SAGE. || H.S

By Alasca_hs

95.4K 6.8K 3.3K

Aquela típica história clichê -ou não- onde Sage é uma boa garota, simpática e bem humorada e Harry é o anti... More

× esclarecimentos da autora ×
01🌹
02 🌹
03🌹
04🌹
05🌹
06🌹
07🌹
08🌹
09 🌹
10 🌹
11🌹
12 🌹
13 🌹
14 🌹
SAGE VAI SER DELETADA???
15🌹
16 🌹
17🌹
18 🌹
19🌹
20🌹
21 🌹
22 🌹
23 🌹
24 🌹
25🌹
26 🌹
27🌹
28 🌹
29🌹
30 🌹
31🌹
32🌹
33 🥀
35 🥀

34🍂

840 48 17
By Alasca_hs

4 MESES DEPOIS
Só para confirmar: eu ainda não gosto de festas!
Principalmente quando se fala em festas de fraternidade.
É realmente aquela coisa clichê de filme adolescente: muitos corpos no andar de baixo de uma casa que não cabe tantos corpos assim, o que acaba deixando muito apertado e quente e as pessoas começam a suar e trombam em você constantemente e eu começo a ficar irritada. É sufocante!
Não encontro a Perrie, não encontro o Zayn e, principalmente, não encontro quem insistiu que eu viesse: Harry!

O garoto me encheu o saco e conseguiu me persuadir mais uma vez! É o quinto final de semana seguido, se você não contar aquele em que eu tive de ir com meu pai buscá-lo quase do outro lado da cidade porque, segundo alguns de seus amigos que me ligaram, ele estava arrumando briga porque os seguranças não queriam brigar com ele.

Depois do que aconteceu quatro meses atrás, Harry já passou pelo estágio da negação, do luto, e agora está tentando achar uma direção - e está falhando miseravelmente!
Ele não dorme em sua casa desde então. Sempre pulando minha janela para dormir em minha cama desde que Zayn veio me dizer que o via toda noite dirigindo para a torre e não o via sair até o outro dia de manhã (não sei se ele estava o seguindo ou algo assim, só que ele sabia) e eu fui atrás dele. Antes da escola, pedi uma carona a Tyler, namorado de Tori, e fui até onde Harry, até então, supostamente, dormia. Procurei a chave onde ele escondia e ela não estava lá, então, sem alternativas, liguei para ele.

"Bom dia!" Ele atendeu parecendo meio sonolento.

"Eu estou aqui embaixo." Disse sem nem se quer enrolar. Sua voz estava meio trêmula e ele gaguejou enquanto dizia o que eu já sabia.

"É que... Eu não estou em casa."

"Eu sei. Eu não estou na frente da sua casa. Tô na frente da Torre." Ele ficou em silêncio por um momento até que suspirou um "droga".

"Eu to descendo." E desligou.

Quase um minuto depois ele abriu o pequeno portão ao qual eu - que não sou grande nem nada - tinha que me abaixar para passar.
Sem camisa, olhos e lábios inchados, cabelo que parecia que um pequeno tornado havia pousado ali para fazer uma generosa bagunça. Adorável, era como ele parecia a primeira vista mas, se você reparasse bem, as olheiras embaixo de seus olhos e lábios rachados diziam outra história. A história de alguém que não dormia bem a meses, que se alimentava à medida em que eu insistia, que não se hidratava com água, apenas dissecava-se com álcool. Os nós dos dedos machucados de tanto socar paredes e rostos em brigas que não lhe davam nada mais do que a sensação de estar afundando. Danificações externas que não faziam jus às internas.

"Quem te contou?" Ele perguntou. Arqueei uma sobrancelha.

"Eu deduzi." Menti e foi a vez dele de arquear a sobrancelha, mas deixou de lado, não insistiu na pergunta. Subimos as escadas e quando chegamos lá em cima e eu vi aquele mesmo tapete de meses atrás, que parecia não ter percebido as mudanças que ocorreram lá fora, pois continuava no mesmo lugar, apenas com algumas cobertas jogadas em cima e, meio segundo depois, o corpo de Harry.

"Por que você não me disse?" Perguntei com certa exaustão.

"Porque você me convenceria a voltar para casa." Dei de ombros e me sentei ao seu lado no tapete.

"Talvez não, se você me explicasse..." esperei e senti seu corpo resistindo a toda a gravidade que o empurrava para me dizer. Esperei e esperei.

"Eu vejo ela..." permaneci em silêncio pois, além de não estar surpresa, sabia que ele não havia terminado. "Em todo lugar da casa, Sage. Eu sinto ela. Sinto seu cheiro e também sua presença... isso me assusta." Confessou "Ela deixou de ser minha Mãe para se tornar um fantasma." Sua voz está tão trêmula quanto suas mãos, e eu as tomo para mim. Envolvo-as com as minhas mesmo que elas sejam maiores e ásperas. Aperto-as tomando cuidado com os hematomas, tento passar para ele a confiança que eu não sentia, mas queria que ele soubesse que eu estava ali. Ele não estava sozinho.
"Eu não posso ficar lá sozinho. Tenho medo de virar um fantasma também..." o nó que subiu a minha garganta, quase jogou para fora todo o ar dos meus pulmões. Eu não sabia o que fazer, não tinha ideia de como ajudar. Eu não podia trazer sua Mãe de volta.
O abracei. Mas eu sabia que aquilo nunca seria o suficiente.

A partir daquele dia, nunca mais o deixei dormir sozinho.
Mas tinha dias que ele não dormia. Às vezes eu acordava de noite e ele estava lá, olhando para a parede ou até mesmo para mim. Sempre que tinha a oportunidade de se embriagar ele fazia. Me chamava para festas todos os finais de semana, e se eu sugeria que ficássemos em casa ele achava que eu estava duvidando de sua integridade mental e de seu autocontrole então, saia sozinho.

Nosso relacionamento não está um mar de rosas cheio de compreensão e empatia. É difícil lidar com esse momento de Harry porque, mesmo que eu imagine o quanto deve estar sendo difícil para ele, eu ainda não posso saber como realmente é estar em seu lugar.
Existem momentos em que eu me sinto egoísta pensando sobre o quanto isso vai durar e quando vai passar, quando ele vai voltar a ser ele para voltarmos a ser nós. Me sinto culpada por às vezes me sentir cheia desse novo caráter autodestrutivo que Harry desenvolveu. Me sinto culpada por pensar que não tenho a obrigação levantar no meio da madrugada - pois não consigo dormir de qualquer jeito - apenas para ir resgata-lo quando está se metendo em brigas.
Mas ao mesmo tempo quero cuidar dele, abraçá-lo e fazer ficar tudo bem. Eu realmente sinto amor por ele. Mas isso não torna as coisas muito mais fáceis.

Apesar de tudo, continuo aqui, acompanhando toda essa reviravolta em sua vida, lidando com sua nova personalidade e, quando vejo Zayn arrastando Harry porta à fora daquela festa enquanto ele grita palavrões e tenta resistir, eu não me surpreendo.

Um amontoado de pessoas está se movimentando, um garoto tenta ir pra cima de Harry que tenta brigar de volta, mas Zayn, sem paciência alguma chuta - literalmente - Harry para fora, e se vira com uma falsa calma para tentar impedir o garoto desconhecido - com a camisa coberta de sangue - de quebrar a garrafa que ele estava na mão na cabeça de Harry. Corro até meu amigo tentando assimilar algo.

- Zayn? Que porra está - antes que eu possa concluir a frase ele vira para mim gritando com um desespero aparente.

- Sage vai atrás do Harry e esconde ele na sua casa ou em outra porra de lugar. Se não, eu mesmo arrebento o filho da puta! - Eu saí correndo porta à fora assim que ele terminou a frase.

O vento estava cortante de tão gelado. Minha blusa não o impedia de ricochetear em minha pele e, apesar da neblina embaçar a minha vista, eu ainda conseguia ver o corpo alto e bêbado de Harry cambaleando a alguns metros de distância. Corri até ele que estava tossindo desenfreadamente, sem blusa, apenas uma camisa surrada que também tinha sangue.

- Harry! - Gritei e Ele virou para mim segundos depois como se o som tivesse chegado gradativamente em seus ouvidos. Seu sorriso torto me fez ter vontade de socar sua cara.

- Saige! - Ele pronunciou embolado. Puxei seu rosto entre minhas mãos examinando se havia algum machucado nele.

- Harry, o que aconteceu? - Não havia nenhum hematoma nele, o que me deu um pouco de alívio mas também permissão para parar de me preocupar e sentir raiva.

- Ah! - ele riu - sabe como é, né? Fiz uma brincadeira com aquele cara que tava lá e ele já veio nossa! - Levantou as mãos e falou meio esganiçado - aí eu já fui pah e pow pow aí eu vi que ele ia pegar alguma coisa atrás dele e eu já peguei a garrafa que tava do meu lado e... - ele se desequilibrou um pouco para trás enquanto mostrava com gestos como tinha pegado a garrafa e quebrado na cabeça do garoto. Eu franzia a sobrancelha não entendendo nada e muito menos achando engraçado - Só foi uma. Tey! Aí a garrafa quebrou e eu vi que tinha feito merda. Eles vieram me bater mas o Zayn separou. Grande herói o menino Malik! Acho que posso até perdoar ele depois dessa!

- O que eu acho bem difícil é ele te perdoar! - Pronunciei brava. Eu estava com raiva, irritada, querendo socar a cara do garoto! - O que você tá pensando, Harry? Você tem que parar de fazer isso! Parar de arrumar essas brigas estupidas! Já deu! - O garoto parece olhar além de mim como se estivesse com a cabeça em outro lugar.

- Sage, - ele começa - acho melhor você ir embora! - O sangue ferve em meu rosto e minhas mãos começam a tremer de nervosismo.

- Você... Harry, você me chama pra vir nessa festa, ficou desaparecido durante todo o tempo em que estivemos aqui, arruma a merda de uma briga e agora você está me mandando ir embora?! - Eu grito. Eu sei, quem sou eu para gritar com alguém? Mas eu estava muito brava! Eu estava tão brava que nem percebi que o real motivo de Harry estar me mandando embora era porque os garotos — sim, o garoto cheio de sangue e os amigos dele — estavam saindo de trás da fraternidade onde estávamos a minutos atrás.

Eu consegui ver quando Harry pegou em meus ombros e me virou. Eles estavam vindo e não estava parecendo que eles queriam conversar.

- Sage, corre! - mas eu não poderia correr. Eles estavam chegando e Harry me colocou para trás dele e então foi tudo muito rápido.

O garoto que estava cheio de sangue acertou um soco em cheio no rosto de Harry e eu consegui ver o filete de sangue voando. Em um rebate, Harry deu outro mas, dois dos garotos que estavam com eles o seguraram, um em cada braço. O pânico tomou conta de mim e eu não sabia o que fazer.
Então eu gritei. Gritei para eles pararem mas, quando eu fiz aquilo a atenção de um garoto se voltou para mim. Ele sorriu e eu conseguia ver maldade em seus olhos. Harry estava jogado no chão levando chutes em seu estômago e eu não podia ajuda- lo. A casa estava cheia de gente e nenhuma do lado de fora. Eu não vi Zayn saindo então ele só podia estar lá dentro.
Eu pensei em correr para chamá-lo e quando eu fiz isso, o garoto que sorriu veio para cima de mim.
Eu tentei desviar de seus braços na intenção de correr para dentro da casa mas ele segurou meus braços e apertou.

- Me solta! - ele sorriu, sádico.

- Com pressa por que, amor? - meu coração estava batendo tão forte que era como se eu pudesse escuta-lo. Aquele garoto me apertando entre seus dedos enquanto eu ouvia os gemidos de Harry que ainda estava no chão. Eu esperneava enquanto tentava me soltar, mas meu corpo congelou quando o garoto, com um tom perverso, pronunciou:
- Enquanto meus amigos se divertem ali, nós podemos nos divertir aqui, huh? - sentia que a qualquer momento eu poderia cair com uma fibrilação quando uma das coisas que eu mais temia estava prestes a se tornar real.

Ele deu passos para frente até encostar meu corpo congelado no seu corpo excitado com a sensação de poder. Ele emaranhou seus dedos atrás de meu cabelo e puxou. Meu couro cabeludo ardia tanto quanto meus olhos quando eu, covardemente, comecei a chorar. Ele inclinou sua cabeça até seus lábios tocarem nos meus, eu estava rígida com aquela sensação apenas querendo vomitar tudo para fora. Mas, quando ele tentou colocar aquela língua nojenta dentro da minha boca, num reflexo eu o mordi. Eu grudei sua língua e sentia o gosto do sangue dela na minha boca. O garoto puxou mais ainda meu cabelo e quando eu soltei para dar um gemido de dor, ele me empurrou e num movimento rápido, deu um tapa em meu rosto.
A ardência veio antes do chão.
Quando ele fechava sua mão pronto para me dar um soco, seu corpo foi arremessado no chão.
Zayn, Louis e outras pessoas que eu não conseguia distinguir começaram a dar uma surra no grupo. Quando a adrenalina de ser atacada passou pelo meu corpo, bem a tempo de conseguir ver Perrie dando chutes no garoto que me atacou, eu desmaiei.

Os outros dias passaram tão rápidos que eu não conseguia acompanhar.
Acordei em uma cama de hospital onde disseram que eu estava bem, eles só estavam esperando eu acordar. Eu estava assustada quando acordei, flashbacks a todo momento do que havia acontecido. Eu tinha a sensação nojenta dos lábios daquele garoto encostando nos meus, e o sangue de sua língua em minha boca.
A médica que estava cuidando de mim recomendou uma psicóloga nos primeiros minutos depois que eu acordei, ela sabia que não seria fácil lidar com o trauma.
Harry estava em outro quarto no mesmo hospital dopado de morfina, coberto de hematomas, duas costelas quebradas e varias contusões em sua cabeça. Nada sério, foi o que me disseram, ele só precisaria ficar em observação caso ficasse sério. Mas nada sério, por enquanto.
Os outros garotos estavam em um hospital diferente e responderiam um processo. Harry também já que havia pessoas de prova que ele havia começado tudo.

Recebi diversas visitas e até fui visitar Harry contra a vontade da minha mãe e meu pai, que não queriam me deixar ver ele mas estavam sob responsabilidade dele e constantemente visitando o garoto.

Enfim, passaram-se algumas semanas.
Harry já estava em casa. Sua casa.
Ele estava distante. Me pediu desculpas varias vezes dizendo que a culpa havia sido sua. Ele se isolou ainda mais em sua casa e quando eu ia visita-lo ele estava distante, racionando palavras, sempre dizendo que estava com sono, que precisava descansar e bem, para um bom entendedor, meio entusiasmo basta.

Mas houve um dia em especial. Era um daqueles dias em que você levanta com o pé esquerdo.
Eu estava em um flashback onde eu me atrasava para a escola, perdia o ônibus, ia andando/correndo, quando chegava o portão já estava fechado e eu tinha que entrar pelo portão dos fundos. Mas ao contrário da última vez eu fui pega.

- Sage? - me virei devagar apenas para dar de cara com a reitora da escola. - Será que você pode vir até a minha sala?

Em silêncio me repreendia e caminhava até sua sala, ao mesmo tempo preparava a "desculpa" que ia ser uma meia-verdade com um pouco de "drama da Sage".

Entrei na sala, fechei a porta atrás de mim, sentei na cadeira como a reitora pediu, tomei fôlego e comecei:

- Desculpa por atrasar! Sabe o que é? Meu gato tá doente e eu não dormi a noite inteira aí- Mas não terminei porque ela me cortou.

- Não foi por isso que eu te chamei, Sage. - relaxei meus ombros mas logo depois eles ficaram tensos de novo.

- Foi por que então? - ela arqueou uma sobrancelha, mas não em repreensão.

- Harry Styles... - meu fôlego travou - ele deixou isso aqui hoje cedo.

Ela deslizou um papel dobrado em cima da mesa e eu o peguei sem pensar duas vezes.

O desdobrei e li aquelas letras curvas. A cada palavra o nó na minha garganta crescia. Meus lábios começaram a tremer como o habitual de quando choro. Parecia uma piada de mau gosto.

Mas era a mais pura e dolorosa verdade.

A teoria do Efeito Borboleta diz que: pequenas ações podem causar grandes consequências.
Mas, como eu, Sage Yang, saberia que o bater de asas da borboleta seria aceitar fazer aquele trabalho com Harry e o furacão como consequência disso seria o momento em que ele me deixaria?

Mas não posso dizer que ele não me avisou.

Continue Reading

You'll Also Like

1.8M 110K 91
Pra ela o pai da sua filha era um estranho... até um certo dia
201K 22K 32
Beatriz viu sua vida mudar drasticamente aos 16 anos, quando descobriu que estava grávida. Seu namorado, incapaz de lidar com a situação, a abandonou...
80.6K 6.6K 33
Lilly Miller é uma jovem bailarina que é dada em troca de uma dívida de seu pai aos irmãos Fox, que controlam e manipulam todos os seus passos e açõe...
1.7M 79.9K 79
Onde Victoria Gaspar passa uma noite com o jogador do Palmeiras Richard Rios,só não imaginava que isso iria causar tantos problemas.