Você era a sombra para minha luz
Você sentiu nossa conexão?
Um novo começo
Você desaparece
Com medo de que nosso objetivo esteja distante
Quer nos ver
Vivos
Faded - Allan Walker
A Millenium Falcon pousou sobre o solo de Hoth noite a dentro. Todos já estavam recolhidos em seus alojamentos a não ser as pessoas que revezavam no monitoramento e segurança da base.
Chewie e Rey logo estavam andando pelos corredores do hangar principal para o acesso ao interior da base. Antes inóspito agora o lugar havia se transformado uma base totalmente reestabelecida. Chewbacca iria ver se conseguia algo para comer e Rey queria logo conversar com a General Leia.
- Rey? - A primeira pessoa que viu foi Poe. - Seja bem vinda de volta! - disse o Ex-Capitão agora um dos Superintendentes da Resistência. Ele se aproximou dele com um sorriso largo no rosto e a abraçou.
- Obrigada Poe! Como estão as coisas por aqui?
- Vão bem, só nunca vou me acostumar com esse lugar gelado...
- Eu também não. - Os dois caíram na risada por um instante. - Sabe se a General Leia está acordada?
- Creio que sim. Acabamos de conversar a poucos instantes. Ela estava ansiosa por seu retorno. Deu tudo certo na missão?
- Correu tudo bem sim. Sei que é tarde, mas tenho que reportar a ela o que aconteceu. Até amanhã Poe. - Disse a Jedi se despedindo dele.
Rey caminhou então até a cabine da General onde poderiam ter "a conversa". Rey parou a frente da porta e por um segundo hesitou em bater. Mas repreendeu-se no pensamento e tocou a porta. Logo ouviu a voz da General lá de dentro a pedindo que entrasse. Rey entrou e fechou a porta atrás de si.
- Que bom que está bem minha querida! - Leia disse abraçando a jovem.
- Também estou feliz em ter regressado.
- Não é isso que seus olhos dizem. Nem mesmo o que sinto. - A Jedi sorriu. Leia era sensível a força e engana-lá seria impossível.
- Deixe-me então refazer a frase. Metade de mim está feliz em estar de volta.
- Acredito que o motivo disso é meu filho.
- Sim. - Ela respondeu com um sorriso tristonho. - Leia, eu me casei com seu filho.
- O que? - Leia viu a menina assentir. Era verdade. - Aquele menino saiu ao pai, não tem jeito. Me conte tudo criança! Venha. - Disse puxando a poltrona para perto da cama assentando-se sobre ela. E fazendo a Jedi assentar-se sobre o estofado.
- Quando cheguei a Naboo, eu senti tantas coisas. - disse Rey tocando os lábios e com os olhos sérios – Quando dei por mim, já estava casando com ele.
- Você o ama. - concluiu Leia por fim. Sorriu – Ele não a impediu de voltar? – perguntou curiosa.
- Sim, quero dizer, não. Isso tudo é tão louco sabe? Ben me fez sentir tão amada, de uma maneira que eu nunca havia experimentado. Ele me atrai de uma forma tão forte, e por esses dois dias podemos constatar que vai além do que compartilhamos com a força.
- É com grande alegria que ouço suas palavras. -Disse abraçando a Jedi. - Por alguns momentos fiquei temerosa por sua vida, e por ter ido ter com ele... mas agora vejo que sua decisão de ir estava mais do que certa.
- Eu precisava ir. Mesmo que Kylo Ren tentasse algo contra minha vida, Ben Solo resiste. Eu o sinto.
- Aproximar-se dele foi um grande progresso Rey. Como mãe estou muito feliz por ele ter você na verdade da dele. Penso todos os dias em Ben e em sua redenção. Sei que vivemos tempos difíceis, mas a esperança é real.
As duas tiveram uma longa conversa até aquela manhã. Com o chegar da alvorada Rey se dirigiu a sua própria cabine onde pode relaxar e adormeceu pensando nele.
Os dias se seguiram brevemente com informantes da Resistência noticiando sobre o crescimento bastante efetivo da Primeira Ordem. Em pouco tempo os números de territórios conquistados eram bastante expressivos. Leia ficava apreensiva, o governo do Filho já representava uma ameaça das grandes a resistência e a paz na galáxia ficava cada vez mais distante com possibilidades remotas de um dia ocorrer.
A gravidade da situação generalizada e os efeitos da opressão da Primeira Ordem sobre diversos sistemas da galáxia afastaram vários aliados da residência, havendo inúmeras rupturas.
Todos estavam apreensivos, incluindo Rey que nesse meio tempo não teve qualquer contato com o esposo. Seu coração apertava toda vez que pensava nele, mas o vínculo parecia enfraquecer. Seguiu com seus treinamentos e rapidamente crescia na força. Suas habilidades como Jedi estavam cada vez mais refinadas e fortalecidas a medida que meditava, consultava os livros da ordem, assim como fazia uso dos treinamentos físicos.
- Rey?
- Rey! - A voz de Finn a fez acordar. Estavam todos reunidos comendo.
- Oi, desculpa Finn, o que você tava falando?
- Rey está quieta. O que foi?
- Nada. Só estou um pouco cansada do treinamento de hoje. - Falou ela tentando ser convincente.
- Deveria descansar um pouco não?
- Acho que vou seguir seu conselho amigo. - Ela disse se levantando.
Se despediu de todos, mas ao invés de ir para aos seus aposentos na base, foi até a Falcon. Queria ficar sozinha na silenciosa nave. Por algumas horas foi assim. Rey, em meio ao silêncio da nave, até que sentiu a força trazê-lo para ela. Não podia vê-lo ou ouvi-lo, mas o sentia. Assentou-se e meditou. Meditou, meditou,meditou...
- Rey? Pode me ver e ouvir? - A Jedi podia vê-lo, aproximou-se dele com um sorriso terno. Kylo envolveu sua mão na dela. A mão de Rey parecia tão pequena e delicada na dele, ele tinha medo que ele esmagasse seus dedos.
- Eu não acho que posso te dar o que você quer, Rey. - ele disse sinceramente. Entrelaçou seus dedos com os dela.
Rey respirou profundamente. - Você não pode ou não vai? - ela sussurrou.
- Eu não posso. Estou completamente consumido pela escuridão. Rey agarrou a outra mão de Kylo.
- Isso não é verdade, Ben. Eu vi o seu futuro. Eu vi você vir para a luz e ser feliz. Eu vi você vivendo uma vida pacífica.
- Eu vi o seu futuro também, lembra? E foi o mesmo para você também, apenas, você estava ao meu lado.
- Eu nunca disse que você estava sozinho na minha visão, Ben, - disse Rey.
- Então por que você não se junta a mim? Muitos territórios são agora controlados pela primeira ordem Rey. É apenas uma questão de tempo até encontrá-los...- Sua voz estava muito decidida.
- Eu me recuso a ter um futuro na escuridão, Ben. Esse não é o futuro que eu vejo para nós dois e você sabe disso, não é?
- Por que você insiste em me chamar de Ben? - perguntou Kylo.
Rey deu um pequeno encolher de ombros. - É quem você é. Você é Ben Solo!
- Não mais. - disse Kylo - soltando as mãos de Rey e afastando-se lentamente dela. Ele olhou-a para baixo, seu coração batendo rapidamente em seu peito, como se quisesse saltar de seu corpo.
- Vou achar você. E isso vai ter um fim - foi tudo o que ele conseguiu falar. E então ele desapareceu, o vínculo se fechou de uma só vez.
Rey olhou para o local onde Ele estava em pé. Bateu com os joelhos no chão e começou a gritar.
- Rey? - Alguém chamou por ela, ela começou a chorar e a bater com seus braços contra o chão da nave. - Rey! Rey sentiu um toque, e aquele pesadelo esvair-se.
- Rey? - Perguntou Finn. Rey ergueu seu corpo e sentou-se recostando as costas na parede da nave. - Está dormindo no chão da Falcon. Vai ficar mais cansada ainda.
- Eu estava meditando e acabei pegando no sono. Foi só isso. Sério mesmo Finn.
- Rey, quando disse descansar, é pra descansar mesmo! - Disse ele sentando-se na mesma posição que ela ao seu lado. Os olhos castanhos esverdeados da Jedi estavam marejados. E ele em silêncio abraçou a amiga. Rey permitiu que as lágrimas rolassem pelas bochechas.
- Está cansada. Não pode colocar tudo em seus ombros e carregar o fardo sozinha.
- Eu sei Finn.
- Não, não sabe. Está estranha desde que voltou daquela missão. O que aconteceu em Naboo Rey?
- Não posso contar meu amigo. Pelo menos agora.
- Porque não.
- Porque não é tempo Finn. Confia em mim?
- Confio.
- Ok, irei respeitar sua decisão de não compartilhar, mas por favor Rey... fique bem.
- Vou ficar amigo. Vou ficar...
Continua...