No teu abraço

By SamLRamos

276K 24.4K 14.1K

Caio e Rafael. Impossível falar de um sem falar do outro. Vizinhos, melhores amigos. Juntos cresceram, brinca... More

PRÓLOGO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 36
CAPÍTULO 37
CAPÍTULO 38
CAPÍTULO 39
CAPÍTULO 41
CAPÍTULO 42
CAPÍTULO 43
CAPÍTULO 44
CAPÍTULO 45
CAPÍTULO 46
CAPÍTULO 47
CAPÍTULO 48
CAPÍTULO 49
CAPÍTULO 50
CAPÍTULO EXTRA
CAPÍTULO 51
CAPÍTULO 52
AVISO!
CAPÍTULO 53
CAPÍTULO 54
CAPÍTULO 55
CAPÍTULO 56
CAPÍTULO 57
CAPÍTULO 58
CAPÍTULO 59
AVISO IMPORTANTE
CAPÍTULO 60
CAPÍTULO 61
CAPÍTULO 62
CAPÍTULO 63
CAPÍTULO 64
CAPÍTULO 65
AGRADECIMENTOS

CAPÍTULO 40

2.7K 264 106
By SamLRamos

Caio encontrou Lili cedo na segunda. Chegaram um bom tempo antes de começar a aula e aproveitaram para conversar sobre o fim de semana.

— Então, como foi sábado com o Vinny? — perguntou Lili.

— Foi muito bom — disse Caio com um sorriso.

— Huum, por esse sorriso consigo imaginar o quão bom foi. Mas eu quero detalhes.

— Ah, nada demais. Ele me levou para jantar num restaurante italiano belíssimo na beira mar, com uma comida maravilhosa.

— Que chique! Quem vê até pensa que professor tem dinheiro.

Caio riu.

— Coitado de quem pensa isso. Depois ele me levou para conhecer a casa dele.

— Só a casa dele?

— A casa, o quarto, a cama...

— Então vocês...?

Caio confirmou com a cabeça.

— E aí?

— Já está querendo saber demais. Só vou dizer que foi muito bom.

— Eu fico feliz por você, Caio. O Vinny é um cara muito legal.

— É. E você estava certa, acho que eu estou realmente apaixonado de novo. — Sorriu. — Até que nem é ruim, eu já tinha esquecido como é boa a sensação.

— O quê não é ruim? — perguntou Guilherme ao se aproximar dos dois.

— Se apaixonar — respondeu Lili.

— Ah, é muito bom — disse Guilherme com um sorriso.

— O Guilherme sabe muito bem, né? — disse Caio com um sorriso de cumplicidade. — Vai dar certo mesmo com o príncipe Eric ou você vai acabar virando espuma?

— Já está dando certo — respondeu ele.

— Olha a gente aqui, todos apaixonados e namorando — disse Lili.

— Eu não estou namorando — falou Caio.

— Ah, tá! — disseram Guilherme e Lili ao mesmo tempo.

***

A semana passou rápido. Caio estava cada vez mais envolvido nesse novo sentimento. Ele e Vinny se encontraram outras vezes durante esses dias e sempre se falavam por mensagem. Até que estava gostoso sentir todas aquelas coisas novamente. Quando Caio percebeu já era sexta-feira.

Era início da noite e ele estava indo para casa se arrumar porque encontraria Vinny mais tarde. Quando entrou na sala, Laura e Amanda estavam no sofá conversando, com os rostos sérios e tristes, o que chamou a atenção dele. Então parou para ouvir do que se tratava.

— Eu vou dar uma passada lá mais tarde, quando o corpo chegar — Laura dizia.

— Quem morreu? — perguntou Caio, com um pressentimento ruim correndo o seu corpo.

As duas olharam para ele. Não haviam percebido sua chegada. Laura olhou para Amanda e em seguida de volta para Caio, então respondeu sua pergunta.

— Você ainda não sabe, né? O Sr. Francisco morreu.

— O quê? — disse Caio, o choque transparecendo em seu rosto.

— Ele já estava doente há alguns dias, até tinha sido internado. A Paula que me disse. Então hoje...

— Meu Deus, o Rafa... — Jogou a bolsa sobre o sofá e saiu apressado em direção à porta.

***

Rafael estava sentado no sofá fitando a parede com um olhar perdido. Estava abatido, os olhos inchados de tanto chorar. Algumas lágrimas ainda corriam pelo seu rosto.

Quando viu Caio entrar na sala, levantou de súbito, foi até ele e o abraçou.

— Caio, está doendo — disse entre lágrimas.

— Eu sei. Eu sinto muito. Eu... não sei o que dizer...

— Não precisa dizer nada. O importante é que você está aqui.

Caio apertou ainda mais o abraço, buscando lhe passar conforto e carinho. Rafael sentiu-se um pouco melhor, por um instante a dor até diminuiu. Aquele abraço sempre foi o melhor lugar do mundo para ele, e era o que ele mais queria e mais precisava naquele momento.

— Tive medo que você não viesse...

— Eu nunca te deixaria passar por isso só, Rafa. Nunca. Não importa o que aconteceu com a gente...

— O importante é que você está aqui.

Ficaram abraçados por um longo tempo. Em seguida, sentaram novamente no sofá, Rafael com a cabeça deitada no peito de Caio enquanto ele mexia no seu cabelo. Se permitiu chorar mais. Se sentia acolhido naqueles braços, então podia se desmanchar, se despedaçar, porque sabia que Caio estava ali com ele.

Rafael chorou até sentir seu corpo ficar levemente entorpecido. Mal percebeu quando Paula se aproximou deles e falou com Caio. Ele não estava prestando atenção no que eles diziam, mas percebeu que em algum momento sua mãe falou que o corpo havia chegado e eles precisavam ir para o salão da a casa funerária, onde aconteceria o velório, que seu tio Fábio já estava lá.

Ele não queria ir, ele não queria ver seu avô deitado em um caixão, sem vida. Já estava doendo demais, ele só queria ficar ali nos braços de Caio até aquela dor passar. Mas sabia que precisava ir, que precisava se despedir.

— Rafa, eu e o seu pai vamos com a Lívia. Você vem agora também? — perguntou Paula.

— Não, eu vou daqui a pouco, podem ir na frente.

Ela concordou, deu um beijo no rosto dele e se afastou. Rafael olhou para Caio ao seu lado.

— Eu vou só me trocar, porque essa roupa está me sufocando.

Só então Caio percebeu que ele estava vestido com uma calça jeans, sapato e uma blusa com botões na frente e mangas dobradas até o cotovelo. De onde ele vinha tão arrumado?

Rafael deve ter percebido isso porque logo falou:

— Eu ia apresentar um trabalho para o meu orientador hoje à tarde, então a mãe me ligou e disse...

Caio concordou com a cabeça.

— É melhor você vestir algo mais confortável mesmo.

A intenção de Caio era ficar ali sentado esperando ele voltar, mas Rafael o pegou pela mão e o levou até o quarto com ele.

Caio sentou na cama meio sem jeito, sem saber para onde olhar, enquanto Rafael tirava os sapatos e empurrava para um canto do quarto. Diferente de Caio, ele não parecia achar estranha aquela situação, continuou desabotoando os botões da camisa naturalmente e em seguida a tirou e jogou sobre a cama. Quando começou a abrir o botão da calça, Caio desviou o olhar e pegou o celular no bolso. Ficou parado encarando a tela de bloqueio do celular e pensando no quanto a cabeça de Rafael devia estar confusa naquele momento, com tudo que ele estava passando, a morte do avô, a dor que ele devia estar sentindo... claro que a última coisa em que ele pensaria era na estranheza de estar só de cueca na frente do ex-namorado.

Quando levantou a vista, viu que Rafael estava parado na frente do guarda-roupas, encarando as roupas ali como se não conseguisse escolher uma para vestir. Na verdade, seu olhar parecia estar além das roupas, como se ele não estivesse olhando de fato para elas, mas para algo além. Caio colocou o celular de lado sobre a cama e foi até onde ele estava.

— Eu te ajudo — disse pegando a primeira roupa aparentemente confortável que achou, uma camisa de algodão básica azul e uma bermuda simples.

Rafael pareceu voltar ao foco ao ouvir a voz de Caio, então pegou a roupa e se vestiu. Em seguida saíram.

O salão da funerária ficava próximo à casa deles, apenas dois quarteirões de distância, numa avenida movimentada. Quando chegaram, já haviam várias pessoas lá, parentes, amigos e conhecidos do Sr. Francisco. Caio reconheceu algumas pessoas que moravam na mesma rua que eles, outros que havia visto na casa de Rafael algumas vezes, além da família dele, claro. Carlos, que estava com o rosto abatido e os olhos vermelhos, conversava com o irmão, Fábio, que parecia estar lidando melhor com a situação. Ao lado deles estava Paula, com os braços em volta de Carlos. Lívia e Carol também estavam lá.

Rafael caminhou lentamente e parou ao lado do caixão, então voltou a chorar. Caio ficou ao lado dele e passou o braço ao redor da sua cintura. Olhou para Francisco e sentiu um aperto do peito. Desde que se lembrava, ele esteve presente em sua vida, e Caio o amava assim como amaria a um avô. E agora ele estava morto. Sentiu lágrimas se formando nos olhos e descendo pelo rosto. Se sentiu triste e culpado por ter se afastado nesse último ano, por causa do que tinha acontecido entre ele e Rafael. Nem sequer se despediu de Francisco...

Rafael levou a mão até o rosto do avô. Sentiu a pele fria e sem vida e lembrou do abraço caloroso de Francisco. Isso fez seu coração doer ainda mais ao perceber que nunca mais sentiria aquele calor. Virou e afundou o rosto no ombro de Caio enquanto ele o abraçava.

Caio levou Rafael até umas cadeiras próximas e sentaram. Rafael continuou chorando no seu ombro e falando entre soluços que nunca mais sentiria o abraço do avô e nunca mais ouviria sua voz, nem sua risada, e que tudo isso era demais para ele suportar. Caio chorava junto, mas tentou se manter forte, pois Rafael precisava dessa força.

Depois de um tempo, Rafael havia parado de chorar. Laura, que eles nem perceberam quando tinha chegado, se aproximou deles e abraçou Rafael. Caio aproveitou que ele estava falando com Laura e levantou para ir ao banheiro e lavar o rosto. Na volta encontrou Carol sozinha, então resolveu falar com ela.

— Oi, Caio — disse ela. — Há quanto tempo que eu não te vejo, que pena que a gente tenha que se encontrar numa situação assim...

— Eu sinto muito pelo seu avô.

— Obrigada. — Lançou um olhar na direção de onde Rafael estava e em seguida olhou para Caio. — Eu não achei que encontraria você aqui. — Caio olhou para ela com um olhar interrogativo, então ela completou. — O Rafael me contou sobre vocês da última vez que foi no sítio, agora no fim do ano.

— Ah. Mas eu não poderia deixar de estar aqui, não importa o que aconteceu. — Olhou para Rafael. — Eu não poderia deixa-lo só. Eu sei o quanto o Sr. Francisco era importante para ele, o quanto deve estar doendo perde-lo. — Virou para ela novamente. — Além do mais, eu gostava do seu avô como se fosse meu avô também.

Nesse momento Carlos se aproximou dos dois.

— Caio...

— Oi, Carlos. Eu sinto muito pela sua perda.

— Obrigado.

— Eu vou ali falar com o pai — disse Carol se afastando deles.

Carlos olhou para Rafael.

— Como ele está? Eu não consegui falar muito com ele porque eu não estava nada bem, e nem ele, então não ia ajudar muito.

— Ele está... muito mal. Mas ele é forte.

Carlos concordou balançando a cabeça.

— Eu queria agradecer por você estar aqui, apesar de tudo. Vai fazer muito bem para o Rafael ter um amigo por perto e ele gosta muito de você. Eu fico mais tranquilo em saber que ele não vai passar por isso só. Obrigado, Caio.

— Não tem porque agradecer. Eu estou aqui pelo Rafael e por todos vocês. E pelo Sr. Francisco também, de quem eu gostava muito.

— Pode ter certeza que ele também gostava muito de você. E... apesar das nossas diferenças, eu sempre gostei de você também. Pode não parecer, mas é verdade. Você sempre esteve lá em casa, era praticamente da família. Que pena que as coisas tenham tomado o rumo que tomaram.

— É. — Respirou fundo. — Eu vou voltar para perto dele agora. — E se afastou.

Caio sentou novamente, então Laura voltou para perto de Paula.

— Eu vi você conversando com o pai — disse Rafael, e fez uma expressão de interrogação para ele.

— Ah, é. Ele só veio me cumprimentar e saber como você estava.

Rafael lançou um olhar para onde Carlos estava falando com outra pessoa.

— Imagino que ele esteja tão mal quanto eu, a gente mal se falou desde que... você sabe, recebemos a notícia.

Rafael bocejou e Caio percebeu que ele devia estar com sono. Já era madrugada e ele não havia descansado nada.

— Rafa, acho que você deveria dormir um pouco.

— Eu não quero dormir, eu não vou conseguir. Além do mais eu quero ficar aqui com ele. — E lançou um olhar para o caixão onde estava Francisco.

— Eu sei, mas você precisa descansar. Amanhã vai ser um dia muito difícil. Vamos, eu te acompanho até em casa e fico contigo até você conseguir dormir.

Rafael o encarou por um momento sem dizer nada.

— Vamos? — insistiu Caio.

— Você fica comigo? Promete?

— Prometo. — E segurou a mão dele.

Rafael levantou e Caio o seguiu. Falaram com Paula que iriam para casa descansar um pouco e em seguida saíram. Chegaram em casa e foram direto para o quarto. Rafael deitou na cama e Caio disse que iria procurar alguma coisa para ele comer.

— Eu não estou com fome, só fica aqui comigo — disse Rafael segurando a mão dele. Caio sentou na cama.

— Você tem que comer alguma coisa, mesmo sem fome. Eu vou lá e rapidinho eu já volto.

Levantou e saiu do quarto. Rafael pegou o travesseiro e abraçou. Então se deixou levar por seus pensamentos e quando percebeu estava chorando novamente. Um barulho chamou sua atenção e ele percebeu que era o celular de Caio que ele havia deixado na cama. Pegou o aparelho e viu o nome que aparecia na tela: Vinny, com um coraçãozinho do lado. Colocou o celular de volta na cama. A chamada encerrou e logo em seguida tocou novamente. Quando o celular parou de tocar pela segunda vez, silenciou e não tocou mais. Então Rafael ouviu o som de uma notificação de mensagem. Logo depois Caio entrou no quarto trazendo uma bandeja com suco e um sanduíche.

— Seu celular estava tocando, alguém chamado Vinny.

Caio deixou a bandeja sobre a cama e pegou o celular. Haviam algumas chamadas perdidas e mensagens de Vinny.

— Seria o mesmo Vinícius lá da escola? — perguntou Rafael.

— Ele mesmo — disse Caio distraído enquanto começava a digitar uma mensagem.

Rafael achou melhor não perguntar mais nada.

Caio enviou a mensagem para Vinícius.

C: Desculpa, eu tive um contratempo. Uma pessoa próxima da família morreu e eu estou no velório.

V: Nossa, eu sinto muito! É só pq fiquei preocupado.

C: Eu esqueci de avisar, foi tudo tão rápido.

V: Tudo bem, eu entendo. Você quer q eu vá aí?

C: Não precisa, eu estou bem. Mas obrigado pela preocupação.

V: Como poderia não me preocupar? Você é muito importante para mim, esqueceu?

Caio esboçou um leve sorriso. Rafael o observava atentamente.

C: :)

V: Qualquer coisa me liga. Bjo.

C: Ok. Bjo.

Caio colocou o celular no bolso e sentou na cama ao lado de Rafael.

— Eu esqueci que a gente tinha marcado e ele estava preocupado porque eu não apareci. Mas eu já expliquei. — Rafael queria fazer muitas perguntas em relação a isso, mas achou melhor não. Caio pegou o sanduíche na bandeja e ofereceu a ele. — Come.

Rafael não protestou. Sentou ao lado dele e comeu. Em seguida deitou e Caio deitou ao lado dele.

— Você vai ficar comigo até eu acordar, né?

Caio não respondeu.

— Por favor, eu não quero acordar no meio da noite sozinho. Eu preciso de você comigo. — Então segurou a mão de Caio entre as suas.

— Tudo bem — disse Caio com um leve sorriso no rosto. — Eu não vou a lugar nenhum, eu prometo.

Rafael retribuiu o sorriso.

— Você é um ótimo amigo. — E fechou os olhos. Em pouco tempo dormia.

Caio ficou observando ele dormir durante um tempo, o rosto triste, mesmo no sono, o peito subindo e descendo num ritmo regular. Então também adormeceu.


Continue Reading

You'll Also Like

33.7K 2.4K 31
Apenas amigos...será?
176K 10.4K 107
.. vem descrever essa história comigo. (Autora nota) Uma coisa mas não menos importante Essa história não haverá muito hot, eu quero ficar mais no f...
1.2M 73.4K 61
Do autor Matheus da CDC "Me chamo Matheus e desde muito moleque fui nerd. Sempre me interessei por assuntos que crianças em geral não se atraem. Prin...
8.4K 627 41
O Thiago é um rapaz de 17 anos que mora sozinho. O Thiago é um grande cafajeste e ele passa as noites em discotecas e ele sai das discotecas quase se...