Leona Castiglione (DEGUSTAÇÃO)

By meiramaya

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DISPONÍVEL NA AMAZON! PLÁGIO É CRIME! Intensa. Essa é a palavra que define Leona Castiglione. A mais nova de... More

Sinopse + Book Trailer
Sobre a obra & avisos
Elenco
Prólogo
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Agradecimentos + nova obra
LANÇAMENTO DA CHIARA NA AMAZON
AVISO DE RETIRADA
LANÇAMENTO NA AMAZON!

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By meiramaya

Atualmente.

— Você pensou no que conversamos? — Hunter perguntou, do outro lado do saco, tentando mantê-lo no lugar enquanto eu alternava entre chutes e socos.

— Não tem o que pensar, X. — golpeei o saco com uma série de golpes rápidos, pegando-o desprevenido e fazendo-o dar um passo para trás para conseguir se firmar. Ele me deu um sorriso convencido. Sabia que eu estava tentando derrubá-lo, e isso o deixara alerta.

— Você prometeu que pararia com as lutas. — acusou, sequer se movendo com a série de socos diretos que dei no saco. — O seu joelho já está comprometido demais.

— E eu parei. — alternei para atacar com as pernas, e senti aquela maldita ardência no joelho, mostrando a minha limitação. E ainda assim, não parei, mas Hunter estava preparado, e sua postura sequer vacilou. Ele provavelmente sabia o que eu ia fazer, antes de mim. Era nisso que dava continuar lutando com o cara que te treinava desde que você era uma fedelha. — Eu estou ótima. Meu joelho está ótimo.

— O seu joelho é o menor dos seus problemas, e você sabe disso. — afastou o saco, endurecendo o tom e o semblante, como sempre fazia quando vinha com algum assunto mais sério. — Aquele cara veio te procurar de novo. Ele é policial, Leona. Você disse que não estava encrencada.

— Policial? — franzi o cenho em confusão, tirando a bandagem das mãos, e ele arqueou uma sobrancelha, esperando o meu momento de luz. E ele veio. E quando veio, revirei os olhos, indo arrumar minhas coisas. — Que cara chato. Puta que pariu.

— Ele queria saber como você está. — entregou-me a toalhinha, e sequei o rosto, mordendo as bochechas. — Por que ele está tão interessado em você?

— Porque ele é amigo do noivo da Chiara. Lembra?

Hunter assentiu com a cabeça, deixando clara a desconfiança. Ele sabia quem era. Além de treinador, Hunter era um grande amigo, a única figura paternal que eu tinha; e mesmo que não falássemos sobre isso, eu sabia que ele sentia a mesma coisa.

— Isso não é uma resposta. — Hunter me tirou dos devaneios, e eu peguei a garrafinha, colocando a toalha no ombro e tomando a água, o líquido geladíssimo descendo pela garganta seca. — Mas o foco não é esse. Por que não aceita dar aulas na academia? Vai ser ótimo. Você vai ser a melhor treinadora, Leona.

Hunter X era uma das poucas pessoas que sabiam lidar comigo. O coitado sofreu para conseguir me colocar nos eixos, porque sempre fui muito agressiva. Nenhuma criança queria lutar comigo porque eu sempre quebrava ou deslocava algum membro. Na época, fiquei até um tempo sem ter com quem lutar, porque ninguém queria me enfrentar. X precisou de muito jogo de cintura comigo.

E no fim, conseguiu. Eu era uma das melhores lutadoras que ele tinha. Muay thai, caratê, jiu-jitsu, judô e boxe, fora arco e flecha e o esgrima, que eram o que eu fazia para esfriar a cabeça.

Hunter acabou me chamando para trabalhar na academia dele, alegando que eu era muito boa, e me daria muito bem no ramo, mas eu não tinha certeza quanto a isso. Era muito impaciente, acabaria sendo mais rude do que o necessário. Na certa, seria demissão na segunda semana. No máximo.

Estive desde os dezoito anos no exército americano, e aos vinte e três fui afastada depois de um atentado contra o nosso grupo na Síria, onde sofri tortura (o joelho fodido era justamente por causa dessa missão). Me adaptar à nova vida não estava fácil, mas a minha avó dizia que a gente precisava passar por perrengues para amadurecer, e se Gianinna Castiglione dizia isso, não seria eu a dizer o contrário.

— Você já conseguiu o que queria, Leona. Não precisa mais fazer isso.

Lancei-lhe um olhar cético, e ele suspirou exasperado, sabendo perfeitamente que não adiantava insistir no assunto.

— Eu já disse que não vou mais lutar, X. E essa conversa acabou. — ajeitei a mochila nos ombros, girando os calcanhares e saindo da academia, ouvindo resmungos do treinador.

Agarrei o capacete da moto que consegui comprar com a grana que sobrou das lutas, subindo na minha bebê em seguida. Fiquei parada por um instante, respirando fundo. Eu estava completamente sem rumo. Desempregada e fodida fisicamente. Minha avó, a mulher que criou a mim e às minhas irmãs, tivera um AVC no último ano, e mesmo que alegasse estar bem, não queria pedir ajuda a ela. A coitada já teve muita dor de cabeça conosco, e merecia um descanso. Chiara, minha irmã mais velha, estava formando a própria família com o seu noivo e a enteada que morava com eles depois de ter sido comprovado que a mãe da garota não estava apta para cuidar de uma criança de sete anos. E Rox, irmã do meio, tinha a vida dela no meio da dança. Sem contar que a cabeça dela era louca, não dava para confiar.

Liguei a moto, mas não dei partida, pensando no que faria da vida. Eu gostava da adrenalina. Saindo do exército, me enfiei nas lutas clandestinas como uma forma de ganhar dinheiro fácil e sair da monotonia. Deu certo até minhas irmãs descobrirem. De alguma forma, elas conseguiram me convencer a parar com isso, e eu senti a necessidade de ceder um pouco por elas. Eram as únicas pessoas que importavam para mim, então... Por que não?

Ouvi meu celular tocar e desliguei a moto, tirando o acessório da mochila, franzindo o cenho ao reconhecer o número do general Boorman.

— Alô.

— Leona, como está? — a voz grave do general me deixou nostálgica. Por mais que tenha entrado no exército pelos motivos errados, sentia saudades de lá, e da carreira que estava construindo.

— Bem. E o senhor? — tentei soar desinteressada, porque Zachary nunca ligava. Nunca!

— Levando. As coisas não são a mesma coisa sem você. — ouvi um suspiro pesado. — Como está a sua recuperação?

— Ah... — que recuperação? Saí do exército, mas continuo me metendo em briga. — Bem. Meu joelho está bem melhor. — dei tapinhas no joelho esquerdo, fazendo uma careta ao senti-lo latejar. — Quase não sinto mais dor.

— Ótimo. O que você tem feito?

— Qual o intuito dessa ligação, senhor? — não gostava de enrolações. Ele com certeza não me ligou depois de tanto tempo só para saber como estava meu joelho.

— Sempre direta. — deu uma risadinha, e ouvi o barulho de papeis. — Você pode passar no quartel amanhã pela manhã? Gostaria de conversar com você.

— Hã... Claro. Aconteceu alguma coisa? — franzi o cenho, desconfiada.

— Não, filha. — ele riu descontraidamente. — Só preciso conversar com você pessoalmente.

Concordei com ele, fingindo uma empolgação contida. Eu sabia que ele não pediria que eu voltasse para lá por causa da última missão, e não conseguia ver um motivo para que ele me pedisse para ir vê-lo.

Despedimo-nos e fui para casa. Quando voltei de missão, fiquei quase um mês intercalando na casa das minhas irmãs, mas eu não conseguia me encaixar entre elas. Chiara e Roxanne eram sempre tão... Felizes. Extrovertidas. Protetoras. Sempre tive dificuldades em entender como elas conseguiam ser tão comunicativas, então simplesmente aceitei que não tinha a personalidade delas e ponto. Como não estava me adaptando bem com as duas, e não estava me sentindo bem para procurar uma casa ou um apartamento, acabei indo morar com Ayden até ter um plano B. Ele era o meu único amigo no colegial, e sabia partes dos meus problemas de família e minha obsessão por justiça.

— Estou em casa. — gritei, fechando a porta e largando a mochila no chão.

— Na cozinha. — ouvi Ayden gritar.

À medida que me aproximava, senti um cheirinho delicioso de massa. O meu lado italiano não me deixava dispensar massa nenhuma. Eu só queria ter o dom de cozinhar tão bem quanto Ayden para não ficar dependendo do bom humor dele, ou ter que ir atrás de um restaurante italiano.

Sentei em um banquinho alto na cozinha, apoiando os braços na bancada enquanto observava Ayden rebolar ao som de alguma música latina, tirando a panela do fogão. Virou-se para mim e fez uma careta.

— Você está suadíssima. Vai comer desse jeito? — acusou, entortando o nariz. Ele tinha fixação por limpeza, e isso incluía a corporal. Ele não fazia nada se estivesse ao menos um pouquinho sujo. Estressante? Com certeza. Mas não seria eu a reclamar.

— Claro que não. — eu ia, mas depois daquele olhar, mudei de ideia. — Já volto.

Saí da cozinha e fui tomar um banho gelado, deixando a água cair no meu corpo tenso. Tracei alguns machucados que tinha nas costelas, fechando os olhos, apenas sentindo-os. Alguns eram mais evidentes, dava para sentir com mais clareza, outros, não. Eu gostava de senti-los. Estava começando a pensar neles como sinal de vitória, mesmo com tudo o que aguentei nas missões, e não como um sinal de fraqueza. Tinha tanta vergonha das cicatrizes, que tatuei as costas e parte das costelas para escondê-las.

Eu adorava tatuagens. Quando era adolescente, era louca para fazer uma — ou cem — mas a minha avó nunca deixou. Gianinna ficou louca quando viu a quantidade de tinta permanente no meu corpo. Disse que era uma afronta, e quase me deserdou.

Bem no estilo rainha do drama.

Quando voltei à cozinha, Ayden já estava devorando a macarronada. Quase gemi em satisfação ao ver o molho branco e as almôndegas. Do jeito que eu adorava. Coloquei mais um pouco no prato dele e peguei a panela para mim. Ayden simplesmente arqueou a sobrancelha. Ele sabia que eu adorava massa, e sempre comia diretamente da panela.

— Aquele bonitão veio aqui um pouco antes de você chegar. — ele começou, com a boca cheia.

— Bonitão? — levei um tempo para saber de quem se tratava, e revirei os olhos. — O Thorn? Que merda esse cara queria aqui?

Primeiro na academia, depois na minha casa. Que diabos esse cara tinha na cabeça, afinal?

— Ah, Lena... — Ayden bufou, como se a minha pergunta fosse muito idiota.

Encolhi os ombros e comecei a comer, oitenta por cento desinteressada no que Oliver queria comigo. Os outros vinte por cento queriam apenas quebrar o braço dele mais uma vez.

Oliver era um policial enxerido pra cacete que se recusava a me deixar em paz. Ele trabalhava com Matthew, meu cunhado, que se aproximou da minha irmã por puro egoísmo e ambição de uma promoção. Nunca o perdoei por isso, embora a boa samaritana Chiara já estava de casamento marcado com o Matthew. Não acreditava em redenção ou novas oportunidades. Matthew era um cara legal, mas ele realmente fodeu com a Chiara quando toda a verdade veio à tona, e eu ainda estava ressentida com isso. Sempre tive problemas em perdoas as mancadas dos outros, segundas chances? Eram inexistentes na minha vida. Para mim, aquilo era uma perda de tempo.

Contudo, deixei muito claro o que aconteceria caso ele bancasse o engraçadinho e magoasse a minha irmã de novo.

Enfim, no meio disso, Oliver precisava me manter em segurança ou alguma merda assim. Com as lutas clandestinas, acabei me metendo com gente perigosa, ganhando inimigos, e Oliver queria bancar o protetor. Dois metros de pura inconveniência. E mesmo com o caso dos meus pais solucionado, o cara se recusava a cair fora e me deixar em paz. Tinha uma sina ridícula em ficar me rondando e rondando meus amigos para se aproximar.

Eu podia negar, mas sabia o que era: orgulho ferido. Eu apostava a minha vida como Oliver nunca tinha levado um fora, e como eu sempre o rejeitava, isso mexia com a masculinidade dele.

Encosto número um.

— Você não vai falar nada? — Ayden perguntou com um sorrisinho cínico, provocando.

— Não tem nada pra falar. — dei de ombros, enchendo a boca de macarronada.

— Qual é, Leona. O cara é um gato. Uma noite com ele deve ser inesquecível. — suspirou sonhador.

— Então saia com ele. — retruquei, impassível. Ayden bufou e levantou, lavando a louça suja em seguida.

— Sabe, uma hora você vai ter que seguir em frente. — ele começou, de costas para mim.

Quase dei uma risada incrédula. Ele realmente achava que eu ficaria com Oliver para esquecer Adonis? Só podia estar brincando com a porra da minha cara.

— Essa conversa acabou, Ayden. — levantei, pegando a panela, o meu bom humor indo embora em segundos.

— Você não pode fugir pra sempre, Lena. — ouvi-o gritar, e continuei meu caminho até o meu quarto.

Bufei, irritada, fechando a porta do meu quarto com o pé. Sentei na cama e comecei a comer furiosamente.

Seguir em frente até seria possível, mas com Oliver? O cara era um babaca completo. Não trairia a lembrança do homem da minha vida com alguém tão... Tão imbecil.

TCHARAAAAM, OLHA QUEM CHEGOU! Era pra ter postado mais cedo, mas wattpad decidiu dar problema. Tô me sentindo muito rebelde em postar enquanto a plataforma ainda dá uns bugs kkk. Então, me avisem se o capítulo estiver esquisito pra eu arrumar, tá bem?

Então, parece que Leona não vai ceder ao Oliver, hein? A gente já pode começar a fazer as apostas de como vai ser a relação dos dois?

Já seguiram/adicionaram mãe Maya nas redes sociais? Sempre rola um spoiler por lá, tem os links na descrição do meu perfil. Corre lá e bora interagir, amorecos <3

Até sexta, lindezas!

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