Cubo Mágico

By OlivinhaRodrigo

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O que você faria se pudesse moldar a pessoa "dos seus sonhos" através de um cubo mágico? Sem compreender a o... More

Capítulo 1 - O Show
Capítulo 2 - O Romântico Afortunado
Capítulo 3 - O Bonitão Nerd Divertido
Capítulo 5 - A Inteligente e sexy riquinha

Capítulo 4 - O beijo perfeito

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By OlivinhaRodrigo

Twitter: OlivinhaRodrigo
Cap em homenagem aos 500k de Shark Tank!

Espero que gostem. Teremos uma interação quente das duas nesse cap❤️

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Por que será que, ao crescermos, fugimos tanto dos conflitos, mesmo sabendo que enfrentá-los poderia nos fazer florescer?

Durante anos, segurei um relacionamento morno, incapaz de perceber que já não me aquecia como antes. Eu estava ali, presente, mas era como se minha alma estivesse em um sono profundo, sem perceber a vida que pulsava ao redor.

Foi você, Lauren, que me trouxe de volta à vida.

Você me fez enxergar que era hora de abrir os olhos, antes que o tempo passasse e eu me visse apenas lamentando por não ter agido. Você me ensinou que precisava tomar decisões difíceis e abandonar as ilusões que minha mente criava, tingidas de cor-de-rosa.

Afinal, o amor não é também sobre isso? Sobre nos ajudar a ver o mundo de um jeito novo, nos impulsionando a crescer e florescer juntos, lado a lado, como você fez comigo.

...

— Oi? Você está bem? — ela segurou minha mão com tanta delicadeza que senti meu corpo vibrar. Seu toque macio, cheio de preocupação, acendeu algo dentro de mim que estava adormecido. — Meu Deus, Karla! Onde tem pá e vassoura para eu te ajudar a varrer tudo isso? — ela estava tão imersa em sua preocupação que mal percebia a tempestade de sensações que me invadia.

Apontei sutilmente com os olhos para o local onde estavam as ferramentas de limpeza, tentando recuperar a compostura. Uma sensação estranha e arrepiante percorria meu corpo, como se cada osso fosse espremido e minha pele fosse apertada por mãos invisíveis.

Respirei fundo enquanto a via se dedicar à tarefa que deveria ser minha. Lauren limpou cada centímetro do chão, recolhendo os cacos da jarra agora destroçada. Eu me sentei na cadeira, mãos suadas em punho, tremendo da cabeça aos pés, confrontando os sentimentos que me assaltavam naquela noite do dia 23 de setembro de 2023.

— Você quer água? — ela perguntou, sua voz suave e reconfortante.

— Quero — murmurei, ainda paralisada pela avalanche de emoções.

Era um calor avassalador, uma pressão no peito. Lembrei-me da voz rouca dela, sussurrando perto do meu ouvido naquela noite, cheia de desejo.

Da sensação de calor e vida que me envolveu enquanto estávamos no banheiro de uma casa de shows.

A lembrança daquela noite despertou algo dentro de mim, uma consciência recém-descoberta. Uma atração por...

Mulheres.

— Eis aqui — disse ela, me entregando o copo com aquele olhar inquisitivo que me examinava minuciosamente. Que privilégio, pensei, ter alguém tão atenta a cada detalhe meu, como se eu fosse sua paciente em uma sala de consulta.

— Muito obrigada — agradeci com um sorriso, observando os lábios dela se curvarem em resposta, ainda preocupada comigo.

Enquanto ela terminava de limpar, ouvi-a falar sobre o que ensinara às crianças naquele dia, impressionada com sua inteligência e confiança. Ela dominava qualquer assunto, desde história até geografia, tornando qualquer ambiente mais bonito com sua presença.

— Você é a professora do meu afilhado, sabia? — comentei, cortando meus devaneios e me trazendo de volta à realidade.

— Eu sou? — Jauregui perguntou, franzindo o cenho, suas feições desenhando um quadro de pura beleza. As linhas do rosto dela eram como pinceladas de suavidade, e sua pele, tão macia e imaculada como chocolate branco suíço, exalava um aroma sedutor. Mesmo à distância, eu conseguia sentir seu perfume.

— Sim, e foi ele quem passou mal na escolinha hoje. Você salvou a vida dele, sabia? — As palavras escaparam dos meus lábios, embaladas pela doçura da memória.

Lauren sorriu, balançando a cabeça em negação. João Lucas era, sem dúvida, uma criança levada quando se propunha a sê-lo.

— Fico feliz em ter ajudado. O Joãozinho é um bom menino, mas aprontou hoje enchendo o sanduíche com pasta de amendoim. — Uma risada breve escapou de seus lábios, contagiante como uma melodia suave. Não pude evitar sorrir junto com ela. — Ele sempre sabe responder meus questionamentos. Talvez isso venha de família, hm?

— Eu sou péssima nessa disciplina, certamente não é influência minha. — Ergui-me da cadeira, sentindo meus sentidos retornarem gradualmente. A tontura cedia, minhas mãos não mais suavam, concedendo-me a coragem necessária para servir a mesa com alguns petiscos e vinho, reservado apenas para Lauren.

— E o seu dia? Me conte como foi... — Encarei-a, servindo sua taça de vinho sob o olhar atento dela. Lauren irradiava uma aura de sofisticação em seu traje social, enquanto eu, segurando a garrafa de vinho, limitava-me a admirar, privada de degustar o conteúdo devido aos meus medicamentos.

A sede me assomava, o calor me envolvia.

Em seguida, Jauregui tocou com cuidado a mão que eu segurava a garrafa, indicando que já havia o bastante em sua taça. Maneei a cabeça em concordância, colocando a garrafa com rolha em cima da pia. Peguei os petiscos que eu havia cortado em cubinhos em potes tampados em cima do balcão e o coloquei na tijela em cima da mesa, para que Lauren se servisse à vontade com os palitinhos de madeira.

— E como foi o almoço sem a minha ilustre presença? — ela questiona antes de pegar o palito e o enfiar no queijo gorgonzola em cubo.

Conheci um pé rapado que estava querendo que eu pagasse as compras de quase quinhentos reais dele uma hora atrás. Ele me seduziu, fez-me rir assim como você naturalmente me faz quando está por perto. A diferença é que você tem um carro e vergonha na cara, já ele...

— Foi bom, por incrível que pareça a comida de hoje estava muito melhor do que a de ontem. — aproveitei para brincar e sobretudo distrair meus pensamentos, que já estavam vagando na maneira que Lauren degustava o queijo gorgonzola, como aquele petisco passou pela boca de lábios carnudos e convidativos, em como ela devorou aquele minúsculo pedaço de queijo olhando para mim e em como eu desejei que fosse um pedaço da pele do meu pescoço que estivesse entre os seus dentes e língua sendo saboreados ao invés do...

Por que estou pensando e fantasiando essas coisas, Deus?

Meus olhos se arregalaram a fim de denunciar de uma vez por todas as coisas que eu estava imaginando em silêncio. Desejando uma mulher. Eu havia acabado de despretenciosa e descaradamente desejar Lauren.

Que bom que ela própria não percebeu.

— Exceto a companhia, sim?

Ia responder de bate e pronto, mas acabei deixando uma risada escapar antes de conseguir rebater seus argumentos convencidos e engraçadinhos. Que insano essa sensação incontrolável de querer não desejar alguém, nunca havia acontecido assim antes.

— Você tem razão, pois almocei sozinha e só ao final um dos garçons se juntou a mim. — disse tudo muito rápido, de uma vez para cortar o assunto.

— Garçons?

Mas ela insistiu.

Insistiu porque precisávamos falar sobre aquilo.

— Sim.

— Nossa, isso me parece interessante. — Lauren comentou. — Nenhum garçom já se sentou para almoçar comigo. Quem é ele?

— Ele trabalha no restaurante da Dona Olga na parte da manhã. — naquele momento, eu não sabia o porquê do interesse de Lauren no assunto. Preferia mil vezes que ela falasse sobre ela ou curiosidades que eu não sei. Michel era um acontecimento que eu queria esquecer e fingir que jamais havia acontecido.

Porém, pelo menos ao pensar em Michel, eu me esquecia momentaneamente que estou desejando a boca de Lauren desde que ela passou pela porta do meu apartamento com essa roupa social e esse maldito delicioso perfume que só ela tinha.

— Talvez eu o conheça. — ela insistiu. — Qual é o nome dele?

— Michel.

Lauren parou para pensar como quem fosse responder uma pergunta valendo um milhão de reais. Eu adorava a forma como ela era atenciosa comigo.

— Bom, este eu realmente não me recordo. Deve ser novo lá.

— Provavelmente. – comentei.

Logo após, ela ficou me olhando daquele jeito que só ela fazia: em silêncio, semelhante ao que uma criança faria a espera da explicação plausível. Mas eu não o fiz. O assunto não seria esse, pelo menos por enquanto.

— Meu primeiro nome é Michelle, você sabia?

Percebendo o meu pouquíssimo interesse na temática, ela por si própria mudou de assunto.

Era mais fácil assim pra mim: quando outras pessoas tomavam as decisões difíceis. Se desse errado, bastava culpá-las no final das contas.

— Michelle? — questiono ao que também franzia o cenho.

— Sim! Meu pai era apaixonado em uma atriz norte americana e acabou colocando-o sem que minha mãe soubesse. Então ficou: "Lauren Michelle".

Era sobre esse tipo de assunto que eu estava falando. Eu queria conhecer um pouquinho mais sobre Lauren.

— Que lindo nome, Lauren. Você prefere que te chamem de"Lauren" ou "Michelle"? — eu perguntei enquanto já olhava meio que sem querer para a boca dela, que bebia do vinho que eu havia a servido na taça.

— "Lauren", mas você pode me chamar como bem preferir, Karla.

— Camila. — pontuei para que ela pudesse me olhar sem entender. Lindos olhos. Lindos até quando confusa. — Prefiro que me chame por Camila, também possuo nome composto: "Karla Camila".

— É um nome bonito, forte, de uma mulher inteligente e dona de si.

— Não exagere assim... — virei meu rosto e abaixei-o em seguida. Seria de uma vergonha tremenda se ela pudesse perceber as sensações que me causa com essas palavras curtas e objetivas.

— Estou falando sério. — a forma que me olhava refletia exatamente o que seus lábios proferiam. — Vejo grandeza em você, Camila. Enxergo beleza, inteligência, mas, acima de tudo... grandeza.

Queria tampar meu rosto com as duas mãos de tanto que aquela timidez queimava minhas bochechas. Eu só sabia sorrir e sentir sensações desconhecidas quando ela me elogiava assim.

Falando daquele jeito, eu realmente me sentia uma mulher forte, empoderada e dona de mim.

— Há algo em você... que me enche por dentro. — como conseguia falar aquelas coisas olhando nos meus olhos sem desviar? — Eu acho a pronúncia do seu nome absurdamente bonito. Acho seu rosto e personalidade angelicais, Camila. Mas o seu olhar...?

Percebi através das palavras de Lauren que a maneira que eu me enxergava refletia a maneira que as outras pessoas me enxergavam. Eu me sentia inteligente perto dela.

Ademais, notei também que as vezes precisamos de uma pessoa que enxergue além do óbvio, da mulher divorciada "coitadinha" que todo mundo conhecia. Meus amigos, por exemplo, conheciam a "Camila", mas Lauren, a Karla. Ela não me olhava com pena e isso me fazia se comportar como tal. Então naquele instante, eu finalmente tinha entendido que o motivo de eu adorar tanto a companhia dela era porque Lauren me transformava em outra pessoa, uma pessoa capaz de fazer tudo.

— O seu olhar é de uma mulher forte e extraordinária. Eu sinto isso.

— Você também é uma mulher brilhante, Lauren. — respondi no que o ar saía devagar pela minha boca, meu coração batia muito forte no peito. — Uma mulher determinada. Adoro como você ama o que faz, acho isso tão inspirador às pessoas que te cercam.

Ela assentiu sutilmente com a cabeça em silêncio, apenas me fitando. Era uma historiadora, porém conhecia o momento correto de direcionar uma palavra.

— Me sinto bem quando você está por perto. — e ultimamente só quando você está por perto, Lauren. — Eu não sei explicar, nos conhecemos há poucos dias, mas eu sinto que é como se tivéssemos nos conhecido há anos.

Ela sorriu sem mostrar os dentes e negou sem pressão alguma a cabeça. De repente, se levantou da cadeira onde estava sentada, deixando vinho e aperitivos para trás, caminhando sem me dever explicações até a minha sala de estar.

— Que legal, você tem um cubo.

Foi a primeira coisa que viu e consequentemente a primeira que pegou para observar de perto.

— Tenho, mas não sei montar. É o meu brinquedo de infância favorito. — me direcionei ao mesmo cômodo que Lauren, pensando e repensando nas minhas palavras. Será que falei algo que não deveria? O vinho não estava bom ou será que ela só enjoou do queijo? Eram muitas perguntas, muitas tentativas até então falhas em agradar Lauren Jauregui para que ela voltasse a me visitar mais vezes. — Você sabe?

— Eu nunca montei um com palavras, mas posso tentar.

Se sentou ao sofá, analisando o objeto com cuidado e minuciosamente.

— São adjetivos?

— Acho que sim.

Novamente me juntei a ela.

— "Bonito", "Engraçado" e "Inteligente"?

Olhei para o cubo e para as faces montadas. Eu não escolhi formar aquelas palavras, das vezes que o fiz, estava conversando com Dinah ou apenas me desestressando com as coisas da vida, sem prestar a devida atenção ao que de fato eu estava criando com minhas mãos.

— São essas as suas características prediletas em uma pessoa, senhorita? — levantou uma das sobrancelhas com uma sugestão inesperada, um gesto que surpreenderia qualquer um, vindo da professora de história, Lauren Jauregui.

Com certeza eu concordaria com ela se não tivesse conhecido Michel antes. Além desses três, também acho importante que o parceiro tenha alguma estabilidade financeira.

— Mais ou menos.

Lauren ia montando o cubo enquanto eu mais pensava do que a respondia. Quer você acredite, quer não, ela levou menos de três minutos para montá-lo por completo. Era habilidosa em diversos quesitos, coisas que eu e você juntos jamais conseguiríamos descobrir, e montar um cubo mágico estava entre elas.

— Vamos ver o que temos aqui...

Meus olhos se arregalando ao ver a palavra "sexo" descrita com as letras garrafais mais exageradas que já vi na vida.

— Legal, são seis qualidades. — comentou, estudando o cubo como se fosse um joalheiro avaliando se o que tinha em mãos era ouro legítimo ou não.

— Eu.. – fiquei constrangida quando finalmente vi o cubo completo em suas mãos. Ela o observava com seriedade, especialmente quando a palavra 'sexo' estava claramente visível. Era desconfortável pensar nas possíveis suposições que ela poderia fazer acerca de mim. Sexo sempre foi um tabu na minha vida, influenciado pela religiosidade da minha família que agora está em Minas Gerais. Minha primeira relação sexual foi com Gabriel, e só aconteceu depois que ele me pediu em noivado.

Fiz uma pausa, refletindo sobre aquela lembrança desconfortável.

— Eu peguei esse cubo da rua, no dia do show.

— No dia do show?

— Isso.

— Como? — ela perguntou direta e objetiva. — Você saiu da casa de shows só com a bolsa, pelo o que eu me lembro.

— Foi depois de sair. Um morador de rua deixou cair do carrinho quando eu fui atrás de você na barraquinha do lanche de pernil. — respondi o mais pontual que eu poderia. Sentia vergonha de confessar essa trapalhada toda para Lauren, uma mulher politicamente correta, inteligente e madura.

Ainda mais hoje, onde ela viera de social para o meu apartamento. Ela estava tão...

Sexy.

— Um morador de rua te acertou?

Oh, claro.

Nem ela, nem ninguém viu a lastimável cena da mulher bêbada sendo arrematada ao chão por um baita impacto no quadril vindo de um carrinho de metal, cheio de tranqueira.

Era melhor assim.

— Sim. Você não viu porque estava pegando o meu lanche. Eu voltei rapidinho pro carro.

Ela parou por um momento, voltando seu olhar para mim como se buscasse uma resposta exclusivamente minha, prestes a ser proferida. Ainda que tenha parado e me encarado por alguns segundos, Lauren não respondeu uma palavra.

— Obrigada por ter me trazido em casa, aliás.

O motivo de Lauren ter me trazido em casa naquela noite e eu ter acordado com um rapaz metido a bonitão, que sequer me lembro o nome, ainda me é uma questão que não entra na cabeça. Doutora Martinez disse que foi efeito dos remédios misturados com a bebida e desde então tenho me apegado a isso. Não queria me estressar pensando nessas coisas, afinal, já tinha passado, eu nunca mais iria ver o rapaz novamente. Foi o primeiro sexo inconsequente que fiz na vida.

— Todas as palavras no masculino. Qual será o propósito disso?

— Não sei. Mas a pessoa que encontrar alguém com todas essas características, será uma pessoa de muita, muita sorte. — respondi, analisando mais a maneira que Lauren segurava o cubo do que tentando decifrar de fato o objetivo daquele brinquedo.

— Concordo totalmente. — ela olhava para mim enquanto falava. — Quem nos dera poder montar esse cubinho e encontrar a pessoa perfeita num piscar de olhos.

— Nem me fale, Laur. — digo. — Seria o maior achado de todos os tempos.

Lauren embaralhou o cubo novamente e o entregou em minhas mãos.

O devolveu da exata e igual maneira que anteriormente o encontrou, o que chamou minha atenção por algum motivo.

"Bonito", "Inteligente" e "Engraçado".

Fico pensando nas coincidências que essa ação despretensiosa de Lauren me causou. As qualidades anteriormente montadas eram as mesmas apresentadas por Michel. E as que estavam embaralhadas, eram justamente as que ele não tinha.

Ou em Jonas, um cara extremamente afortunado e romântico, porém nada inteligente, bonito e engraçado.

Que coisa mais bizarra.

— Quer voltar para a cozinha? — Lauren negou à cabeça quanto a minha pergunta. — Okay.

Pensar muito sobre isso me fazia se sentir louca. Afinal, eram apenas coincidências. Agora que estava solteira, embora não fosse uma regra, naturalmente outros rapazes tenderiam a se aproximar de mim. Associar esse fato com uma mera imaginação de que um cubo mágico achado na rua era o culpado dessas pessoas esquisitas estarem aparecendo na minha vida era o maior traço de insanidade que eu poderia apresentar.

Entendido isso, sorri amarelo para Lauren.

De todos os meus amigos, ela era a única que me achava normalzinha ainda. Queria que continuasse assim.

— Quais seriam suas qualidades prediletas em uma mulher, Lauren?

Uma coisa eu tinha certeza quando perguntei descaradamente aquilo para ela: eu precisava calar os meus pensamentos. Minha cabeça não iria parar de questionar a "coincidência do cubo" tão cedo e, naquele momento, só existia uma maneira de silenciar o questionamento: me autocolocando em um assunto que também fazia a minha mente trabalhar a mil por hora.

— Bom, acho que todos esses.

Assenti cheia de atenção para a resposta de Lauren.

Okay.

Eu não era lá uma mulher rica e eu não sei se sou boa de cama, ainda mais com mulheres, pois nunca havia provado ou sentido vontade de tentar antes, mas talvez eu fizesse o tipo de Lauren em outros sentidos, supondo que eu um dia me relacione com alguém do sexo feminino, claro.

— Você já teve alguma namorada, além da sua ex, que você comentou durante o show?

— Ah, já! Muitas. Já tive muitas. Sou assumida desde os 16 anos. Minha primeira namorada era da minha escola do ensino médio.

Ela disse "muitas" cheia de convencimento, querendo se ostentar...?

Assenti com a cabeça.

Uma mulher de muitos amores essa Lauren Jauregui. Bom para ela. Provavelmente o "felizes para sempre" dela durava no máximo quatro meses.

— Mas enfim, é tudo muito intenso em uma relação com duas mulheres. Quando acaba, é mais ainda.

"Pegadora", é esse o termo que os jovens usam hoje em dia, não é? Pois muito que bem. Uma mulher de muitas paixões e interesses essa professora com pose de quietinha, nerd e reservada.

— Bacana, Lauren.

Quem vê cara, realmente não vê o coração. Já dizia a minha mãe.

— Que legal. Bacana demais.

— Mas, sim, tive muitas namoradas desde então. — e ela repetiu o termo como quem soubesse que ouvir aquilo me incomodasse profundamente.

— Eu já entendi. Que bom pra você.

Por algum motivo, as palavras de Lauren fizeram com que eu sentisse um breve desconforto no peito. Bom, não que eu não esperasse que ela fosse experiente no "ramo", porque ela claramente era. Uma mulher que visita uma outra, com flores e desenhos, notoriamente está bem intencionada. Será que ela fazia isso com todo mundo?

Novamente abro um sorriso amarelo.

Esse incomodo bobo de querer ser exclusiva para Lauren me pegou desprevenida tanto quanto a vontade que senti e ainda sinto de beijá-la.

— E você? — ela teve a ousadia de perguntar.

— Eu? Não está na cara que eu só namorei com o Gabriel em toda a vida? — respondi à "garanhona" das sáficas.

— E mulheres?

— Não. Nunca fiquei com mulher alguma. Só dei um selinho e foi em festa universitária, época que eu era uma sem juízo. — até porque eu sempre fui uma mulher de princípios aos quais me orgulho.

Jamais que eu, Camila, me submeteria a um beijo sem estabelecer uma conexão com a pessoa que me envolvo antes. Diferente da rainha beijoqueira que tenho ao lado, eu tenho valores muito bem construídos e estipulados, obrigada.

— Como não? — Lauren franziu o cenho, os olhos buscando os meus com uma mistura de incredulidade e curiosidade.

— Nunca fiquei, Lauren. Ué. — Peguei o cubo, colocando-o com cuidado em cima da mesinha central da sala, cruzando as pernas enquanto sentia meu coração acelerar. — Não é porque você fica com todo mundo que eu tenha que ficar também, okay?

— Eu não sabia que eu era considerada um homem pra você. — Lauren arqueou uma sobrancelha, seus lábios se curvando em um sorriso de canto, uma pitada de provocação em sua expressão.

— Como assim? — Meus olhos se arregalaram em surpresa, minha mente correndo para tentar entender onde ela queria chegar com aquilo. — Heim? Do que está falando?

Uma enxurrada de emoções me invadia a partir dali. Aquela mesma sensação ressurgindo. Era como se um turbilhão de pensamentos confusos e memórias distantes estivesse se agitando dentro de mim, deixando-me desorientada.

Você não se lembra do que rolou no banheiro? — A voz de Lauren soou firme, mas havia uma ponta de sugestão, como se ela estivesse desafiando minhas memórias, seus olhos fixos nos meus, penetrantes e inquisidores.

Novamente, sua indagação me fizera voltar no tempo.

Meu coração começou a bater mais rápido, e minhas mãos ficaram úmidas de repente. Uma sensação boa de pânico misturada com borboletas no estômago começou a se formar dentro de mim.

Eu me lembrava.

Eu conseguia me lembrar agora.

Me lembrei que eu já havia a beijado antes, no dia do show.

Flashback ON

[...] Me encostei sobre à porta, colocando a mão direita no peito ao que respirava fundo, tentando entender o que diabos eu estava sentindo e o porquê do meu corpo reagir daquela forma à Lauren após ela expor de maneira natural sua sexualidade a mim.

Ela era lésbica, o que, teoricamente, não deveria fazer diferença. Antes de conhecê-la, eu tinha duas amigas lésbicas e isso nunca me despertou desejos por mais atraentes e legais que elas fossem comigo.

Porém, com Lauren, isso soou completamente diferente.

— Está tudo bem aí? — ela questionou de onde estava, provavelmente perto da pia do lavatório. Era certo que eu já estava há alguns minutos trancada lá dentro.

Por sinal, estava encolhida dentro da penúltima cabine do banheiro, a respiração acelerada ecoando no silêncio sufocante. O coração batia descompassado, como se estivesse tentando escapar do meu peito. Eu não entendia o que o meu próprio corpo estava sentindo ou querendo me dizer. Em um ato rebelde da parte dele, era a primeira vez que não satisfazia as ordens do cérebro, e eu não estava sabendo lidar com tudo aquilo. Para aquietar a ansiedade ou o que quer que fosse "aquilo" que estava me consumindo por dentro, respirei fundo, passando a segurar firmemente a trava da cabine.

As paredes pareciam se fechar ao meu redor, o ar rarefeito causando uma sensação de claustrofobia. Tudo pareceu desabar quando ouvi os passos de Lauren em direção ao local que eu me escondia. Cada batida na porta era como um eco ensurdecedor, o som invadindo meus ouvidos como um alarme estridente.

— Karla? — A voz da mulher de olhos verdes ecoou através da porta. Ela soava preocupada, urgente. — Você está bem?

Eu resisti por um momento, lutando contra a enxurrada de emoções que ameaçavam me consumir.

— Estou. — engoli a agonia quente que tomava todo o meu corpo. — Pode voltar para o show. Eu já volto também. Vai na frente.

— Por que eu voltaria sozinha? — sua voz rouca e zelosa. — Não se preocupe, eu te espero. Está tudo bem mesmo?

— Lauren, pode ir. Eu já volto pro show. Está tudo bem. Vai lá. — eu fazia um esforço tremendo para não gaguejar diante dessa situação constrangedora em que minha sexualidade era questionada e eu me sentia extremamente interessada e atraída por uma mulher que me ouviu por horas falar o quanto eu amava meu ex noivo.

Não quero te perder. Tem muita gente lá fora. Além do mais, você é a minha companhia neste show. Não adianta me dispensar assim, porque ainda vamos dançar bastante.

Com um suspiro resignado, me afastei da porta. Em seguida, em um clique suave, a tranca cedeu, e a porta se abriu para revelar Lauren do outro lado.

Seus olhos esmeraldas estavam cheios de preocupação quando ela me viu ali. Ela avançou hesitante, como se temesse assustar um animal ferido.

— O que houve? — sua voz era suave, reconfortante, agradável.

Eu quase não conseguia encontrar as palavras para responder. Minha garganta estava apertada, as palavras presas dentro de mim, bem como meus desejos implícitos. Mas então, antes que eu pudesse pensar duas vezes, lembrando de Gabriel ou minha família, me lancei para frente, envolvendo-a em um abraço desesperado que eu com certeza culparia a bebida no dia seguinte por fazê-lo dessa forma ansiosa.

Por sua vez, Lauren pareceu surpresa com o gesto, mas logo retribuiu, seus braços envolvendo-me com cuidado, cada canto do meu corpo encaixando no dela. Estávamos tão perto que eu podia sentir o calor do seu corpo se fundir ao meu. E, oh meu Deus, como isso era bom. Era macio e diferente de tudo que eu havia experimentado. O cheiro do perfume feminino, diferente do que eu imaginava, era bom e se contrastava com o meu. Eu nunca havia abraçado uma mulher daquela forma. Passar as mãos por seus braços, que não são tão musculosos ou rígidos quanto os de Gabriel, era maravilhoso. Era macio, não era duro. Eu adorei fazê-lo. Adorei tocar e desejar uma mulher pela primeira vez.

— O que está tentando fazer, Karla?

Ela me questionou enquanto ainda me abraçava e tinha, agora, a cintura sendo acariciada por minhas mãos inquietas.

Apesar de me conter em sua cintura, eu a tocava com muita curiosidade. A ponta dos meus dedos pegavam fogo ao experimentar a sensação, apertando a cintura de uma mulher pela primeira vez. Eu afagava o cheiro de seu cabelo enquanto isso. Sentia e deixava expressar toda a minha satisfação e desejo enquanto tateava Lauren. Eu não sabia como acalmar as sensações que se concentravam em peso no meu ventre. Não fazia a menor ideia de como controlar esses desejos que de repente tomaram conta do meu corpo.

— Me beija. — sussurrei o mais baixo que poderia, aproveitando para cuidadosamente puxá-la por completo para dentro da cabine, travando a porta assim que feito, sem desgrudar o meu corpo do dela. — Eu quero te beijar. Me beija.

Perdemos a noção do espaço, Lauren sabia que eu era inexperiente neste ramo e por isso tomou o controle. Colocou-me contra a porta da cabine, juntando seu corpo por cima do meu logo em seguida. Segurou a lateral do meu rosto com as duas mãos, gesto suficiente para me fazer fechar os olhos, suspirando com o calor que se concentrava de maneira intensa no meu ventre.

Suas mãos acariciando minha pele ao que sua boca ficava perigosamente a centímetros da minha.

— Por favor... — pedi, percebendo que seu toque carinhoso e olhar atento buscava sobriedade em minha fala. Acredito que não gostaria de fazer isso, de me beijar na cabine, se eu me apresentasse completamente inconsciente pela bebida, o que era alarme falso, pois eu estava perfeitamente sã naquele instante.

Só após pedir pela segunda vez, que Lauren saciara a minha vontade. Encostou seus lábios nos meus, em um beijo tranquilo, carinhoso, da maneira especial que deveria ser o meu primeiro contato com o corpo e boca feminina.

De fato, era diferente, até o gosto por causa do batom. Era muito macio, era suave e carinhoso, quente. Minhas mãos anteriormente encostadas na porta da cabine que Lauren me colocara contra, agora vão de encontro a sua cintura, num pedido silencioso para que ela não se afaste, a fim de que veja que estou desfrutando deste primeiro contato, que ao invés de saciar os questionamentos e sensações que eu sentia, apenas aflorou-as.

Lentamente entreabro minha boca, pedindo que ela introduza sua língua de forma que eu possa explorá-la com tanto gosto. Ela escorregou com cuidado, sem pressa, deixando-me completamente hipnotizada pelo gosto e maciez do gesto. Dentro da cabine, conseguíamos ouvir de relance Jorge e Mateus cantarem "Nocaute". O beijo completamente encaixado, suave, uma delicadeza que eu nunca havia experimentado ou pensado em experimentar na vida. Apertei sua cintura, não conseguindo controlar a sensação que queimava de dentro para fora enquanto aquela linda mulher me tomava na cabine do banheiro com um beijo.

Cansada de recebê-la, sobretudo querendo aproveitar do beijo por completo, sugo sua língua que deliciosamente invadia a minha boca, mordendo e chupando seu lábio inferior em seguida, adorando a sensação ao não sentir nenhuma barba áspera arranhar a pele do meu rosto durante o beijo.

Apertei sua cintura pela segunda vez, enquanto ela, leva uma das mãos até o meu cabelo, segurando os meus fios, me empurrando para bem longe do resquício de sanidade que ainda me restava.

Quando ela cravou as unhas curtas na minha nuca, mostrando que era ela e mais ninguém quem deveria ter total controle do beijo, eu inevitavelmente gemi, arranhando sua cintura por cima da roupa, adorando ser domada por uma mulher, onde senti minha calcinha molhar, lançando meu corpo contra o dela, roçando-o, em busca de mais contato com o corpo de Lauren, eu estava em chamas.

— Karla...

Fincou um dos joelhos entre as minhas pernas, e eu novamente enlouqueci em seus braços, voltando a beijá-la num ritmo cada vez mais feroz, passando minhas mãos por seu corpo torneável, arranhando ela, no instante que meus instintos se sobressaiam aos meus valores e princípios como nunca havia acontecido antes.

— Karla... — me chamou pela segunda vez, em uma súplica clara de uma mulher experiente que estava tentando se controlar ao máximo a fim de tornar esse momento especial para mim.

— Me beija, Lauren. — pedi no que descia minha boca pelo seu pescoço. De repente, passei a sentir vontade de lambê-la e chupá-la inteira na região. Assim o fiz, me entorpecendo e viciando naquele cheiro feminino maravilhoso, na maciez e encaixe dos corpos. — Me beija direito, vai...

A mão que segurava a lateral do meu rosto, desceu para os meus quadris e apertou a carne com força, me fazendo se contrair contra o corpo dela e a parede da cabine. Pela segunda vez, lhe dei a oportunidade de ouvir o meu gemido arrastado e manhoso. Eu estava viva, queimando de excitação. Jamais imaginei que isso seria possível em tão pouco tempo após meu término com Gabriel, mas cá estava eu, me permitindo sentir essa sensação avassaladora, mais insana e lasciva que nos últimos anos, louca para Lauren explorar o meu corpo.

Após provocá-la, a mulher mais velha passou a beijar faminta a minha boca, puxando meus fios, apertando e estapeando a minha bunda, enquanto eu a recebia cheia de fogo, adorando ser devorada por aquela mulher. Apesar de novo, eu aprendi rápido os lugares que minhas mãos deveriam se manter durante o beijo. Lauren tinha seios, diferente de Gabriel. Deixei de apertar e arranhar sua cintura e, durante o beijo gostoso e pegado, enquanto ela me espremia contra a porta, comecei a massageá-los por cima do tecido, rapidamente recebendo seus suspiros contidos, demonstrando o quanto ela sentia prazer ao ser estimulada naquela região, que embora gostasse de dominar o beijo, não conseguia controlar suas próprias sensações ao ser tocada em uma área sensível, que provavelmente a excitava.

— Não faz assim... — sussurrou no pé do meu ouvido com voz rouca, parando de beijar a minha boca, envolvendo lábios e língua no meu lóbulo, onde me levou ao ápice ao juntamente apertar as regiões que anteriormente segurava.

— Continua me beijando... — pedi com voz falha entre respirações pesadas. Meu coração nunca pulsou tão frenético quanto agora. Tudo isso estava atrapalhando o meu foco ainda que aquela sensação fosse gostosa demais. — Ah, deus... — começou a lamber meu pescoço, onde tive que fechar os olhos, tentando conter meus ânimos ao ser pega desprevenida e do jeitinho que eu mais desejava após semanas apenas me martirizando. — Lauren...

Nossas bocas iam se tocando, e os batons, borrando. A língua de Lauren entrando e saindo da minha boca. Lambendo da maneira mais erótica a minha língua, fazendo-me sentir vontade de gemer a cada vez que nossas línguas se tocavam enquanto suas mãos me apertavam inteira. Eu queria que ela avançasse. Queria que ela me tirasse desse banheiro e me levasse para seu quarto, para sua cama. Eu precisava disso.

Eu queria.

Eu necessitava.

Eu quero essa mulher.

Flashback OFF

Após resgatar essas lembranças eróticas, eu mal consegui piscar os olhos. O calor, que anteriormente já se concentrava no meu ventre, tinha nome e agora eu finalmente entendia o porquê.

Olho para Lauren, sentada ao meu lado de social, e sem que eu possa controlar, as sensações e vontades do dia 23 voltam à tona.

— Você beija todas as mulheres que conhece em shows na cabine do banheiro, Lauren?

— Só as que estou absurdamente interessada. — respondeu de uma maneira convencida, onde julgo que fora efeito do vinho.

Após proferir, senti uma pontada no ventre, misturada com aquele conhecido incomodo que rasgava a minha garganta. Independente de qualquer coisa, ela não tinha o direito de me contar essas verdades. Eu não queria saber o que ela fez ou deixou de fazer com as outras mulheres. Eu queria ser única para ela, especial. Era isso que eu queria. Ela podia ao menos fingir que eu era única.

— É? — descruzei minhas pernas e as cruzei de novo, agora com a perna direita por cima. Meus olhos estavam nela e diferente de alguns minutos atrás, agora eu reconhecia o gosto e a textura de seus lábios. Isso explicava o fascínio que eu senti desde a vez que fomos almoçar juntas. Aquela boca, por uma noite, já foi minha, ela me tomou e devorou inteira. Meu corpo, mesmo inconsciente, ansiava por ela me chupando o lábio inferior, lambendo-me a pele novamente.

— É... — havia cinismo em sua fala e aquilo me irritou a mesma medida que excitou. Estávamos no mesmo sofá, sentadas, olhando uma para a cara da outra.

— Ótimo, espero que tenha aproveitado a noite do show, porque isso não vai se repetir nunca mais.

Me levantei do sofá, saindo de perto daquela mulher que me fazia questionar a sexualidade.

— Nunca mais, Karla?

Ela também se levantou, dando um passo para frente, ficando mais próxima de mim.

— Sim, Lauren. Nunca. Mais.— pontuei as duas últimas palavras e quando pensei em me virar, sentido à cozinha para tomar um copo de água gelada, a mulher segurou o meu braço esquerdo, impedindo que eu assim avançasse e a deixasse sozinha na sala.

Ela não precisou dizer um "a" sequer, o gesto de me proibir de prosseguir o caminho, fazendo exatamente o que eu queria que ela fizesse, que era não me deixar sair dali ao cuidadosamente agarrar meu cotovelo com aquele sorriso covarde e malandro de lado, Lauren me puxou novamente para si e eu prontamente matei a minha vontade que agora tinha nome e sobrenome.

Selei nossas bocas no meio da sala, segurando com as duas mãos desesperadamente seu rosto, ao que ela envolveu minhas cintura com seus braços, me puxando para caminhar em direção do sofá ao que eu fazia o caminho contrário, querendo levá-la para a minha cama.

Naquela noite, eu tive a minha primeira e melhor experiência sexual com outra mulher.

.
.
.

COMO ESTAMOS? O que acharam?

Novas teorias???? Espero de vdd que tenham gostado do cap!

Me desculpem a demora, por conta do trabalho e da faculdade tem sido muito difícil conciliar tudo, mas dou meu jeitinho. Me ajudem a divulgar a fic, eu adoro interações, quanto mais pessoas acompanhando, mais animada fico em voltar❤️ até a próxima.

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