"Não vou fazer o que eu não quero.
Eu vou viver a minha vida.
Brilhando como um diamante,
Rodando com o dado.
Em pé no parapeito,
Eu mostrarei ao vento como voar.
Quando o mundo fica diante do meu rosto,
Eu digo: Tenha um bom dia!".
Have a Nice Day, Bon Jovi.
Fonte: Gomitas de JoeyLu/Facebook
Pensei que Taemin sairia com a gente nessa noite, porque ele flertou comigo no trabalho durante a semana toda.
Será esta uma dessas coisas de conquistar o novato da empresa?
Porque, bem, eu não gostaria de ser motivo de fofoca nas horas do café. Mas, por outro lado, Taemin me agrada, é lindo, divertido, talentoso e sexy. Sim... Talvez, valeria a pena me tornar a fofoca da empresa.
Me arrumei o melhor que pude com uma calça que Luhan diz levantar um pouco a bunda que não tenho. Também usava uma camisa do momento e sapatos confortáveis, porque nessa noite, eu estava disposto a conquistar, a dançar, e perder a consciência nos braços de Taemin.
Tudo para nada, porque no último momento ele se desculpou e acabei saindo sozinho com Luhan e uma pontada de desilusão em meu peito.
Eu não o culpava, o pequeno loiro ia nos levar a um clube de motoqueiros porque ele tinha se apaixonado por um cantor que se apresentaria naquela noite. Mas repito, é um clube de motoqueiros, e nós nunca havíamos subido em uma moto. Estaríamos fora de lugar, e Taemin sabia, ele sabia e fugiu! Eu não consegui fazer o mesmo.
Luhan é meu melhor amigo desde que eu era pequeno. Apesar de ele ser mais velho, sempre ia a minha casa para brincar comigo. Inclusive nos momentos da minha adolescência, onde eu não tive muitos amigos, ele sempre esteve lá. Quando me mudei para a capital para estudar, Lu também o fez por questões de trabalho. E depois que me graduei, ele me ajudou a conseguir emprego na mesma empresa em que ele trabalha, e agora, eu trabalho em uma empresa de publicidade e ele é meu aloucado secretário que insistiu em me arrastar até este clube.
Fora do clube, havia um letreiro brilhante com a figura de uma cerveja que na etiqueta se lia "Hard Rock Beer", e no estacionamento havia filas de motos aguardando que seus donos terminassem a farra. Por dentro, o local era amplo, brilhante e estava cheio de homens com botas e jaquetas de couro preta ou jeans que fumavam e bebiam cerveja como se não houvesse um amanhã. Havia mulheres de aparência sensuais e outras tão rudes que podiam ser confundidas com um homem. Lu e eu, com nossas roupas e aparência comuns parecíamos meninos do primário perdidos. As pessoas nos olhavam estranho, mas ninguém mexeu com a gente, embora eu pensasse que seria apenas uma questão de tempo.
Eu me sentia fora de lugar.
Alguma vez já aconteceu algo assim com você?
— LÁ ESTÁ ELE! NÃO É UM POUCO MUITO BONITO? — gritou Luhan, pendurando-se em meu braço, quando no palco, entraram os três rapazes que formavam uma banda chamada Ohorat.
Por acaso, alguém sabe o que raios é um Ohorat?
Eu sinto muito, mas por algum motivo essa palavra só me faz pensar em ânus. É extremamente esquisito.
— Qual é?
— O vocalista. Ele se chama Sehun.
Um cara loiro, alto, branco, cheio de tatuagens e com calças apertadas e que cantava como se fosse um gato resfriado.
— É lindo, Lu. Mas deveriam tirar o microfone dele. Como é que nenhum desses caras ainda não o acertou com uma lata de cerveja na cabeça?
— Porque todos estão ocupados olhando o volume entre as suas pernas. Ainda não notou o pacote? Wow!
Eu não tinha prestado atenção, mas quando o fiz, sem dúvida nenhuma foi um "Wow!".
Quando eles terminaram de tocar três horríveis canções, o cara desceu do palco e fez um gesto para Lu segui-lo. Meu amigo não caminhou até ele, posso jurar que o vi flutuando em sua alegria e fiz uma nota mental para zombar dele depois porque agora eu estava sozinho em um lugar cheio de gente com cara de poucos amigos.
Como Taemin me faria bem neste momento, porém como ele não estava e o objetivo desde o início foi que Luhan ficasse com o seu cantor, eu tentei ficar de boa, e uma vez que colocaram música, eu comecei a dançar em meu canto. Amo música e se não tenho com quem dançar, danço sozinho. Sou este tipo de pessoa empolgada.
O lugar se tornou bastante animado. Havia muitas pessoas, talvez porque a entrada era gratuita, ou talvez... Havia muitos motoqueiros.
Onde toda essa gente se enfia durante o dia?
Nunca vi motoqueiros juntos no supermercado ou algo assim... E ao que parece, eles tendem a andar em bando.
Olhei ao redor procurando alguém agradável para convidar para dançar e foi então que eu o vi, e ele já estava me olhando.
Quando o encarei ele fingiu que não me olhava; estava no bar de bebidas, sozinho, fumando um cigarro. Da minha posição e com a luz fraca, ele parecia muito bonito. Então eu quis jogar um pouco e comecei a dançar de modo mais sensual; não foi em vão que tive aulas de dança em minha época de faculdade. Posso dançar sensualmente até o rock deste bar. Tenho os meus truques, e o encontrei olhando-me mais duas vezes.
Ha! Eu o havia pego!
Isso foi o que eu pensei. Quer dizer, eu já me olhei no espelho, sei que sou lindo. Não quero soar narcisista, mas a falsa modéstia não é o meu estilo.
Comecei a ter esperança de salvar a noite porque, fazia quanto tempo que eu não saía com um cara? Algo como seis meses...
Minha vida universitária foi linda. Às vezes tinha reuniões ou festas ou saídas com Lu. Oh! Minha juventude foi maravilhosa! Agora que comecei o mundo do trabalho, eu havia deixado tudo isso para trás.
Antes disso, eu havia passado um tempo na casa dos meus pais, e tudo se resumiu em: seis meses de triste solidão. Era hora de acabar com isso, com a ajuda de Taemin ou sem ele, não importava! Eu realmente queria conhecer alguém e me apaixonar, e sei que um bar de motoqueiros não era a melhor opção; e, também, me desiludiu muito que não tenha sido por Taemin. Ele realmente gostava de mim.
Sorri para o cara que me encarava, mas então, ele me deu as costas como se não tivesse me visto e se dedicou a beber a sua cerveja... Ele gosta de se fazer de difícil, ou, realmente, não me viu? Porque era um sorriso e nada mais, não custava nada sorrir de volta.
Possivelmente eu fiz beicinho depois disso e creio que levei um dedo aos meus lábios. Não pude evitar. Minha mãe dizia que eu sempre tive mania por esse tipo de gestos.
Luhan, ao que parece, havia se esquecido de que estava comigo, porque sumiu... Então tomei coragem e caminhei até o bar para observar mais de perto o cara que me olhava. Não me sentei ao seu lado e sim dois assentos à sua direita. Pedi uma cerveja, porque o correto era disfarçar antes de me dedicar a estudá-lo.
Era um homem de baixa estatura, branco, de lábios grossos e cabelo vermelho; um mosaico de tatuagens se estendia pecaminosamente por seu pescoço, havia vários piercings que me assegurei de contar: um em sua sobrancelha direita, um em seu nariz, um em seu lábio inferior no canto esquerdo, e havia ao menos quatro em cada orelha.
Isso é mais de dez buracos, wow!
"Como há gente masoquista!" — Assim, pensei.
Ele estava vestindo calças desgastadas, botas pretas, como essas que policiais usam, camisa e jaqueta; ele parecia um pouco perigoso e definitivamente não era o tipo de homem com quem costumo sair. Atrai-me os homens mais calmos e de relações estáveis. Meu último namoro durou dois anos e meio; no meu último ano de faculdade, não tive nada sério, mas não porque eu não queria, e sim porque, bem... Não gostei de ninguém. Mas ainda assim, prefiro os relacionamentos mais confiáveis. Porém, havia algo sobre esse cara de aparência perigosa que me despertou demasiada atração. Talvez seja porque o cara era simplesmente bonito com ou sem tatuagens, e senti que as lembranças dos meus anos de adolescência retornavam com força, como quando me envolvi com um homem mais velho e meus pais ficaram a ponto de me estrangular, desesperados por meu mau comportamento ao sair de casa escondido e voltando furtivamente de madrugada...
Que linda e obscura foi essa época da minha vida, quase havia esquecido dessa sensação.
— Uma cerveja em troca de um cigarro? — me animei a propor. Confesso que estava um pouco nervoso.
Ele levou um tempo para responder e a única coisa que fez depois foi deslizar para o lado o maço de cigarros. Troquei de assento e agora eu estava ao seu lado. Entreguei-lhe a bebida que pedi, ele tomou toda a sua e iniciou a nova sem dizer "obrigado", nem nada.
Pequeno grosseiro!
E eu, que na verdade não fumo e como o mudinho não é nada fácil, não me ocorreu outra forma de iniciar uma conversa... No entanto, não funcionou muito. Depois de três tragadas o homem continuou sem falar; nem sequer havia me dignado um olhar, então, tentei mais uma vez.
— Você dança?
— Não sou bom em dançar — me respondeu seco.
Bom, ao menos falava. Ser gay em um mundo hétero, não é uma coisa fácil, e me perguntei se ele era um machão, mas...
Ah... A sua voz é tão bonita, então pensei: "Jongin, você precisa de um amor, mas não porque está desesperado", eu pensei muito seriamente nisso.
Me levantei disposto a ir embora, presumindo que isso era tudo. Esse cara era muito sexy, mas não se pode flertar com alguém que se esforça tanto em afastá-lo. Não a este moreno sensual, não senhores, não! E era estranho, porque eu tinha certeza de que ele havia passado parte da noite encarando-me.
Então, antes de ir embora, perguntei algo para provocá-lo, impulsionado por meu orgulho ferido.
— Então você é bom em quê?
E funcionou, porque o grosseiro, enfim, se virou de frente para mim.
— Beijar — respondeu ele.
Beijar? Ai, por favoooor!
Que resposta ridícula! Entendi porque ele não falava muito. Se for falar uma dessas coisas toda vez que abrisse a boca...
Não pude evitar sorrir ironicamente.
Luhan diz que tudo o que eu penso, fica estampado em meu rosto. E esse cara notou a minha descrença, porque se inclinou sobre mim e me deu uma prova implícita do que dissera, roubando-me um breve beijo na boca.
Mas, vamoooos, cara das tatuagens! Eu dei o meu primeiro beijo em Moonkyun quando eu tinha sete anos, e foi melhor do que isso.
— Está errado — eu disse em seu ouvido —, você não é tão bom beijando.
Ele me encarou em choque, mas mereceu por ser grosseiro. Ter tatuagens e ser sexy não lhe dava o direito de tratar mal as pessoas, e em seguida beijá-las assim (tão mal). Eu não costumo ser o mais ousado, mas a última coisa que eu esperava era um beijo do tipo inocente, por isso voltei para a pista de dança a procura de Luhan.
Uns minutos depois, o cara das tatuagens se posicionou em frente a mim, ou melhor, começou a se esfregar em meu corpo como um réptil, se movendo mais devagar do que indicava o ritmo da música, friccionando mais do que dançando, mas não me importei, estava bom. Assim, pude notar que na verdade, ele era muito mais baixo do que eu, e é divertido porque ele tinha uma aparência tão perigosa num corpo tão pequeno... Eu não sei, só me chamou muito a atenção, certo?
E foi então que... ele... ele virou-se fazendo com que seu traseiro roçasse a minha pélvis, ele foi ousado; ele inclinou a sua cabeça para um lado, dando-me a possibilidade de beijar e lamber o seu pescoço, e sim, eu fui atrevido e aproveitei isso, e ele também, porque quando apertei os seus quadris ele gemeu sem muito pudor e por causa do volume da música ninguém mais percebeu.
Eu estava me comportando muito mal quando encontrei Luhan, que de longe não deixava de me olhar e rir muito.
Loiro bobo!
O cara das tatuagens se virou e me deu um beijo longo, erótico, meteu a língua em minha boca e com ela fez com que uma enorme carga de feromônios subisse para a minha cabeça, foi algo como booomm!
Eu estava me perguntando se esse cara consumiu êxtase, e agora eu fiquei com o efeito depois de lamber a sua língua, porque, francamente, eu estava me sentindo eufórico e alucinado. Ou talvez seja só o efeito da bolinha do piercing que atravessa a sua língua que acariciou a minha... E é uma pena ter que dizer a ele que estamos apenas nos conhecendo, que é por isso que já estou um pouco tenso, porém, sem me dar conta, me aproximei mais dele, e logo deixamos de mover os nossos pés. Quer dizer, já nem sequer me importava em continuar dançando.
Sério, nunca lhes ocorreu algo assim?... Pois deveria. Foi um encontro de mil reações químicas sucedendo em nossos corpos e nos deixando dopados, viciados, necessitados!
— Vamos sair para fumar — ele propôs e eu aceitei. Eu tinha algumas coisas em mente, algo como que precisávamos ir para um canto e continuar nos beijando sem pudor e talvez nos tocar. Sim, mesmo que eu seja tímido com vocês, eu não vou me impedir de ser sincero. Eu queria tocá-lo.
O cara caminhava com passos seguros a minha frente, levando-nos para longe do barulho do bar. Comecei a sentir um pouco de medo. Eu não havia dito ao meu amigo que sairia e que havia seguido um cara estranho, cheio de tatuagens e piercings. Supunha-se que iríamos fumar... Bom, eu não sou tão inocente para acreditar nisso, mas a minha imaginação sozinha me lançou várias imagens de nós dois nos beijando em um canto não tão longe... Para onde esse cara estava me levando?
Se ele me matasse por eu andar tão atraente, iria ser bem merecido, mesmo que não fosse uma morte digna. Pobrezinha da minha mãe, ela iria chorar! E se ele só me assaltasse e me deixasse jogado, eu jamais iria deixar de escutar as provocações de Luhan. Não sei qual era a pior opção.
— Você não vem? — ele perguntou, olhando para trás e me encontrando parado.
— O quê? Sim, vou... — respondi inseguro.
E aqui está uma das minhas características: não sou um homem corajoso.
Irrita-me, de verdade, me irrita muito não ser corajoso. Porque, bom, eu paraliso de medo com tudo; com os filmes de terror, com os assassinatos que anunciam no noticiário, com os insetos (sim, odeio insetos, como os grilos e as baratas), e os assaltantes são como insetos, mas com corpo humano e isso significa que também me assustam. Sou um completo covarde, e minha fodida irmã mais velha não teme nada, está louca, não tem senso comum, e durante toda a minha vida escutei comparações como "você deveria ser como a sua irmã", oh! Estou cansado disso!
Querem saber quando tudo melhorou? Quando eu disse que era gay. Ser covarde era como uma extensão da minha orientação sexual. Francamente, é uma estupidez, mas meu pai disse: "Se você tem medo de vagina, do que não vai ter medo?".
Eu nunca tive medo de vagina, eu juro! Elas apenas não me atraem, quer dizer: Vaginas do mundo, podemos ser somente amigos?
Desculpe mudar de assunto. Onde eu estava? Ah, sim! O assaltante.
Tentei me convencer de que nada de mal aconteceria. Aquele cara era baixo e magro, eu podia bater nele e fugir... a menos que ele tivesse uma arma, então, eu somente imploraria pela minha vida.
Eu o segui porque tampouco queria ficar parado como um estúpido, então, o segui quase tremendo, não parei.
Quando virei no beco, fui surpreendido pelas fortes mãos do condenado anão que agarrou a minha camisa e me jogou contra a parede. Assustei-me um pouquinho (na verdade, quase comecei a gritar como um alarme de banco), mas logo a boca do cara tatuado atacou a minha, e por isso consegui relaxar...
... Até que escutei o familiar som da minha braguilha ser puxada para baixo.
Ele me ignorou quando eu perguntei o que fazia; ele só se ajoelhou e cobriu o meu membro com um preservativo, antes de me dar um sexo oral publicamente.
Eu sei! Que vergonha! Mas não tive muito tempo, já que me desfiz sobre o fundo do látex como se sofresse de ejaculação precoce. Eu sei! Que vergonha outra vez!
— Que bom que você é rápido! — ele disse enquanto se levantava e abaixava a sua própria braguilha ("ah, haha, de nada?"). — Agora é a sua vez.
— Perdão, o quê?
— Porra, não seja egoísta!
— É que eu nunca fiz isso — tentei explicar, mas ele entendeu mal.
— Nunca deu um boquete?
— Claro que sim! Refiro-me a que... Estamos em um lugar público.
— É por isso que você deve se apressar! — exigiu.
E parecia bastante urgente, porque ele insinuou o seu... bem, já sabem... e essa coisa parecia bastante... Aish! Eu sinto muito! Não posso usar palavras sujas na primeira vez que nos vemos. É que não sou tão ousado, mas meu encontro com ele nessa noite foi assim, selvagem, e desde então tem sido uma loucura atrás da outra.
Bem, o que eu quero que saibam, é que não sou um egoísta, o cara é realmente lindo e seu... seu... já sabem, aquilo, também é lindo, então me ajoelhei e lhe devolvi o favor uma vez que ele colocou o preservativo.
Terminou rápido, mas não tanto quanto eu (ah, que pena!). Ele se levantou e subiu as suas calças antes de sair do beco. Ele levantou a sua mão para chamar um táxi, e se foi. Só... se foi... eu gritei para ele dizendo que ele não havia me dito o seu nome, e ele muito idiota me lançou um beijo pela janela. Ele sorriu com malícia antes que eu o perdesse de vista.
— O que acabamos de testemunhar aqui? — escutei alguém atrás de mim, dizer.
Quando virei, Luhan e Sehun estavam mais risonhos depois de ver a ceninha do táxi.
— Rapazes, eu acabo de me apaixonar — declarei sem me importar se era verdade ou não.