Quando ela saí, eu consigo por breves momentos parar no tempo e pensar "E se for ela? E se não houver outra oportunidade? Mas o que é que eu iria dizer se lhe fosse falar?"
Feito idiota levantei-me e lancei um grito "Olhe, senhor motorista pode parar?!"
Tenho quase a certeza que o motorista se assustou, tal como Carlos e o resto dos passageiros, mas a verdade é que resultou e ele parou, até porque por mera sorte, também haviam mais pessoas que tinham tido a mesma ideia, sair.
Por vezes a vida é como as paragens de um autocarro, ou saímos, ou torna-se tarde demais para termos algum tipo de atitude...por isso tive-a.
Levantei-me e dirigi-me para a saída com o Carlos, em que ele só me perguntava "Tu vais falar com ela? Vais ser capaz? Vou pagar para ver!"
Eu estava nervoso, e cada passo que eu dava para a saída era o equivalente a uma equação de ideias que me passavam pela mente.
O problema foi quando eu saí do autocarro e a vi novamente, desta vez, até com alguma distancia do seu colega, por isso sem querer hesitar muito, caminhei na sua direção sem ter a mínima ideia do que iria dizer, sem qualquer tipo de linha de engate, apenas com o objetivo de ter de lhe falar só porque sim.
Sinceramente nunca irei saber ao certo o que teria sido o mais correto, se assim, ou se outra forma, mas aquilo que me deu para fazer foi colocar-lhe a mão suavemente no ombro e chama-la "Teresa?"
Não sei se foi do sol, não sei se foi da sua beleza, mas parecia um pouco um sonho, quando ela me disse um simples "Sim?"
Deduzi que não me tivesse reconhecido, por isso questionei "Eu não tenho muito jeito para estas coisas, mas eu sou quem comentou o teu blog, o Salvador, sabes?"
Por instantes ela ficou a olhar para mim, quando disse "O Salvador?"
Por algum motivo ela estava paralisada, talvez eu não tivesse tido a melhor abordagem, por isso continuei e proferi o seguinte "Sim, aquele rapaz que se armou em esperto e perguntou como é que te divertias"
Ela continuava estagnada a olhar para mim até que disse "Sim, eu sei..."
Estranhamente continuava sem dizer nada, o que me fez questionar a minha Ação.