Ilusão (Fanfic de Guns N' Ros...

Bởi veronicuslaxl

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"A ilusão é uma confusão dos sentidos que provoca uma distorção da percepção..." Xem Thêm

I- O Início
III- Pecado
IV- Oh, Axl...
V- Anjo
VI- Ciúmes
VII- Love & Pain
VIII- On Fire
IX-Monstro
X- Goner
XI-Heroin
XII-Anjo da guarda
XIII-O Caminho para o Desastre
XIV-O Fundo do Poço
XV- A Hell Tour (Parte I)

II- Kissing in the dark

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Bởi veronicuslaxl

E, neste momento, estávamos no Troubadour, a prepararmo-nos para entrar no palco. Tínhamos ensaiado bastante nos últimos dias, e até tínhamos comprado (ou deveria dizer roubado?) roupas novas.

Depois de avistar um cinto numa loja e um chapéu noutra, decidi combinar as duas peças e fazer uma só. Steven tinha insistido numas calças novas de couro, assim como Duff, e Izzy numa boina. Axl tinha o cabelo completamente diferente, despenteado e com um look glam.

Estávamos nervosos, embora qualquer um de nós já tivesse dado concertos antes. Aliás, a maioria de nós já tinha tocado juntos, em outras bandas. Mas isto era diferente. Agora eramos os Guns N' Roses. E não podíamos deitar tudo a perder.

-Duff, tens mesmo a certeza de que sabes utilizar...isto?-perguntei-lhe, fechando os olhos. Duff começou a aplicar-me uma sombra lilás, que eu tinha de admitir que odiava.

-Confia em mim-disse, rindo-se-Ok, podes abrir os olhos.

Olhei-me ao espelho, que se encontrava à minha frente. Estávamos na casa-de-banho do backstage do Troubadour, que neste momento estava uma confusão de maquilhagem, pincéis, roupas e...sabe-se lá mais o quê. Eu estava sentado, em cima da tampa da sanita.

-Pareço um palhaço-comentei, olhando assustado para o meu reflexo pálido.

-Todos nós parecemos-retorquiu Axl, entrando e remexendo nos pincéis de maquilhagem-A sério, qual é o ponto disto, Duff?

-Ouçam, vocês depois habituam-se-disse Duff, rindo-se.

-Obrigada, mas eu não estou a pensar em tornar-me punk-disse Steven.

-É só para os concertos, ok?-disse Duff, ajeitando o seu cabelo.

-Recuso-me a usar isto-retorquiu Izzy.

-Aff-Duff bufou-Façam como quiserem.

Encolhi os os meus ombros perante a reação de Duff.

-Devíamos entrar-disse Izzy-Já está na hora.

Trocámos um olhar, positivo, antes de nos levantarmos, e desejámo-nos boa sorte.

-Hey, Axl-disse-lhe, por fim. Fomos os últimos a sair da sala-Boa sorte, man.

Axl exibiu um sorriso tímido.

-Boa sorte, Slasher-e entrou, à minha frente.

Para o nosso primeiro concerto, já tínhamos um público muito considerável, bem maior do que o costume. No nosso set-list, constavam Reckless Life, Shadow of Your Love, Jumpin' Jack Flash, Think About You, Move To The City, Don't Cry, Nice Boys, Back off Bitch, Anything Goes e Heartbreak Hotel.

Após a primeira música, pudemos confirmar que a euforia era geral. A voz de Axl estava perfeita, eu, Duff e Izzy tocávamos em perfeita sinfonia, acompanhando Steven, que tocava com uma energia admirável, de maneira emotiva. E após confirmar de que estava tudo bem, era só deixar o concerto rolar e aproveitar a sensação.

Axl tirou-me a cartola, sorrindo, enquanto eu tocava os primeiros acordes de Shadow of Your Love, e pôs na sua cabeça. Ele cantava, com um cigarro na mão, abanando o corpo, e deslizando as mãos pelo microfone, de maneira quase hipnotizante. Vi também uma fã a atirar algo para o palco, algo como um sutiã...que ficou preso na minha guitarra, enquanto eu fazia o solo. Ri-me, pois era algo que eu já estava habituado. Com sorte...iria procurar essa mesma fã depois do concerto.

Axl pôs-me um cigarro na boca e aproximou-se da minha cara, acendendo o meu cigarro com o seu.

Sinceramente, nunca pensei gostar tanto de um concerto. Percebi que era nesta banda que eu queria estar. Era isto que eu queria fazer. Talvez para o resto da minha vida.

*Uma hora depois*

Saímos do palco, exaustos, mas felizes. Quando chegámos atrás, deparámos com algumas groupies, já à nossa espera. Duff nem hesitou, correu logo à primeira, loira e peituda, e já se estavam a agarrar, ali mesmo. Izzy estava com uma morena, e Steven com outras duas, loiras. Eu não reparei em Axl, até porque eu não estava interessado.

Desde que percebi que me tinha...apaixonado, não consegui dormir com mais nenhuma mulher. Há um mês atrás, talvez até antes de a banda ainda estar sequer formada, partilhávamos mulheres, drogas, álcool...mas eu acabei por me afastar disso. Então agora era só heroína, cocaína e álcool. Porque eu precisava de algo que não iria conseguir conquistar, e nada conseguia preencher o vazio que eu sentia.

E não, eu não me considero...gay. Eu nunca fui. Sempre gostei de mulheres. Sempre amei a maneira como elas sorriem, sempre amei peitos, e sim, eu já me apaixonei de verdade. Aliás, eu perdi a minha virgindade aos 13 anos. Mas Axl...é tão diferente. Eu não pensava no facto de ele ser um homem e não uma mulher, porque ele não tem nada a ver com a maioria dos homens que eu conheço. Ou com as mulheres que conheço. Ele não tem a ver com nada ou com ninguém. É diferente de tudo o resto, como uma pérola sozinha no meio do oceano.

Digamos que a primeira vez que o vi soube logo disso. Eu nunca tinha sentido atração por um homem. Só que Axl tem uma personalidade rara e bastante carismática, difícil de lidar, e muito menos entender.

Ele chegou a viver comigo durante uns meses, na casa da minha avó. E nós falávamos sobre tudo, desde música a arte. E sim, eu sei do que estou a falar. Nunca se sabe o que esperar dele, e isso atrai-me. A sua aura parece envolta em mistério. Para não falar do seu aspeto, bastante incomum. A sua pele branca, a maneira como os seus cabelos ruivos caiem sobre os seus ombros, as curvas delicadas do seu pescoço e os traços da sua cara, principalmente os seus olhos, verdes, e os seus lábios macios e rosados. Mhmm.

Por isso quando me apaixonei achei que tivesse dado em louco. É claro que sim. Para mim, gostar de Axl era um desafio.

Fui até ao fundo da sala, e remexi nas gavetas, até encontrar um saco com cocaína que eu tinha deixado ali, exatamente antes do concerto. Fiz as carreiras, no chão, e comecei a inalar, sentido toda a sensação de loucura e euforia a invadir-me. Apenas tinha cheirado um pouco, então não estava muito alterado. Senti alguém a entrar na sala.

Era Axl. Fiquei surpreendido, porque achei que ele estivesse a foder com alguma groupie barata neste exato momento. Ele não me conseguia ver, então deixei-me estar a um canto, sem me mexer. Admito, eu queria evitar uma conversa.

O problema foi quando Axl fechou a porta e as luzes se apagaram, com um estrondo. Estava a trovejar.

-Merda, merda!-ouvi Axl, a resmungar e a bater contra a porta.

Ou seja, a porta estava trancada. E estávamos a sós. Levantei-me, para tentar dar sinal de vida, mas tropecei num banco. Amaldiçoei-me por isso.

-Q-quem está aí?-perguntou Axl, com a voz nervosa.

Mudei de ideias. Decidi não responder. Eu não sei se isto era uma boa ideia, mas eu estava farto de ficar parado a olhar, sem fazer nada, apenas assistindo a tudo acontecer à minha volta. Eu queria tentar, porque eu precisava e não queria desistir dele.

Ouvi Axl a dar um passo para trás, então percebi que ele estava perto da parede.

" Oh baby, don't you know I suffer?"

Havia uma janela, que começou a dar um pouco de claridade, e deixou-me ver o reflexo de uma das suas madeixas ruivas, embora Axl ainda não me conseguisse destinguir. O seu cabelo tinha voltado ao normal, liso e leve.

"Oh baby, can you hear me moan?"

Senti o seu cheiro, cada vez mais próximo. Eu queria-o tanto. Eu não me importava que ele dormisse com groupies ou com quem ele quisesse, eu só precisava de um beijo dele. Isso bastava-me.

Era a única recordação, o único calor que eu pedia.

"You caught me under false pretenses, How long before you let me go? "

Eu sei que talvez seja errado. Eu não devia pensar nisto, não devia apaixonar-me por ele, mas bom, isso estava a acontecer, e agora não podia voltar atrás. O máximo que eu podia fazer era...esquecer. Mas eu ainda não estava disposto a isso. Não sem me dar uma oportunidade primeiro.

"Ooh, You set my soul alight..."

"Ooh, You set my soul alight"

Aproximei-me, até conseguir tocar nele, muito de leve. Parecia assustado, tenso. Pousei as mãos nas suas ancas, de leve, e senti o seu corpo a retraír-se.

"Glaciers melting in the dead of night..."

Nunca tinha estado tão perto dele. Era uma sensação estranha, proibída, mas eu adorava.

"And the superstars sucked into the supermassive"

-Mas que por...-interrompi-o, e num movimento brusco, peguei nos seus pulsos e, levantando-os, pressionei-os, com as minhas mãos, contra a parede. Ele estava ali, nas minhas mãos. Eu podia fazer o que quisesse.

"Glaciers melting in the dead of night"

Sem notar, já tinha deixado a minha cara curvar-se um pouco.

"And the superstars sucked into the..."

Cada. Vez. Mais.

"Into the supermassive"

Devagar, centímetro a centímetro, até sentir a sua respiração ofegante e assustada contra a minha.

"I thought I was a fool for no one..."

Peguei numa das suas mãos, e conduzi-a até ao seu peito. Sentimos os seus batimentos extremamente acelerados em conjunto, a sua mão pressionada contra a minha, o calor dos nossos corpos.

"Ooh baby I'm a fool for you"

O seu cheiro...um misto de cigarros, álcool e...rosas. Eu conseguia até imaginar o sabor dos seus lábios rosados e delicados, o sabor da sua boca doce. Eu queria-os em mim, e pelo meu corpo todo, o tempo todo.

"You're the queen of the superficial..."

As pontas dos nossos narizes estavam quase a tocar-se, e eu tinha deixado de notar a respiração de Axl, como se tivesse parado abruptamente. A cocaína e o álcool que corriam nas minhas veias surtiam uma mistura surreal em mim, fazendo-me entrar num estado de transe.

"And how long before you tell the truth?"

Tudo o que eu queria estava agora a menos de um centímetro.

"Ooh, you set my soul alight..."

"Ooh, you set my soul alight..."

Mas eu não conseguia. Afastei-me, lentamente, largando os seus pulsos. Embora não conseguisse ver totalmente, notei que a sua expressão mudara, talvez tivesse ficado desiludido, diria. Mas ele não sabia que era eu quem estava ali.

-Vais-me beijar ou não?-ouvi Axl, com a sua voz recuperada da tensão, agora clara e firme, porém profunda, o que me provocou um arrepio.

"Glaciers melting in the dead of night, And the superstars sucked into the supermassive "

Axl agarrou-me o pulso e virou-me, impedindo-me de me afastar, e puxou-me para si, deixando os nossos corpos colados. Então eu percebi que não havia volta a dar.

"Glaciers melting in the dead of night"

Ele mordia o lábio. Quase até fazer sangue.

"And the superstars sucked into the..."

As suas mãos percorreram as minhas ancas, deslizando sobre elas. Vi-o a curvar a cara, delicadamente, e senti a sua ponta do nariz, fria e pequenina, chocar com a minha...E foi a última coisa que vi antes de fechar os olhos.

"Into the supermassive"

Os seus lábios começaram por roçar nos meus, docemente, e a deslizar por toda a sua extensão, repetidas vezes.

Axl estava a provocar-me.

Era tudo tão irreal que eu pensei que estivesse sobre uma elevada dose de cocaína.

Os seus lábios, que deslizavam sobre os meus, começavam agora a movimentar-se e a mordiscar o meu lábio inferior.

E agora as nossas bocas dançavam, já em plena sincronia. Axl sugou um pouco do meu lábio inferior e lambeu-o, pedindo passagem, e eu acabei por me render.

E agora estávamos a beijar-nos de verdade. O meu chapéu, que ele ainda estava a usar, caiu no chão, enquanto Axl levava as suas mãos ao meu pescoço e à minha nuca, agarrando os meus cabelos volumosos.

Era intenso.

A sua língua, controlada de maneira hábil, entrelaçava-se com a minha, numa luta quase interminável. A sua boca, tal como eu imaginara, era doce, quase como mel para mim, e Axl sabia muito bem como usá-la. Parou o beijo, descolando as nossas bocas e deixando-me sem respiração.

-Sabes...pareces-te com um amigo meu...-ele sussurrou-me ao meu ouvido. E isso fez-me voltar à realidade. Axl achava que estava a beijar uma puta qualquer-Cabelo encaracolado...-ele agarrou os meus caracóis, puxando-os lentamente. Merda, merda, merda-O teu cheiro...-ele beijou e lambeu o meu pescoço, dando-me mordidas pequeninas-Até esses lábios macios...-ele segredou, os seus lábios tão perto dos meus que eu conseguia sentir a vibração da sua voz-Mas...não interessa. Eu quero ouvir-te gritar, querida. Farias isso por mim?

Ok, o que raios é suposto eu fazer agora? Eu não posso falar, ou ele descobrirá que sou eu. E estou tão tenso que não consigo sequer respirar ou mexer-me.

-Responde-me-ele ordenou, um pouco mais autoritário, ainda extremamente perto dos meus lábios. E...uma das suas mãos deslizou até ao meu rabo, agarrando uma das minhas nádegas como se não houvesse amanhã. Eu nunca mordi o lábio com tanta força na minha vida.

Socorro, socorro, socorro.

-Huh...sim, b-bebé-Respondi-lhe, com a voz mais feminina que consegui reproduzir, e tentando não ficar constrangido quanto a isso. Merda, eu estava tão nervoso. Aposto que ele iria correr daqui para fora e nunca mais falar comigo se soubesse que estava a beijar-me. Mas não interessa, eu poderia fingir que era a sua vadia, certo. Bem...não que eu me importasse.

Ele soltou um gemido suave em aprovação. Os seus lábios deslizaram pela minha bochecha e voltaram à minha boca, mordendo e puxando a parte inferior dos meus lábios. Então...acho que a minha impressão voz feminina foi boa o suficiente para o enganar. Para ele, talvez fosse apenas mais um beijo, mas para mim não. Para mim, toda a atmosfera que nos envolvia, todos os meus sentimentos...eram uma confusão. Eu sentia tudo a andar à roda. Mas, pela primeira vez na minha vida, era uma confusão que eu estava a adorar.

E bom...Eu não estava a conseguir controlar-me. Apercebi-me também do volume que se tinha criado nas minhas calças. Eu estava muito, mas tão duro que acho que nunca tinha ficado assim.

E era provável que tivesse um orgasmo ali mesmo se Axl me continuasse a beijar daquela maneira. Mesmo que eu tentasse conter.

Suspirei.

Ele beijava demasiado bem. Nunca tinha imaginado que alguém fosse sequer capaz de beijar desta maneira, nem sequer ele. Eu poderia ficar sentado, durante horas, a imaginar todas as coisas que ele poderia fazer com a boca...além de cantar. Puxei as suas ancas para mim, porque eu não queria perder o seu sabor, e eu sei que nunca mais iria voltar a provar os seus lábios.

Acontece que no momento exato em que os nossos lábios chocaram novamente, houve um relâmpago enorme, que iluminou a sala inteira.

Foi tudo muito rápido, mal tive tempo de reagir, porém, consegui ver o seu olhar confuso, a sua expressão alterar-se drasticamente e os seus lábios a descolarem-se novamente dos meus, desta vez, bruscamente.

Ouvi os seus passos, a afastarem-se, lentamente, de mim.

Mais um trovão, e um novo clarão. Merda.

Axl levou as mãos à boca, já afastado de mim, e saiu a correr quando teve a certeza de que era eu.

Ouvi a porta a fechar-se, com força. Encostei-me contra a parede, e deixei-me cair no chão, desanimado. Encolhi-me, e deixei algumas lágrimas escorrerem pela minha cara. Eu poderia tentar ir atrás dele, mas sei que não valeria a pena. Provavelmente, só tornaria as coisas piores.

Agora chovia vigorosamente, mas eu não podia ficar ali mais tempo. Tactei as minhas coisas, às escuras, até sentir a minha guitarra e a minha garrafa de Jack, mas primeiro, lambi os lábios novamente.

O sabor de Axl ainda estava envolto nos meus lábios, e à minha volta. Lambi-os, porque isto era o último contacto que eu iria provavelmente conseguir dele, e eu não queria que este sabor me largasse.

Eu precisava de acreditar que isto tinha sido real.

*Duas semanas mais tarde*

Sim, Axl nem sequer me tem olhado direito durante este tempo todo. E eu já dei tudo como perdido. Ultimamente, ele nem tem aparecido em casa. Não sei o que ele anda a fazer nos últimos tempos, mas sei que nenhum de nós o vê há mais de dois dias.

Estava sentado no meu quarto, dedilhando na minha guitarra. Não sabia o que tocava, e pouco me preocupava. Pensava em Axl, embora quisesse esquecê-lo. Faz pouco sentido, não é? Mas suponho que as coisas sempre funcionaram assim comigo.

Bufei, e pousei a guitarra. Eu tinha de parar. Isto era estúpido. Eu nunca foi pessoa de sofrer por amor, muito menos por um homem! Ninguém podia fazer isto comigo! Eu devia fazer como Izzy e como Steven, que neste momento devem estar no Rainbow a beber até cair, com loiras peitudas a esfregarem-se neles sem precisarem sequer de se mover.

Saí do quarto, e bati à porta de Duff. Como estava aberta, empurrei-a um pouco, e observei Duff, que estava sentado no chão, de costas.

-Hey, man-disse, sentando-me na cama-Queres sair?

-Hum...-Duff virou-se, com os olhos vermelhos. Então olhei para as carreiras de cocaína que ele já tinha feito no chão-Estou um pouco ocupado, não achas?

Eu questionava-me onde ele tinha conseguido tanta cocaína, e de qualidade.

-Já percebi-respondi.

-Queres juntar-te?-perguntou, sorrindo de canto.

-Eu até aproveitava-disse, levantando-me-Mas estava numa de passar pelo Rainbow.

-Mais para mim-disse Duff, encolhendo os ombros, e voltou a inclinar-se.

Saí do quarto, meio desapontado. Duff é o meu companheiro de festas, aquele filho da puta nunca perde uma. Mas eu estava mesmo decidido a sair. Ou seja, beber e foder até conseguir esquecer até a maldita cara de Axl.

Peguei no meu casaco, em algum dinheiro, e abri a porta.

E então deparei-me exatamente com Axl.

Ficámos parados durante alguns momentos, e eu lancei-lhe uma breve olhada. Eu ia mesmo avançar e ir-me embora sem sequer lhe falar, mas felizmente acabei por reparar no aspeto de Axl.

Ele estava com uma aparência estranha, o cabelo molhado por conta da chuva, a cara meio pálida e um pouco magra, suaves manchas roxas por debaixo dos seus olhos, mais encovados do que o normal. E isso para não falar das várias marcas que apresentava, do sangue seco que cobria as suas roupas e alguns arranhões e cicatrizes que preenchiam os seus braços. Abraçava o seu próprio corpo, e não pude deixar de reparar que usava a mesma roupa com que tinha saído há dois dias atrás.

Eu abri a boca para falar, mas Axl interrompeu-me o gesto e abraçou-me.

Eu queria arrepender-me por isto, porém eu sabia o que precisava fazer. Puxei Axl lentamente para o interior, e fechei a porta atrás de nós.

Conduzi-o até ao quarto, e puxei-o até à casa-de-banho.

-Precisas de um banho-comentei, olhando-o.

Axl apenas acenou com a cabeça. Ele não se sentia em posição de comentar o que quer que fosse, estava apenas a deixar-me fazer o que eu bem desejasse.

Axl apoiou-se em mim, e tirou os ténis, depois as calças de ganga. Ajudei-o a tirar a t-shirt, e Axl soltou um gemido de dor alto, embora tivesse conseguido conter todos os anteriores ao morder o lábio.

Ele apresentava ainda mais negras do que aquelas que eu esperava. Era óbvio que tinham sido dolorosas, dava para avaliar pela cara dele. Talvez uma luta de bar, pensei. Axl era o tipo de pessoa que, de alguma maneira, se acaba sempre por meter nisso.

Eu queria perguntar-lhe o que tinha acontecido, mas sei que ele não iria querer falar disso agora, então decidi não perguntar nada.

Deixei-o apoiar-se em mim, enquanto Axl tirava os boxers, ficando completamente nu.

Eu senti-me um pouco desconfortável, talvez pela intimidade fora do comum que nós estávamos a ter, e até porque eu nunca o tinha visto nu antes. Mas eu não me iria aproveitar disso agora, embora o resto do meu corpo não parecesse querer obedecer aos meus pensamentos. E Axl também não se parecia importar muito com o facto de estar nu à minha frente, mesmo depois de tudo aquilo que aconteceu há umas semanas atrás. Parecia demasiado chapado ou cansado para tentar fazer o que quer que fosse.

Abri a porta da box do chuveiro, e então percebi que Axl mal se conseguia aguentar de pé, por isso acabei por tirar a minha roupa rapidamente, enquanto Axl esperava por mim.

Entrei, e abri a água. Ajudei Axl a apoiar-se em mim, pousando a sua face nos meus ombros, os seus lábios e o seu nariz contra o meu pescoço, que era envolvido pelos seus braços.

Deixei a água quente escorrer sobre nós, à medida que os nossos cabelos se iam molhando e misturando: os cabelos ruivos de Axl, a escorrem, húmidos, pelo meu peito, e os meus caracóis contra a parede.

Ficámos ali, durante alguns minutos, até que eu decidi desligar a água. Tirei duas toalhas, e enrolei uma delas à volta de Axl, que se encolheu rapidamente, devido ao frio. Enrolei a outra à volta da minha cintura.

-Vou buscar algo para vestirmos, ok?-disse, e Axl acenou com a cabeça.

Saí da casa-de-banho, e abri a porta do armário. Precisava de lhe encontrar algo quente...E isso significava o meu pijama branco e felpudo, que tinha um capuz com orelhas. Ri-me ao imaginar Axl vestido com ele, até porque tinha sido uma prenda da minha avó no natal e tinha sido na época em que Axl viveu na minha casa, no final do ano passado. Ele estava comigo quando o recebi, e na altura tinha-se rido descaradamente da minha cara quando eu abri o presente.

Peguei também o meu pijama, um par de boxers e de meias, e voltei à casa-de-banho.

-A sério?-perguntou Axl, rindo-se, quando lhe estendi o pijama-Eu vou mesmo vestir isso?

-É o melhor que eu tenho-ri-me-Então não reclames.

-Enfim, eu também não quero entrar em hipotermia-disse, e desenrolou-se da toalha para se vestir.

Admito, eu tive de me controlar bastante para não ficar duro ao pé dele, principalmente durante o banho. Eu não me queria aproveitar da situação, porque eu sabia que Axl estava mal, e ele já me tinha provado este tempo todo de que não era claramente gay e, mesmo que fosse, não iria querer nada comigo além de uma amizade. Aliás, eu próprio não me considerava gay, porque até agora, o único homem por quem eu tinha sentido realmente alguma coisa era Axl.

E, bom, eu já me dava por feliz de Axl estar a falar comigo novamente.

-Vais vestir-te ou não?-perguntou Axl, que estava sentado sobre a tampa da sanita, a calçar as meias.

-Ah...-coçei a cabeça-Sim...

Vesti-me rapidamente e fiquei a encarar Axl. Acabei por desmanchar-me a rir.

-Hey! Do que te estás a rir, idiota?-disse, num tom provocador. O que não resultava bem, combinando com a roupa que ele estava a usar, o que lhe dava um aspeto muito mais inocente do que ele realmente era. Mas eu tinha de admitir, Axl estava fofo, principalmente com o capuz e com as orelhas na cabeça.

-Hum nada...-disse, tossicando.

Axl encolheu os ombros, saiu da casa-de-banho, e atirou-se, de bruços, para a minha cama.

-Axl?-murmurei, tocando-lhe nas costas.

Axl emitiu uma espécie de grunhido, acho que ele estava oficialmente num estado vegetal. Suspirei e puxei-lhe um pouco o braço, mas ele nem se mexeu, então acabei por arrastá-lo, pelas pernas, para debaixo dos lençóis, deitei-me de barriga para cima e estiquei-me para apagar a luz. Não estava escuro, porque eu gostava de dormir com os estores abertos, então a claridade do luar iluminava o quarto inteiro, mesmo com a chuva a cair lá fora.

Eu pensei que Axl já estivesse a dormir, por isso espantei-me quando o senti a rebolar na cama até encostar em mim.

-Não estavas a dormir?-sussurei.

-Huh-huh-disse, num tom negativo.

-Hum...ok-murmurei, e virei-me para o outro lado.

-Slash...-ouvi, por entre o silêncio do quarto.

-Axl...-retorqui.

-Eu preciso de explicar...-sussurou, ao meu ouvido.

Virei-me novamente para Axl, deitando-me de lado na cama. Estávamos frente a frente, com os nossos cabelos espalhados na almofada.

-Amanhã, ok?-interrompi, e afastei-lhe uma mecha de cabelo dos olhos. Axl era extremamente bonito. Mesmo cansado e com olheiras, vencia, de longe, qualquer rapariga com que eu já tinha dormido. Pensando bem, qualquer rapariga que eu já tinha visto.

Axl acenou positivamente, virou-se de barriga para cima e espreguiçou-se, encarando o teto.

-Em que tanto pensas?-perguntei, virando-me também para cima.

-Em tudo-sussurou-Em como será a banda daqui para a frente, em como...

Axl parou de falar abruptamente. Isso significava que ele iria tocar em algo que não me queria realmente contar.

-Em como?-perguntei, curioso.

-Huh...nada-disse, virando-se para mim-Eu...esquece.

-Já esqueci-disse. Era óbvio que não me iria esquecer.

-Podemos dormir agora?-perguntou, chegando-se mais lentamente para mim. Os seus olhos, verdes, fitavam-me, cada vez mais perto.

-Estava à espera de ouvir isso-retorqui.

Axl chegou-se mais até mim, em silêncio. Eu ia comentar, mas não queria estragar tudo, então não me movi.

-Obrigado, Slasher-sussurou, pousando as suas mãos e a cabeça contra o meu peito. Senti a sua respiração, fraca, contra o meu peito, provocando-me leves cócegas e arrepios. Era Axl que estava nos meus braços. Cansado e sonolento, frágil como uma criança, que eu sentia que precisava de proteger. Afinal, não é disso que o amor se trata? Mesmo que Axl provavelmente nunca chegue a corresponder, eu não poderei negar o que sinto.

Quando notei que Axl estava mais relaxado, deslizei o meu braço para as suas ancas, depois para as suas costas. Abracei-o e pressionei-o contra mim, como se fosse o meu boneco de peluche preferido.

-Se tu contares sobre isto a alguém-disse, num tom ameaçador-Não voltas a respirar.

-Boa noite também para ti, Axl-ri-me.

Axl murmurou qualquer coisa, que eu não consegui ouvir, porque a sua cabeça estava afundada no meu peito, e depois acabou por adormecer. Fiz o mesmo, deixando os meus olhos fecharem-se lentamente.

-Nota-

Bom, pessoal, a minha vida tem andado uma merda ultimamente, e tem sido uma correria, o que eu odeio, e talvez tenha sido por isso que eu demorei mais tempo a atualizar esta fic. Tem sido realmente difícil encontrar alguém que me perceba completamente. Então, admito que escrever e tocar têm sido das coisas que mais me fazem esquecer tudo o que está à minha volta. Enfim, foi apenas um desabafo, mas eu também não estou aqui para falar sobre isto.

De qualquer das maneiras, eu tenho um capítulo da So Fine a meio, já tenho algumas ideias para a empregada e também tenho escrito numa fic nova, que estou a pensar lançar daqui a uns tempos.

O que é que acharam deste cap? Eu já tenho algumas ideias para o próximo, mas podem dar sugestões. Ah, e comentem, porque eu sinto que esta fic ainda está muito pequena para o que eu esperava, e eu gostava realmente de ter opiniões.

Vemo-nos nos próximos caps :v








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