Depois da escolha | Completo

By luanegluna

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Aposto que muitas fãs de A Seleção ficaram decepcionadas por não haver muitas informações da vida de America... More

NOTA DA AUTORA
PERSONAGENS
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23 - A Herdeira Cena I "Céus como ela é teimosa!"
Capítulo 24 - A Herdeira Cena II "Acordo e anúncio"
Capítulo 25 - A Herdeira Cena III "Sorteio dos Selecionados "
Capítulo 26 - A Herdeira Cena IV "Dando uma olhada nos formulários"
Capítulo 27 - A Herdeira Cena V "Bons Conselhos"
Capítulo 28 - A Herdeira Cena VI "Tentando Esconder os Problemas"
Capítulo 29 - A Herdeira Cena VII "Mãe e Filha"
Capítulo 30 - A Herdeira Cena VIII "A Chegada da princesa "
Capítulo 31- A Herdeira Cena IX "O último (?) 'Eu te amo'
ENCERRANDO A HISTÓRIA

Capítulo 15

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By luanegluna


- Eu sabia que você tinha feito alguma coisa para sair na frente! - exclamou Marlee, entre as gargalhadas, ao passo que Lucy deu um sorrisinho.

- Mas eu não sai na frente! - rebati - A primeira impressão que causei foi a pior possível. Duvido que aquilo contou para alguma coisa.

- Claro que contou, o Rei Maxon deve gostar de mulheres determinadas.

Suspirei. Era o que meu pai dizia.

Estávamos Marlee, Lucy e eu sentadas no imenso jardim dos fundos do palácio. Um enorme gramado que só fui descobrir de verdade depois que me casei e resolvi explorar mais o castelo. Duvidava que um dia me acostumaria com a beleza daquela paisagem palaciana. Chamá-lo de casa era um completo eufemismo.

Josie brincava em uma toalha estendida no gramado ao nosso lado, enquanto Eadlyn, Ahren e Kile jogavam bola com Gerad.

Estava contando a elas sobre meu primeiro encontro com Maxon. Um encontro desastroso eu diria.

- Isso explica a camisola cheia de terra com que ela voltou para o quarto na primeira noite - completou Lucy.

- Pensei que tivesse esquecido isso.

- Meio difícil, Majestade - ela sorriu - Bom, o papo está ótimo mas preciso ir para casa preparar o jantar do meu marido.

Ela colocou a xícara de chá na mesinha, se levantou e fez uma reverência.

- Mas você não tem empregada? - perguntei.

- Mas ele prefere a minha comida - ela deu uma piscadinha e saiu.

Sorri e me virei Marlee.

- Ela tenta esconder, mas está muito triste - afirmei.

Marlee concordou com a cabeça.

- Como foi a reunião anteontem?

A encarei a espera de mais informações. Tínhamos várias reuniões.

- Sobre Lucy... - ela completou.

- Como você...

- Carter.

Ah, claro.

Carter era assistente de Maxon assim como Marlee era minha. Decidi guardar segredo sobre minha ideia, mas não achei que Carter fosse fazer o mesmo com a esposa.

- Foi um desastre. Tive que desistir.

Eu tinha proposto gerar um filho de Lucy no meu ventre, mas os conselheiros não aceitaram muito bem a ideia. Me desolava vê-la sempre alegre brincando com as crianças sabendo que ela escondia uma dor profunda. Ela tinha sérios problemas e não conseguia engravidar. Foi a primeira vez desde que me tornei Rainha que me senti arrependida, parecia que meu corpo não era meu de verdade. Eu estava tão magoada quanto a própria Lucy.

- Como assim? - ela quis saber.

- Foi ridículo. Os conselheiros disseram que o povo não ia gostar. Teve um que até falou que o bebê entraria na linha de sucessão ao trono - balancei a cabeça como se aquilo fosse dissipar a raiva.

- Sinto muito - ela disse, e realmente sentia.

- Não tanto quanto eu. Faria qualquer coisa para fazer Lucy feliz, principalmente Aspen.

- Ele era da sua província, não era?

- Quem?

- O General Leger.

- Ah, sim. Eu o conhecia.

Me dei conta que Marlee ainda não sabia sobre meu segredo. Fiquei surpresa comigo mesma por tê-lo guardado de Marlee por tanto tempo. Ela precisava saber. Mesmo agora que não tinha mais importância.

- Sério? Por que nunca me disse? - ela fez uma pausa e levou a xícara aos lábios - Vocês eram o quê? Amigos? Vizinhos?

- Namorados - respondi.

Ela se engasgou com o chá. Estava a ponto de dar tapinhas em suas costas quando ela se recuperou.

- O quê?

- Nós namorávamos em segredo em Carolina, mas terminamos antes de eu ser sorteada - fiz uma pausa - Por um pedido dele eu me inscrevi na Seleção.

- Mas ele não fazia guarda na sua porta? - ela perguntou colocando a xícara na mesinha.

- Fazia - beberiquei o chá.

Ela me olhou com uma pergunta nos olhos, e os meus passaram a resposta que ela temia.

Contei a ela toda a história. A confusão e a indecisão do meu primeiro amor. De minha inscrição na Seleção até ser descoberta e achar que Kriss seria a escolhida.

Baixei a xícara e a apoiei acima da barriga.

- Parece que todas nós tínhamos nossos segredos - conclui.

- E pelo visto eu fui a única a não conseguir guardá-los direito.

E então ela baixou os olhos para as mãos e começou a esfregá-las. As marcas tinham quase sumido depois de tantos anos.

Mas isso não a impedia de usar muitas luvas de renda para disfarçar. Seu medo era que Kile perguntasse alguma coisa. Parecia de conhecimento geral que o segredo dos residentes do palácio não deveriam ser passados para nossos filhos. Não me animava a ideia de contar a Eadlyn ou Ahren que eu havia sido namorada de Aspen. E duvidava que Marlee quisesse contar aos filhos os momentos de sofrimento que viveu. E até mesmo que foi uma Selecionada, o que geraria ainda mais perguntas.

Ela estava perdida em pensamentos, e eu sabia em quais.Seus gritos na manhã do açoitamento ecoavam na minha cabeça a cada dia e a cada noite que eu lembrava daquele momento.Mas precisava mudar de assunto.

-Como estão seus pais?

Ela levantou os olhos e sorriu.

- Eles estão bem. Ligam sempre que podem, mas não os vejo muito. Você sabe que não saímos muito do palácio.

- Eles te... perdoaram? - a última palavra soou um pouco estranha. O que ela tinha feito não parecia um crime ou pecado para mim.

- Perdoaram. Digamos que eles estão muito felizes com minha condição atual.

- Devia chamá-los para passar uns dias no palácio - sugeri.

- Mesmo? - ela sorriu, maravilhada com a ideia de ver a família novamente.

Fiz que sim com a cabeça.

- Eu adoraria visitas.

- Obrigada, America.

Ela saltou sobre a cadeira e me deu um abraço desajeitado por causa do meu barrigão.

- Qual o motivo de tanta alegria?

Maxon interrompeu nosso abraço, surgindo como a aparição de um Deus Grego na porta atrás de nós que dava para o jardim. Marlee se sentou no ato.

- Nada - dei de ombros.

Ele se aproximou e me deu um beijo, com intensidade demais eu diria, já que tínhamos gente perto. Marlee pigarreou e ele se afastou com as mãos em minha barriga e os olhos fixos nos meus.

- Como está nosso príncipe?

- Agitado. Mas muito bem. Na verdade com um pouco de fome agora.

Fiz carinho em sua bochecha e comecei a me levantar para pegar uns biscoitos na mesa. Ficava cada dia mais difícil andar agora, com a gravidez avançada, mas eu me recusava a ficar o dia todo no quarto.

Maxon foi mais rápido e pegou os biscoitos para mim.

- Não se canse - ele disse, com ternura na voz. Ele sorriu e se aproximou com nossos narizes colados, mordi os lábios e virei delicadamente o rosto, quase tinha me esquecido de Marlee ali.

Ele notou e se afastou e colocou as mãos atrás das costas - sua postura formal - mas com aquela cara de quem estava segurando a risada.

- Bom, só vim ver como você estava - ele sorriu, se despediu e saiu.

Tinha certeza que o sorriso de Marlee era tão largo quanto o meu.

- Vocês são tão apaixonados! - ela disse, assim que ele saiu.

Inclinei a cabeça, encabulada e observei Gerad ainda jogando bola com as crianças.

- Ele joga muito bem - disse Marlee.

- Joga mesmo.

Minutos depois as crianças já estavam cansadas e correram para dentro, ao passo que Gerad se aproximou de mim para se despedir.

- Quando você vai? - perguntei, abraçando-o de lado.

- Daqui um ou dois meses.

Gerad já era um rapazinho, tinha quase 14 anos e estava se preparando para estudar no exterior. Apesar de ter sido Cinco, desde pequeno ele nunca se encaixou nas artes mas sempre gostou de ciências. Eu sempre lhe dizia que não conseguiria ganhar a vida assim, mas ali, agora, depois que o sistema de castas desapareceu minha maior felicidade foi poder dar a meu irmão caçula opções. Coisas que realmente o fizessem feliz, mas que antes não passavam de um sonho. Eu estava feliz por ele mas mamãe estava tristonha, temia ficar longe do filho, para ela ele ainda era uma criança,mesmo sendo tão maduro para a idade.Seu sonho era ser um grande cientista, e eu estava muito orgulhosa dele. Mesmo sabendo que ele provavelmente jamais voltaria, estava feliz em deixá-lo ir e em encorajá-lo a seguir seu coração.

Fui para dentro descansar um pouco. Meu plano era terminar a tarde no piano, só não sabia em qual deles.

Depois que me casei, Maxon me presenteou com quatro pianos. Cada qual com sua característica. Um ficava em sua suíte, outro na minha, outro na Sala de Estar do quarto andar, e o último no Salão das Mulheres, que era o mais utilizado.

O de minha suíte eu pensava nunca ter usado, visto que só ia para lá para me arrumar, nunca para dormir. Me parecia tolice ser casada e dormir sozinha. Imaginei que o castelo fora construído em uma época com costumes diferentes. Mas eu sempre dormia com Maxon. Até quando ele viajava eu ficava no lado dele da cama só para sentir o seu cheiro.

Parecia bobo mas, como eu sempre lia as cartas que ele havia escrito para mim durante a Seleção, sabia que ele tinha feito quase a mesma coisa enquanto eu estava no enterro do meu pai.

Me decidi por estrear o piano da minha suíte.

Comecei a tocar e pouco depois Lauren apareceu, trazendo Eadlyn.

Ela parecia a visão da coisa mais linda do universo. Toda vez que a via meu coração se enchia de alegria e meus olhos, de lágrimas de felicidade.

Ela tinha cabelos castanhos e ondulados assim como a Rainha Amberly, era claro que se parecia com a avó. Se não fosse pelos olhos ninguém diria que era filha de Maxon.

Ela estava com um vestidinho rosa bufante. Tão linda que dava vontade de abraçar e não largar nunca mais.

Ela se aproximou e sentou na banquetinha ao meu lado. Logo começou a apertar as teclas sem nenhuma ordem, só para saber qual era a sensação, e que som elas emitiriam.

- Você me ensina a tocar, mamãe? - ela pediu, com sua voz de sinos dourados.

- Claro, minha querida.

Então peguei sua mãozinha e delicadamente a guiei para pressionar as teclas e fazer música. Lembrei de como quando meu pai me colocava sobre seus pés e girava comigo pela sala tentando - sem sucesso - me ensinar a dançar. Eram coisas distintas, mas a ideia, a mesma.

Depois de alguns instantes ela levantou, se despediu e saiu correndo porta afora.

Olhei pela janela. Já era tarde então não havia mais nada para fazer no escritório, e logo Maxon estaria de volta.

Fui para a penteadeira e me sentei na cadeira em frente ao espelho. Resolvi começar a me arrumar para o jantar, mas estava cansada e precisava relaxar, de modo que um vestido de seda e dezenas de grampos na cabeça não ajudariam muito.

Tirei delicadamente a coroa e coloquei sobre o suporte que ficava do lado do espelho - em forma de uma cabeça -, eu nunca deixava de ficar impressionada com o tamanho da beleza e do significado que aquela peça tinha. Era incrustada com tantos brilhantes que era impossível contar, e muitas vezes dependendo das obrigações do dia parecia mais pesada que o normal. E apesar dela carregar uma grande responsabilidade - um cargo que anos atrás eu julgava ser incapaz de assumir - não havia como negar que eu ficava linda com ela. Tão elegante e graciosa quanto a Rainha Amberly.

Passei então aos grampos de cabelo. Como havia dispensado as criadas naquele dia, comecei a tirar o amontoado de grampos da cabeça sozinha. Me impressionava o modo como as criadas conseguiam enfiar tantos grampos em meu cabelo, sem que nenhum me machucasse e ainda assim meus cabelos ficassem impecáveis durante quase o dia todo.

Estava terminando de soltar a última mecha quando uma voz vinda detrás de mim me sobressaltou.

- Majestade.

Levantei os olhos para o espelho e vi o reflexo de Maxon parado atrás de mim com um sorriso no canto dos lábios.

Me levantei rapidamente e o saudei com um beijo que ele retribuiu.

Retribuiu e com mais fervor, me abraçando.

- Precisamos nos aprontar para o jantar - eu disse, interrompendo rápido demais aquele momento de paixão.

- Precisamos? - ele indagou, com um sorriso malicioso nos lábios.

- Sim, precisamos. Kaden está morrendo de fome.

Ele achou graça.

- Como se fosse só ele, não é?

Ficamos ali por alguns instantes, abraçados e curtindo cada beijo, não queria que aquele momento acabasse nunca, porém pouco depois um mordomo nos interrompeu anunciando que o jantar seria servido, então tive que me desgrudar de Maxon - algo que parecia ser impossível - e cumprir com minha última tarefa do dia.

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