5inco | ✓

By nicolescreve

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(Sobre Amores e Amizades, #1) Quando o último ano do ensino médio começou, Maria Luísa Alves teve certeza que... More

Sobre amores e amizades:
Central de informação ao leitor:
Personagens:
Playlist:
Introdução:
1: Bem vindo ao Basso
2: Conversas estranhas
3: Saia justa
4: Retornos
BÔNUS: RAFAEL CUNHA
5: Kia e Lia, Lia e Kia
6: Revanche
7: Blecaute
8: Flash, Mozart, Snow e Zeus
9: Conspiração
10: Espelho de classe
11: Quem não cola...
12: OTP
13: Metáfora
14: Qual é o time?
15: Choque de realidade
16: Escolhas
BÔNUS: RAFAEL CUNHA
17: Dia do chiclete
18: Anna em: o retorno maldito
19: Ariel
20: Carrossel
21: Augusto é o coelhinho
22: Ciúmes
BÔNUS: RAFAEL CUNHA
BÔNUS: AUGUSTO MARQUES
23: Surtando
24: Olha a explosão
25: Maravilhosa confusão
26: Fim?
27: Bad blood
BÔNUS: THOMAS BASSO
28: Novas sensações, doces emoções
29: Só diga sim, sim, sim
30: Fofoqueiros
31: Sem chance
32: Descobertas
33: Perto
BÔNUS: RAFAEL CUNHA
BÔNUS ESPECIAL: DIA DO AMIGO
34: Compatibilidade
35: Raiva
36: Cartas na mesa
BÔNUS: FELIPE ALVES
THE ARTISTS AWARDS
37: Família
38: Adeus para a foto
39: Sobre vestibulares, faculdades e o futuro
40: Respiração cachorrinho
41: Surpresa? Surpresa!
42: 5inco
43: Sentimentos x distância
44: Até o fim...
Agradecimentos:

BÔNUS: RODRIGO CASTRO

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By nicolescreve

"Se alguém acha por um segundo que começar um relacionamento é difícil ou que manter um relacionamento é complicado, nunca teve que lidar com um término. É, cara, términos são a pior parte de qualquer relação. ── Augusto."

Minha camiseta com o rosto estampado do Elvis parecia ser a visão mais agradável para Maria Luísa. Enquanto os tênis surrados dela pareciam ser um artefato histórico e nunca antes visto por ninguém já que eu os olhava com muita dedicação. E o silêncio era testemunha do que estava acontecendo naquele momento.

Do que estava terminando naquele momento.

Não tinha mais como adiar aquele momento. Eu, Rodrigo Castro, sabia disso e possuía a certeza absoluta que Maria Luísa também sabia. Não adiantava mais colocar reticências onde um ponto final deveria acontecer. E infelizmente um era necessário na nossa história.

Foi complicado perceber isso ou aceitar a ideia de que Malu e eu não seríamos mais um casal. Precisei de um tempo ─ não dela ─, mas afastado para perceber algumas coisas. Aquelas pequenas coisas que estavam nos cercando desde a volta de Felipe e Rafael.

Era nítido o quanto Maria Luísa sempre sentiu falta deles. Foi ainda mais nítido o quanto a volta deles a afetou. Eu nunca soube direito qual era o grande problema da Malu com indas e vindas e até cheguei a julgá-la por não saber da história toda, mas quando ela me contou sobre o que havia acontecido há anos atrás, eu pude entender melhor aquela garota. E, cara, não deveria ter sido fácil passar pelo o que eles todos passaram.

Pensei que quando Felipe voltasse e Malu se desse conta de que ─ pelo menos naquela situação ─ ninguém tinha culpa das coisas que aconteceram para os manter separados, eles fossem se acertar e aquela Maria Luísa que eu não cheguei a conhecer fosse voltar. Segundo os relatos de Thomas, ela conseguia ser ainda mais incrível do que já era.

Ela é a pessoa mais incrível que eu conheço.

Mas isso não aconteceu. Ninguém teve um deslumbre da Maria Luísa de antigamente e nem os irmãos fizeram as pazes. Tampouco, ela e Rafael. Não precisava ser nenhum gênio para saber que todo aquele comportamento dela era uma tática de afastamento para se proteger. Apenas lamentava que Malu não se desse conta o quão para baixo ela estivesse se colocando com isso.

Eu tentei não me meter e deixar que tudo acontecesse naturalmente, odiava me meter em assuntos que não eram meus e isso não seria diferente quando se tratava de Maria Luisa, mas chegou o momento que tive que interferir. Não dava mais para ser apenas espectador de toda aquela história e simplesmente não fazer nada. Falei a verdade para ela naquele hospital e sei que, naquele momento, aquilo mais machucou do que abriu os seus olhos, mas alguém tinha que fazer aquilo. E sendo eu apenas coadjuvante de tudo que cercava eles, a tarefa caiu sobre mim.

Também não posso dizer que não me machucou quando sai daquele hospital sozinho, sem ela. Mesmo que situações como aquela não pedissem por isso, eu me senti sendo jogado de escanteio e como segunda opção; Era claro como água que ela havia escolhido Rafael naquela noite. E isso me machucou muito. Horas mais tarde, me puni por me sentir daquela maneira sendo que ele estava desacordado em um hospital e eu sem nenhum arranhão em casa. Só que eu sabia que toda aquela sensação amarga não se tratava apenas da escolha daquele dia. Era sobre ela gostar dele.

Sabia desde o primeiro momento em que a vi no Basso e sabia desde que ela em contou: o coração dela já tinha sido ocupado, mas o meu não se importou. Resolveu se entregar à ela e a todo aquele sentimento. A promessa de que ela pudesse simplesmente esquecer Rafael e ele se tornar apenas uma lembrança vaga de um primeiro amor foi o que me deu esperança. Esperança... Isso é pior do que karma.

Não tinha como competir com aquilo e nem era pelo fato de ser o primeiro amor ou o lance de melhores amigos que acabam se apaixonando um pelo outro.

Era por conta do sentimento mesmo.

Tudo era muito forte.

E eu sempre soube disso.

Topei entrar nessa sabendo desde sempre o que ela sentia e meio que aceitei batalhar para conseguir um espaço no coração dela. E eu consegui isso. Assim como ela conseguiu no meu, mas ao contrário de um pequeno espaço ocupado, foi como se ela tivesse tomado conta de todo o meu coração e feito dele um espaço apenas dela.

Não tinha nada de errado nisso ou nada de certo.

Era só como as coisas tinham que ser.

Ela ocupava o meu coração inteiro e eu ocupava uma pequena parte do coração dela, mas sempre sabendo que uma outra parte do coração da Malu era ocupada por Rafael e todo aquele sentimento que existia entre os dois. É, os dois.

Bastou olhar para a cara dele e ver o jeito que ele olhava para ela para a certeza me atingir: era recíproco. E eu era a ponta solta naquele triângulo.

O número três sempre foi meu número do azar, eu apenas não imaginava que a vida seria tão bacana comigo em algum momento e fosse me tornar a personificação dele.

Depois daquele dia no hospital e a madrugada na minha casa, as coisas ficaram claras para Malu e ela os perdoou. Eu não me sentia como se tivesse meu auto-sabotado nisso tudo como Anna gostava de atirar na minha cara, não me sentia mesmo. Uma hora ou outra Maria Luísa ia perceber que não tinha lógica ficar afastando aquelas essoas que sempre estiveram presentes na vida dela e que ela tanto amava. Talvez eu tenha adiantado as coisas ou atrasado já que demorei para falar, mas me auto-sabotado? Nunca. É que Anna sempre teve uma maneira de enxergar as coisas diferentes.

Ela amava jogar na minha cara que meu afastamento com Maria Luísa era minha culpa porque simplesmente resolvi entregar a garota de bandeja para o primeiro amor dela. Nesse momento, eu gostaria de afogar a minha irmã. Anna precisava entender que ninguém entregou ninguém ou que alguém desistiu de alguém naquilo tudo. O que aconteceu foi só... A vida interferindo. De novo.

Sempre teve aquela voz na minha cabeca sussurrando que, no momento em que Rafael voltasse, as coisas entre ele e a Malu iriam se acertar e eu seria carta fora do baralho. E não é que aquela voz ─ que parecia muito com a voz da minha irmã ─ não tinha razão?

Tudo bem, realmente não me considerava uma carta fora do baralho, mas eu sabia que mais cedo ou mais tarde, Maria Luísa ia perceber que Rafael era o cara. O cara que eu queria ser para ela só que, infelizmente, não era.

Qual era a moral dessa história toda?Maria Luísa gostava do Rafael, Rafael gostava da Maria Luísa, eu gostava dela e, mesmo que ela gostasse de mim, não era a mesma coisa. Não era o mesmo sentimento. Não era na mesma intensidade. Sei lá, vai ver que deixar adolescentes confusos seja algum tipo de diversão para os deuses do olimpo, né? Porque, fala sério, essa com certeza era a fase mais confusa da vida.

Eu desviei meu olhar dos tênis surrados dela e tomei a coragem de olhar diretamente para o seu rosto. Meu erro foi aí. Foi nesse momento também que meu coração apertou e desejei ser o filho da mãe mais egoísta desse mundo apenas para não falar tudo o que eu havia planejado dias atrás.

Mas eu sou Rodrigo Castro e ser um filho da mãe egoísta não é algo do meu perfil.

A transferência da Anna para o Basso pareceu cair como a desculpa perfeita para o espaço que eu precisava achar dar para Malu e os amigos dela. Eu apenas não desconfiei ─ ou talvez tenha ─ que esse espaço fosse abrir ainda mais a distância entre nós e aflorar tudo que ela sentia. Sentia por Rafael.

Ela nunca me disse nada, sabe? A única conversa que tivemos onde ela expôs os sentimentos dela foi quando começamos, mas depois daquele dia, nunca mais falamos sobre isso. Malu não achava necessário e, se ela não achava, quem era eu para falar alguma coisa, certo? Só que Malu não precisava falar. Nem demonstrar também. Era só ver a maneira que ela olhava para ele e como ele olhava para ela que dava perceber. O sentimento continuava ali, ainda vivo e até mais poderoso do que antes.

Esperei que ela viesse falar comigo e terminar tudo, mas tarde demais me lembrei de que a garota em questão se tratava de Maria Luísa Espíndola Alves e ela iria adiar um momento como esse o máximo que conseguisse. Até mais do que o máximo. Foi então que decidi que era de mim que aquela conversa teria que partir.

Era eu, Rodrigo Castro, que deveria colocar o ponto final já que ela, Maria Luísa Alves, era a dona das reticências e nunca saberia a hora de parar de as usar.

Foi por isso que vim até a casa dela hoje e foi por isso que estávamos os dois ali, sentados na praça do condomínio e servindo de refeições para os mosquitos. Poderia ser cômico se não fosse tão... Dramático. Mas o que eu poderia esperar de um término, hein? Ainda mais um término de relação adolescente! O drama praticamente pedia para estar presente.

Não dava mais para continuar enrolando.

Malu...

Ninguém pode dizer que minhas tentativas de introduzir aquele assunto tinham sucesso em seu caminho. Sempre que eu assumia um tom mais sério, Maria Luísa parecia entender que o assunto entre a gente fosse ficar muito sério e simplesmente começava a falar. Aquela seria a minha quarta tentativa e também seria a última. De uma maneira ou de outra, nós iríamos falar.

─ Minha mãe vai casar. ─ foi o que ela disse, me deixando totalmente surpreso. ─ Ela contou isso hoje de tarde. Legal, não é? Você está convidado para o casamento.

─ Isso é muito legal, Malu. Na verdade, é muito mais que legal! Manda os parabéns para a sua mãe e para o Marco por mim já que... Acho que não vou na cerimônia depois do que você ouvir o que eu tenho a dizer... ─ tomei o fôlego e coragem necessárias para continuar. ─ Vai ser difícil, mas...

A minha pretensão era de fazer aquilo como retirar um band-aid: rápido e doloroso, porém necessário para não prolongar mais a agonia.

─ Você vai terminar, não vai? Vai terminar porque eu não tive a coragem de fazer isso e você teve que assumir a situação e fazer isso. ─ ela me lançou um sorriso cansado e deixou os ombros caírem. ─ Eu sou uma péssima pessoa.

E então eu lembrei que da maneira que eu a conhecia tão bem, Maria Luisa também me conhecia. Ela já deveria ter entendido do que tudo isso se tratava. Sempre soube, internamente, que ela sabia que um momento como esse chegaria, mas subestimei ao achar que Maria Luísa não sentiria nada com isso. Não me entenda mal, Malu sempre colocava os sentimentos dos outros acima dos dela e fazia de tudo para não magoar uma pessoa, mas eu esperava encontrar no seu olhar algo como alívio e não toda aquela angústia.

Era para ser libertador para Maria Luísa, não era? Já que finalmente ela e Rafael poderiam tentar algo.

─ Você não é uma péssima pessoa, Malu.

Ela me ignorou totalmente ao melhor estilo que sempre fazia quando não queria dar ouvidos para ninguém. Os olhos marejaram e o que eu achei que ia ser algo simples ─ um pouco doloroso ─ se mostrou que não seria fácil. Para nenhuma das partes.

─ Sou uma péssima pessoa sim, Rodrigo! Brinquei com seus sentimentos e tentei me fazer de idiota durante esse tempo todo! Se eu fosse uma pessoa boa, teria terminado naquele dia que você perguntou, lembra? Mas não, resolvi continuar e apenas.... ─ um soluço irrompeu da sua garganta e tive que controlar a minha vontade de começar a chorar.─ Eu só piorei tudo.

Malu escondeu o rosto em mãos e eu apenas fiquei ali, sendo o coadjuvante do seu choro e de todo o seu desespero. Mas eu não seria mais apenas o espectador agora. Não. Era a minha vez de tomar as rédeas de tudo e ser o protagonista.

Levantei do meu balanço apenas para me ajoelhar diante dela e retirar suas mãos com um pouco de força do seu rosto. O que encontrei ali fez meu coração falhar uma batida e doer muito. Anna não poderia estar mais enganada possível. Ela disse que para Malu seria fácil e nada doloroso me descartar, mas não era. Eu via com os meus olhos o quão doloroso também estava sendo para ela. Afinal, sem querer ser prepotente, ela gostava de mim de alguma forma.

─ Olha pra mim, beleza? Desde quando você teve que esconder alguma vez o que estava sentindo? Logo para mim, Malu? Não quero que você esconda o que está sentindo da mesma forma que eu não estou escondendo. Você está vendo no meu rosto o quão difícil é fazer isso, o quanto está doendo... ─ desviei o olhar por um segundo. ─ A gente precisa terminar. Não é questão de querer, é questão de necessidade. Você ama o Rafael e merece tentar com ele. E eu mereço encontrar alguém que gosta de mim de verdade.

─ Eu gosto de você!

Acaricei o seu rosto com carinho e aproveitei para recolher algumas lágrimas que ali ainda estavam.

─ Eu sei, mas você não me ama. ─ ela abriu a boca, pronta para rebater, mas eu fui mais rápido. ─ Tudo bem, ama, mas não da mesma maneira que ama certa pessoinha aí. Eu não quero isso, Malu. Você entende? Eu sinto como se por minha causa vocês não pudessem acontecer e, pior ainda, estou prendendo você comigo sendo que você não sente tanto quanto eu sinto. Não é justo com você. Não é justo com Rafael. Não é justo comigo.

Ela entrelaçou seus dedos nos meus e por logos minutos foi isso que apenas fizemos: eu de joelhos na frente dela enquanto Maria Luísa apertava minha contra a sua. Não sabia o que se passava na cabeça dela, mas na minha eu revivia todos os momentos que passamos juntos. Desde o primeiro beijo até a primeira briga, a primeira vez e o primeiro aniversário que passei junto dela, de segredos partilhados até lágrimas derramadas juntos. Eram momentos que carregaria comigo para sempre e com muito carinho.

Tomei impulso e me coloquei em pé, estendendo mais uma vez a mão em sua direção naquele convite mudo. Malu segurou-se em mim e também se colocou em pé, me olhando de tão perto que eu era capaz de enxergar cada sardinha do seu rosto. Puxei ela para os meus braços, ficando agarrado nela e sentindo o seu perfume.

Você vai parar de falar comigo e se afastar?

Não posso mentir e dizer que isso não passou pelos meus pensamentos. Eu cheguei a cogitar a hipótese de me afastar dela já que não sabia se iria conseguir lidar com aquilo, também não fazia ideia de qual seria a minha reação em ver ela e Rafael juntos. Achei que um afastamento seria algo necessário, mas então lembrei de aquela garota possuía um trauma muito profundo com pessoas se afastando e decidi que me afastar não era a opção certa. Tanto para ela quanto para mim. 

Se Augusto conseguiu lidar com isso, talvez eu pedisse alguns conselhos para ele, mas não iria me afastar de Malu.

─ Só porque você fez dezoito anos não quer dizer que pode ficar tomando muita bebida alcoólica, viu? ─ coloquei minhas mãos nos ombros dela, a afastando um pouco. ─ Não vou me afastar de você, mas, Malu, vai ser um pouco diferente agora... E talvez um pouco estranho.

Ela fez um gesto positivo com a sua cabeça.

E então estava tudo terminado.

Malu e eu voltamos em silêncio para a casa dela. Não sabia se ela não falava por medo de alguma coisa ou se apenas estava querendo me dar o direito de ficar em silêncio.

 Entregue. me balancei sobre os pés quando Malu e eu paramos na frente da porta da sua casa. A gente se vê na segunda, se cuid...

Só bastou isso e ela se atirou nos meus braços, me envolvendo em um abraço forte e cheio de sentimentos. Malu começou a chorar enquanto ainda me envolvia e a única coisa que fui capaz de fazer foi passar meus braços ao redor dela e afundar meu rosto contra o seu pescoço. Pela última vez.

Eu chorei também e acabei quebrando a única promessa que fiz antes de tomar a decisão de vir até a casa dela naquele dia. A de que eu não iria chorar na frente dela.

Não era por parecer fraco ou desesperado para que ela não terminasse comigo. Não. Eu sabia que se chorasse na frente de Maria Luísa ela se culparia por algo que ela não tem culpa. Algo que nenhum de nós tinha culpa. Ninguém manda nos sentimentos.

Foi difícil me separar dela naquele momento.  Foi como se ali, com aquele gesto de a afastar para longe de mim, eu me desse conta de que tudo estava realmente terminado entre nós. A minha ficha caiu por completo apenas naquele momento e, cara, foi difícil. Quando ela se afastou por completo e ficamos apenas nos olhando, eu lembrei que por mais difícil e complicado que poderia ter sido tudo aquilo, foi necessário. E não apenas para Maria Luísa.

 Tchau, Malu.

 Tchau, Rodrigo.  Malu deixou um último soluço escapar antes de recolher as últimas lágrimas.  Eu...

 Eu sei.  afaguei a sua bochecha e então comecei a me afastar.  Eu também.

Ela fez menção de se aproximar novamente e foi nesse momento que me afastei. Eu, meus pensamentos confusos e o meu coração quebrado. Nós três, em um silêncio mútuo, nos despedimos e demos como encerrada a nossa história de amor com Maria Luísa Alves, a garota mais incrível que já conheci.

Acho que no fim de tudo isso a adolescência era a fase feita para isso mesmo: barreiras quebradas, ter a cara quebrada algumas vezes e ter o coração quebrado.

Eu apenas não sabia que um coração quebrado doía tanto assim.

Aquele poderia ser meu primeiro coração quebrado e aquela garota parada na porta de casa poderia ser o meu primeiro amor, mas aquilo não queria dizer que ela seria a única. Anna havia me dito isso em um dos seus momentos de lucidez enquanto nós conversávamos. Ela me avisou que iria doer e que eu iria querer desfazer tudo, mas que eu teria que ser firme e ir embora. De vez. Minha irmã também disse que poderia parecer o fim do mundo ter o coração quebrado, mas que aquilo iria passar. Tudo passava.

E era nisso que eu me apegava.

Minha história com a Malu havia ganho um ponto final definitivo, mas depois dos pontos finais definitivos, novas histórias são criadas. Novas pessoas, novo cenário, novos sentimentos e um mundo de coisas novas. Em poucos meses o Ensino Médio finalmente terminaria e uma nova fase da minha vida se iniciaria... Talvez na faculdade as coisas mudassem. Talvez até lá parasse de doer tanto.

No momento estava doendo ─ eu não poderia mentir sobre isso ─, mas ia passar.

Eu tinha que superar isso e começar na história certa dessa vez.

Na minha história.

Acho que eu merecia algo desse tipo.

Ou, pelo menos, eu torcia por isso.

#

Ois, gal, senta que lá vem N/A gigante hoje:

Precisamos falar sobre Rodrigo e sobre como ele foi uma sensação e pelas minhas contas o segundo personagem mais amado de 5inco. Rodrigo criou vida própria e conseguiu o espaço dele nessa história sozinho. Eu nunca planejei fazer dele um personagem tão amado assim, mas quando vi, já tinha acontecido; Rodrigo virou sensação.

Virou sensação na "história errada"

Eu tenho amigas que lêem 5inco, amigas muito queridas e que sempre me socorrem quando entro em desespero sobre o que fazer com 5inco. Sou muito grata por ter elas na minha vida. 💜 Acontece que sempre que me perguntavam qual seria o final de 5inco ou aquela pergunta: Malu fica com Rafael ou fica com Rodrigo? Eu sempre dizia que não sabia, mas eu sempre soube. Eu não sei o final da Malu nessa história ainda, mas eu sei que o final do Rodrigo não é com ela.

Gal, é muito estranho em pensar que um personagem que deveria ser, sei lá, terciário nessa história ganhou tanto destaque. Sendo sincera, era pra Anna ter mais destaque do que o Rodrigo AHUHAUAHA Mas acho que isso prova mais uma vez o quão maravilhoso Rodrigo Castro. 💜

Eu amo o Rodrigo, amo mesmo e entrei em crise por causa dele. Fiquei desesperada quando tentei achar um final pra ele em 5inco que fosse com a Malu porque me peguei shippando eles demais e achava que tinha que deixar eles juntos e... Foram tempos difíceis. Não conseguia nem escrever de tão em crise eu fiquei por causa disso. Foi difícil.

Rodrigo não era pra serelenco principal de 5inco, ele só ia ser introduzido nessa história pra fazer uma pontinha que acabou virando um pontão , tipo o Pedro, a Anaju, Luiz e cia. É que diferente de todo mundo, o Rodrigo monopolizou o coração de geral.

É meio óbvio que a partir de agora ele não vai aparecer tanto, mas fiquem calmas, ele ainda vai aparecer. Mas o foco dessa nova fase que 5inco vai entrar daqui a pouco é sobre outro lado da vida da Malu. Rodrigo foi um personagem muito usado nas duas primeiras fases, mas a caminhada dele em 5inco meio que termina agora.

Ah, mas não fiquem chateadas e guardem isso aqui na mente de vocês: Rodrigo tem a própria história dele e lá a jornada dele vai ser maior 💜

10 de junho, 2017

Sinopse

Pietra sempre achou que sua fruta preferida fosse a uva;

Pietra sempre achou que em qualquer triângulo retângulo, o quadrado do comprimento da hipotenusa fosse igual à soma das áreas dos quadrados cujos lados são os catetos.

Pietra sempre achou que jamais iria fazer a vontade de terceiros e esquecer da sua própria vontade;

Pietra sempre achou que Danilo fosse o único cara que fosse capaz de acelar seu coração e que nenhum outro amor seria tão verdadeiro quanto aquele.

E esse era o problema de Pietra: ela apenas achava e nunca tinha certeza de nada.

Quantas oportunidades ela havia deixado passar apenas por achar demais e saber de menos?

"Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento. ── Érico Veríssimo."

#

Muito obrigado por todo amor que vocês tiveram pelo Rodrigo 💜 Eu senti ele daqui, viu?

Não esqueçam de me falar sobre o que achararam desse capítulo e sobre a sinopse da história da Pietra e do Rodrigo. Muito obrigado por cada estrelinha e comentário de vocês, gal 💜

Se alguém quiser bate papo no twitter > shhhnic

Um beijão

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