Simpler Times

By MyLilJoy

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Em 1923, um navio que saia da França ia em direção à Miami foi dado como desaparecido, nada do navio nunca fo... More

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Três Presentes - Parte 1
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Halloween - Parte 1
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Luzes Apagadas

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By MyLilJoy

Miami, U.S.A. - 15 de Setembro de 2017 (14h20min)

Lauren

Sentia meus músculos doloridos e meu corpo todo cansado. Já não conseguia respirar direito e o suor da minha testa já estava incomodando. As sapatilhas começaram a parecer apertadas enquanto as pontas estavam quase pretas; além de as sapatilhas novas já estarem quebradas e desgastadas.

Camila saiu cedo hoje, disse que tinha um novo processo e precisava analisa-lo bem, então, assim que ela foi embora, liguei para Charles, meu motorista, e pedi para ele me trazer para a escola de Ballet. A professora me deixou ficar na sala reservada para dançar o dia todo, dei a desculpa de que não treinava a tanto tempo que me sentia enferrujada, mas na verdade, eu só queria sair de casa um pouco e não pensar em mais nada.

A alguns dias, Camila me fez um cartão e disse que eu deveria começar a sair mais de casa, para conhecer a cidade, me adaptar a nova vida, e acho que ela estava certa. - Comprei algumas roupas novas, alguns sapatos, mudei pouco o meu corte de cabelo além de ter começado a procurar um emprego, mas segui o conselho de Camila e estou procurando de babá, garçonete em cafés ou em livrarias, e não estou fazendo muita questão, apenas quero ser um pouco independente, mas eu sei que será difícil para conseguir algo.

A semana que se passou eu evito ficar sozinha em casa, então, quando Normani não tinha como ir para lá eu saia, ia dar uma volta na cidade, conhecer novos lugares. Já fui a várias livrarias, provei vários tipos de comidas, fui em algumas lojas e já dispensei alguns garotos na praia enquanto estava apenas tentando desenhar. - Tudo isso para tentar não pensar em... Bom... Em nada.


Tomo um banho no banheiro comunitário da escola de ballet e me visto, indo para o carro preto que já estava me esperando na entrada. - A chuva tomou a cidade essa semana, chovia e parava várias vezes ao dia, mas eu gostava do cheiro de orvalho durante toda a tarde. Abro meu guarda chuva e vou correndo até o carro para não molhar meus sapatos, dou um breve oi para Charles e me sento no banco de trás apenas apreciando a vista molhada da praia e da cidade do lodo oposto. Eu gostava do barulho do transito, da chuva e da cidade, tudo aquilo me acalmava de alguma forma.

Olho pela janela pensando sobre a vida. Pensando em tudo o que aconteceu nos últimos tempos, em Camila, em Taylor, nos meus desenhos e pensando que eu deveria voltar a estudar artes. É, eu gostava de ser reconhecida na escola, rio com o meu pensamento. Olho pela janela e logo a frente vejo um carro familiar, observo melhor e percebo que era o mesmo carro que Camila tinha, mas estava com a capota fechada por conta da chuva. Dentro havia uma mulher. Peço a Charles para ir o mais a frente que fosse possível, e me escondi atrás do vidro fume da janela e olhei para dentro do carro, e sim, era Camila; apesar da vista um pouco embaçada, conseguia reconhecer o caimento de seu cabelo e as formas de seu rosto. Puxo o celular que ela me deu no início da semana e disco o número 1, que já estava com o número dela gravado. Eu vejo a mulher do carro pegando o celular e assim que ela atende percebo que realmente era ela.

- Lauren? O que foi? Aconteceu alguma coisa? - perguntou ela.

- Não, não. Não aconteceu nada. Eu só... Queria saber o que você quer para o jantar. - tentei disfarçar.

- Não está meio cedo pra pensar nisso? - ela ri.

- Sim, está... Mas é que eu preciso passar no mercado, então resolvi perguntar agora para já comprar tudo. - nunca fui muito boa com desculpas.

- Entendo. Bom, eu não sei. Faça qualquer um dos seus famosos pratos franceses que sabe que eu vou adorar - ela ri na linha.

- Você quem manda. - respondi - Até mais tarde.

- Até mais.- ela desliga, assim como a mulher do carro.

Era obvio, realmente era Camila ali. Olho no relógio do celular e ainda são 14h, não era para ela estar voltando para casa, na verdade, ela deveria estar no trabalho.

- Charles, por favor, siga esse carro. - ele tentou argumentar, mas disse que era Camila e que queria saber o que estava fazendo fora do trabalho.

Oras, Lauren, não seja assim tão neurótica. Talvez ela estava indo ver um cliente. Repeti isso várias vezes na minha cabeça, mas não importava quantas vezes eu dizia, aquilo não me parecia ser verdade.

********

Seguimos ela até uma parte baixa da cidade, e parece que ela não percebeu que estava sendo seguida, o que é bom. - O transito já não existia e as ruas estavam livres de carros, mas também bem mais feias e sujas do que eu estou acostumada. Aquilo não parecia mais a mesma Miami de antes.

Os prédios eram antigos e pareciam desgastados com o tempo, como se nunca tivessem sido reformados. Os moradores de rua eram frequentes, assim como crianças descansas e sem camisa brincando na rua no meio da chuva, com suas mães vindo atrás com seus guarda-chuvas quebrados os mandando voltar para casa. - Camila para em frente a um hotel barato, mas que parecia ser o local menos horrível para estar nesse lugar. Ela sai do carro e o tranca, indo apenas um jornal sobre a cabeça e o sobre-tudo completamente fechado, até a porta do prédio.

Nós esperamos por mais ou menos uma hora. A chuva já havia parado e as crianças haviam voltado a brincar na rua, agora pulando de poça em poça. Camila finalmente sai do prédio, com o sobre-tudo quase aberto e com sorriso no rosto, ao lado, uma mulher de cabelos castanho claro um pouco mais baixa que ela; a mesma se segurava o braço de Camila e sorria junto com ela. Camila a leva até o carro, abre a porta para ela e depois volta para a porta do motorista. As duas conversam mais um pouco e então o carro sai da frente do horrível hotel.

Eu a sigo novamente.

O carro volta para a cidade, dando algumas voltas por ruas que eu não conheço, mas percebo que é a parte da elite da cidade. A garota que estava com Camila agora sai do carro em frente a um enorme prédio luxuoso, e se despede dela se apoiando na porta do carro e dando um beijo muito sexy em sua bochecha; Camila morde a boca. - O carro volta a andar assim que a morena entra no prédio.

Eu volto para a casa quase perplexa, pensando no que poderia estar acontecendo. Será que aquela garota é amante de Camila? Mas não era possível, porque Camila sempre demonstrou interesse em uma relação comigo. O que esperar de uma mulher como ela, que encontrava uma mulher toda a noite e frequentava prostíbulos. Será mesmo que ela estava tendo um caso e mantendo escondido de mim para ainda ter chance? Eu estou sendo usada... Ela cansou de esperar que eu me entregasse a ela e logo foi atrás de outro rabo de saia.

Eu subo as escadas do prédio lentamente, tentando pensar no melhor que poderia ser isso, mas não consegui pensar em nada. Tudo indicava que Camila estava tendo um caso escondido. Eu não acredito que fez isso... Não é possível que ela não saiba o que eu sinto por ela! Uma imensa vontade de chorar toma meu corpo. Eu me sento ali mesmo, na escada do penúltimo andar antes do meu e me permito extravasar a raiva que estou sentindo.

Tudo em meu corpo dizia que essa raiva e tristeza toda era apenas exagero, mas eu não conseguia pensar assim de verdade, porque ela era a única pessoa que eu tinha. Meus amigos se foram, minha família, nem mesmo o homem com quem sonhei um ano em me casar estava mais comigo; Normani estava em uma briga contra a própria paixonite e estava tão distante que eu mal conseguia conversar com ela sobre o que sentia por Camila, que eu ainda não conseguia entender direito. Eu só tinha ela, e ela sempre mostrou querer algo assim como eu, mas agora... Percebo que era tudo uma farsa.

Eu não estava mais em mim. A raiva, a tristeza e o medo de ficar sozinha para sempre tomava conta de todo o meu ser. - Soquei a parede uma, duas vezes e deixei as minhas juntas roxas com apenas esses dois socos. Com dificuldade eu me levanto e vou andando meio aos tropeços até o apartamento. Abro a porta depois de algumas tentativas falhadas de colocar a chave na fechadura e então, finalmente consigo entrar.

Olho todo aquele mar de móveis pretos e o céu já alaranjado com o por do sol. Levei tanto tempo espiando Camila que já estava anoitecendo, mas não conseguia pensar sobre a minha tarde perdida, só sobre a traição emocional que acabou de acontecer. - Tudo ali me lembrava ela. Cada móvel, cada eletrônico e cada peça decorativa me fazia imaginar o que Camila podia ter feito naquele hotel por uma hora com aquela mulher.

Minha cabeça estava me pregando peças. Conseguia ouvir a voz de Camila dizendo-me coisas ruins como "Você é só mais um jogo. Esta divertido tentar te conquistar", e "Ela é boa de cama, coisa que você nunca vai ser, mas fazer o que, adoro tirar a virgindade de garotas burras que acham que eu gosto delas". Estava tudo rodando um pouco, já não conseguia mais subir a escada para meu quarto, então, apenas me deito em posição fetal no sofá e continuo chorando.

Um tempo desconhecido se passa enquanto eu tentava abafar as vozes na minha cabeça, e então, ouço o barulho da porta. Camila entra por ela com um sorriso, vestida como a advogada charmosa e estilosa de sempre como se nada estivesse acontecendo. As luzes apagadas a impediam de me ver no sofá, então, antes que ela pudesse ligar as luzes, eu me levanto, corro até a cozinha a assustando. Pego na gaveta de talheres uma faca e aponto para ela, que acende a luz em seguida.

- Quem é ela?

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