(Griffin na mídia)
Ao terminar de almoçar Scarlett e eu fomos pro gramado que fica ao lado de fora da escola. Sentamos e ficamos conversando sobre assuntos aleatórios.
- Oi Eliza. - Emma disse ao se aproximar.
Emma é a mais popular da escola, ela namora o capitão do time e é a mais festeira também. Ela dá varias festas no decorrer do ano, mas não costumo ir em todas.
- Oi. - dei um breve sorriso.
- Bom, eu vim convidar vocês duas pra minha festa de hoje a noite. Ela vai ser demais, vocês tem que ir.
- Não sei não.
- Ah qual é Eliza você e a Scarlett nunca vão nas minhas festas, por favor vão dessa vez. Vai ser uma festa na piscina, vai ter DJ e tudo mais. Por favorzinho! - fez aquela voz fininha.
Olhei para Scarlett e ela assentiu, então resolvi que não seria uma má ideia.
- Tá, tudo bem. - sorri e ela me entregou três convites.
- Ah... Emma você me entregou três convites. - avisei confusa.
- Caso queria levar mais alguém. - piscou e saiu com suas amigas.
Olhei para Scarlett e rimos.
- Você quer mesmo ir? - perguntei.
- Não estou tão animada mas parece que vai ser bom. É uma chance pra gente conhecer mais pessoas e você se soltar mais né. - riu.
- Não é que eu devo me soltar mais, é só que... não curto festas assim. Eles costumam beber demais e não acho isso legal.
- Eliza pelo amor de Deus. Você está no segundo ano, precisamos nos envolver mais com pessoas da nossa turma.
- Não estou te entendendo, nós temos a mesma personalidade Scarlett, você nunca foi de festas também. Por que tudo isso agora?
- Por que eu acordei pra vida, somos adolescentes e temos que curtir enquanto podemos. Por que um dia isso tudo vai acabar e quando você estiver lá no futuro, vai se arrepender.
- Você está falando coisa com coisa. - balancei a cabeça negativamente.
- Que seja! O importante é que vamos numa festa hoje.
O tempo passou e as aulas terminaram, fui a pé pra casa mesmo, o colégio não é tão longe.
Ao chegar tirei minhas botas e fui almoçar junto com minha família que estavam todos presentes na mesa. Após terminar subi pro quarto e liguei o notebook, eu precisava conversar com Leon.
- Oi. - digo sorrindo pra ele.
- Oi Eliza, como você está?
- É... estou bem. - dou meio sorriso.
- Você não parece estar bem.
- É que hoje vou a uma festa.
- Você não deveria estar feliz?
- Não sei sabe...? É que não curto muito festas e ainda estou confusa se devo ir ou não, e o pior também é que eu já disse sim pra minha amiga.
- Vai ser tipo daquelas festas colegiais?
- É sim.
- Quer minha opinião?
- Claro.
- Acho que você deve ir, essas festas costumam ser maneiras. Se você não gosta delas por causa das bebidas simplesmente não beba e também não chegue perto de quem está chapadão. Se você sabe se divertir sem bebidas, apenas converse com seus amigos e curta a música.
Olhei pra ele surpresa.
- Uau, okay então. Obrigada! - sorri. - Como você sabe disso tudo?
- Apesar de eu ser dois anos mais velho que você, posso lhe dizer que já passei dessa fase. Na minha idade de dezesseis e dezessete anos foram só farra, cheguei até reprovar um ano. Agora estou no ultimo ano e resolvi parar com isso, me dediquei mais aos estudos pois quero ir pra faculdade ano que vem.
- Tomara que você consiga. - sorri.
Conversamos por mais alguns minutos e desliguei o Skype. Como eu estava com três convites resolvi ligar pra Amber e vê se ela queria ir. Claro que ela aceitou, Amber é louca por festas.
Quando terminei de falar com ela desci as escadas e fui pedir permissão pra ir a festa. Assim que cheguei, avistei ela lavando louças.
- Mãe... - digo e ela me olha. - Fui convidada pra ir a uma festa, posso ir?
- Quem vai?
- Amber e Scarlett.
- Filha eu não sei. Tem muitos vampiros na cidade e eles sabem que você é a minha filha.
- Mãe, nada vai acontecer. Vai ter muita gente, e se caso eles tentarem algo... eles não vão poder.
- Tudo bem, mas tome cuidado e volte 22h00 em ponto okay?
- Tá mãe, obrigada. - sorri e subi as escadas.
Fiquei lendo um livro até dar horário pra mim se arrumar. Tomei um banho rápido e quando terminei, me enrolei na tolha e fiquei em frente ao meu armário pensando no que eu iria vestir. Depois de um tempo pensando resolvi ir com um vestido simples de alcinhas florado justo até a cintura e soltinho até o meio da cocha. coloquei uma sandália e fui avisar pros meus pais que eu já estava indo.
- Esse vestido não está muito curto não? - meu pai disse assim que me viu.
- Será que tá? - também questiono analisando meu vestido.
- Não está nada curto, está ótimo. Seu pai que é paranoico.
- Tão tá. - sorri. - Vou lá, beijos!
Fiquei na frente de casa, depois de alguns minutos o táxi chegou. Dei o endereço da Scarlett e da Amber e demos partida. Depois de buscar as duas finalmente fomos pra festa.
- Por que vocês duas estão levando bolsa? - perguntei.
- É uma festa na piscina meu bem, preciso levar meu biquíni e outras varias coisas. - Amber disse.
- Você também vai entrar na piscina? - olhei pra Scarlett.
- Vou sim.
Fiquei me sentindo um patinho fora da água literalmente. Ao chegar já pude ver a baderna que estava ao lado de fora, muitas garotas só de biquíni bebendo. Quase que deixei as duas lá e voltei com o táxi pra casa.
Quando saímos da carro aí sim pude ver claramente. Acho que eu era a única com roupa ali, senti minhas bochechas corarem de tanta vergonha.
- Nossa que maneiro! - Amber gritou.
As duas foram na frente e eu fiquei atrás parecendo uma sonsa olhando tudo. Estava na cara que eu nunca fui a uma festa assim antes. Assim que entramos definitivamente pude ouvir a música, que por sinal estava muito alta. Vários pessoas praticamente nus estavam toda hora encostando em mim, claro era uma festa, é cheio. Mas eu não estava acostumada com isso.
- Vamos lá no banheiro trocar de roupa. - Scarlett disse a Amber.
- Tá, vamos lá Eliza?
- Não, podem ir... eu vou ficar.
- Tem certeza?
- Sim.
- Tá bom! - uma puxou a outra e as duas foram pro banheiro.
Resolvi ficar um pouco no fundo, onde não tinha quase ninguém. Fiquei ouvindo a música e inevitavelmente fiquei balançando a cintura conforme a batida. Depois de um tempinho as duas apareceram de biquínis na minha frente, elas estavam rindo que nem loucas.
- Você vai ficar bem aqui se formos dar um mergulho? - Scarlett perguntou.
- Claro que sim, vão lá. - sorri e elas foram.
Fiquei observando de longe as duas na piscina, confesso que estavam super engraçadas.
- Oi? - Griffin apareceu na minha frente com um sorriso no rosto e um copo na mão.
- Ah! Oi. - sorri.
- Por que você está aqui sozinha? - perguntou e deu um gole de sua bebida.
- É que eu não curto muito isso. - olhei pras pessoas.
- Ah, mas não é motivo pra você ficar aí sozinha. Quer uma bebida? Eu vou buscar.
- Eu quero sim. - sorri.
- Okay, espera só um minutinho. - sorriu e saiu.
Enquanto eu esperava, fiquei pensando por que ele veio falar comigo. Eu sou a única diferente ali, não tinha o por que de justo ele vim falar comigo.
- Aqui está. - me entregou.
Peguei o copo e dei um golão de uma só vez, a bebida era tão forte que comecei a tossir.
- Vai com calma. - ele riu.
Fiquei um pouco sem graça.
- Quer saber? O que acha de sairmos daqui?
- Tá. - assenti e ele pegou meu copo.
Ele foi na frente e eu atrás segurando sua mão. Fomos parar dentro da casa, não sei por que.
- Espera aqui, vou trocar de roupa. - ele disse e concordei.
Enquanto eu aguardava Griffin, fui olhar a sala de Emma. O lugar é bem grande, os cômodos são todos chiques. Realmente a casa era linda. Olhei também alguns quadros de família, eles são todos finos.
- Pronto. - Griffin apareceu e eu o olhei de cima a baixo.
Ele usava uma calça não muito justa, uma camisa preta e uma jaqueta de couro também preta por cima. Griffin estava muito lindo!
- Eu estou de moto, quer dar uma volta ou prefere andar aqui por perto mesmo?
- Minhas amigas estão aqui, é melhor andarmos aqui por perto. - sorri e saímos da casa.
Começamos a andar pela rua em silêncio.
- Bom Elizabeth... por que você não gosta de festas? - perguntou quebrando aquele silêncio.
- Não é que eu não gosto, é que... sei lá. Acho que quando as pessoas bebem elas não tem limites, e geralmente toda festa tem bebidas.
- Então você não gosta de beber?
- Eu não sei. - abaixei a cabeça sorri.
- Ué, como assim não sabe? - riu.
- Você não vai me entender.
- Pelo menos tenta.
- Tá. É que... tipo, beber pra fazer bagunça sabe? Não acho isso certo. Pra mim beber tem que estar com os amigos mais de confiança e também ter limites. Eu até gosto da sensação de beber, não sei bem como explicar.
- Eu te entendo. - suspirou e olhou pra frente.
Passei as mãos no braço e comecei a me arrepiar.
- Está frio aqui fora.
- Oh, me desculpe. - parou tirando sua jaqueta e colocou por cima dos meus ombros.
- Obrigada. - sorri gentilmente pra ele.
- Então... a quanto tempo você mora aqui em San Francisco?
- Desde que nasci, então definitivamente a dezesseis anos.
- Você tem dezesseis anos?
- Sim. E você... qual é a sua idade?
- Dezessete.
- Nossa, pensei que teria mais.
- Todos dizem isso.
Ficamos andando em quarteirões, estávamos tendo um papo tão agradável que eu não queria que acabasse. Griffin tem um jeito de bad boy, foi uma das coisas que eu mais gostei nele. E fora isso, ele também é muito simpático, acho que havia uma possibilidade de eu estar afim dele. Bom, eu acho que é isso né, pois eu sentia uma vontade enorme de ficar perto dele, de sentir seu cheiro e de conversar o tempo todo. É muito bom quando a pessoa nos envolve assim.
- Você tem horas? - perguntei.
- Sim deixa eu ver... - afastou a manga da sua jaqueta e olhou no relógio de pulso.
- Já são quase 22h00.
- Nossa! Eu preciso ir. - falei desesperada.
- Mas por que tanta pressa?
- Tenho hora pra chegar!
- Tudo bem, eu te levo.
- Não posso ir com você, minhas amigas estão na festa.
- Aposto que estão se divertindo muito.
- Não, elas sabem a hora de ir. - digo com os passos apressados.
Entrei dentro da casa e fui logo na piscina, quando cheguei avistei elas de cabeça pra baixo e outros garotos jogando bebidas nelas.
- Viu? - Griffin disse com ar de quem estava certo.
- Me tira daqui. - digo firme e saímos pra fora.
- Vou só pegar minha moto e já volto. - assenti e ele saiu.
Enquanto eu sentia raiva das duas bêbadas lá dentro uma mulher começou a me olhar e lentamente foi se aproximando. Ela era branquinha e estava toda de preto.
- Você é a Elizabeth Cooper? - perguntou ao se aproximar.
- Sim. - respondi sentindo uma ponta de medo.
Ela começou a me olhar de cima a baixo percebi que seus olhos estavam se enchendo de lágrimas. Comecei a estranhar aquilo e meu medo começou a aumentar.
- Como você é linda. - chegou mais perto e colocou a mão no meu rosto.
- Quem é você? - minha voz estava tremula.
- Meu nome é Sofia, eu sou a sua mãe. - começou a passar a mão no meu cabelo.
- Você está louca? Você não é minha mãe, vai embora! - tirei suas mão de mim.
- Não, não fica brava. Estou falando a verdade filha! - colocou a mão no meu rosto novamente.
- Não me chama de filha sua louca! Tira as mãos de mim agora! - comecei a chorar e a empurrei.
- O que está acontecendo aqui? - Griffin desceu na moto correndo e ficou do meu lado.
- Essa mulher, tira ela daqui! - pedi olhando pra baixo com a mão no rosto.
- Por favor senhora, é melhor você ir.
- Não, mas eu tenho que falar com ela! Me solta! - Griffin foi afastando ela.
Fiquei chorando parada.
- Isso não vai ficar assim, eu vou voltar! - ela gritou de longe e Griffin voltou.
Quando olhei pra trás todos da festa estavam nos olhando.
- Me tira daqui por favor. - me virei para Griffin novamente e ele me deu o capacete.
Saímos de lá rapidamente. O caminho todo fomos em silêncio, e quando chegamos em frente a minha casa descemos da moto e ele ficou me olhando.
- Quem era aquela mulher?
- Eu não sei. Não quero mais pensar nisso.
- Mas isso foi sério, vo...
- Griffin por favor, vamos esquecer isso. - o interrompi.
- Tá bom.
Ficamos em silêncio por alguns segundos e por fim eu resolvi entrar.
- Tenho que ir. Obrigada pela noite. - dei um sorriso fraco e me virei para sair.
- Fica bem tá? - gritou lá da frente.
Antes de entrar olhei para trás e assenti. Abri a porta e entrei pensando como eu faria pra mim disfarçar essa cara.
Quando eu ia subir as escadas minha mãe me chamou, fui obrigada a olhar.
- Como foi a festa?
- Foi boa. - respondi seca.
- Aconteceu alguma coisa?
Eu não queria contar o que houve pra ela, pois eu sabia que minha mãe iria se preocupar e eu não queria isso.
- Não, nada. Só acho que resfriei.
- Então tá. - me olhou um pouco confusa.
Me virei e fui pro meu quarto, passei a noite pensando naquela mulher até que eu consegui dormir.