1- A Telepata_ Persuadidos

By JssikaSoares

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" No segundo que eu olhei para ele, eu sabia que não tinha mais volta." Sarah Rens é uma garota comum que... More

Ajuda dos leitores ;)
Sinopse
Capitulo 0 - Prólogo
Capítulo 1 - Nada menos que estranho
Capítulo 2 - Lar das pessoas inconvenientes
Capítulo 3 - Intocável
Me da uma estrelinha? Nunca te pedi nada :)
Capítulo 4 - Pequeno milagre
Capítulo 5 - Cowboy
Capítulo 6 - Alguém perfeito
Capítulo 7 - Megafone
Capítulo 8 - Quebrando Muros
Capítulo 9 - Casamenteira
Capítulo 10 - Pessoas que nem existem
Capítulo 11 - Despretensiosamente
Capítulo 12 - Pensar com você
Capítulo 13 - Se eu pudesse fazer o que ele faz
Capítulo 14 - Rostos me encarando
Capítulo 16 - Uma versão do garoto de olhos cinzentos
Capítulo 17 - Algo que estava por vir
Capítulo 18 - Novas vizinhas
Capítulo 19 - Maldita telepatia
Capítulo 20 - Dependeria da sorte e do destino
Capítulo 21 - Seguindo em frente
Capítulo 22 - A leveza de Zac
Capítulo 23 - Do que você tem tanto medo?
Capítulo 24 - Se você pudesse ver
Capítulo 25 - Me deixando envolver
Capítulo 26 - Viajem de feriado.
Capítulo 27 - Ela esconde tantos segredos quanto eu.
Capítulo 28- Não importa o que você escolha, o destino não muda
Capítulo 29 - Acho que estou completamente apaixonado por você.
Capítulo 30 - O destino nunca se altera, sempre se modifica.
Capítulo 31 - Como seguir em frente depois de estar com ele?
Capítulo 32 - Lobo na pele de cordeiro
Capítulo 33 - Tantas coisas nele faziam sentido naquele instante.
Você de roteirista, que tal?
Capítulo 34 - Agora estou pronta!
Capítulo 35 - Fique de olhos bem abertos, tente não perder nada.
Capítulo 36- Perto o suficiente da verdade.
Capítulo 37- Tudo parecia querer me engolir outra vez.
Capítulo 38- Era estupido prolongar aquela situação.
Capítulo 39 - Dessa vez não vai ter enganos.
Capítulo 40 - O preço por não pensar direito.
Capítulo 41 - Não desista amor, lute por nós.
Capítulo 42 - Eu estive lá esperando você cometer o menor dos erros.
Capítulo 43 - Não queria só a minha alma, queria me enterrar no inferno.
Capítulo 44 - Volte e tente terminar o que precisa ser terminado.
Capítulo 45 - Vamos viver a nossa vida a partir de hoje.
Capítulo 46 - Parecia que só os verdadeiros permaneceriam em pé aquela semana.
Capítulo 47 - Aquela bala nunca conheceu o destino que ele esperava.
Capítulo 48 -Bem longe de terminar. (FINAL)
Novas histórias :)
Continuação começa hoje 25/12
14 coisas que você não sabia sobre "A Telepata_"
***** Lançamento *****

Capítulo 15 - Conclusões sobre a vida alheia

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By JssikaSoares


Acordei aos prantos enquanto meu corpo parecia prestes a queimar. Meus lençóis estavam ensopados de suor e a minha temperatura corporal parecia tão alta quanto às batidas do meu coração.

Levantei quase que de imediato e acendi a luz do quarto temendo que algo estivesse escondido na escuridão.

Não conseguia respirar direito e sentia que algo me sufocava.

Eu ainda vestia as roupas do dia anterior e tudo estava exatamente onde deveria estar. O desenho estava no criado mudo, juntamente com o relógio que marcava 4h00 da manhã, a cama parecia um festival de lençóis amassados e suor, a janela ainda aberta e a porta trancada. Tudo como havia deixado antes de adormecer.

Demorei um pouco para me recompor e mais ainda para criar coragem para entrar no banheiro e lavar o rosto com água fria. Encharcar as mãos e o rosto sempre me trazia de volta à realidade depois de um pesadelo.

Assim que já estava respirando normalmente voltei para o quarto a fim de escrever os detalhes daquele sonho no meu caderno secreto. Porque nunca tinha tido um sonho tão perturbador antes, nunca nem sequer tinha sonhado com todas aquelas pessoas juntas. Era como meu próprio filme de terror.

Peguei o caderno da sapateira e estava me dirigindo para a cama quando uma luz vinda da janela chamou minha atenção. Não era comum ter carros passando pela nossa rua àquela hora e minha curiosidade ganhou.

Larguei o caderno na escrivaninha a caminho da janela e depois fiquei observando um carro parar em frente à casa dos Mcfilds. Os faróis foram apagados, mas ninguém saiu do veículo.

Já tinha me esquecido do que estava fazendo à medida que pareceu estranho de mais o carro continuar lá por tanto tempo. Então, uma porta se abriu e de lá desceu Josh abotoando a camisa de flanela que usava. Ele colocou a cabeça mais uma vez para dentro do carro, antes de ir, e depois deu as costas à pessoa que o dirigia, sorrindo.

Mesmo que não fosse da minha conta eu me sentia intrigada em saber com quem ele estava àquela hora. Era uma mulher, sem sombra de dúvidas. E aquilo me incomodou mais do que deveria.

Algo dentro de mim quebrou e me senti estúpida só por achar que poderia existir alguma coisa entre eu e ele. Se no passado nunca havia acontecido, não tinha porque existir naquele momento.

Ele caminhava devagar para a porta dos fundos, de onde minha janela era visível, e quando parou na porta olhou na minha direção. Eu apenas saí antes que nossos olhares se cruzassem e depois apaguei a luz. Não querias que ele visse que eu estava acordada ou pior ainda, que tinha visto ele saindo daquele carro.

Peguei o caderno outra vez e sentei na cama para escrever os detalhes do sonho. À medida que ia escrevendo as palavras meu coração acelerava.

Só quando algumas lágrimas caíram sobre o papel foi que notei que estava chorando. E mesmo que tentasse dizer o porquê não o sabia. Em parte chorava de pavor por lembrar do sonho que tinha tido e em maior parte por um coração partido.

Não aguentava mais a vida que levava, os sonhos, ouvir o que as pessoas pensavam e gostar de alguém que não existia. Não aguentava mais nada, só queria fugir para qualquer lugar em que me sentisse normal.

Terminei de escrever o sonho e atirei o caderno na cama com força. Abri o armário e escolhi uma roupa quente para colocar. Nada de mais, só queria me arrumar para a escola e sair bem mais cedo.

Calcei um tênis de corrida, calças jeans e um moletom com capuz. Depois guardei o caderno dos sonhos no lugar e juntei todas as coisas que iria usar naquele dia de aula. Parei somente para deixar um bilhete avisando que havia saído para correr e iria direto para a escola depois.

Desci as escadas silenciosamente e abri a porta com a mesma sagacidade. Depois corri porta a fora pelo que pareceu dois quarteirões. Só parei quando fui obrigada, pelo mesmo semáforo que tinha me separado do garoto dos meus sonhos.

Os carros vinham e iam sem parar, ninguém respeitava o transito naquele horário.

Já tinha se passado uma hora e meia desde que acordara. O que significava que a cidade já estava se acordando para mais um dia de trabalho. Pessoas pediam cafés nos lugares já abertos, algumas esperavam no ponto de ônibus e trem, e outras apenas dirigiam para os trabalhos. Eu era a única sem um propósito definido, como sempre.

Parei em uma Starbooks e pedi um expresso. O atendimento foi rápido e logo já estava sentada em uma mesa aquecendo meus dedos com a temperatura do café.

Pensei em mil coisas. No que tinha visto principalmente, apesar de passar o dia inteiro negando que Josh e eu tínhamos alguma coisa, foi doloroso de mais ter a certeza que estava certa.

Além do cara do meu sonho ele era o único para quem estava disposta a dar parte de mim. Mas ao que parecia, ele não estava realmente interessado.

Eu não queria chorar mais por aquilo e decidi que a melhor coisa seria agir como se nada tivesse acontecido. Ignorar o que tinha visto e seguir em frente.

Jurei a mim mesma que não cairia mais na dele e que faria o que fosse necessário para provar que não existia sentimento nenhum dentro de mim. Daquele dia em diante eu percebi que meu coração seria guardado secretamente para o garoto dos meus sonhos, mesmo que nunca o encontrasse de fato. Pelo menos nunca me magoaria.

Nunca diria eu te amo a alguém, e se fosse namorar jamais daria tudo de mim. Porque o amor machucava muito e aquilo era a única coisa que eu sabia sobre ele.

Quanto ao sonho ele foi amortecido pela visão de Josh abotoando a camisa. Já tinha tido tantos sonhos horríveis que não me pareceu nada além do normal. Está certo que aquele tinha mexido com algo muito além do meu medo, mas não havia nada que eu pudesse fazer a respeito daquilo, somente identificar as coisas e registrar para comparar com um futuro sonho semelhante.

Passei mais de uma hora tomando um café já gelado enquanto fazia meus deveres de casa que tinha deixado por fazer. Na Starbooks era tão comum ter alunos lendo ou até fazendo trabalhos escolares que ninguém achou estranho minha presença ali, nem mesmo o horário que havia chego. Certamente estavam me confundindo com uma estudante da faculdade local. O lado bom de ser mais velha do que todas as garotas da minha classe, além de aparentar maior idade, era essa.

O sol já tinha nascido há horas quando decidi sair da cafeteria e ir caminhar pelos pontos comerciais que tinham no mesmo lado da rua. Passei por um pet shop, algumas lojas de roupa, uma mercearia e por última uma pequena livraria que não conhecia ainda. O que era raridade. Entrei sem pensar e fiquei me deliciando com os títulos nas estantes. Lendo algumas sinopses e sobre autores de grandes obras.

Não existia nada que pudesse me distrair mais do que livros, mais que histórias de amor onde o bem sempre vencia, fantasias semelhantes a minha realidade onde o mocinho sempre salvava a protagonista. Era um dos poucos hábitos que faziam parte do meu dia a dia.

Escolhi um livro com a desculpa de estar estreando a livraria nova. Depois me obriguei a ir andando antes que acabasse perdendo o primeiro tempo da aula.

Coloquei os fones de ouvido assim que sai pelas portas de correr da livraria e caminhei até a rua que me levava à escola. Meus passos apressados me levaram ao meu destino não muito tempo depois e a escola já estava abarrotada de gente.

Um grupo de pessoas, que eu conhecia somente de vista, conversava perto das escadas de entrada. Uma dúzia de garotas ficava encarando os caras mais bonitos da escola passar. Tinha também três garotas que pareciam completamente dispersas do mundo ao seu redor, que achavam muito mais interessante mexer no celular do que conversarem entre si.

Passei por todos sem prestar muita atenção. Meu irmão, Suan e nossos amigos não estavam no lugar de sempre, o que me fez presumir que já deveriam ter ido para suas respectivas salas.

Quando passei pela porta uma mão me puxou para um corredor deserto, iluminado apenas por uma luz fraca, o mesmo corredor que o zelador usava para acomodar as vassouras e baldes.

-Eu queria falar com você.- disse Dave.

Eu me sentia completamente desconfortável com ele naquele lugar. Não que eu desse muita bola para o que as pessoas pensavam, mas a ideia de alguém dizer que estávamos juntos de novo me incomodava além do que eu conseguia descrever. Não conseguia nem imaginar nós dois sendo amigos, quanto mais que um bando de gente fofoqueira espalhasse o boato de que estávamos nos agarrando nos cantos escuros.

Soltei o meu ante braço da mão dele e o olhei com dureza.

-Seja breve.

Ele olhou para mim com desdém e fez o melhor que pode para demonstrar que não se incomodava com a minha aversão ao seu toque.

-Não gosto daquele cara que anda com você.- disse ele direto.

-Quem? O Zac?- falei surpresa pela ousadia dele.

-Sim, esse ai mesmo.- ele cruzou os braços na altura do peito.- Está todo mundo dizendo que vocês ficaram juntos e que ontem você o levou para sua casa. Disseram até que vocês passaram horas lá.

Fiquei impressionada como as pessoas da escola controlavam as coisas. Eu que não era uma figura importante dentre os mais populares já estava sofrendo daquilo, mal gostaria de imaginar como era a vida da Lexi. Era um saco as pessoas tirarem conclusões sobre a vida alheia, mais saco ainda era Dave achar que eu lhe devia explicações.

-E o que é que você tem a ver com isso?- eu o fuzilei com os olhos.

Pelos pensamentos dele eu podia ver o quanto ele se sentia inseguro com aquela atitude minha, não que eu não ficasse completamente feliz com isso, mas ele era cafajeste com todas as garotas e eu não tinha nada com ele, então, não entendi a razão para aquela conversa.

-A pouco tempo você estava comigo e agora já está se esfregando com outro cara. E ainda por cima com um que eu não gosto.- por mais estranho que parecesse ele falava bem sério.

Eu não sabia se piscava várias vezes para quem sabe acordar de um sonho, se xingava ele com todos os palavrões que aprendi na vida ou se simplesmente caia na gargalhada. Acabei optando pela última opção. E ao me ver rir ele simplesmente se enfureceu ainda mais.

-Eu avisei Rens, não gosto daquele cara e acho melhor ele não cruzar meu caminho.- à medida que ele ia falando eu ia me afastando.- Não gosto que brinque com as minhas garotas...

A voz dele se tornou algo vago na minha cabeça assim que me desloquei para o corredor e o deixei falando sozinho. As dezenas de vozes ao me redor cobriram qualquer tipo de ameaça ridícula que Dave pudesse fazer. E mesmo que tenha achado absurda à conversa estranha que ele e eu tivemos era engraçado perceber como até os mais populares odiavam se sentir trocados.

Larguei meus livros no armário e segui para as próximas aulas, que ocuparam bastante a minha mente e que me renderam ainda mais falatórios.

O dia havia passado as pressas, tanto que quase nem lembrava das horas terem passado. Eu já estava na livraria, etiquetando uma remeça nova de livros que tinha chego das bibliotecas vizinhas. As mesas e corredores estavam cheias de pessoas. A maioria parecia perdida em seus próprios pensamentos e aqueles que falavam mais alto volta e meia recebiam olhares de repreensão vindo da minha direção.

O dia na escola havia sido muito chato. Muita gente, que eu nem conhecia direito, achou que tinha direito de especular sobre a minha vida. Alguns diziam que eu e Zac éramos um novo casal, outros apenas pensavam que eu estava querendo fazer ciúmes para Dave e já meus poucos amigos só queriam fazer com que eu me sentisse melhor enquanto vários olhares desconhecidos me encaravam.

Literalmente odiava a escola.

O sino, que eu havia pendurado na porta de entrada, soou. O que indicava mais um leitor diário vindo para saborear uma boa rodada de leitura. O que era totalmente normal para àquela hora.

Não desviei o olhar das etiquetas e catálogos, mesmo quando a pessoa parou bem na minha frente esperando pelo meu atendimento.

-No que posso ajudar?- disse ainda olhando para a tela do computador.

A pessoa não disse nada a princípio, apenas ficou esperando que eu a olhasse de volta. O que me obriguei a fazer.

-Está ocupada?- era Josh me encarando com aqueles enormes olhos castanhos acompanhados de uma grande quantidade de sardas.

Tudo que eu menos queria naquele momento era que ele aparecesse. Me sentia desconfortável de olhar para ele e temia que meu plano, de seguir como se nada tivesse acontecido, fosse por água a baixo. Esperava depois de tudo que tinha passado naquele dia um pouco de paz, mas ao que parecia nada sairia como o esperando.

-Mais ou menos. O que você precisa?- olhei para ele e depois voltei a olhar para a tela do computador.

-Queria falar sobre ontem.- disse ele enquanto remexia em uma pilha de blocos de anotações.

Pronto! Lá estava o único assunto da qual não queria falar. Havia passado o dia inteiro evitando pensar no assunto, o que só foi possível quando Zac me levou para a árvore e conversamos sobre animais de estimação. Eu estava indo bem em não pensar em Josh se agarrando com outra pessoa, mas se ele tocasse no assunto, assim do nada, as coisas iam voltar com bem mais peso do que gostaria que elas tivessem.

-Desculpa ter furado com você ontem à noite.- disse ele sem de longas.- Precisava ver alguém e fiquei sem bateria para te avisar.

Ele não olhava pra mim naquele momento, eu ousaria dizer que até que se sentia um pouco envergonhado.

Era isso que mais me incomodava em Josh. Ele sempre parecia estar fazendo a coisa certa até mesmo quando estava fazendo à coisa errada. A forma como ele parecia envergonhado de ter sido pego no flagra me fazia sentir aqueles sentimentos querendo retornar. Aqueles que jurei nunca mais ter por ele.

Tanto eu quanto ele sabíamos que eu o tinha visto sair daquele carro. Mas não ia ser eu a pessoa que daria o braço a torcer e tocaria no assunto. Pra falar a verdade nem queria saber o que ele estava fazendo e muito menos com quem. Ficaria feliz só se ele fosse embora e me desse pelo menos mais algumas horas para ficar sozinha com as minhas próprias ideias.

No passado ele tinha o costume de fazer a mesma coisa. Segundo ele, gostava tanto de mim que se sentia mal por me fazer ver ele trocar beijos com alguma garota qualquer. Ele sabia dos meus sentimentos por ele e a todo momento fazia questão de dizer que não sentia o mesmo.

Perdi as contas de quantas vezes eu fui chorando para casa, depois de um longo final de semana na fazenda da tia de Suan. E de todas as outras vezes que ele me ligou para me consolar pelos sentimentos que ele não podia corresponder. Apesar de ser humilhante eu e ele sempre fazíamos as pazes e depois de algum tempo tudo voltava a se repetir. Era um ciclo sem fim, até o ponto que fiquei mais velha e esperta. Que parei de demonstrar tanto as coisas e passei a desprezar qualquer sentimento que pudesse ter.

Aquilo havia acontecido bem na época que os sonhos com o garoto de olhos cinzentos começou a aumentar. Uma época que os sonhos eram tão bons e frequentes que tudo que eu queria era dormir.

Acho que foi naquele momento que eu existi para Josh. Só quando me viu não dar mais bola para as suas feições perfeitas e sua risada charmosa é que ele percebeu que eu era alguém a quem se investir. Igual acontece com aqueles caras bonitões, nas series de TV, que querem ficar com a única garota que não está nem ai para eles.

Josh não era diferente dos outros homens no fim das histórias. Tinha um ego tão grande e sedutor quanto a sua beleza.

-Sem problemas.- disse por fim, dizendo para mim mesma, mentalmente, que não valia o drama que eu estava fazendo.

-Então podemos treinar mais tarde?- disse ele com um sorriso no canto dos lábios. Daquele tipo que em outros tempos me faria concordar com tudo que ele quisesse.

-Estava pensando em um dia de folga hoje.- disse calmamente. Tentando não me mexer muito rápido, nem olhar para ele e muito menos tocar os cabelos. Indícios claros de que estava mentindo e me sentia desconfortável com isso.

-Mas você teve folga ontem.

Olhei para ele sem saber muito bem o que dizer. Sabendo que já tinha perdido aquela discussão no segundo que ele entrou por aquela porta.

-Tudo bem. Onde vamos hoje?- meus ombros cederam, em um sinal de frustração absoluta.

Ele voltou a mexer nos papeis e depois pegou uma caneta no balcão. Rabiscou no meu pequeno bloco de notas um endereço e um horário para que eu estivesse lá.

-Esteja lá às 20h00. Não vou poder pegar você porque tenho alguns compromissos para fazer hoje.- como ficar se agarrando em carros luxuosos com garotas extravagantes? Pensei comigo mesma.- Mas encontrarei com você lá, nesse horário.

-Okay.- foi tudo que eu disse.

Ao perceber que não teria mais nada de mim que não fosse aquela singela conversa ele virou as costas e foi para seus afazeres importantes. Não fazia ideia do que era aquele endereço, só sabia que não teria muito tempo para me arrumar já que chegava em casa às 19h00.

Depois da visita inesperada de Josh a tarde se passou em um piscar de olhos. Havia sido produtivo meu dia de trabalho. Mais do que geralmente era, isso porque eu estava quieta. Não havia conversado muito com os leitores de plantão. E nem tinha parado para ler algo que havia passado pelo meu campo de visão.

Só queria não pensar em nada e trabalhar me pareceu um ótimo passa tempo.    

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