Encanto

By dheronica

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Com a chegada de um novo major, rígido e muito arrogante, o batalhão do Vale do Café sentirá mudancas. O sold... More

Capítulo 1 - Um estranho entre nós
Capítulo 2 - Como não am...odia-lo?
Capítulo 3 - Sherlock Holmes
Capítulo 4 - Nada inocente
Capítulo 5 - Encontros
Capítulo 6 - Um domínio no escuro
Capítulo 7 - O que o amor me faz
Capítulo 8 - Aos olhos de Lídia
Capítulo 9 - Nossos corpos são os culpados
Capítulo 10 - O Major
Capítulo 11 - Respirar, comer e amar
Capítulo 12 - Reviravolta
Capítulo 13 - Nova Era
Capítulo 14 - Indestrutível
Capítulo 15 - Nossa Morada
Capítulo 16 - O passado de Otávio
Capítulo 17 - Perdões e confissões
Capítulo 18 - Ciúme
Capítulo 19 - Mário
Capítulo 20 - Você nasceu pra mim
Capitulo 21 - Deixe viver
Capítulo 22 - Como cortar pela raiz...
Capítulo 23 - ...se já deu flor?
Capítulo 24 - Calmaria
Capítulo 25 - Nunca poderei te dizer adeus
Capítulo 26 - Nós podemos dominar o mundo
Capítulo 27 - A trama de Mariana
Capítulo 28 - Novas Vidas
Capítulo 29 - Flutua
Capítulo 31 - Sedento
Capítulo 32 - Os amores de Otávio
Capítulo 33 - O sonho de Luccino
Capítulo 34 - Encanto
Capítulo 35 - Para sempre Luccino e Otávio

Capítulo 30 - Não é o final

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By dheronica

Dica da titia: atenção e proteção, mais do que nunca! E que Pedro Henrique Muller esteja com vocês!

Ah, e devido às preocupações do ano que está por vir, postarei diariamente, tanto CdT quanto Encanto, para finalizar as duas fics ainda em 2018.

-

Por mais que Luccino estivesse adorando contar as novidades para Mariana, e ouvindo as histórias de viagem que ela tinha, ele não conseguia não se sentir triste. A volta dela, e consequentemente de Brandão, significava a partida de Otávio. Ele imaginou que Otávio partiria no dia seguinte ao casamento de Lídia e Randolfo. E ele não conseguia esconder sua tristeza da amiga.

-Luccino, não fique triste. – pediu Mariana, vendo Luccino sentado no chão, ajudando seu filho mais velho a construir um castelo. – Tenho certeza que vocês acharão uma solução.

-Não tem, Mariana! – Luccino estava desolado. – Não tenho economias e meu salário como soldado é pouco demais para eu pagar uma viagem mensal para São Paulo, sem falar que minhas folgas são insuficientes para uma viagem longa como essa.

-E porque não pede transferência do quartel?

-Eu já pensei nisso, mas não sei...Aquela cidade não faz bem ao Otávio. Ele sofreu tanto na capital, e ele demorou tanto para se ver como alguém que merece ser feliz que talvez voltar para lá não seja a melhor opção. Mas Brandão me disse que pode ser difícil manter Otávio aqui, já que era uma transferência temporária.

O coração do soldado estava tentando não se despedaçar, mas ao olhar para os lados ele não via possibilidades positivas para ele e Otávio. Era como se o destino tivesse pregado uma peça nos dois, uma brincadeira bem boba, para depois rir em cima das lágrimas deles. Ele sentia que a qualquer momento iria cair no choro, e tinha medo de isso acontecer em frente ao batalhão. Suas emoções não eram mais de sua posse, e sim do malvado tempo, que não parava os relógios e fazia ele perder a chance de ser feliz.

Porque ele sabia que ele não era feliz antes de Otávio, pois antes era apenas um contentamento, um conformismo com uma vida pacata e sem graça que tinha no Vale do Café. Talvez por nunca ter realmente se despertado para o sentimento que tinha por homens e não por mulheres, ou porque acreditava que o mundo não traria para aquelas bandas o amor, que ele nunca achara entre os habitantes do vale, ou porque achava que o cupido tivesse esquecido de flechar sua alma gêmea (ele se sentia realmente tolo quando pensava na última possibilidade). Mas a verdade era que ele nunca experienciara antes o que ele tinha com Otávio.

Com Otávio era adrenalina, era libido, era pulsação, era drama, era toque, era carne, era inquietude, era paixão. Mas também era ternura, era sensibilidade, era sorriso, era liberdade, era delicadeza, era cuidado, era amor. Uma mistura de sabores e desejos e doçuras que fazia a vida de Luccino finalmente ter sentido. Ele não precisava viajar o mundo todo ou ter posses para se sentir afortunado, pois apenas o percorrer dos lábios do major em qualquer parte do seu corpo já lhe fazia levitar, até tocar a Lua.

Na soleira da casa, estavam Brandão e Otávio, o major reportando para o coronel sobre as coisas do quartel durante a ausência dele, mas antes de Otávio girar a maçaneta da porta, Brandão levantou a mão, pedindo para o amigo esperar. Otávio retrocedeu e olhou para o coronel, esperando ele iniciar o assunto.

-Otávio, você sabe que lhe tenho um carinho enorme, - Brandão deu uma sugestiva olhada ao redor; ninguém passava pela frente da sua propriedade. – mas como amigo íntimo, tanto seu quanto de Luccino, tenho que lhe perguntar: quais são suas intenções com Luccino?

-Essa é muito boa... – Otávio deu uma risada animada, ao ver a paternalidade evidente do coronel, mas notou que Brandão estava falando sério, pois ele se aprumou e deu um olhar mais sério para o major. – Desculpe. – Otávio pigarreou e ficou mais sério também. – Brandão, eu amo Luccino. Minhas intenções são apenas de fazê-lo feliz até eu parar de respirar. Isso se ele me quiser por tanto tempo assim.

A resposta deve ter satisfeito o coronel, pois ele deu um sorriso e acenou com a cabeça.

-Nunca imaginei que fosse ouvir algo desse tipo sair da sua boca. – comentou Brandão, e Otávio apenas deu os ombros. – Você fez a escolha certa.

-Na verdade, não houve escolha, meu amigo. – Otávio disse, e deu dois tapinhas nas costas do militar. – Nunca houve.

Luccino nem notou quando a porta foi aberta, de tão absorto que ele estava em seu próprio sofrimento. Ele queria apenas acreditar que sua história de amor não estava chegando ao fim, e que seu major viveria para sempre em seus braços. E só então ele viu Otávio parado ao lado do sofá, com uma mala perto de seus pés, e o rapaz sentiu o ar lhe faltar.

-Otávio, que mala é essa? – Luccino percebeu o tremor na voz, e nem sabia como teve forças para ficar em pé.

-Luccino, eu... – Otávio tentou explicar.

-O casamento de Lídia e Randolfo é daqui a duas semanas, você é um dos padrinhos. Você não pode ir embora agora.

-Calma, Luccino, só me deixe...

-Você prometeu ir só depois do casamento!

-Luccino! – exclamou Mariana, e Luccino não acreditava no que via. Mariana estava rindo. No pior momento da vida do rapaz, e sua melhor amiga ria! – Deixe o major falar.

O soldado precisou puxar o ar algumas vezes até se acalmar um pouco, e balançou a cabeça, aceitando que Otávio falasse.

-Luccino, essa mala... – Otávio olhou para Mariana e Brandão, e os três trocaram um sorriso, e ele voltou seus olhos para seu amado. – Essa mala é para eu guardar aqui. Brandão e Mariana me chamaram para morar com ele. Mariana me fez essa proposta irrecusável. – Luccino olhou para Mariana, que lhe pediu desculpas mudamente por fingir para ele.

Com certeza Luccino não sentia mais as pernas, e só conseguiu se sentar no sofá. Seus olhos estavam marejados de lágrimas, uma mistura de choque e felicidade. Seu coração explodiu, porque ele não sentia mais as batidas violentas que a pouco sentia em seu peito, a ponto de quase quebrar sua caixa torácica. Otávio se aproximou do italiano e se ajoelhou na frente dele, e estava tão emocionado quanto Luccino.

-Meu amor, me diga que não é uma das suas brincadeiras. – Luccino pediu, e viu Otávio balançar a cabeça. – Não esfrangalhe meu coração assim.

-Nunca faria esse tipo de zombaria. – Otávio pegou nas mãos de Luccino e as apertou com carinho.

-Mas Brandão disse...

-Brandão disse que seria difícil manter o Major Otávio aqui, mas não impossível. – o coronel disse, e estava muito contente por conseguir ajudar seus queridos amigos.

-Isso é real, Otávio? – Luccino tinha que verificar que não estava sendo mais uma vez sendo tapeado pelo seu inconsciente e estar apenas sonhando.

-Muito real, meu Luccino. – Otávio se levantou para dar um beijo na testa de Luccino.

-Mamãe, - o filho de Mariana e Brandão foi até a mãe dele com uma cara confusa no rosto. – porque o tito Lucci está olhando desse jeito para o tito Tavio?

-Porque eles se amam. – respondeu Mariana, simplesmente.

-E pode?

-Quando é amor verdadeiro, tudo pode, meu filho.

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