Secrets Segunda Temporada

By sweetcabello21

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Quatro anos após o casamento, Lauren e Camila decidem aumentar a família e dar a David, o primogênito do clã... More

Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Capítulo XXXIII
Capítulo XXXIV
Capítulo XXXV
Capítulo XXXVI
Capítulo XXXVII
Capítulo XXXVIII
Capítulo XXXIX
Capítulo XL
Capítulo XLI
Capítulo XLII
Capítulo XLIII
Capítulo XLIV
Capítulo XLV

Capítulo X

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By sweetcabello21

I'm back!!!!!!!!!!!!

Sentiram minha falta? Espero não demorar com o próximo capítulo, então vamos sem muita enrolação, vamos logo para mais um capítulo quentinho!!

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Camila POV

A vida é um jogo misterioso, lutamos contra o destino, contra nós mesmos e nossos medos. Cada fracasso é um obstáculo, cada vitória é motivação para continuar. Viver é um ciclo, que feliz ou infelizmente, é fadado ao fim. Mas, os obstáculos postos em nosso percurso são tantos, que muitos se perdem no caminho, outros não conseguem se levantar, após uma queda. Muitas vezes você carrega o peso de outras pessoas, apenas porque a ama tanto ao ponto de fazer tudo para que ela não sofra.

E lá estávamos nós. Lauren e eu, tentando carregar toda aquela carga chamada preconceito, que perdura na sociedade como um tumor silencioso, e, sorrateiramente apodrece tudo ao redor, com palavras, gestos e indiferença. Uma sociedade mergulhada no preconceito, mas que pede, na verdade, clama por respeito. Esse preconceito que amedronta, que bate, que afoga, que sufoca sentimentos, que emana ódio.

No fim, entre inúmeras espécies com comportamento homossexual, o ser humano é a única com comportamento homofóbico. Porém, Lauren e eu enfrentaríamos todos os demônios necessários, apenas para que nosso filho não deixasse de sorrir ou não perdesse o brilho infantil que tinha nos olhos.

Minha mulher dirigia sem pressa pelas ruas da cidade até a escola do nosso filho, que estava absorto no seu vídeo game. Desde que acordou ele estava pouco comunicativo, e, mesmo ele não dizendo, eu sabia que estava daquela forma porque não queria enfrentar novamente os garotos que lhe agrediram, física e verbalmente. Mas, eu como mãe não poderia o deixar sofrer calado ou permitir que a verdade fosse ocultada, isso apenas daria motivos para que o preconceito continuasse pulsando forte em nossa sociedade.

- Meu amor - chamei. - Está tudo bem? – virei meu corpo para encará-lo. David ergueu a cabeça e sorriu timidamente em uma afirmação muda que estava tudo bem, mas eu sabia que não estava, e não estaria.

Todas as manhãs, eu me olho no espelho e me questiono se tenho feito tudo certo ou onde tenho errado, pois em determinados momentos não me sinto capaz de proteger meu filho da crueldade do mundo. Nunca seria fácil lidar com os olhares, os comentários maldosos, sempre seria como ter uma espinha de peixe atravessada na garganta. Você tenta engolir como se isso não te afetasse, mas o máximo que consegue é se machucar ainda mais.

- Você sabe que pode nos dizer tudo... – Lauren disse assim que paramos no sinal vermelho. David olhou pela janela, talvez ele estivesse refletindo tudo ou apenas procurando as palavras certas.

- Eu só queria esquecer tudo... - murmurou. - Mas sempre acabo lembrando e isso machuca – apontou para o coração. -, sempre que lembro sinto como se uma faca tentasse perfurar meu peito... – fungou. – Quer dizer... Eu amo minha família e não a trocaria por nada, mas... Mas, por que as pessoas julgam como errado ser filho de duas mulheres ou dois homens? Isso eu nunca vou entender... – David virou o rosto rapidamente, mas ainda sim consegui ver uma lágrima escorrer. Meu coração apertou e senti-me amarrada por não saber o que fazer. – Mama Lauren, eu conseguir finalmente passar aquela maldita fase – mudou rapidamente de assunto, a fim de que não notássemos o quanto estava angustiado, suspirei frustrada por não poder fazer absolutamente nada. Lauren tocou delicadamente minha mão e apertou, em um gesto de carinho e conforto, e, mesmo sendo desgastante passar por aquilo, sabia que não estava sozinha, tinha-a ali comigo e sempre teria.

- David, olha a boca. – o repreendi. Lauren sorriu de canto e pelo retrovisor vi nosso filho suspirar aliviado. Talvez naquele momento poderíamos deixar o assunto para depois, mas isso duraria apenas até chegar a sua escola.

Assim que chegamos a escola, David nos olhou suplicante em um pedido mudo para esquecermos tudo, mas eu iria até o fim, em que os culpados pelas agressões fossem devidamente punidos. Lauren desceu do carro e entrelaçou nossas mãos, o que acabou gerando alguns olhares de alguns alunos e pais, não muitos. Outros pais já estavam familiarizados conosco e acenam em cumprimento e respondíamos educadamente. Lauren e eu estávamos mais que acostumadas com os cochichos, os olhares tortos, as piadinhas e algumas caras de nojo. Nós revezávamos para deixar nosso filho na escola por causa do nosso trabalho, mas em algumas vezes acabávamos por deixá-lo juntas. Nas reuniões ambas estavam sempre presentes, raro foram os momentos que apenas uma das duas participou, por isso, a sala do meu filho já nos conhecia, e tínhamos certa intimidade com os pais dos amigos mais próximos de David.

David entregou a mochila para Lauren carregar e entrelaçou seus dedos com os delas, mas mesmo que andasse com a cabeça erguida e conversasse casualmente com sua mãe, seus olhos se encontravam tristes.

O caminho até a diretoria foi tranquilo, por minha parte, pois enquanto cruzávamos os corredores e alguma das colegas de David falava com ele com uma voz mais doce, Lauren sempre apertava minha mão entrelaçada a dela e trincava os dentes, mostrando que não estava gostando da quantidade de garotas que vomitava simpatia ao nosso filho. Eu apenas ria internamente de tudo.

- As garotas de hoje são muito atiradas, saudades da época que os garotos davam o primeiro passo – resmungou em meu ouvido.

- Mas e as que forem lésbicas como devem agir, esperar um homem cortejá-las para em seguida rejeitar? - perguntei apenas para irritá-la. Lauren revirou os olhos.

- Vai se foder! – sussurrou. Pisquei o olho, divertida com a situação.

Ao chegarmos a diretoria a simpática secretária de cabelos grisalhos, que eu sempre esquecia o nome, estava separando alguns papeis.

- Bom dia, senhora Steven. – Lauren cumprimentou.

- Oi, Mary. – David disse e ela sorriu maravilhada ao vê-lo.

- Bom dia, o senhor White se encontra? – questionei.

- Bom dia. – ela respondeu educadamente. - Ele se encontra, o que desejam?

- Nós gostaríamos de ter uma conversa com ele, se nos for permitido. – Lauren explicou, David puxou o vídeo game portátil do bolso. Arqueei a sobrancelha confusa quando finalmente notei o que estava errado.

- Você está de castigo mocinho. – sussurrei, lembrando-o. Mary ligava para a sala do diretor. - Quem lhe deu permissão? – questionei com a voz ainda mais baixinha.

- Ah Mama. – resmungou enquanto pausava o jogo. – Eu estou jogando desde que saí de casa e agora que a senhora veio lembrar que estou de castigo. - torceu a boca. - Tanta coisa para se lembrar! – olhei para Lauren e ela estava com o rosto vermelho, algo me disse que tinha dedo dela no meio.

- Mama Lauren disse que seria bom para me distrair. - deu de ombros. Estiquei meu braço a fim de que ele me desse o aparelho. - Ma... - neguei com a cabeça, um gesto para que ele não reclamasse e apenas me obedecesse. David olhou para Lauren e depois para mim. - Por favorzinho... - continuei na mesma posição e mesmo sem querer ele me entregou.

- E nós vamos conversar em casa. - avisei a Lauren, que sorriu sem graça. Olhei para Mary, que mexia em alguma coisa no computador.

- O Senhor White já vai atender, queiram aguardar, por favor. - apontou para os estofados na sala.

- Bom dia. - o diretor abriu a porta, alguns minutos depois, cumprimentando-nos. - Queiram entrar. - deu espaço para adentrarmos na sala. – Senhora Cabello e Jauregui, a que devo a honra dessa visita inusitada, visto que a reunião de pais e mestres ocorrerá só próximo mês. - sentou-se em sua mesa e indicou as cadeiras a nossa frente. David olhou para as cadeiras que ficavam na parede próxima a porta, mas preferiu sentar nas pernas de Lauren.

- Bom, gostaríamos de conversar sobre o ocorrido na semana passada. – fui direta ao ponto, ele apenas concordou e ajeitou a gravata roxa.

- Sim, claro... Sobre a briga que o jovem Cabello-Jauregui se envolveu na quinta-feira, mas pensei que tudo estivesse esclarecido, David assumiu a culpa de ter começado a briga e todos entregaram os trabalhos. – completou. - E devo confessar que seu filho fez uma excelente redação sobre o tema. – arrumou os óculos.

- Por isso estamos aqui. – Lauren tomou a frente, David estava de cabeça baixa brincando com as chaves do carro. – David assumiu uma culpa que não teve, seu testemunho quanto ao que realmente aconteceu foi distorcido. – o diretor mexeu novamente na gravata, acho que ele queria se sufocar porque sempre a apertava mais e mais. – Os fatos não ocorreram da forma que os garotos narraram.

- Mas se não aconteceu da maneira dita, qual motivo levou David a assumir a culpa e a Rachel, a confirmar a história?

- David e Rachel são cúmplices em tudo. – disse. – E eu tenho certeza que se um dia um matar o outro esconde o corpo... – David me olhou assustado. – Não que eu deseje que meu filho mate, mas eles são amigos desde que Rachel se mudou para cidade e ficou na mesma sala que ele, desde então um encobre o outro em tudo...

- Ainda não entendo o motivo que levaram a assumirem a culpa e gostaria de saber o que realmente aconteceu. – entrelaçou as mãos.

- Acredito - continuei. - que o medo da situação ou como ela tenha ocorrido tenha o deixado desconfortável para falar, optando apenas em confirmar o que os agressores disseram com o ingênuo desejo de que fosse a primeira e última vez. - o diretor me olhou confuso.

- David me contou o que realmente aconteceu. - Lauren falou.

- Ele poderia dizer... – o diretor pediu. Lauren e eu olhamos para nosso filho, incentivando com o olhar para que falasse, David baixou mais a cabeça, envergonhado.

- Não tenha medo meu amor. - acariciei seu braço.

- Eu não comecei a briga... - murmurou.

- David você poderia falar um pouco mais alto? - o diretor perguntou calmamente.

- Eu não soquei o nariz do Richard... - levantou a cabeça e não disse mais nada, falando apenas após longos segundos. - Eu soquei o nariz Richard... - disse após alguns segundo de silêncio. O diretor nos olhou confusa, mas eu esperei que David prosseguisse. - Rachel e eu estávamos no horário da Educação Física, quando ele apareceu com o Antony e o Raphael - torceu o rosto ao dizer o nome dos outros garotos. - Eu sei que briga não resolve as coisas, minhas mães já conversaram comigo e eu novamente peço desculpa pelo meu comportamento, mas os garotos disseram coisas sobre mim, sobre minha amiga e nossas famílias que me deixou irritado, então eu acabei dando um soco no Richard e a briga começou...

- Que tipo de coisas? - questionou o diretor.

- Comentários preconceituosos. - respondi rudemente. - E eu espero mesmo que os culpados sejam penalizados como que essa história seja posta em pratos limpos... - Lauren segurou minha mão para que eu me acalmasse, respirei fundo. Minha mulher me implorava por paciência em seus olhos suplicantes, revirei os olhos e encarei o diretor.

- Senhora Cabello, eu peço calma. - passou a mão direita em seus cabelos, depois voltou a entrelaçá-las em cima da mesa. - Deixe-me entender a situação, na quinta-feira você assumiu a culpa do soco e hoje também, mas diferentemente do que foi dito na semana passada, o motivo da briga não foi Raphael ter derrubado acidentalmente a amiga...

- Eles não são nossos amigos... - interrompeu entre dentes.

- David. - ralhei.

- Desculpa. - pediu amuado. - Mas sim, as coisas não aconteceram como os garotos falaram. - coçou a nuca, meu filho estava visivelmente tenso, Lauren acariciava seus braços. - E eu apenas confirmei o que eles disseram porque não queria repetir as palavras que ouvi, só queria esquecer...

- Você poderia dizer detalhadamente o que aconteceu?

- Não tenha medo... - Lauren incentivou para que ele começasse a falar.

- Minha turma estava correndo porque o professor disse para darmos algumas voltas na quadra, Rachel e eu estávamos no mesmo ritmo porque conversávamos sobre um novo jogo que vai ser lançado, nós éramos os últimos nessa corrida... Richard e os outros apareceram, bom... Ele apontou em minha direção e... Ele... Ele me chamou de aberração e a Rachel de mulher-homem... - pigarreou nervoso. - Eu... Eu disse a Rachel para apenas ignorar... Então Tony falou que o problema do mundo estar como estar é por causa de famílias como a nossa... E eu já ouvi piadinhas e sei que alguns alunos me olham com repulsa, mas - estufou o peito. - eu não me importo, amo minha família e minhas duas mães. - olhou-me e sorriu sem jeito. - Mas Tony ainda tentando nos irritar disse que pessoas como nós, aberrações - frisou a última palavra. - merecem a morte. – ele teve que pausar o relato e puxar o ar com força, para assim prosseguir. - Rachel quis voltar e bater neles, eu disse que deveríamos aumentar os passos, assim chegaríamos onde o professor estava e os garotos nada diriam na frente dele. Richard me chamou de galinha, Antony e Raphael ficaram imitando uma galinha e cacarejando... Eles riam da gente e disseram outras palavras... - engoli em seco, controlando-se para não chorar. - Eu só queria fugir e me esconder, se eles me vissem chorando seria pior, mas... - fungou. - Ele disse que minhas mães mereciam apanhar - sua voz saía mais carregada e séria. - Ele me empurrou enquanto falava... Apanhar até virar gente. - repetiu o que o garoto disse. - Ele tocou em... Nas suas... - olhou rapidamente para baixo indicando a direção e pigarreou desconfortável, seu rosto ganhando uma coloração avermelhada. - Eu me afastei dele para que parasse de me empurrar e soquei sua cara... Então tudo começou... Tony se jogou em mim e eu caí, então Richard um pouco menos confuso do soco, chutou minha perna. Rachel empurrou Antony e quando o Raphael se aproximou, ela deu um murro no olho dele, Richard tentou atacá-la, mas eu coloquei o pé no meio e ele caiu. Tony foi em sua direção, mas eu me levantei e puxei seu braço, ele socou minha boca. De longe o professor nos viu e começou a apitar enquanto corria para nossa direção, depois eu decidi em ficar calado até minha mãe chegar e os outros foram à enfermaria, e, aposto que eles combinaram aquela mentira.

- Eu sei que David não agiu certo começando uma briga, mas meu filho sofreu bullying com comentários preconceituosos e homofóbicos. - Lauren prosseguiu assim que David terminou de contar o que realmente aconteceu. - Sei que os avisos foram dados e um trabalho foi passado a todos, mas diante dos verdadeiros fatos, eu espero que o senhor tome as devidas providencias.

- Eu realmente estou surpreso e garanto - olhou para Lauren e depois para mim. - que convocarei uma reunião com os pais deles e discutiremos esse comportamento agressivo, homofóbico, bem como sobre preconceito e bullying. Averiguarei com eles e com a Rachel essa história para saber qual é a verdadeira.

- Está dizendo que meu filho está mentindo? - elevei o tom.

- Não queira me interpretar mal, mas assim como ouvi essa nova versão de David preciso ouvir a Rachel bem como ao Antony, Raphael e Richard, pois é necessário. Não permito em minha escola comportamentos que dispersem o preconceito, se realmente as coisas ocorreram como o pequeno disse, as senhoras tenham minha palavra que a redação sobre violência não será o único castigo aplicados a ele.

- Bom saber que tudo será esclarecido. - Lauren comentou, o senhor o White ajeitou os óculos no rosto e acenou em concordância. - E espero mesmo que ofensas como essas não sejam desferidas ao meu filho e a ninguém, pois a nossa constituição federal prevê direitos e deveres de forma igualitária. Meu filho é apenas uma criança, e, nós como mães nos preocupamos com seu desenvolvimento e com as coisas que o cercam, ouvir insultos como ele ouviu, foi rude, desrespeitoso e que infelizmente ainda é o pensamento da maioria das pessoas em nossa sociedade contemporânea, que carregam a ignorância nas veias.

- Fico feliz em saber que esses meninos serão punidos da forma correta. – eu disse, Lauren me repreendeu com o olhar e apenas ignorei. - David se recusava a contar a verdade com medo que essas atitudes se repetissem, mas calar não é a opção certa. Engolir o preconceito apenas fortalece quem o profere, além de que certas palavras pesam em nossa mente, e, eu não quero que meu filho se sinta obrigado a vim a escola por não encontrar um ambiente acolhedor, mas apenas um local de perseguição, com pessoas preconceituosas e de mentes pequenas.

- Mama, eu ainda gosto de vir a escola. - David murmurou, parei para puxar o ar e analisar meu filho, ele me olhava com um sorriso terno, sua forma de me dizer que estava tudo bem, que não estava mais com medo.

- Bom - olhei para o diretor. -, acredito que agora as coisas serão esclarecidas e desejo muito que não se repita. - estiquei a mão e o diretor apertou. - Obrigada pela atenção e disponibilidade de nos escutar.

- Estou aqui para isso. - disse com um largo sorriso. - E sempre que alguma dúvida surgir, as senhoras sabem onde me encontrar, eu preso muito por esse contato entre escola e família para a construção de um cidadão crítico e busque solucionar os problemas que nos afligem. A educação é a palavra-chave, mas a escola sozinha não faz milagres, e quando a família participa da vida escolar do aluno as coisas fluem de uma forma mais clara e objetiva. - olhou para meu filho. - Peça a Mary um aviso para que possa entregar ao professor assim que entrar na classe, desta forma não receberá advertência. - David agradeceu, Lauren e eu nos despedimos do diretor e saímos da secretaria após pegar a justificativa de atraso.

- Eu venho te pegar hoje. - avisei enquanto caminhamos pelo corredor, David nos guiava em direção a sua sala. Lauren andava ao meu lado com as mãos entrelaçada. - Lauren tem uma reunião bem no horário da sua saída, depois passaremos na casa de Sofia e jantaremos com ela. - David pulou de alegria. - Agora venha aqui. - puxei seu corpo e beijei sua testa.

- Mama! - pulou para longe, depois do beijo. David olhou assustado para o corredor. - Eu estou na escola.

- E o que tem? - perguntei sem entender, David continuou caminhando um pouco mais afastado. Olhei para Lauren e ela deu de ombros sem entender também.

- A senhora está me envergonhando. - olhou novamente para trás, mas o corredor estava vazio. - Sorte que ninguém viu, seria zoado pelo resto da vida. - resmungou. - Eu não sou mais um bebê para a senhora ficar me beijando na testa ou na bochecha, as pessoas vão comentar e me zoar. – olhou-me sério. - Agora só falta ser chamado de bebezão. - resmungou baixinho.

- Mas você entrou na escola de mãos dadas com a Lauren. - comentei, coloquei a mão na cintura, esperando uma resposta. David parou em frente a uma porta, julguei ser sua sala.

- Mama Lauren é uma gata e é descolada! - comentou casualmente, Lauren entregou sua mochila.

- Eu sou feia? - perguntei assustada, minha boca caindo automaticamente.

- Não. - disse rapidamente. - A senhora é linda, a mulher mais linda do mundo! - enfatizou com as mãos, seus olhos desesperados. - A senhora é uma mãe muito gostosa, não fica triste Mama. - pediu com um enorme bico. – Na verdade tenho as melhores mães do mundo além de que elas são o reflexo da beleza. – piscou.

- E quanto ao descolada? - perguntei. David pigarreou.

- Não posso me atrasar mais para a aula. – disse, dirigiu-se a porta, tocou na maçaneta, mas antes de abrir, girou seu corpo e sussurrou. - Amo vocês!

- Eu não sou descolada. – murmurei deixando meus ombros cairem assim que David entrou na sala.

- Esqueça esse assunto. - Lauren apenas disse, mas eu podia ouvir o orgulho escorrendo por suas palavras. - Sabe que nessa idade os filhos não aceitam demonstrações de carinho em público. - começou a me guiar para a saída. - Tenho certeza que David também te acha muito legal. - a encarei ainda tentando absorver a ideia que não era descolada. - Agora a Mama mais descolada vai te deixar no trabalho. - roubou um selinho e alargou o sorriso.

- Idiota! - resmunguei.

- Não... – negou. - Sou a mãe mais descolada!

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Sejam sinceros, como estamos?

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