DUPLE (Larry A.B.O.)

By afrodiel

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Harry desde criança foi treinado, lapidado, e como grande alfa acabou se tornando o maior e mais conhecido as... More

Harry
Anonymous
Louis
The teacher
Rain
Imprinting
Sapphire
Heat (part 1)
Heat (part 2)
I'm sorry...
Virtual friend
New friend
Party
Pregnant?!
Who is Styles?
Amethyst
I hate U
My alpha!
Josh
I love U
Boyce
Boyce (Alternative)
Pajama's party
Paris: the travel
Paris: the tragedy
Coma state
Quit (Alternative chapter)
Couples (part 1)
Couples (part 2)
Chaos
Murder
Demon
God... Why?!
Restarting
Blue
Stronger
Lúpus
Fear
Duple
LEIAM!!!

Dad?

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By afrodiel

Galero, eu sei que eu demorei, e peço mil perdões, mas preciso explicar os motivos:

1 - Estava e ainda estou com um bloqueio fodido, e apenas atualizei Sweet Sacrifice nesse período pois a história já está pronta, eu apenas teria que corrigir os capítulos.

2 - Estive muito ocupado nesse último mês. Organizei um desfile, tive apresentações de dança, estudei como um condenado, e várias outras coisas que tomaram bastante o meu tempo.

3 - Não estava me sentindo psicologicamente bem pra escrever, e como não queria escrever algo vazio, decidi não escrever nada. Ainda não me sinto bem, porém estou bem melhor que antes.

E, ainda falando sobre o terceiro ponto...

Eu não estou nada bem. Eu estou fisicamente e psicologicamente exausto. Minha sorte é que essa semana que entrou já é a última semana de provas, e dentro de duas ou três semanas mais, tudo acaba, termino o ensino médio e então eu vou poder relaxar um pouco e focar mais nas minhas fanfics. Mas algo, ou melhor... Alguém que me segurou nessas últimas duas semanas e que me ajudou a burlar um pouco meu bloqueio para escrever o capítulo de hoje foi o Betinho_rs. Ele se tornou uma pessoa bastante especial pra mim, e meu melhor leitor! Agradeço a ele por estar comigo nos últimos tempos, mesmo com todos os problemas, mesmo com a distância, e mesmo que ele não acredite em mim quando eu digo que eu gosto dele, que ele é importante e uma pessoa maravilhosa. Obrigado, Beto! Não só ao Beto, mas a todos vocês, meus leitores!

Bom, é isso, espero que gostem do capítulo, e até o próximo...

Kisses! ♥

Ps: Essa é a sua surpresa, meu amor! Eu disse que era banal, mas fiz esse capítulo especialmente pra você!

~*~*~*~*~*~*~

Narrador's P. O. V.

A mulher já estava se cansando por conta da espera.

Johanna se assustou ao receber uma ligação repentina de Mark, o pai de Louis. Se assustou pelo fato do alfa não dar nenhum sinal de vida há anos. Se assustou, principalmente, por ele não se interessar pelo próprio filho nem mesmo quando ele ainda era, de certa forma, presente. Ele nunca lhe deu muita importância, seu trabalho sempre foi o foco de suas atenções, e quando ele sumiu a alfa se prometeu que nunca mais iria olhar em sua cara.

Mas agora ela estava ali a sua espera!

Mark havia marcado com ela um encontro. O lugar era bastante conhecido de ambos os alfas, principalmente da época quando namoravam, então não foi difícil de encontrar. Porém ela já estava há meia hora esperando, e nada!

- Típico! - Disse com certo desgosto.

De fato era sempre assim. Ele sempre a fazia esperar. A fazia ficar horas em seu aguardo e, quando finalmente dava o ar da graça, aparecia com a cara mais lavada do mundo, dando várias desculpas esfarrapadas que a alfa sabia que não passavam de mentiras medíocres.

Ela bebericou mais uma vez o vinho que estava em sua taça. Jay parecia cansada. Na verdade ela realmente estava cansada, e tudo o que queria fazer era ir para casa, para seus filhos.

Mas, não...

Ela iria esperar!

Queria ver a desculpa que Mark daria por ter simplesmente a deixado e sumido por tantos anos!

Mas esperar tanto a estava cansando. Demais!

- Jay! - Quando já se preparava para levantar e ir embora, uma voz soou atrás da mais velha.

- Finalmente! - Falou com certo desdém, já que mesmo sem olhar para o dono da voz, ela já sabia quem era.

Johanna se sentou novamente e esperou até que o homem entrasse em seu campo de visão. Mesmo a contragosto pela maneira como foi tratado pela alfa, ele se sentou na cadeira do outro lado da pequena e charmosa mesa. Ambos se olharam por alguns instantes em completo silêncio, até que a mulher resolveu quebrá-lo.

- Você envelheceu. - Riu. Não de felicidade, mas de sarcasmo. Sua relação com Mark nunca fora muito boa.

- Já você parece ter ficado mais bonita com os anos que lhe foram acrescentados. - Sorriu.

- Qual é, Mark? Corta essas formalidades e vai direto ao ponto, ok? - Era inevitável ser tão ríspida.

Mas, como você poderia agir de maneira natural com alguém que simplesmente a largou com um filho e sumiu durante dez longos anos?

- Não precisa ser tão agressiva, Johanna. - Murmurou. A magnata simplesmente revirou os olhos e voltou a bebericar sua taça de vinho.

- Bom, diga logo o que quer.

- Por que eu tenho que querer algo?

- Será que é porque você não manda nem um simples sinal de fumaça há mais de dez anos? Ou porque você simplesmente desapareceu sem sequer deixar um bilhete?

- Não esperava que você ainda estivesse magoada. - As falas do outro fazem a mulher rir.

Ele só podia estar de brincadeira!

- Como espera que eu não esteja magoada? Mas, sinceramente, eu não estou. Eu esperava nunca mais te ver, mas cá estamos nós depois de longos dez anos. Sabia que o Louis nem lembra mais de você? - Indagou.

- Sério? - Mark arqueou uma de suas sobrancelhas sugestivamente, porém seu olhar logo mudou para triste. - Eu... Bom... Sinto a falta dele...

E nessa hora Johanna riu. Gargalhou, na verdade.

- Você só pode estar brincando, não? - Perguntou aos risos, mas parou lentamente ao notar a expressão séria no rosto do homem.

- Não, Jay. Eu realmente sinto falta dele! Eu sinto falta do meu filho!

- Se você sente tanto a falta dele, por que diabos não apareceu antes? - O ar entre ambos os alfas já começava a ficar estranho, porém apenas Johanna parecia irritada. Para a sua surpresa Mark manteve-se calmo.

- Eu não pude!

- E por que não?!

- Porque eu não poderia simplesmente voltar como se nada tivesse acontecido!

- Mas é exatamente o que você está fazendo agora, porra! - Ralhou.

Ambos voltaram a ficar em silêncio. Mark suspirou pesadamente e olhou Johanna nos olhos.

Ela realmente havia ficado ainda mais bonita, até mesmo mais que quando eram jovens!

- Olha, eu sei... Mas eu precisei voltar! Você acha que foi fácil pra mim ficar longe do meu único filho e da minha espo...

- Ex-esposa! - O cortou. - E você acha que foi fácil pra gente? Todos os aniversários, jogos de futebol, a formatura do primário, natal... Tudo isso passamos sozinhos, sem você! Nós três sempre nos demos muito bem sem você, Mark, mas no início foi difícil! Louis foi o que mais sentiu sua falta!

- Três?

- Dylan.

- Oh, sim... Claro... - A verdade era que o alfa nunca gostou muito da criança que Jay havia decidido (por conta própria) adotar, e nunca o considerou da família. - Mas, Jay, por favor... Eu sei que não tenho o direito, mas eu quero vê-lo! Eu quero voltar a fazer parte da vida de Louis!

- E por que agora?

- Porque eu serei avô. - Disse como se fosse óbvio, e isso a surpreendeu.

Como ele sabia?

- Como sabe disso? - Questionou.

- Não é de hoje que penso em voltar a ter contato, e procurei saber como vocês estão atualmente. Você se tornou uma magnata ainda mais poderosa, enquanto meu filho vai se tornar pai. - Ele sorriu pequeno. - Bom, não estou muito orgulhoso por ele estar grávido, afinal ele tem apenas dezessete, mas estou feliz por ser avô.

- Eu também estou feliz por isso. - Jay sorriu de maneira abobalhada ao lembrar do filho.

- Johanna, por favor... Por favor, me dê uma chance. Me deixe falar com o Louis! - Implorou. O homem pegou em ambas as mãos da alfa e a olhou com súplica.

A mulher apenas suspirou, desacreditando no que estava prestes a fazer...

~*~

Louis's P.O.V.

- Hazz...

- Oi?

- Eu quero transar.

- Louis, não vamos transar. - Ri enquanto presta atenção na TV.

- Por que não?

- Porque isso é só um efeito da gravidez.

- E se não for?

- Desde ontem eu quero transar, mas você não. E agora, de repente, você quer. É por causa da gravidez.

- Então isso é por vingança?

- O quê? Claro que não! - Me olha.

- Você não me ama! - Ralho.

- É claro que eu te amo, Boo! Nunca mais diga isso! - Harry me puxa para o seu colo e começa a beijar meu rosto, deixando, pela primeira vez, o filme de lado.

Faz uma hora que nós estamos sentados na sala vendo um filme totalmente desinteressante. No início não estávamos realmente vendo, mas nos últimos trinta minutos Harry deixou de me dar atenção para focar em outra coisa que não seja eu.

- Não ama não. Você não quer transar comigo. - Bufo. Eu faço o meu melhor para parecer furioso, porém é bem difícil quando estou nos braços grandes do alfa.

- Que tal a gente comer algo?

- Que tal você comer algo que minha mãe fez?

- O quê?

- Eu. - O mais velho começa a gargalhar, mas eu apenas bufo, completamente frustrado.

- Não vai me seduzir, pequeno. Até porque seu irmão e o Ty estão aí. Cameron está na piscina com o Jamie, e logo a sua mãe vai chegar. - Diz.

- Vamos pro meu quarto, então!

- Louis, nós não somos nada discretos. - Nesse ponto eu tenho que concordar com ele.

- Ah, tá bom... - Mesmo contrariado, eu me dou por vencido.

- Olha, que tal eu te recompensar mais tarde? - Sussura no meu ouvido, e isso me faz arrepiar. A sensação do hálito quente do alfa contra minha pele é tão indescritível, e os efeitos que causa em mim são evidentes.

É errado eu ficar excitado com isso?

- Eu vou cobrar! E quero sexo violento!

- Não, temos que ter cuidado.

- POR QUÊ? - Grito.

- Você já está com cinco meses, Lou. Não podemos transar assim. - É impossível revirar os olhos, porém, no fundo, ele tem razão.

Harry sorri pequeno e acaricia meu rosto.

As vezes eu me sinto extremamente envergonhado quando ele faz isso. A forma como me toca, como me olha, como se eu fosse o ser mais precioso e frágil do mundo, me fazem arder. Meu corpo todo parece entrar em uma eterna combustão!

Desde a viagem à Paris as coisas andam meio estranhas. Não "estranhas", mas sim... Diferentes. Nada é igual a antes. Todos carregam uma nuvem de tristeza, seriedade e preocupação junto a si, e Harry é o pior de todos. Ele acha que não, mas eu noto quando ele não está bem. Eu sinto quando ele não está bem.

Por diversas vezes durante a madrugada acordei com o som do choro do alfa. Ele sempre tenta abafar, tenta não me acordar, porém eu acordo. Todas as noites desde o incidente de Luke eu acordo e o ouço chorar e se lamentar pelo irmão. Todas as noites meu coração se parte ao o ver tão quebrado e vulnerável, porém todas as manhãs eu luto para restaurá-lo e tento fazê-lo sentir melhor da melhor maneira que consigo.

- Como você está se sentindo? - Pergunto. O mais velho parece se surpreender com a minha pergunta repentina, mas sorri de lado.

- Bem. Quero dizer... De certa forma... - Styles parece formular bem o que vai dizer antes que o diga. Algo típico de quando ele pretende me esconder as coisas.

- Harry, a verdade. Por favor. - Ordeno.

- Seu humor hoje está uma maravilha. - Ele revira os olhos, porém ainda sorri. - Eu realmente estou bem, amor. Até o momento não aconteceu nada que pudesse mudar isso. Nós estamos bem, Luke está na mesma, então eu estou... Bem...

- Isso é bom. - Digo.

Me ajeito no colo do alfa, o que de certa forma é dificultado por conta da minha barriga. Hoje eu completo cinco meses de gestação, e tenho que dizer o quão enorme eu já estou. Não sei se é normal ter uma barriga desse tamanho com apenas cinco meses, porém eu não me importo. Não mais.

Desde que falei com aquele ômega, algo dentro de mim pareceu mudar bruscamente. Eu não me sinto mal como me sentia antes. Eu não me incomodo como me incomodava antes. Agora, a cada chute, a cada desejo, cada enjôo ou mudança de humor, eu não me entristeço mais. Na verdade fico muito feliz. Feliz, ainda mais, por todos estarem feliz.

Realmente não é tão ruim assim!

- Olha, não te garanto, mas... - Ouço a voz de minha mãe vinda da porta de entrada.

Mas... Com quem ela está falando.

Harry grunhe debaixo de mim e me segura com força. Isso me assusta e me faz olhá-lo, e noto que o mesmo está olhando fixamente para a entrada da sala de estar. Logo dona Jay aparece, mas fico extremamente surpreso quando me dou conta de quem está com ela...

- Pai... - Sussurro tão baixo que nem eu mesmo consigo ouvir.

Por um segundo é como se minha voz, meus sentidos, minha alma tivessem deixado o meu corpo. Olho de forma estática para o homem à minha frente. Não sei como reagir, mas quando dou por mim já estou de pé com o alfa cacheado logo atrás de mim.

- Louis... - Minha mãe começa a falar, mas parece não saber bem o que dizer.

- Quem é ele? - A voz de Styles soa tão ríspida e grave, como se estivesse carregada de raiva.

- Sou Mark Tomlinson. - A voz dele ainda é exatamente como eu me lembrava.

- Você é o...

- Meu pai. - Corto as falas do mais velho.

Meu coração começa a disparar. Levo as mãos para a boca na tentativa de conter o soluço que, de repente, quis se libertar. Isso não conteve minhas lágrimas.

Dez anos...

Foram dez anos sem nenhum contato. Nenhuma carta, mensagem,ligação...

E agora ele está bem ali, à um metro e meio de distância, me olhando.

Será que eu estou sonhando?

- Oi, Lou... - O homem sorri para mim. Sua imagem começa a ficar embaçada quando as lágrimas passam a brotar em meus olhos.

- Mark me ligou hoje mais cedo. Ele quis te ver e me implorou para trazê-lo, então acabei concordando. - Mamãe murmura.

- Mas, claro, se você não quiser...

- Não, não, tudo bem... E-Eu só... Estou um pouco surpreso... - Tento da melhor maneira limpar as gotas salgadas, porém elas parecem ter vontade própria. - Faz tanto tempo que eu... Nossa...

- Dez anos, não? - Mark parece triste ao lembrar.

Mas, porra!

Dez anos!.

- Louis, está tudo bem? - Harry me pergunta e segura em minha cintura de maneira protetora.

- Sim! Eu estou bem! - Digo e me viro para o mais velho dos três alfas. - Pai, por que você está aqui?

- É como sua mãe te disse, Louis. Eu quis te ver. - Dá de ombros. - Sabe, já faz tanto tempo, e você já está tão crescido... E está grávido! Eu sempre tive medo de entrar em contado, mas isso é algo que não posso fugir para sempre, não?

- Medo? Por quê?

- Porque não queria voltar de repente, como se nada tivesse acontecido. Eu sei que parece besteira, e como sua mãe disse, eu estou fazendo exatamente isso agora. Porém, eu... Tive medo, Louis...

- Hey, o que... Oh... Mark? - Dylan aparece na sala junto à Tyler. O alfa olha para o meu pai da mesma maneira mortal que Harry, e logo Jamie e Cameron também aparecem.

Parece que nenhum dos três alfas gostou dele.

- Dylan. Olá! - Ele acena para o ômega e se vira para os outros três garotos. - Quem seriam esses belos meninos?

- Esse é o Tyler, alfa do Dylan. Àqueles são Cameron e Jamie, nossos amigos. - Harry fala.

- E Cameron mora conosco. - Completo. Mark sorri verdadeiramente para todos.

- E quem é ele? - Posey questiona.

- Pai do Louis. - Dylan responde, e, no momento, todos olham para mim.

- Vocês podem nos deixar à sós? - Peço.

Os meninos acentem e saem da sala, assim como minha mãe. Achei que Harry também iria sair, porém da forma como ele segura minha cintura noto que ele não pretende sair de perto de mim nem por um segundo.

Meu pai tenta se aproximar de mim, contudo, instantaneamente, Styles rosna, passando ambos os braços envolta de mim. No início eu me assusto com o ato repentido do mais velho, porém noto que, mesmo tendo rosnado alto, eu não senti nada.

- Tudo bem, eu entendo... - O alfa recua, mantendo as mãos dentro do bolso para parecer o menos intimidador possível. - Eu sei que minha presença parece ameaçadora, mas eu não pretendo fazer mal a ninguém, muito menos ao Lou.

- Sua presença, seu cheiro... Você emana perigo! Não se aproxime do meu ômega! - Branda, alto como um lobo raivoso.

- Harry!

- Louis, está tudo bem... Não brigue com ele, não é culpa dele se sentir assim. Eu meio que sou um desconhecido, né... - Diz.

Mark observa atentamente envolta, olhando com cautela para cada detalhe da sala. Cada quadro, foto, móvel. Ele sorri ladíneo em todo o tempo, e suspira algumas vezes enquanto se mantém em silêncio.

Enquanto isso eu sinto o coração de Harry bater forte contra as minhas costas. Seu corpo começa a esquentar, parece que a qualquer momento ele pode, literalmente pegar fogo. Eu consigo sentir tantas coisas vindas do alfa, mas, principalmente, raiva, angústia e medo. Uma sensação intensa de alarde, como se estivéssemos em perigo iminente.

- Harry, você precisa se acalmar! - Falo e me viro para olhá-lo.

O cacheado me ignora e mantém seu olhar focado no outro alfa, este que parece totalmente alheio a nós. Noto que até mesmo as presas de Harry cresceram. Não consigo entender sua reação, mas aí eu me lembro...

- Hazz, olha pra mim. - Peço, e ele me olha. - Está tudo bem. É normal você se sentir assim. Meu pai é um alfa diferente. Ele é extremamente poderoso, sua genética é... Diferente... E a sua presença geralmente é tão forte que todos os alfas conseguem sentir á dezenas de metros. É normal você se sentir assim, mas está tudo bem!

- Tem certeza? - Questiona.

- Sim! Por favor, relaxe!

Por fim o homem parece relaxar. Ele parece acuado com a simples presença de Mark aqui. Isso me faz lembrar das histórias de mamãe sobre o quão forte seu marido era, e como todos os alfas temiam a ele. Eu nunca acreditei muito, porém agora vejo que é verdade.

Meu pai é, de fato, um alfa diferente. Segundo minha mãe, ele na verdade era um beta. Ele nasceu como um humano comum, porém quando era jovem se ofereceu para alguns testes do governo. De início eles haviam dito que era para testar novos medicamentos, mas no final descobriram que era muito além disso.

Os testes, na verdade, eram com DNA de lobo. Exatamente como os testes originais...

Eles tentaram recriar a vacina que deu início ao gene A.B.O., a parte modificada do nosso DNA para ser similar ao dos lobos. Como os experimentos originais foram feitos há centenas de anos a maioria dos registros já haviam se perdido, e é aí que começou tudo.

Mark se ofereceu, e injetaram o gene nele. Pelo o que eu entendi ele foi o único que sobreviveu aos testes, se tornando um "alfa original". Como o primeiro alfa, ele é incomparavelmente mais forte que os outros alfas comuns. Logo os responsáveis por todo o experimento foram presos, mas ele não. Ele foi uma vítima! E agora, por ser tão diferente, ele não consegue ficar muito tempo sem atiçar os alfas comuns.

- Pai... - O chamo, e automaticamente o mais velho olha para mim.

- Seu namorado está mais calmo?

- Sim. Me... Desculpe... - Harry diz pausadamente, e mesmo eu sabendo que ele não esta totalmente calmo, já é um avanço.

- Não precisa se desculpar. Você não tem culpa. Na verdade fico orgulhoso por ver que meu filho conseguiu um bom alfa como você, Harry! - Sorri.

Observo Mark se sentar, e aproveito para fazer o mesmo. O mais velho mantem um ar sereno e observa tudo atentamente, como se recordasse os anos passados. Ele olha tudo atentamente, até que seu olhar cai sobre mim, me fazendo prender a respiração por alguns instantes.

Ainda é... Inacreditável...

Depois de todo esse tempo, meu pai realmente está aqui! Bem na minha frente!

- O que veio fazer aqui? - Tento soar o menos rude possível, mesmo que minha pergunta dificulte bastante meu trabalho.

- Vim ver você.

- E por que não veio antes? Dez anos se passaram... Por que não pensou em mim antes?!

- Sabe, Lou... É difícil, porém eu pretendo lhe explicar tudo! - O alfa me lança um olhar de súplica, e rapidamente entendo o que o ato significa.

- Harry... - Chamo o maior e espero até que ele murmure um "Hm?". - Pode nos deixar sozinhos, por favor?

- Louis, não. - Diz com firmeza.

- Amor, por favor... Por favor! - Insisto.

O cacheado suspira pesadamente. Ele se levanta, deixa um beijo singelo em minha testa e sai do cômodo, deixando apenas eu e meu pai aqui. Sinto o ar tensionar gradativamente, mas tento relaxar. Afinal, é só meu pai, não é mesmo?

Ficamos alguns segundos em silêncio. Eu não tenho coragem o suficiente para levantar meu olhar, mas posso sentir o de Mark queimando sobre mim. Sua presença é, de fato, intimidadora, porém eu nunca senti o que os outros sentem.

Não me sinto intimidado...

Me sinto frustrado!

- Louis, quando você fez sete anos eu fui obrigado a te deixar. A você e a sua mãe. - O homem vai direto ao ponto, sem rodeios. Só então sinto um pouco de coragem, coragem suficiente para olhá-lo.

- Obrigado? - Rio com certo desprezo.

- Sim. Você sabe que não sou um alfa comum, e isso acabou atraindo atenção indesejada sobre mim. - Fala.

- Mesmo assim, não poderia ao menos ter se despedido? Deixado uma carta, ou qualquer merda do tipo?

- Era perigos...

- Não me venha com essa de "era perigoso", pai! Por favor! - Peço. O alfa me observa, e logo suspira.

- Sabe... Eu não espero que você acredite em mim. Juro, não é isso o que eu quero. Também não espero que você me perdoe, mas você precisa entender que o que eu fiz foi necessário! Qualquer contato com você ou com a Jay poria vocês e o Dylan em risco! Eu não poderia me dar a esse luxo, Louis! - As palavras do homem me atingem como flechas certeiras e pesam mais do que centenas de bigornas. - Quando eu saí de casa, fui perseguido durante meses por agentes do governo. Eles me queriam para fazer testes, e no final fui pego. Me usaram de todas as maneiras possíveis, mas consegui escapar. Quem me abrigou foi um homem que conheci num posto de gasolina, e logo descobri ser o presidente de uma grande empresa. Como ele não era casado, sem filhos, sem amigos, deixou tudo pra mim, e graças a isso, e só a isso, consegui parar de fugir.

Mark se levanta e vem até mim. O alfa se ajoelha na minha frente e segura em minhas mãos, sorrindo pequeno ao fazer. Sinto meu corpo estremecer com o toque do mais velho, e noto que ainda é exatamente como eu me lembrava.

- Quando eu consegui me livrar das pessoas que me perseguiam, eu comecei a pensar em tentar contato com você, mas já haviam se passado tantos anos que eu... Que eu fiquei com medo. Medo de como você iria reagir. Medo de você me odiar. Medo de não me aceitar de volta em sua vida. Eu sinceramente não o julgarei se não me quiser, mas te peço que, por favor... Me deixe participar da vida de meu neto... Deixe-me cuidar dele da forma que nunca pude cuidar de você!

Sem que eu me dê conta, lágrimas espessas começam a rolar por meu rosto.

- Eu... Eu não sei se consigo te perdoar. Foram dez anos esperando incessantemente você voltar. Dez anos achando que a culpa foi minha, achando que eu não fui um bom menino e por isso você foi embora. Eu era uma criança então não entendia muito, mas passei a entender. Você acha que foi fácil?

- Não, eu sei que não foi... - O alfa suspira novamente, e se curva para mim. - Me perdoe, meu filho... Por favor... Me perdoe!

Como isso tudo aconteceu tão rápido?

Num instante estou no sofá vendo filmes com meu namorado enquanto falamos sobre sexo, e logo em seguida, nem vinte minutos depois, eu estou chorando descontroladamente com meu pai ajoelhado aos meus pés, me pedindo para perdoá-lo por ter ido embora sem mais nem menos quando eu ainda era uma criança!

Sinto meu estômago embrulhar. A mudança de humor repentina não me fez bem, e são tantas coisas se passando pela minha mente que mal consigo raciocinar direito. Penso em todos os anos que passei apenas com mamãe e Dylan, penso na enorme saudade que senti e até hoje sentia, em como tudo parece estar dando errado mesmo dando certo... E penso, principalmente, em como agir com meu pai.

Meu pai...

Tão estranho dizer essas duas palavras depois de tanto tempo.

Já até havia me esquecido, mas ele veio para me lembrar!

Respiro fundo e suspiro algumas vezes, tomando coragem para falar algo.

Tudo tão rápido...

Não acredito que estou prestes a fazer isso!

- Tudo bem, papai... Eu te perdôo... - Digo, por fim.

Vejo o momento exato em que seu sorriso se abre e aumenta cada vez mais, e não posso negar que sinto um calorzinho no peito. Felicidade.

- Obrigado, meu filho! Muito obrigado! - Mark me abraça com força, mas toma extremo cuidado com minha barriga. Sinto algo úmido e quente sobre meus ombros, e mesmo não estando acreditando ainda, sorrio pequeno.

- Ah, antes que eu me esqueça...

- Sim? - Me olha com seu grandes olhos úmidos.

- O bebê... É menina... - Sorrio, e sorrio ainda mais quando vejo o sorriso do alfa aumentar.

(...)

- Jesus, eu não consigo! - Tyler se remexe pela centésima vez.

- Até eu já me acostumei e você ainda tá nessa, Tyler? - Yuma caçoa do outro.

- Você é bem mais forte que eu, Jamie! - Resmunga.

Acabo rindo com a inquietação dos meninos. Depois da minha conversa com meu pai, nós decidimos almoçar todos juntos. Mamãe parece totalmente indiferente à presença do homem aqui, agora os outros alfas...

Ah, eles não conseguem parar quietos!

A presença de Mark está os incomodando tanto que nenhum dos três consegue disfarçar, e Tyler é o que mais deixa evidente sua inquietação. E até bastante engraçado, as vezes me pego rindo da cara deles.

- Isso já tá se tornando engraçado, na verdade. - Harry murmura, colocando outra garfada de sua comida na boca.

- Me desculpem por isso, meninos, mas eu não consigo evitar. - O alfa original diz.

- Com o tempo vocês vão se acostumar, fiquem calmos. - Mamãe divaga, como se estivesse prestando atenção mas ao mesmo tempo estando em outra dimensão.

- Então, Mark... Como vai sua vida? - O'brien decide ignorar os choramingos de seu namorado.

- Bom, não muito animada, na verdade. Não faço muitas coisas além de trabalhar. - Ele dá de ombros, e eu acabo sorrindo.

Se me lembro bem ele não gostava do Dylan, mas agora está o tratando super bem. Não só ao meu irmão, como a todos os meninos. Mark realmente parece mudado!

- Você nunca se envolveu com ninguém? - Cameron pergunta casualmente, mas logo fica com vergonha. - Desculpa, eu...

- Hey, está tudo bem! - Ri. - Bom, eu nunca quis me relacionar com ninguém, então não tenho uma outra família, ou pretendentes, nem nada do tipo.

Depois disso passamos mais algumas horas sentados, conversando sobre centenas de assuntos aleatórios. Todos parecem tão bem e se divertem tanto com a presença de Mark aqui, que me sinto um pouco mais feliz...

~*~

Harry's P.O.V.

- Harry... - Ouço a voz do homem, mas, por sentir sua proximidade, não me viro.

- Sim?

- Eu... Eu quero agradecer à você...

- Ora, mas por que? - Pela primeira vez o olho.

Mark parece um tanto cansado, porém mesmo com um olhar triste ele não deixa seu pequeno sorriso fugir de seus lábios por um instante sequer. O homem olha para o céu assim como eu estava fazendo há segundos atrás.

- Obrigado por cuidar do meu filho. Obrigado por ser tão bom pra ele, pra  Jay e pro Dylan.

- Mark, eu não...

- Eu notei o quanto todos eles parecem te apreciar, menino. E você é tão bom e forte, vejo que meu pequeno está em ótimas mãos. E vocês logo me darão uma netinha! - É impossível não notar a felicidade do mais velho.

- Sim, e uma alfa! Dá pra acreditar? - Acabo sorrindo com a ideia de que logo terei minha garotinha correndo pela casa.

- Ela será tão linda quanto os pais, tenho certeza! Mas, Harry... Obrigado! - Me olha. A sinceridade em seus olhos me faz deixar de lado a primeira impressão que tive de si.

- Hey, vocês dois... O que estão fazendo aqui na rua? - Louis aparece do meu lado, sorrindo radiante.

- Eu e Sr. Tomlinson estávamos conversando, amor. - Digo, o puxando para perto de mim.

- Me chame de Mark, filho! É uma ordem! - Acabamos rindo com suas falas.

- Vem, vamos entrar! - O ômega se vira e volta para dentro de casa.

Assim que me viro também noto que algo não está certo. Sinto o ar pesar, e entro em alerta, mesmo sem ao menos entender o motivo. Em questão de segundos percebo um pequeno ponto vermelho na cabeça de Louis e uma pequena linha de luz...

Laser...

Um atirador!

É tudo muito rápido. Tento me virar para localizar o atirador, mas não é rápido demais...

Ouço um disparo...

Meu coração parece querer sair pela boca quando olho para o lado e vejo Mark com uma arma empunhada, olhando fixamente para um ponto além de algumas árvores. Demoro alguns instantes para raciocinar, mas logo me dou conta do que acabou de acontecer.

O pai de Louis abateu um atirador!

O alfa guarda rápidamente sua pistola com silenciador, e olha para trás. Louis parece totalmente alheio ao risco que acabou de correr, e entra em casa são e salvo. Olho para o homem na esperança de receber respostas, e ele parece entender.

- Eu notei antes de você, e como meus sentidos são mais aguçados, eu soube rapidamente onde ele estava. - Dá de ombros.

Com certeza meu queixo deve estar perdido em algum lugar do chão!

- Você sabe quem eu sou? - É a primeira coisa que consigo perguntar.

- Harry Styles, irmão de Luke Hemmings e Josh Devine, filhos de Anne e Robin. Você é bem famoso, sabia? - Diz naturalmente e sorri para mim.

- E quem é você?

- Sou quem eu disse ser! Mas, sabe... Depois de fugir tanto do governo e passar por tudo o que eu já passei, você acaba aprendendo algumas coisas, conhecendo algumas pessoas, e quando vê chega ao submundo. Eu não me orgulho disso, mas aprendi a me defender o bastante para me tornar intocável. E ele ia atirar no meu filho! - Rosna. Acabo recuando um pouco, mas nada que me incomode muito. O alfa nem ao menos percebeu. - Posso saber por que o desgraçado ia atirar no meu bebê?

Acabo sorrindo com a pergunta do alfa original. Mark ainda se mostra confiável, mesmo depois de matar um atirador. Digo isso pois é raro confiar nas pessoas como sinto que posso confiar nele.

E também, ele protegeu a Louis! Merece meu respeito!

- Uma longa história, Mark... - Suspiro, pegando meu telefone.

- Você vai me contar cada detalhe! - Decreta, e eu apenas concordo com a cabeça.

- Sim, mas primeiro vamos limpar aquela sujeira antes que alguém note... - Murmuro, suspirando aliviado ao ouvir a ligação ser atendida no segundo toque. - Alô, Josh? Preciso que você faça um favor pra mim...

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