F o u r t y – F o u r
[Sugestão Musical: Photograph do Ed Sheeran]
Elaine
2 semana depois.
- Podes explicar-me isto, Elaine? – A minha mãe perguntou enquanto segurava o exame médico e a caixa de cigarros. – Explica-te! – Gritou.
A minha boca abriu-se em espanto, e perguntei-me milhentas vezes como é que ela havia encontrado os exames que tinha escondido tão cuidadosamente no fundo do guarda-fatos, junto com o que restava do tabaco que nunca voltaria a fumar. A verdade é que depois da morte do meu pai, a minha mãe exigiu que fizesse exames, algo rotineiro que acabou por me diagnosticar asmática. Decidi esconder os exames para que não tivesse de contar a verdadeira razão pela qual a asma tinha tomado conta dos meus pulmões, o tabaco.
Suspirei e encarei Isaac que massajava as têmporas, encostado á bancada da cozinha, depois de ter pousado a caneca de leite com chocolate que bebia. Os meus olhos fixaram-se nos seus enquanto o mesmo assentia lentamente com a cabeça como se me incentivasse a contar tudo o que lhe havia contado a si há uns tempos atrás.
- Mãe, eu posso explicar. – Sussurrei.
- Eu espero que tenhas uma boa explicação para isto, Elaine! – Resmungou. – Porque isto é demasiado grave, estás a entender? Tu tens dezassete anos, e de repente és diagnosticada com asma? Tudo por conta do tabaco!
Assenti e sentei-me numa das cadeiras da cozinha, os meus dedos moviam-se tremulamente uns contra os outros enquanto o meu olhar se fixava na pedra polida da mesa. Os meus olhos encararam então os da minha mãe, e eu entendi que não havia escapatória possível. Eu não poderia continuar a mentir, estava no limite da minha mentira, aquele momento em que a bola de neve que desceu a montanha derrete, pois não existe mais neve para a sustentar.
- Então...tudo começou á cinco anos atrás...
Há 5 anos.
Os meus caracóis devidamente hidratados saltitavam enquanto eu caminhava para o meu primeiro dia de aulas. Estava nervosa, seria a primeira vez que me misturaria com os alunos mais velhos da escola, a minha turma teria alunos novos, e isso deixava o meu estômago a borbulhar por fazer novas amizades. Os meus jeans azuis-claros combinavam com a camisola de lã verde que envergava, que por sua vez, realçava as sapatilhas brancas que cobriam os meus pés.
Avistei Katherina encostada num muro enquanto falava com outras raparigas, entre elas a Chelsea, uma rapariga alta de cabelos castanhos. Ambas riam alegres enquanto trocavam pequenas palavras. Apressei os meus passos até chegar junto delas.
- Bom Dia. – Sorri atirando-me para cima de Kath enquanto beijava a sua bochecha branca.
- Ai sai. – Katherina afastou-me limpando o sítio onde a havia beijado com a manga da camisola.
Franzi a testa e a mesma revirou os olhos empurrando-me levemente contra o muro, depois agarrou no braço de Chelsea e partiu para dentro da escola com um sorriso no rosto.
- Nesse dia tentei falar com ela, mas ela ignorou-me e quando tentei sentar-me com ela para almoçarmos ela despejou a sua sopa sobre a minha cabeça, ela humilhou-me em frente de todos. – Sussurrei enquanto sentia os meus olhos picarem. – Eu nunca me vou esquecer das suas palavras.
A minha boca encontrava-se aberta enquanto o líquido espesso da sopa caia pelo meu rosto manchando as minhas roupas novas. As gargalhadas eram ouvidas enquanto vários alunos batiam com os talheres no tabuleiro criando um batuque irritante que fazia com que a minha vontade de chorar aumentasse.
- Porquê? – Sussurrei quando a primeira lágrima caiu pelo meu rosto.
- Porque és preta. – Gritou empurrando-me fazendo-me escorregar na sopa que havia caído para chão e assim eu mesma cair. – És nojenta por isso, Elaine. Eu não te quero próxima de mim novamente, esquece que alguma vez te fui algo, para mim, não passas de um bicho venenoso, feio e temível.
- Naquele dia eu passei a noite a chorar, não consegui dormir, e o mesmo foi acontecendo durante os meses seguintes até se tornar um ciclo vicioso. – Murmurei limpando as lágrimas que haviam caído pelas minhas bochechas. – Lentamente, eu estava a entrar num poço onde dificilmente sairia.
- Como assim? – Isaac perguntou de mansinho olhando-me preocupado.
- Foi meio ano depois daquele dia, o dia em que fumei o primeiro cigarro e o dia em que...fiz o primeiro corte. – Sussurrei arregaçando as mangas dando-lhes visão para as cicatrizes bastante realçadas no meu pulso magro. – Eu sofro de bullying desde então, e foi por isso que entrei no tabaco e por essa mesma razão comecei a cortar-me.
A minha mãe soltou um suspiro baixo agarrando as minhas mãos gélidas pelo nervosismo, ela beijou ambos os meus pulsos e entre lágrimas deu-me um pequeno sorriso abraçando o meu corpo com força. Chorando contra o meu ombro enquanto me apertava forte contra si.
- Mãe...O Niall salvou-me, foi ele mãe. – Sussurrei entre soluços. – Ele foi o meu herói, na realidade...ele é o meu herói, mãe. Ele ajudou-me quando eu mais precisava, mesmo quando eu o empurrava e lhe dizia que não queria a sua ajuda. Eu amo-o.
- Ouve Elaine, eu queria tanto ter-te ajudado nesses momentos difíceis querida. – Sussurrou. – Porque é que não me contaste? Eu poderia ter-te ajudado...Nós poderíamos ter-te ajudado. – Encarou Isaac que assentiu.
- Eu tive medo. – Encarei as minhas mãos. – Mas agora está tudo bem. Ou pelo menos, vai tudo melhorar porque eu tenho amigos, e tenho o Niall e tenho-vos a vocês.
Ambos sorriram e abraçaram-me em simultâneo com uma força extasiante que me fez quase perder o ar. Depois de se desenlaçarem de mim, Isaac agarrou o telemóvel com um sorriso matreiro no rosto enquanto a minha mãe agarrou o meu rosto com as suas mãos mais uma vez.
- Sabes que agora precisas de tomar cuidados especiais. – Ela sorriu. – Quero que fiques saudável na média do possível, eu quero que tenhamos uma cumplicidade diferente, entendes? Quero que tenhas confiança em mim para me contar tudo o que te preocupar.
- Sim, mãe. – Assenti encarando depois Isaac que continuava a sorrir para o telemóvel. – É a Rose?
- Sim, e por falar nela...eu preciso da tua ajuda. – Sorriu manhoso piscando os seus olhos várias vezes na tentativa de me fazer ceder.
- Para quê?
- Depois falamos. – Piscou o olho antes de agarrar na jaqueta pendurada numa das cadeiras da cozinha e sair de casa apressado.
Encolhi os ombros e sorri para a minha mãe levantando-me da cadeira, subi as escadas e entrei no meu quarto suspirando de alívio. Sentia-me tão leve, era como se me tivessem tirado uma tonelada dos ombros. Sentia-me sóbria para encarar a realidade, sentia-me viva finalmente. Queria fazer tudo o que ainda não tinha conseguido fazer por falta de oportunidade, a partir dali eu queria mais que tudo ser uma miúda normal com um passado tenebroso, mas um sorriso verdadeiro no rosto.
- A pensar em mim? – Saltei de susto ou ver o Niall encostado á janela do meu quarto.
- Niall existem portas aqui em casa, sabias? – Perguntei.
- Estiveste a chorar. – Aproximou-se emoldurando o meu rosto com as suas mãos com um olhar preocupado. – Porque é que estiveste a chorar? – O seu polegar massajou a minha bochecha.
- Eu contei tudo á minha mãe. – Sussurrei olhando os seus olhos azuis.
- Tudo?
- Sim, tudo.
Ele sorriu para mim e abraçou o meu corpo contra o seu deixando-me inalar o seu perfume que causava um imenso exército de borboletas enraivecidas no meu estômago. Os seus dedos deslizavam lentamente pelas minhas costas desenhando padrões imaginários que me deixavam mole sobre o seu toque. Ao afastar-se de mim, logo nos voltou a juntar para um beijo lento e carinhoso.
- Eu amo-te, e espero que saibas que tenho muito orgulho em ti. – Sussurrou contra os meus lábios.
- Eu também te amo, Niall.
Ele sorriu largo e fez-me sentar na cama, ajoelhou-se á minha frente e tirou as sapatilhas que se encontravam nos meus pés, deixando as minhas meias cor-de-rosa com patinhos amarelos á mostra. Sorri envergonhada com o mesmo que gargalhou levemente, cutucando os meus pés fazendo-me encolher com a sensibilidade da palma do meu pé.
- Que é que estás a fazer? – Questionei quando o mesmo subiu as suas mãos pelas minhas pernas nuas até alcançar a barra dos meus calções de ganga. – Niall?
- Shhh. – Sussurrou. – Tens tomado os comprimidos para a asma? – Perguntou enquanto desapertava o botão dos meus calções, e não vou mentir, só por ter as suas mãos tão perto da minha intimidade sentia o meu interior a contorcer-se.
- S-sim. – Murmurei gaguejando, o mesmo sorriu manhoso para mim e num movimento rápido fez-me deitar na cama sendo assim mais fácil para ele tirar os meus calções. – Niall, que porra é que estás a fazer?
- Cala-te, Laine. – Sussurrou subindo sobre o meu corpo, ao alcançar o meu pescoço distribui beijos molhados sobre o mesmo deixando-me completamente vulnerável ao seu toque.
A suéter larga e comprida que vestia em segundos foi parar ao chão do quarto. Niall sorriu encarando o meu corpo e logo me abraçou puxando o meu corpo para cima do seu. Eu estava a sentir-me expostas, não que eu não confiasse no Niall, mas sim porque cada centímetro do meu corpo se encontrava exposto, e as minhas inseguranças não vão embora em uns dias.
- Tu és tão bonita, Laine. – Sussurrou contra os meus lábios beijando os meus delicadamente. – Tão, mas tão bonita.
- Não digas essas coisas. – Murmurei escondendo o meu rosto na curvatura do seu pescoço, onde o cheiro do seu perfume era extremamente intenso.
- O quê? É a verdade. – As suas mãos agarraram delicadamente os meus ombros empurrando-me levemente com intuito de olhar para os meus olhos. – Tu és demasiado preciosa, se dependesse de mim nunca terias provado uma única gota de dor. Não merecias nada do que te aconteceu, meu anjo.
- Mas, se eu não tivesse provado essa dor, agora não saberia o que era a felicidade, a felicidade pura. – Sorri. – E neste momento, eu sei que a felicidade é estar ao teu lado. É poder ficar assim, nos teus braços, eu ficaria neles para sempre.
- Podes ficar, não me importo. – Ele sorriu maliciosamente descendo as suas mãos até ao meu traseiro apertando-o.
- Niall olha as mãos! – Resmunguei. – E para que é que foi este strip todo? – Perguntei referindo-me ao facto das minhas roupas estarem no chão e não no meu corpo.
- Elaine, meu anjo, tu és minha eu faço contigo o que eu quiser. – Sorriu beijando os meus lábios docemente.
Eu sentia que a minha vida estava a ganhar estruturas dias após dias, ainda assim, existiam assuntos que ainda precisavam de um ponto final. Como o facto do assassino do meu pai ainda andar por aí, solto e com liberdade o suficiente para matar as pessoas que quiser. E estaria a mentir se dissesse que não tenho medo, porque a realidade é que tenho medo, muito medo mesmo.
- Lá estás tu a viajar, outra vez. – Falou gargalhando levemente enquanto tocava com a ponta do seu indicador no meu nariz. – Estás a ter pensamentos eróticos comigo?
- Que engraçadinho. – Gargalhei ironicamente. – Eu estava a pensar no assassino do meu pai, ele ou ela ainda anda solto por aí.
No mesmo instante senti o seu corpo ficar tenso e o mesmo suspirou passando a língua pelos seus lábios trancando o maxilar logo de seguida. Eu sabia que ele escondia algo sobre este assunto que não me queria contar.
- Niall, o que é que tu sabes? – Perguntei.
- Outra vez esta conversa? – Perguntou desenhando um beicinho nos seus lábios. – Eu não sei de nada.
- Eu sei que estás a mentir Niall, caramba é o meu pai! Não achas que tenho o direito de saber?
- Não posso contar-te nada agora, Laine. – Murmurou. – Mas eu prometo fazê-lo quando puder.
- Estás a deixar-me frustrada! – Resmunguei.
- Sexualmente? – Perguntou apertando mais a minha cintura contra o seu corpo.
Revirei os olhos, sorrindo levemente, era impossível ficar chateada com ele, amava-o demasiado para pensar na possibilidade de me chatear com ele e consequentemente o afastar.
Ele passou a ser algo essencial na minha vida. Algo que no que dependesse de mim, iria proteger e guarda para a eternidade.
***
HellooooooOOOOOOOooooooOOOOOooo
este capitulo está meio eca, não sei.
Como é que estão as minhas bebezonas aka vocês? Eu estou bem, mas com pena de acabar esta história, sim pessoas são mais uns 4/5 capitulos e isto acaba. A não ser que uma ideia brilhante surja na minha mente, mas eu preciso de acabar a história, não quero estragá-la.
E o nosso Payno fez anos, olha que maravilha um ano a mais de idade, um ano mais próximo da morte...É algo fantástico realmente. xD
O NIALL ESTÁ QUASE A FAZER ANOS TAMBÉM, DEUS ME AJUDE. ;-;
Então esta encruzilhada criminosa está quase a terminar, e vai haver porrada...em principio. E yah, está quase a terminar...EU TENHO UM FIM TÃO LINDINHO NA MINHA CABEÇA, AI EU.
RACISM ESTÁ QUASE COM 29K DE LEITURAS, AAAAAAAAAHHHHHHH OMDS A SÉRIO, EU ESTOU TÃO FELIZ. Eu já referia que esta história é aquela em que tenho mais orgulho, e vê-la a crescer desta maneira deixa-me mesmo feliz. Eu nunca pensei que ela chegasse a 1k de leituras, quanto mais pensar que algum dia eu pudesse ver esta história com 29k.
Muito obrigada, eu sou vos muito grata, de verdade.
DIVULGAÇÕES:
Leiam as histórias da dayanne_styles_1D e da moon_lover_.
Não custa absolutamente nada e vocês podem até gostar. :)
Então, vamos a uma pergunta.
- Qual é a música que não sai da vossa cabeça ultimamente?
R: Eu nem sei, existem umas cinco músicas que ouço diariamente, que é let me know, hold me tight, butterfly dos bts, e apology e anthem dos IKON.
All the love as always,
euzinha'