Capitulo 15
ALEX
Ir aquela festa foi a pior decisão que tomei. Me embebedei, dormi com Rosie e não lembro de nada do que tenha acontecido. Minha preocupação em não magoar Rosie novamente foi grande. Ela me garantiu que não nos cuidamos, não nos prevenimos, e quem sou eu para dizer algo se não me lembro nem do que foi feito. Mas ela me garantiu que toma pílulas. Sai com Rosie várias outras vezes. Ela tem sido legal. Vem sendo uma boa companhia. Temos uma espécie de amizade colorida. Ela realmente gosta de mim. Mas já expliquei para ela mil e uma vezes, sobre o que sinto. Ela entende. Mas logo depois acabamos na cama. Katy tem me ligado várias vezes. Tinha decidido não atender, mas hoje estou pronto para falar com ela, e decidi que vou ligar para ela. Quando disco o seu número, sua foto aparece na tela do meu celular. Sinto muito sua falta. O celular chama duas vezes, e tenho uma surpresa.
-Alô- A voz que eu não queria ouvir do outro lado da linha. Zac.
-Quero falar com a Katy – respondo seco.
-Ela já vem, só um minuto. Alex eu gostaria de falar com você.
-Não tenho nada para falar com você Zac.
-Hei cara, faça isso não por mim. Mas por Katy. Não acho legal esse clima entre a gente, sei que você quer o bem dela, e eu quero o mesmo. - Não vou aguentar ouvir o discurso desse imbecil. Desligo na cara dele, e saio vou para a casa da Rosie, onde terminamos na sua cama novamente.
ZAC
Acordei com algum barulho que não consegui perceber de imediato. Meio dormindo, percebo que é o celular de Katy, e vejo que ela não está na cama. Mas escuto o barulho da ducha, e sei que ela está tomando banho. Sem ver quem é, atendo. Era Alex. Tento falar com ele, evitar esse clima, pois queremos o bem de Katy. Mas minha tentativa é em vão, e ele desliga na minha cara. Ela sai do banheiro apenas de calcinha e sutiã. É a melhor visão que se pode ter pela manhã. Ela vem até mim, e me dá um beijo.
-Bom dia amor. - Esse é o apelido que ela me chama agora. E eu amo.
-Bom dia baixinha. - Ela olha para o seu celular em minha mão e respondo seu olhar. -Alex ligou.
Ela pega o celular da minha mão, e vê que a chamada está desligada. Ela sorri.
-Ele pediu que eu retornasse? - Fico sem jeito, quando vejo seu entusiasmo.
-Não, quando eu atendi pedi que esperasse um pouco, mas ele desligou na minha cara.
-Mas você não deveria ter atendido Zac, você sabia que ele ia reagir assim. - Ela me diz nervosa.
-Baixinha eu nem vi quem era, eu vi que estava tocando e você não estava na cama.
-Ah claro Zac, será que você não quis mesmo provocar o Alex? Eu nem contei para ele que estávamos juntos, que você estava aqui. - Ela está furiosa, e vejo lagrimas querendo brotar dos seus olhos.
-Katy, olha o que você está dizendo? Você acha que eu preciso provocar o Alex? Eu nunca precisei disso!
-Claro, atender meu celular não seria uma prova disso não é Zac. Você sabia o quanto eu estava querendo falar com Alex, e é bem obvio que se você atendesse, ele ficaria chateado.
-Bom Katy, eu espero que você pare e perceba o que está falando. - Digo isso saindo da cama indo para o chuveiro. E vejo que Katy fica retornando à ligação e Alex não atende. Eu jamais provocaria Alex, por mais que aquele soco ainda está entalado na minha garganta, eu não faria isso, sei como ele é importante para Katy. Mas espero que ela perceba o que está dizendo.
Katy
Eu ligo para Alex pela quinta vez, ele não atende. Sento na cama e me dou conta do que fiz. Zac não faria isso comigo. Preciso me desculpar com ele. Tento ligar para Alex uma última vez. Ele atende.
-Alo, Alex! - Praticamente grito no celular
-Oi Katy. - Ele responde seco. -Você está bem? Te liguei, mas você não atendeu.
-Estou bem sim. Eu sinto sua falta. Te liguei várias vezes, mas você não atendia. Está tudo bem por aí?
-Esta sim. Eu também sinto sua falta Katy. Todos nós aqui sentimos. Até Steven. -Sinto seu sorriso do outro lado da linha. Escuto também uma voz feminina.
-Quem está aí com você, é a Hanna? - Ele demora a responder.
-Não, é a Rosie. - Fico surpresa com o que ele diz, e ao mesmo tempo feliz.
-Que legal Alex, vocês estão juntos?
-Não, não somos apenas amigos.
Conversamos por um bom tempo, conto a ele do apartamento. Digo a ele como é tudo diferente de Forks. Ele me pergunta sobre meus pesadelos, e conto que Zac vem me ajudando. Falo para ele que Zac é legal, me trata bem. Cuida de mim. Ele diz que fica feliz por mim, mas sinto o desprezo na sua voz. Vejo que Zac saiu do banho, e digo a Alex que preciso desligar. E vou na direção de Zac, e abraço ele pedindo desculpas. Ele hesita por um momento, mais logo me abraça.
-Eu te desculpo sim. Mas fiquei bem chateado. Não seria capaz de pirraçar Alex, ou estragar a relação de vocês, sei como ele é importante para você.
-Eu sei, sinto muito. Fui uma tola, é que estava tão desesperada para poder falar com ele, que perdi a cabeça. Me perdoa. - Ele beija minha testa e vai se trocar. Sei que ele me desculpou, mas no fundo ainda está chateado.
Hoje está completando um mês que mudei para o meu apartamento e Zac, mudou para o dele. Mas não dormimos separados. Ou sou eu no dele, ou ele no meu. Meus pesadelos não permitiram que eu fosse adiante, e conseguisse dormir sozinha. Então decidi procurar por ajuda. Zac vai me acompanhar na consulta com a Dr. Ashley, uma psicóloga, muito bem recomendada. Quando chegamos ao consultório dela somos atendidos pela recepcionista, uma moça loira alta, muito bonita. Ela encara Zac sem disfarçar. Pergunta o meu nome, mordendo a ponta da caneta olhando para Zac. O nervoso sobe, e não consigo disfarçar o meu nervoso.
-Se você olhar para mim, posso responder o meu nome para você.
Ela me olha desconcertada, e Zac segura a risada.
-Desculpa. - Ela diz envergonhada.
Quando ela anota as informações que precisa, pede para que eu aguarde em uma sala de espera, que já serei chamada.
-Katy, precisava fazer isso com a coitada da moça. -Zac me diz com diversão em seus olhos.
-Se você não sossegar, você vai ver o seu também. - Ele beija minha testa e me abraça, falando para que eu fique calma.
-Não mandei ela mexer com meu... - E paro de falar, Zac é meu namorado? Nunca rotulamos nossa relação.
-Com o seu? - Ele me olha confuso.
-Katy Morgan – Uma voz me chama, me tirando daquela confusão.
Quando entro na sala, a psicóloga é uma mulher de meia idade, usando uns óculos que a deixa muito bonita. Loira com seus olhos azuis, penso na possibilidade de ela ser mãe da moça que nos atendeu, e meu estômago gela.
-Katy, prazer Dr. Ashley. Como você está? - Ela diz levantando e vindo em minha direção e a de Zac.
-Estou bem. -Sento na poltrona que fica em frente a sua mesa.
-E esse rapaz, quem é? -Pela segunda vez, fico confusa Zac e eu nunca assumimos um tipo de relacionamento, não sei o que responder.
-Eu sou Zac, prazer. Sou o namorado dela. - Ele responde colocando uma certa ênfase no namorado. Eu coro. E percebo que ele está chateado.
-Bom Zac, muito bom que você acompanhe sua namorada, mas se você pudesse gostaria que pelo menos a nossa primeira consulta, eu pudesse conversar com ela a sós.
Quando passa pela minha cabeça, Zac lá fora com aquela loira assanhada, não controlo a língua.
-Não de jeito nenhum, eu quero que ele fique aqui, e não com aquela loira assanhada.
Zac ri e aperta a minha mão.
-Você teve algum problema com a recepcionista? - A Dr. Me olha ajeitando os óculos.
-Não, tirando o fato de que ela estava dando em cima dele, nenhum. Eu prefiro que ele fique aqui comigo, vou me sentir melhor.
Ela me olha séria, mas percebo que quis rir da situação.
-Tudo bem, então. Se isso for ser mais confortável para você ele pode ficar.
Conto a Dra. Sobre o acidente. Ela me explica que o que eu tenho é chamado de estresse pós-traumático. E é por conta de como me sinto sobre o acidente. E essa piora é devido, a demora por busca de ajuda. Como perdi meus pais, tenho medo de perder aqueles que são importantes para mim. Por isso quando não sonho com o acidente em si como aconteceu, sonho com os Trampells e com Zac, pois são as pessoas importantes para mim. Eu vou ter que fazer uma terapia, e ela me receitou um ansiolítico. Bom espero que isso resolva, o que tanto me incomoda. E que possa superar esse obstaculo em minha vida.