir dessa ideia.

— Não acredito. Você está com dó dele! — ela acusa.

— Eu não... — Rio num sopro. — Eu não estou com dó dele, tá?! É que... — Bufo, sem saber o que dizer. — Antes do natal, ele me ligou e a gente conversou um tempão e...

— Você o quê? — ela praticamente grita, como se eu tivesse contado que cometi um crime. — Pelo amor de Deus, você nunca ouviu falar nas regras da Dua Lipa?

— Eu... — Ela me interrompe novamente, levantando seu dedo indicador.

— Um: não atenda o telefone. Você sabe que ele só está te ligando porque está bêbado e sozinho.

— Ele não estava bêbado. — Torço os lábios e Mag revira os olhos.

Ela bufa contrariada e aperta meus ombros com suas mãos.

— Isa, lembra quando a gente ia iniciar a lista? Nós estávamos paradas na frente do Flop's e você me deu a maior força pra entrar lá — ela relembra, me fazendo sorrir com as lembranças.

— E aí você ficou bebaça e cantou a música daquela mulher lá e hoje você é um meme da internet. — Explodo em uma gargalhada.

Meu riso morre quando vejo Mag me encarar séria.

— Foi mal.

— Eu só quero que você seja forte como me pediu pra ser aquele dia. Eu tenho certeza que você vai se sentir melhor depois de hoje. — O sorriso perverso volta a tomar seu rosto. — Confia em mim?

— Mag... — Ela me olha com os olhinhos do gato de botas. — Tudo bem, vai. — cedo.

— Isso! — comemora. — Vamos lá!

Magda entrelaça sua mão na minha e me puxa saltitante em direção ao estabelecimento e só volta a soltar minha mão quando já estamos paradas em frente às grandes portas de vidro do Flop's.

Ela me dá um sorriso confortante e pergunta se estou pronta, eu apenas concordo com a cabeça enchendo meus pulmões de ar e soltando de uma só vez. Magda faz questão de empurrar as portas com força, causando um barulho chato e fazendo os poucos clientes olharem em nossa direção. Eu me encolho quando todos nos olham e começam a cochichar.

Só têm três mesas sendo ocupadas, uma com duas mulheres e uma criança e as outras duas com os garotos da nossa antiga escola.

Diego está entre eles.

Encaro o rosto de Mag em busca de alguma reação e ela encara Diego por alguns segundos, mas logo trata de desviar o seu olhar para mim. O seu peito infla quando ela suspira fundo e me dá um sorrindo, tentando mostrar que está tudo bem.

Victor sai de trás do balcão e anda rápido em nossa direção com um sorriso enorme no rosto.

Seus olhos estão fixo em Magda quando ele para na nossa frente. Bom, não especificamente em seu rosto...

— Oi — ele cumprimenta os peitos dela.

— Sobe um pouquinho. — Mag faz um movimento para baixo e para cima com seu indicador.

— Hein?

— Mais um pouquinho. — Ele finalmente encontra seu rosto. — Achou!

Eu daria risada se não estivesse extremamente apreensiva em encontrar Rafael. 

Ele tem tentado manter contato desde aquela nossa conversa. Eu não entendo o porquê agora, cinco anos depois, ele precisar tanto assim do meu perdão. Tudo bem que ele já tentou diversas vezes durante todos esses anos, mas agora há algo diferente, talvez um arrependimento verdadeiro, sei lá. Ontem ele esteve em minha casa para dar aulas à Jasmim, eu tinha acabado de acordar e dei de cara com ele na sala, toda descabelada. Mais um motivo para eu ter saído correndo e me trancado no quarto.

Desde o natal, tenho pensado mais do que deveria nele, no momento que aconteceu na sala, da nossa conversa em meu quarto e em como ele me pareceu sincero em cada um de suas palavras. Acabei chegando à conclusão que precisamos sim conversar e colocar um ponto final de vez na nossa história, mas eu realmente não me sinto preparada para isto. Tenho medo de que ele suma a partir do momento em que eu o perdoar. É estranho dizer, mas sinto que vai ser como se eu estivesse o liberando de toda a culpa e eu não quero que isto aconteça porque de alguma forma isto é o que nos mantém presos um ao outro e estamos há tanto tempo nessa que não sei se estou preparada para o deixar ir.

Eu não quero que ele me esqueça.

E agora que ele está namorando, tudo parece tão mais fácil para que isto aconteça.

Tá tudo tão confuso aqui dentro de mim que chega a me causar dor. Eu deveria o odiar por tudo que me fez, mas, no fundo, me odeio por não conseguir.

— Esse corte de cabelo combinou muito com você. — Mag elogia, brincando com os fios curtos do garoto, mordendo os lábios.

Seu cabelo está meio raspado nas laterais e em cima os fios curtos dão um ar mais despojado para seu visual.

Victor fica abobado com o gesto, parecendo enfeitiçado.

Como Mag consegue fazer isto?

— Você pode chamar o Rafael? — Deixo de tentar adivinhar qual o poder que ela tem para enfeitiçar os garotos quando escuto o nome específico de um.

— Magda... — Meu corpo fica tenso.

— Relaxa, Luisa! — ela manda, me causando um frio na espinha. — Me faz esse favorzinho? — Mag faz beicinho, acariciando a bochecha de Victor.

Ele prontamente concorda, com um sorriso e se vai, fazendo zigue-zague entre as mesas até a ala dos funcionários.

Sinto meu corpo tremer e fico tensa ao lado de Mag, sem desgrudar os olhos da porta por onde Victor acabou de entrar. Por mais que uma parte de mim, deseja que Rafael não apareça, a outra está doida para saber o que Magda está pretendendo fazer.

Meu coração dispara quando ele surge em nosso campo de visão. Rafael acena sorrindo para a mesa onde está o seu bando. Nossos olhares se encontram enquanto ele anda em nossa direção. Ele parece surpreso e, ao mesmo tempo feliz por me ver aqui, abrindo um sorriso curto, com os olhos presos em mim.

Eu mordo o lábio quando ele já está perto o suficiente para que seu perfume invada minhas narinas. Engulo em seco desviando meu olhar para Magda. Só aí que Rafael parece notar ela. Ele solta uma risada anasalada e uma linha surge em sua testa enquanto o mesmo analisa os trajes de minha amiga.

— É festa do pijama e ninguém me avisou? — Ele ri de própria piada.

Mas seu riso acaba quando Mag o pega desprevenido, acertando uma joelhada em cheio no meio de suas pernas. Tampo a boca em choque quando vejo Rafael cair ajoelhado, uma expressão dolorosa tomando conta de seu rosto.

 — Puta que pariu! — ele xinga num grito, rolando no chão. — O que eu te fiz garota?

— A mim você não fez nada, mas à Luisa sim! — Mag fala brava, dando um chute em sua costela.

Por instinto eu a puxo para trás, impedindo que continue sua sessão de pancadaria.

— Tinha que ser você! — ele diz entredentes, me lançando um olhar furioso.

Eu ainda estou meio atônita, sem acreditar que Mag fez mesmo isso. Rafael espreme os olhos, se contorcendo de dor enquanto segura sua parte íntima.

Uma parte boba de mim, sente pena dele e tenho que conter minha vontade louca de me abaixar para o ajudar, porque não aguento vê-lo sofrer, mas felizmente, minha outra parte grita mais alto e eu explodo em uma gargalhada me deliciando com a cena.

 Rafael murmura alguns xingamentos a nós.

— Não quer bater nele? — Mag oferece. 

— Não, eu tô de boa! — Passo meu braço pelo seu ombro a puxando para um abraço. — Você já fez uma omelete com os ovos dele!

— Você — Ela o chuta mais uma vez — Levanta daí sua mariquinha e venha nos atender!

Ela joga os cabelos, caminhando em direção às mesas e antes de a seguir, eu jogo um beijo para Rafael que fica vermelho de raiva. Os olhares curiosos nos seguem até estarmos sentadas na nossa mesa de sempre.

Não demora muito até Rafael estar em pé parando em nossa frente. Em uma de suas mãos ele segura um bloquinho de pedidos e a outra está sobre seu... Bom, onde Magda chutou.

— Eu só não expulso vocês daqui porque este é meu local de trabalho — ele resmunga carrancudo, com sangue nos olhos.

Um sorriso divertido ainda brinca em meus lábios enquanto perscruto sua carinha de bravo.

Se me perguntasse nesse momento se estou bem, com certeza a resposta seria sim.

— E também porque você não é o dono, palhaço! — Mag rebate. — Agora para de falar e anota nossos pedidos.

A contragosto, Rafael puxa uma caneta azul de dentro de seu avental, anotando o pedido de Mag.

— Queremos dois X-bacon, uma porção de fritas acebolada e dois milk-shakes de paçoca com leite em pó.

Ele mal termina de ouvir Mag falar e nos dá as costa, causando mais uma crise de risadas em Mag e eu.

— Você paga porque eu não trouxe nada além do meu corpitcho! — ela fala, brincando com o cardápio.

Eu engasgo.

— Mag, eu não tenho nem dez centavos! — cochicho exasperada, me curvando em cima da mesa para que ninguém mais ouça.

— Por que me deixou pedir então? 

— Porque achei que você fosse pagar! 

— Põe na conta de seus pais. — Ela dá de ombros, sem se importar. — Acabei de chutar as bolas de um cara por você, não acha que eu mereça um mísero hamburguinho?! — Mag finalmente olha para mim, jogando o cardápio sobre a mesa.

— Claro que merece! Você merece todos hambúrgueres do mundo, mas é que meus pais não têm conta aqui! — Meus ombros murcham.

— Então o jeito é sair sem pagar! — Ela balança a cabeça enquanto fala. Seus lábios estão levemente curvados para cima em um sorriso.

Tenho a certeza de que ela não está brincando. Magda realmente é capaz de sair sem pagar.

— E-eu vou mandar mensagem para o Marcos, ele vai vir nos acudir. — Puxo o celular de dentro do bolso.

Meus dedos digitam freneticamente uma mensagem super-dramática dizendo que ele venha logo e traga dinheiro, pois estamos a ponto de sermos presas por comer e não pagar.

Eu só espero que ele não esteja com a Dani, porque Marcos não vai pensar duas vezes ao invés de escolher ficar com ela.

A sua resposta vem em questão de segundos, me surpreendendo. Ele diz para não nos preocuparmos porque o máximo que os donos vão fazer é nos botar para lavar pratos.

Sorrio com sua resposta, sabendo que ele virá.

Sorrio ainda mais quando olho para Mag que está imersa novamente brincando com o cardápio e se balançando no assento feito uma criança. A cena do Rafael voltar a preencher minha cabeça.

— Ei, obrigada — agradeço a ela que volta a prestar atenção em mim.

— Por ter chutado as bolas do Rafael? — Uma risada anasalada escapa dela e ela desliza seu corpo sobre o assento macio e vermelho.

— E por ser a melhor amiga que eu poderia ter. — Puxo sua mão em cima da mesa e entrelaço nossos dedos. — Eu te contei a pior coisa que já me aconteceu e em vez de estar um lixo e com vontade de me esconder no quarto, estou aqui, me divertindo com a situação, tem noção disso?

— Eu fico muito feliz que você esteja bem! Você é minha melhor amiga e amigas cuidam uma da outra e eu sempre, sempre vou cuidar de você. — Ela sorri com ternura, me fazendo soltar um Awnn toda abobada. — Mas... Hum... Você acha que o D... — ela sussurra, apontando com a cabeça para a mesa dos embustes, o sorriso se perdendo em seu rosto. — Que ele possa ter usado essa lista comigo?

— Eu não sei Mag, mas dos irmãos Manhottes a gente pode esperar tudo!

Ela concorda cabisbaixa.

— Você já sabe o que vai usar na virada do ano? — Tento mudar de assunto ao ver sua expressão tristonha.

O que acaba funcionando por sinal. Mag levanta a cabeça, põe um sorriso no rosto e desengata a falar sobre o vestido maravilhoso que comprou para usar na virada. Ela promete que vai ao o shopping comigo, tentar achar de última hora alguma coisa que me agrade.

Depois ela passar alguns minutos falando sobre seus planos e sobre seus encontros com Igor e as conversas que eles tiveram sobre mim, ela diz que acha a hora da virada e dos fogos é um bom pretexto para que eu finalmente enfie minha língua dentro da boca dele de uma vez por todas. Palavras dela, não minhas.

Ouço o barulho das portas se abrindo e nós duas olhamos ao mesmo tempo, vendo Marcos analisar todo o lugar a nossa procura. Quando ele nos vê, seu sorriso se abre e acenamos para ele.

Eu me afasto para perto da janela para que ele possa se sentar ao meu lado, mas ele para no corredor ao ver como a Mag está vestida.

— Você tá de babydoll? — ele pergunta descrente. Sua cabeça está levemente inclinada para o lado e sua testa franzida.

Mag se levanta, ficando de frente para ele e dá uma voltinha se exibindo.

— Gostou? — Ela morde os lábios, claramente flertando com o meu melhor amigo.

Os olhos de Marcos percorre por todo seu corpo, parando em seus fartos seios que estão quase pulando de seu decote.

— Definitivamente oncinha combina com você! — Marcos lambe os lábios como se em sua frente tivesse a comida mais saborosa do mundo.

Faço uma careta.

O jeito que eles olham um para o outro é com se eles fossem se comerem aqui mesmo.

ECA!

Mag e Marcos não.

DEFINITIVAMENTE NÃO!

— Ei, eu ainda estou aqui, tá?! — chamo a atenção deles.

Mag volta a se sentar, com um sorrisinho sapeca no rosto e Marcos se senta ao meu lado. Ele passa seu braço por cima de meus ombros e me dá um beijo na testa.

— Que bom que vocês fizeram as pazes!

— Que bom que você não estava ocupado demais com a Daniella pra vir nos socorrer — provoco.

Marcos revira os olhos, tirando o braço de cima dos meus ombros.

— Pra sua informação, eu estava trabalhando. — Marcos enfatiza, apontando para o uniforme que está vestindo com a logomarca da farmácia do seu avô.

— E você abandonou seu turno e veio aqui?

— Eu que faço meu horário, Luisa. — Ele pisca, me oferecendo um sorriso.— Mas me diz, por que a Magda está de Babydoll?

— Contei toda a história pra ela... Sobre o Rafael — digo mais baixo. — Daí ela saiu de casa feito uma doida, chegou aqui e chutou as bolas dele!

Marcos faz a mesma expressão dolorosa que Rafael fez, como se tivesse sentido a dor dele.

— Eu não entendo porque vocês mulheres fazem isso — ralhou, parecendo bravo. — Vocês não têm noção do quanto dói, suas malvadas! — ele exclama, nos fazendo rir. — Não podia ter dado um tapa na cara? Um soco no nariz?

— Tá defendendo ele, Marcola? — Mag questiona.

— Longe de mim! O Rafael realmente merece. Mas queria que vocês meninas sentissem como é doloroso. Alguém já socou os peitos de vocês? Deve doer também, não é? — Ele faz uma careta e Mag e eu nos entreolhamos, fazendo uma também.

— Sacos, peitos, essa conversa tá ficando estranha. — Eu rio.

— Concordo — Mag diz.

Alguns minutos depois, Rafael finalmente surge com os nossos pedidos. Ele tenta equilibrar a bandeja só com uma mão e com a outra, joga os recipientes com nossos lanches de qualquer jeito em cima da mesa.

Ele ainda está com a cara emburrada e não olha diretamente para nenhum de nós.

Até que ele fica fofo quando está bravinho.

— Demorou muito, não vai ganhar gorjeta. — Mag brinca, arrancando uma risada de Marcos. Dou um sorriso curto sentindo pena dele. Acho que já foi o suficiente por hoje. Não tem porque ficar chutando cachorro morto.

Marcos faz que ele anote seu pedido.

— Bom apetite. — Rafael sorri sarcástico.

— Boa recuperação com as bolas. — Mag devolve no mesmo tom.

Marcos acaricia meus ombros assim que Rafael sai e passa seu outro braço por cima de minha barriga, me abraçando pela cintura.

— Você tá bem? — ele pergunta, analisando meu rosto com cuidado.

— Por incrível que pareça, sim! — Um sorriso largo toma meu rosto até onde pode.

— Fico feliz com isso. — Ele me dá mais um beijo na testa.

Eu solto um suspiro de alívio. É como se finalmente eu pudesse voltar a respirar sem sentir uma dor esmagando meu peito toda vez que o vejo.

— Ei — Mag chama. — Vai atrás do seu boy!

— Você acha? — Eu torço os lábios em dúvida.

— Que boy? — Marcos questiona confuso.

— Vai logo, garota! — ela exclama, ignorando o Marcos que nos olha sem entender nada.

— Eu vou — digo decidida. —, mas só depois que eu terminar de comer meu hambúrguer. — Dou uma grande mordida no meu lanche que está maravilhoso.

Espero que Rafael não tenha os envenenado.

— Dá pra me explicar essa merda de boy? — Marcos volta a questionar irritado.

Mag e eu trocamos um olhar cúmplice caindo na gargalhada logo em seguida.

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