1- A Telepata_ Persuadidos

By JssikaSoares

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" No segundo que eu olhei para ele, eu sabia que não tinha mais volta." Sarah Rens é uma garota comum que... More

Ajuda dos leitores ;)
Sinopse
Capitulo 0 - Prólogo
Capítulo 1 - Nada menos que estranho
Capítulo 2 - Lar das pessoas inconvenientes
Capítulo 3 - Intocável
Me da uma estrelinha? Nunca te pedi nada :)
Capítulo 4 - Pequeno milagre
Capítulo 5 - Cowboy
Capítulo 6 - Alguém perfeito
Capítulo 7 - Megafone
Capítulo 8 - Quebrando Muros
Capítulo 9 - Casamenteira
Capítulo 10 - Pessoas que nem existem
Capítulo 11 - Despretensiosamente
Capítulo 12 - Pensar com você
Capítulo 13 - Se eu pudesse fazer o que ele faz
Capítulo 14 - Rostos me encarando
Capítulo 15 - Conclusões sobre a vida alheia
Capítulo 16 - Uma versão do garoto de olhos cinzentos
Capítulo 17 - Algo que estava por vir
Capítulo 18 - Novas vizinhas
Capítulo 19 - Maldita telepatia
Capítulo 20 - Dependeria da sorte e do destino
Capítulo 21 - Seguindo em frente
Capítulo 22 - A leveza de Zac
Capítulo 23 - Do que você tem tanto medo?
Capítulo 24 - Se você pudesse ver
Capítulo 25 - Me deixando envolver
Capítulo 26 - Viajem de feriado.
Capítulo 27 - Ela esconde tantos segredos quanto eu.
Capítulo 28- Não importa o que você escolha, o destino não muda
Capítulo 29 - Acho que estou completamente apaixonado por você.
Capítulo 30 - O destino nunca se altera, sempre se modifica.
Capítulo 31 - Como seguir em frente depois de estar com ele?
Capítulo 32 - Lobo na pele de cordeiro
Capítulo 33 - Tantas coisas nele faziam sentido naquele instante.
Você de roteirista, que tal?
Capítulo 34 - Agora estou pronta!
Capítulo 35 - Fique de olhos bem abertos, tente não perder nada.
Capítulo 36- Perto o suficiente da verdade.
Capítulo 37- Tudo parecia querer me engolir outra vez.
Capítulo 38- Era estupido prolongar aquela situação.
Capítulo 39 - Dessa vez não vai ter enganos.
Capítulo 40 - O preço por não pensar direito.
Capítulo 41 - Não desista amor, lute por nós.
Capítulo 43 - Não queria só a minha alma, queria me enterrar no inferno.
Capítulo 44 - Volte e tente terminar o que precisa ser terminado.
Capítulo 45 - Vamos viver a nossa vida a partir de hoje.
Capítulo 46 - Parecia que só os verdadeiros permaneceriam em pé aquela semana.
Capítulo 47 - Aquela bala nunca conheceu o destino que ele esperava.
Capítulo 48 -Bem longe de terminar. (FINAL)
Novas histórias :)
Continuação começa hoje 25/12
14 coisas que você não sabia sobre "A Telepata_"
***** Lançamento *****

Capítulo 42 - Eu estive lá esperando você cometer o menor dos erros.

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By JssikaSoares

Entrei pela porta de casa com pressa.

E quase derrubei minha avó quando meu corpo se chocou com o dela no corredor que dava acesso apara os quartos no segundo andar.

-Sarah!- disse ela apavorada.

Eu a segurei pelos braços tentando me equilibrar, assim como não deixa-la cair.

-Onde está o Bruce?- perguntei sem nem me importar em ser educada.

Nós duas nos equilibramos com a ajuda uma da outra, mas tudo que eu conseguia ver era o olhar espantando da minha avó.

-Meu Deus você está viva!- dizia a pequena mulher, unindo as mão em frente à boca como se agradecesse ao próprio Deus por me ver mais uma vez. -Ele recebeu uma mensagem, dizendo que você estaria no baile essa noite, então foi para lá. Estou aguardando ele ligar para avisar sua mãe!

Pisquei algumas vezes, confusa com o que ela dizia.

-Mas o baile é só daqui a três semanas!- aquilo era ridículo.- Faz muito tempo que ele saiu?

-Cerca de meia hora.

Olhei para o relógio que havia na parede. Era quase dez horas da noite, se houvesse mesmo um baile ele já estava acontecendo fazia quase uma hora.

-Preciso encontrar ele!- recuei um passo, querendo correr mais uma vez.

Então minha avó segurou meu braço, apavorada com a possibilidade de me perder mais uma vez.
-Espere. Você está se sentindo bem querida? Onde você estava?– vovó me olhou melhor e seus olhos quase saltaram das orbitas quando ela enxergou cada marca no meu rosto.- Você está toda machucada! Onde você esteve? A sua mãe e seu irmão colocaram a polícia atrás de você!

-A quanto tempo estou sumida?- eu não tinha tempo para explicar muita coisa. Se meu irmão estava lá fora, então estávamos correndo um grande risco. Precisava encontrar ele o quanto antes, mas antes queria saber quanto tempo aquela tortura tinha durado.

-A quase três semanas! Eu vim pra cá para dar um apoio à sua mãe, pensei que tínhamos te perdido.- ela me puxou para um abraço forte, não me dando outra opção a não ser retribuir. Deixei o casaco branco que ela vestia todo sujo de sangue, mas ela não parecia ligar.- Quem fez isso com você? Precisamos chamar a polícia!

Me afastei dela e olhei em sua direção esperando que ela me entendesse.

-Vovó eu não posso esperar. Essas mesmas pessoas que me pegaram fizeram essa armadilha para Bruce. Se eu não sair daqui vão pegar ele também! Preciso encontra-lo vovó. E preciso disso agora!

A velha senhora, já estava cansada de ver aquele tipo de desastre acontecendo na sua família, então não foi preciso de muito para convencê-la de que eu falava a verdade. Ela se afastou me deixando passar ao mesmo tempo que dizia que ia ligar para a polícia e eu nem pensei duas vezes antes de correr para o carro mais uma vez. Só que daquela vez meu destino era bem diferente. A escola era o novo palco de Phoebe.

O mesmo lugar onde perdi meu pai.

No mesmo que pretendia salvar meu irmão.

Atravessei o estacionamento vazio sem esbarrar com uma única pessoa. O som que vinha de dentro do ginásio indicava que a festa devia estar na sua melhor parte, mas eu não ligava para nada daquilo naquele momento. Meu coração batia rápido e minhas mãos tremiam de nervosismo. E tudo que eu esperava é que não fosse tarde demais.

E sem que me fosse dito eu sabia para onde ir.

Sob a sombra dos galhos da minha arvore favorita, onde eu sempre me refugiava na escola, o corpo do meu irmão encontrava-se estendido no chão.

-Bruce!- corri na sua direção e quando o alcancei cai de joelhos ao seu lado. -Bruce!- gritei mais uma vez, mas ele não se movia.

Me debrucei sobre o seu corpo, mas não conseguia sentir movimento nenhum vindo do seu peito. Lagrimas imediatamente escorreram pelo meu rosto. Tinha fracassado com a única coisa que me preocupei a vida inteira em proteger.

Tinha perdido tudo que me restava e não havia nada que eu pudesse fazer para mudar aquilo. Meu irmão, tudo que meu pai tinha me deixado, estava morto de baixo do meu corpo e eu jamais me perdoaria por aquilo.

Tinha chego tarde demais.

Lembrei de como ele era pequeno quando nosso pai morreu, de como ele chorou abraçado em mim quando sai do hospital. Jurei aquele dia que nunca mais o deixaria sozinho. E naquele instante ele tinha morrido por minha causa, e eu não estava lá para tentar impedir.

Não estava lá nem para dizer adeus.

Meu peito doeu, minha respiração ficou presa em minha garganta enquanto eu chorava. E desejei ter morrido naquele lugar. Eu não queria ficar sem ele, não suportaria viver com mais aquela culpa. Não podia viver sem a melhor parte de mim.

Preferia ter morrido naquele porão a ter sobrevivido para ver aquela cena.

Sua camisa estava molhada com as minhas lagrimas e um peso enorme caiu sobre mim. Mais uma vez respirar tinha se tornado insuportável.

Aquele era o pior castigo que poderia existir.

-Não precisa se preocupar, ele não está morto.- virei imediatamente para trás, secando as lagrimas que corriam pelo meu rosto ao analisar Phoebe me observando.- Ainda!- disse ela com um sorriso satisfeito no rosto.

Estava tão destruída e devastada que demorei a entender o que ela queria dizer com aquilo. Mas assim que fixa caiu, fui tomada por uma sensação nova. Algo que nunca senti.
Era uma mistura de ódio e desejo de vingança. E aquilo era muito mais forte do que qualquer princípio que eu já tivesse tido. Com Phoebe não existia certo e errado, e eu estava pronta para mostrar a ela que eu também poderia destruir a sua vida. Ela precisava sentir a mesma dor que tinha me causado e enquanto eu não visse ela lamentar pelo dia que ouviu falar meu nome, não sossegaria.

Levantei com dificuldade e fui na sua direção. E à medida que ela caminhava para mim, no seu vestido vermelho esvoaçante e perfeitamente sensual, vi um grupo de pessoas se aproximar. Pessoas conhecidas, que faziam parte do meu dia a dia. Todas elas vestidas em trajes de gala, prontas para uma noite inesquecível.

A noite de grandes revelações.

Ao lado direito dela estava Zac, Caroline, Suan e Louise. Já no esquerdo Josh, o cara desconhecido e Scarlet. Seus capangas pareciam ter sido deixados para trás, ou só estavam à espreita esperando caso algo desse errado.

Eu não esperava encontrar todos eles ali, mas ainda assim não me impressionei que estivessem ali. Os mesmos olhos completamente negros estavam me encarando, cheios de algo sombrio que fazia todos os pelos do meu corpo se arrepiarem.

-Hoje, só uma de nos sai viva daqui!- eu disse para ela com tanto desdém que até eu mesma senti medo de mim. Nunca fui capaz de tirar a vida de nada que respirasse. Era do tipo de pessoa que se sentia mal se pisasse em uma barata, quanto mais tirar a vida de alguém. Mas algo tinha mudado dentro de mim, e ela tinha provocado aquilo. Despertado um instinto assassino que me assustava.

Ela me deu um sorrisinho convencido.

-Pela primeira vez sou obrigada a dizer que você está certa.

Minhas sobrancelhas se uniram e eu acelerei o passo para que a briga começasse de uma vez. Não ligava se eles me machucassem, muito menos se me matassem. Se eles estivessem ocupados comigo iriam esquecer Bruce, e eu poderia lhe transmitir uma ordem para que fugisse o mais rápido possível. Não havia muito o que fazer, ou vencia Phoebe ou ela acabava comigo e depois destruía tudo que era importante para mim.

Corri na direção de Phoebe, mas a mesma não fez nada além de olhar para o garoto desconhecido. Depois de trocarem olhares eles se direcionaram para mim ao mesmo tempo. Até então não tinha percebido que o único que não estava com os olhos negros, assim como da outra vez que nos vimos, era o garoto misterioso de óculos estilosos.

Ele estava ali porque queria estar, ninguém o estava obrigando a nada como eu desconfiava que acontecia com os demais.

Mais uma vez ela esticou a mão e eu simplesmente não consegui me mexer. Cai de joelhos no chão, ficando completamente imóvel. Nada em meu corpo me obedecia.

-Deixe eu te apresentar meu amigo Anthony aqui.- ela apontou para o garoto, de estilo nerd, ao seu lado esquerdo.- Com ele aqui vai ser impossível você não ceder aos meus dons querida.- piscou ela.

Eu não conseguia me mover e nem falar. Meu corpo não me obedecia, mesmo que eu gritasse internamente. E aquilo era assustadoramente perturbador.

-Você deve estar se perguntando o que estamos fazendo aqui essa noite e porque simplesmente não te matei já que você ficou quase três semanas naquele porão.- ela revirava os olhos como se falasse de um assunto entediante.- Bom, para começar eu gosto de drama e queria que minha noite fosse digna de Oscar. Segundo, porque eu não quero levar todo o crédito desse plano, tão bem executado, sozinha.- ela se divertia.

Todos pararam ao meu redor, mas só ela ficou bem perto do meu corpo imóvel. Como se eu fosse um cordeiro prestes a ser arrebatado, sem pressa ela dava voltas ao meu redor, me estudando e me avaliando, afim de descobrir se minha agonia era suficiente.

-Confesso que me surpreendeu. Minha intenção era deixar você o mais fraca possível para essa noite e depois arrastá-la para cá para fazê-la acabar com a vida dele aos meus comandos.- ela apontou para o meu irmão, mostrando a quem se referia.- Mas ai você fez aquela grande proeza porque fui descuidada de mais em mandar o Anthony ir buscar seu irmão. Se ele estivesse lá, você jamais teria conseguido fazer o que fez.- então encenou um beijo em um alguém imaginário.- Ah! A propósito, você beija muito mal.

Ela riu enquanto tudo que me restava era ouvir.

Todos ao nosso redor pareciam amordaçados por uma fita invisível. Ninguém falava ou se mexia, só ficavam lá me encarado com aqueles olhos de quem tinha sido possuído pelo próprio demônio.

Eu não podia desviar o olhar. Não podia baixar a cabeça e me obrigar a ignorar o arrepio que subia pela minha espinha enquanto, todos aqueles olhares estavam presos em mim. E descobri que mesmo que tivesse tentado me preparar para aquele momento, meus sonhos jamais poderiam ser comparados aquele momento.
Aquela noite foi pior do que qualquer pesadelo que eu pudesse ter.

-Mas que graça vai ter se eu não puder ouvir você implorar?- ela se perguntou.- Ou até ver no rosto dessa gente toda o quanto eles foram fáceis de manipular?

Ninguém pareceu escutar o que ela dizia e a falta de plateia deixava qualquer psicopata insatisfeito. Qual a graça de ganhar uma batalha se ninguém souber que ela está acontecendo?

Então Phoebe estalou os dedos, em um movimento simples e sorriu.

-Vamos interagir pessoal?!.- disse ela achando graça.

Uma brisa sobrenatural correu ao redor do meu corpo, movendo as folhas a nossa volta. As palavras dela pareciam ecoar ao passo que os olhos de Zac voltaram à cor original, assim como os de Caroline, Suan, Louise, Josh e Scarlet. Um a um eles pareciam deixar a escuridão para trás.

Meu corpo ainda não podia se mover, mas sentia que a minha voz poderia se libertar se eu insistisse falar. Alguma coisa tinha mudado.

Todos aqueles olhares que antes eram assustadores se tornaram confusos. Mas o pesar que eu via quando Josh fechou os olhos com força era ainda pior, porque eu já tinha visto aquela dor nele uma vez. E quando ele ficou naquele estado parte de mim sabia que ele ia fazer eu me arrepender de um dia ter lhe conhecido.

-Qual o problema Josh? Está com medo que eu conte seu segredinho?- disse Phoebe como se fosse uma garotinha ao se aproximar dele.- Você não parecia mal quando planejou tudo isso aqui.

Imediatamente uma ruga se instalou entre minhas sobrancelhas, a mesma ruga que surgiu no rosto de todos quando olharam na direção dele. Ninguém esperava que ele estivesse por trás de tudo aquilo, já que parecia fazer parte da plateia.

-O que você fez Josh?- a voz de Suan parecia mais um miado do que a que eu conhecia.

Phoebe o abraçou por trás, depois apoiou o queixo no seu ombro, já que seus sapatos de salto muito alto lhe permitiam ficar na mesma altura que ele.

Ela estava adorando todo aquele espetáculo.

-Eu sinto muito.- disse Josh abrindo os olhos e olhando direto para mim.

Phoebe riu do desespero dele e da minha ingenuidade.

-Phoebe, porque você não para com isso? Vamos embora, eu vou com você!- disse Zac da ponta oposta à que Phoebe estava abraçando Josh. A garota olhou na direção dele, mas se manteve inalterada pelas suas promessas.

-Espere eu resolver essas coisas de gente grande primeiro querido.- disse ela piscando para ele de forma sedutora.

Assim como eu Zac não podia mexer nada além da cabeça, mas era visível o quanto ele queria acabar com aquilo antes que mais alguém se machucasse. E mesmo sem meu dom eu podia ver em seus olhos o quanto ele queria sair dali, o quanto estava assustado com tudo que estava acontecendo.

-Isso não precisava acontecer para você ter o que quer, Phoebe.- disse Louise.- Eu te prometi que ia afastar ela de tudo que pudesse te prejudicar, e ainda sou capaz de fazer isso. Só deixe a gente ir embora e prometo que nunca mais vai cruzar com a gente no seu caminho.

-Eu não quero mais só a sua ajuda criança. Tenho planos novos e você não está mais inclusa neles.

Aquilo era novidade. Achei o tempo todo que Louise fosse um peão de Phoebe, não tinha imaginado que ela pudesse trabalhar para ela por livre e espontânea vontade. Como algo como aquilo tudo podia passar despercebido para alguém que ouve a mente dos outros?

Só tinha uma resposta.

-Você me cegou não foi?- perguntei a Phoebe.

Os olhos perfeitamente delineados dela viraram na minha direção e ela adorou ver a derrota estampada na minha cara.

-Foi mais fácil fazer isso do que eu imaginava.- ela me deu um pequeno sorrisinho, como se parabenizasse a si mesma por suas façanhas.- Mas não teria feito nada disso se meu amiguinho aqui...- ela apertou os ombros de Josh.-... não tivesse me pedido ajuda.

-Que ajuda? Do que ela está falando Josh?- a voz do meu irmão surgiu pelas minhas costas e me senti péssima por não poder sequer virar para trás afim de ver se ele estava bem. Obviamente ele deveria estar imóvel como todos nós ali, do contrário já teria feito alguma coisa estupida para pôr a própria vida em risco.

-Deixe eu esclarecer as coisas.- Phoebe soltou Josh ao passo que revirava os olhos sarcasticamente. Depois parou em uma posição em que todos pudessem lhe ver enquanto ela falava.- A mais ou menos um ano e meio conheci seu amiguinho aqui em um bar decadente lá em Quebec. Eu não estava no meu melhor dia e resolvi deixar o garoto solitário, mas altamente gostoso, me levar para casa.- ela piscou para Josh antes de prosseguir.- Então mostrei para ele o que eu podia fazer. É muito sexy persuadir alguém enquanto se faz sexo, cria uma atmosfera de desejo.- ela se abanou, como se sentisse calor.- Mas vocês nunca vão saber. Sabe como é, somente uma pessoa com o dom de Manipulação pode fazer isso.

Meu estomago revirou ao saber da forma como os dois estavam ligados.

-É isso que você pode fazer então? Manipular as pessoas para criar uma vida de mentira para você?- perguntou Zac.

Ela olhou para ele antes de falar.

-Mas você já sabia!- então estalou os dedos como se tivesse esquecido de alguma coisa.- Ah é mesmo! Esqueci que tinha apagado essa lembrança da sua cabeça.- ela deu um tapa na própria testa de maneira teatral.- Desculpa querido. Tive que apagar algumas lembranças suas para que a sua namoradinha não acabasse descobrindo sobre mim. Mas não se preocupe a gente vai ter muito tempo para revivê-las.

-Fico feliz de você não ter me feito esquecer o quanto você é repugnante.- bravejou ele.

Scarlet e Caroline pareciam perdidas no assunto. Seus olhares diziam que elas esperavam desesperadas que tudo acabasse de uma vez. Não eram corajosas o suficiente para chamar a atenção para si. Mas nem elas conseguiram disfarçar a surpresa quando ouviram Zac falar aquilo. Desafiando que Phoebe pudesse ser ainda mais cruel.

-Fique sabendo que essa sua felicidade não vai durar por muito tempo.- ela o olhou com frieza e depois virou novamente na minha direção. –Meu dom vai muito além do que você pode imaginar. Posso manipular emoções em qualquer pessoa, criar lembranças que elas pensam ter vivido e apagar aquelas que não quero que lembrem.

-Então porque fazer todo esse teatro, envolver todas essas pessoas, se podia ter feito o que quisesse comigo?- perguntei sem entender seus motivos.

-Porque não posso manipular uma mente tão forte como a sua.- disse ela simplesmente.- Por ser uma telepata naturalmente você tem um escudo na sua cabeça. Só alguém que pudesse anular seu dom derrubaria suas barreiras para mim. Por isso demorei tanto tempo para por meu plano em pratica.- disse ela gesticulando na direção de Anthony.

Claro! Era devido aquilo que eu não tinha conseguido ler a mente dele. Perto de Anthony eu me tornava uma pessoa normal, incapaz de fazer qualquer coisa, assim como todos aqueles, que tinham um dom, a minha frente.

As coisas estavam começando a fazer sentindo.

-No início eu não tinha interesse em você. Só estava ajudando Josh com seu plano de vingança contra a família Rens, mas então eu descobri que você é bem mais forte do que sabe e me pareceu conveniente roubar seus dons para mim.

-Você está enganada sobre mim!- disse eu.- Mal conseguia controlar as vozes na minha cabeça até um tempo atrás.

Eu não estava me inferiorizando, só precisava que ela acreditasse que eu era fraca de mais, para que ela perdesse o interesse. Mas ela não pareceu cair na minha conversa.

-Você não sabe nem metade das coisas ainda. Mas eu já sei. E o preço que a sua cabeça vale agora é alto demais para que eu possa recusar.- ela falava de algo que eu não sabia e muito menos intendia. Mas pela seriedade que passou a toma-la suspeitei que ela não estivesse apenas falando aquilo por falar. -Quero estar no seu comando quando você lembrar dos mistérios que ninguém sabe responder.

-Como assim lembrar?-disse Zac.

-Sua amiguinha aqui não é apenas uma telepata. Ela é a chave para descobrir como nos tornamos assim. Dentro da cabeça dela está escondida toda a história por detrás dos nossos dons e só ela pode trazer de volta a vida aqueles que já se foram.

Josh olhou para mim mais uma vez, mas daquela vez era incredulidade nos olhos dele. Talvez nem ele soubesse daquela informação.

-Como assim telepata?- perguntou Zac incrédulo para mim.

Desviei do seu olhar, não era hora de discutir sobre aquilo.

-Eu precisei manter meus segredos.- disse a ele, mas sem me dar o trabalho de olhar na sua direção.

-Então por que parece que todo mundo aqui sabe disso menos eu?- continuou ele.

Phoebe suspirou, não gostando de ter perdido as atenções.

-Não seja dramático Zac. Ela achou que você não era importante o suficiente para saber. Apenas isso.- disse ela revirando os olhos.

Ele olhou para a ex namorada e depois voltou a olhar para mim. Queria ouvir da minha própria boca que aquilo era verdade.

-Não é isso! Eu só queria começar do zero, queria ser normal e ao seu lado eu podia ser assim. Você me fazia esquecer da aberração que eu era. Não queria que você parasse de olhar para mim como a garota por quem se apaixonou. Uma vez na vida eu queria ser normal, e com você eu podia ser isso.- olhei em sua direção, para enfatizar o que eu dizia.

O olhar de Zac era sério na minha direção, mas eu não sabia o que ele estava pensando naquele momento então não saberia dizer se ele acreditava ou não em mim.

-Mentira!-gritou Phoebe me interrompendo.- Você tinha medo que ele contasse para alguém. Tinha medo que alguém quisesse te matar para roubar o que você sabe fazer. Não seja hipócrita!

Continuei olhando na direção do garoto que havia me conquistado aos poucos e que em muitos momentos tinha me feito acreditar que eu era muito mais do que alguém que podia ler a mente das pessoas.

-No início até pode ter sido, mas depois tudo mudou. Eu queria que você ficasse e que me ajudasse a reconstruir minha vida. Eu só queria uma vida normal.- suspirei.- Mas agora isso não faz diferença não é? Já que sabemos que você esteve o tempo todo me enganado.

-Enganando?- disse ele com as sobrancelhas arqueada.- Acho que você está invertendo os papéis.

Uma ruga surgiu entre as minhas sobrancelhas.

-Posso ter mentido sobre o que eu era para me proteger, mas nunca menti sobre o que sentia.

Ele bufou.

-Lá vem você com essa história outra vez.- disse ele frustrado.- Eu nunca te enganei, sempre fui sincero, até contei meus segredos para você, ao contrário do que você fez!

-Ah querido! Ela deve estar falando do beijo que eu convenci você a me dar enquanto ela malcriadamente nos espiava. -disse Phoebe como se aquilo não fosse nada.

Tanto eu quanto Zac olhamos para Phoebe confusos com a sua intromissão. E quando entendemos fui obrigada a dar mais um ponto para ela.

Eu tinha mais um motivo para odiá-la.

-Quando? De onde...- ele parou para pensar um pouco sobre o que ouvia, mas percebeu que lembrar do momento exato não faria diferença. -Você não presta Phoebe!- disse Zac finalmente entendendo.

-Obrigada. Também amo você querido.- ela piscou na sua direção.

Tinha cometido tantos erros que nem sabia dizer quais eram. Me equivoquei ao escolher as pessoas para lutar ao meu lado e aquilo não me deixou ver o que estava bem de baixo dos meus olhos o tempo todo.

Magoei a única pessoa que entrou na minha vida sem querer e permaneceu nela porque quis ficar. Subestimei os meus verdadeiros inimigos e acabei refém da minha própria ignorância cega.

-Fale de uma vez Phoebe, pare de enrolar! Porque todo esse circo?- gritou meu irmão completamente sem paciência.

-Desculpe menino Rens.- disse Phoebe com as mãos levantadas em sua defesa. -É que a discussão aqui estava ficando boa. Não tinha como perder.- ela deu uma pequena gargalhada.

Meu irmão ignorou a brincadeira de mal gosto dela.

-O que Josh tem a ver com tudo isso?- continuou ele.

-É verdade, tinha esquecido que estava contando essa história.- disse ela unindo os lábios até formar um bico.- Onde eu estava mesmo?

-Deixe que eu falo.- Josh interrompeu Phoebe, com a voz completamente embargada de emoções que ele não queria compartilhar.- A poucos anos minha tia me contou a história do meu pai. Nunca soube muito sobre ele. Achava que ele tinha deixado a mim e minha mãe porque não sabia ser um homem de verdade. Mas então eu descobri a verdade, aquela que parece que todo mundo esqueceu.

-Do que você está falando?- perguntou Bruce.

Fiquei olhando para Josh, tentando entender o que aquela história tinha a ver com tudo que estava acontecendo e quando percebeu meu olhar confuso ele resolveu continuar.

-Você não sabe tudo sobre mim, a verdade é que poucas pessoas se preocuparam em saber mais sobre o garoto da fazenda. Sobre o infeliz que não tinha nada e nem ninguém.- os olhos de Josh se encheram de lagrimas, e a forma como ele estava falando estava me deixando ainda mais confusa.

-Eu sempre estive ao seu lado.- sussurrei.- Do que você está falando?

-Porque você não fala a verdade de uma vez seu idiota, e para de se vitimar!- a voz de Bruce ecoou cheia de raiva de traz de mim.- Você era parte da família, meu melhor amigo e mesmo que tenha uma boa desculpa nada justifica isso aqui! Por qual motivo você achou que eu a gente merecia passar por isso?

Pude ver angustia dar lugar a uma irritação no semblante de Josh. Mas fiquei em silencio por que nada que ele dizia parecia fazer sentido. Até que ele olhou diretamente para mim.

-Talvez saber meu nome te ajude a entender.- disse ele destilando veneno.- Prazer, meu nome é Josh Ronoway.

Naquele segundo perdi o foco. Meus olhos se perderam ao mesmo tempo que se arregalaram. Fui transportada para a parte mais sombria do meu passado, assim como dos meus sonhos. E lá estava o mesmo pesadelo, o homem na sala cheia de caixas. O homem cuja a presença eu conhecia, aquele que tinha destruído a minha família. Aquele que não foi forte o suficiente para aguentar tudo que seus erros tinham causado.

O pai de Josh era o amigo do meu pai, o mesmo que tinha desistido da família, o mesmo que tinha se relacionado com a minha mãe até que os dois fossem pegos no flagra.

Mas como eu não tinha visto aquilo? Como não associei as coisas?

Sabia que os Ronoway eram parentes dos Mcfild, mas não esperei que eu acabasse conhecendo justo a única coisa que aquele maldito homem tinha deixado para trás.

Então tudo fez sentindo, todas as peças se encaixaram. Por isso que ele não podia gostar de mim, por isso que ele me ignorou a vida toda, por isso que sua alma era tão sombria e mais do que tudo era por isso que ele não me deixava ter acesso as suas lembranças.

Era ele o tempo todo, mas eu estava cega demais para ver.

Ele era o perigo que meu pai queria me avisar.

Sempre presente, nos estudando sem pressa, à espera do melhor momento para atacar. Exatamente como o seu pai tinha sido no passado.

-E qual o problema nisso?- perguntou meu irmão, me tirando de meus devaneios.

E quando Josh olhou na direção do meu irmão, cheio de uma amargura que o consumia, foi que eu lembrei que Bruce estava ali. E que eu não poderia impedir que ele descobrisse a verdade.

Eu queria implorar para que Josh não contasse aquilo, mas tinha a leve impressão, que se ele não o fizesse, Phoebe faria dez vezes pior. Não foi como imaginei meu irmão descobrindo os segredos da nossa família, mas não tinha outra alternativa senão falar a verdade de uma vez por todas.

-O pai do Josh era amante da nossa mãe, quando o nosso pai ainda era vivo.- por sorte eu não podia ver a decepção no olhar de Bruce quando falei aquilo. Não ter o controle do meu próprio corpo tinha sido útil naquele momento.- Aquele dia do acidente, quando nosso pai bateu o carro, estávamos vindo de casa. Ele tinha pego a nossa mãe na cama com o Sr.Ronoway.

-O amigo do nosso pai que se matou?- perguntou ele confuso e ao mesmo tempo surpreso.

-Exatamente.- eu disse.

-Isso não pode ser verdade. Como você ia saber disso?- meu irmão não acreditava no que estava ouvindo.

-Porque fui eu quem flagrou os dois. Tinha ido para casa mais cedo e acabei surpreendendo os dois ao chegar. Aquele dia quando sai da escola a direção ligou para nosso pai, ele ficou preocupado e foi atrás de mim. Quando chegou em casa não foi preciso muita coisa para que ele percebesse o que estava acontecendo.

-Meu Deus! Por isso que ele perdeu a direção do carro.- disse ele perplexo.- E também é por isso que você se culpa pela morte dele.- ele falava sozinho, chegando as próprias conclusões.- Como você pode ter me escondido isso?

-Eu achei que estava protegendo você.- o desdém na voz do meu irmão era ainda pior do que imaginei que seria quando ele descobrisse aquela história.

-Me protegendo do que exatamente? Da verdade?- dizia ele com rancor e raiva.

-Te protegendo da vida de merda que eu vivia. Nem sempre Bruce é bom saber a verdade.- mesmo que não suportasse seu desprezo ao falar era incapaz de não me sentir injustiçada. Só queria que ele entendesse que aquilo tinha sido tão difícil para mim como estava sendo para ele naquele instante.

-Ela achou que estava fazendo a melhor coisa para você.- disse Suan.

Meu irmão bufou de raiva.

-Vai dizer que até você sabia?

-Não, infelizmente ela não se abriu comigo. Mas sei que ela te ama mais que qualquer coisa e nunca ia querer te magoar de propósito.

Minha amiga estava de volta. A mesma que amei a vida toda e que sempre soube que podia contar. Phoebe tinha destruído tudo de bom que eu tinha e brincado com todos aqueles que eu achava importante. Tudo para me deixar vulnerável para seus planos. Tudo para me despistar da verdade que só eu não conseguia ver, mesmo que meus sonhos berrassem todas as respostas que eu precisava.

-Nem sei o que pensar. -disse Bruce por fim.

Olhei para Josh, esperando que ele continuasse e quando o mesmo percebeu o estrago que já tinha feito não se preocupou em poupar ninguém dos detalhes.

-Espero que você esteja feliz em ver que destruiu tudo que um dia importou para mim.- olhei para ele com tanta raiva que ele teria se encolhido se aquilo fosse possível.

-Quando eu descobri a verdade, fiquei com tanto ódio da sua mãe que queria que ela sentisse a mesma dor que eu tinha sentido quando a minha mãe morreu. Eu fiquei louco, com raiva de tudo que tinha perdido por causa de uma amante insensível. E queria que ela perdesse tudo que importava alguma coisa para ela, assim como eu perdi. Então quando parei para pensar em como você acreditaria em mim, já que tinha sentimentos por mim no passado, cheguei à conclusão que não existiria uma forma melhor de chegar até ela. Achei que se eu matasse vocês dois ela ia saber o que é perder as pessoas que se ama.- dizia ele com tanto ódio, que eu já não sabia definir. Parecia remorso, mas ele estava exatamente onde queria e como queria. Finalizando um plano que ele tinha construído tão bem, então não tinha espaço para um sentimento tão puro como o remorso.- Mas eu não queria algo sem sentido, queria que ela soubesse quem eu era e os motivos para tudo acontecer. Precisava de tempo, precisava de algo bom o bastante para fazê-la sofrer o máximo possível. Então conheci Phoebe e quando descobri quem ela era e o que ela podia fazer tudo se encaixou.

-Tudo o que?- eu gritei para ele.- Você a usou para seus próprios interesses.

-Não foi só a minha família que a sua mãe destruiu!- ele gritou de volta.- A dela também! O pai dela era sócio na empresa que os nossos pais montaram, tinha investido pesado, e quando nossos pais morreram o cara perdeu tudo.

Phoebe se meteu, tão indignada em lembrar daquilo quanto Josh.

-Ele virou um velho bêbado e inútil! Algumas pessoas não sabem dar a voltar por cima.- ela estava com as mãos fechadas e fazia tanta força que os nós dos seus dedos estavam esbranquiçados. Percebi que falar sobre aquele assunto a deixava com ainda mais ódio.

Foi ali que compreendi que algumas pessoas tem talento para se aproveitar das pequenas oportunidades.

Josh tinha usado daquele sentimento para conseguir o que queria dela. E aquela atitude dele tinha sido tudo que faltava para ela se transformar em um monstro.

-Não foi só culpa da minha mãe tudo que aconteceu.- eu disse com ironia para Phoebe.

Ela se aproximou de mim e atingiu meu rosto com um tapa forte o suficiente para virá-lo para o lado.

-Não ouse defende-la!- ela gritou.- Por causa dela perdi tudo que tenho. Por causa dela meu pai virou um desequilibrado que tirou a vida da única coisa que importava para mim.

Não tive medo de sustentar seu olhar assassino, ainda que devesse.

-Foi o seu pai que matou a sua mãe?- Zac disse aquilo perplexo para Phoebe. Tirando a sua atenção de mim por um momento.

-Foi. -interrompeu Josh.- E eu usei essa informação para aflorar nela o mesmo desejo de vingança que eu tinha pela família Rens. Fiquei cego pela vingança, deixei de lado tudo que vivi quando criança em nome de uma briga que nem deveria ser minha. Só pensava em formas de torturar vocês...- Josh voltou a olhar na minha direção.- para que Jenna soubesse como dói ficar impotente quando tudo está desabando ao seu redor. Eu planejei tudo isso, até procurei pela Phoebe na Califórnia e a convenci a me ajudar. -dizia ele com ódio de si mesmo e ao mesmo tempo com um ressentimento criado ao decorrer dos anos.- O tempo todo em que você achou estar sendo caçada, ameaçada e perseguida, eu estive lá esperando você cometer o menor dos erros

-Era você o tempo todo.- disse para mim mesma.- Acho que lá no fundo sempre soube disso.

O olhar de Josh era firme em mim, como se ele lutasse internamente, ainda que a sua luta já estivesse ganha.

-Os seus sonhos eramavisos sobre mim, por isso fiquei apavorado quando li seu caderno. Por issoquis fugir enquanto ainda havia tempo.- ele fechou os olhos temendo ver odesprezo no meu olhar quando terminasse de falar.- E essa noite era pelasminhas mãos que vocês dois iam morrer.    


Por que dois capítulos? Porque seria muita crueldade fazer vocês lerem só um deles... sendo que um é a continuação do outro.

Espero que vocês gostem, e que o final esteja sendo tão aguardo quanto eu estou ansiosa para postar para você.
Obrigada por terem paciência em ler e esperar que eu poste, mesmo quando não consigo cumprir os prazos. ♥

Música tema: Link Park - In the End

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