Amor Por Contrato

By anna_mendonca

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Sentimentos são coisas inexplicáveis e destinos também! Até onde você iria para reconquistar sua paixão? Aqui... More

Aviso
Vida Nova-J.A
Um bom emprego-J.Alencar
Se arrependimento matasse-J.Alencar
A verdade às vezes dói-J.Alencar
Ansioso-J.Bieber
Tenho amor próprio!-J.Bieber
Desculpas aceitas!-J.Bieber
Uma grande amiga-J.Bieber
Muitas surpresas-J.Alencar
Tudo por meus amigos-J.Alencar
Apenas amigos-J.Alencar
Você é um idiota!-J.Alencar
O contrato-J.Alencar
O que eu estou sentindo?-J.A
Srta Sinceridade- J.Bieber
Com destino Brasil-J.Bieber
Lutando contra meu choro e minha dor-J.Alencar
Lágrimas e Wisky Combinaçao Quente- J.Alencar
E agora?-J.Alencar
Ainda não assinamos nada-J.Bieber
Não podemos sentir ciúmes- J.Alencar
O que somos?-J.Alencar
Você só precisa dizer-J.Alencar
Nunca foi real-J.Alencar
O que eu precisava ouvir-J.Alencar
Jantar de negócios-J.Alencar
Apenas duas semana!-J.Alencar
Eu prefiro acreditar nele-J.Alencar
Chegou a hora!-J.Alencar
Justin B. vs Harry S.-J.Bieber
Nossa Bolha-J.Alencar
Amor por Contrato-J.Alencar
Você não está sozinha-J.Alencar
Pra você lembrar de mim...-J.Alencar
Olá decepções!-J.Alencar
Dor?Uma velha conhecida-J.Alencar
Cinderela - Zac Efron
É tudo real nas minhas mentiras - J.Bieber
Nosso melhor erro! - J.Bieber
Consequências - J.Bieber
Abra seus olhos - J.Bieber
Acima de qualquer verdade - J.Alencar
Medos - J.Alencar
Acredite em nós! - JusJu
Amor ou Orgulho? - J.Alencar
Chegadas e Partidas - J.Bieber
Que meu fim seja com você!
Segunda Temporada
Vida nova - JusJu
Que assim seja - JusJu
Home - Juliana Bieber
O silêncio e o caos - Justin Bieber
Pequenos anjos - Juliana A. Bieber
Família Bieber - Juliana A. Bieber
Declínio - Juliana A. Bieber
Sacrifício - Justin Bieber
Sonhos reais - Juliana Alencar
Mágoas - Juliana Alencar
O fim! Existem os finais felizes e os finais necessários

Em outra vida - Juliana Alencar

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By anna_mendonca

Em outra vida - Juliana Alencar

Foi uma hora discutindo sobre uma relação da qual não quero mais fazer parte. Suas palavras, mesmo em alto e bom som, parecem não mais falar minha língua. Eu poderia muito bem gritar igualmente, se ele não estivesse tão cego. Tenho um segredo pra contar, seus heróis também tem defeitos, todos eles escondidos atrás do sorriso no comercial de tv a cabo.

O ferimento em si nem dói tanto quanto ver sua intenção em me ferir. Palavras tão pequenas de quem parece não ter mais nada a perder, somente um fadário de coisas a dizer, sempre antes de pensar.Todos os seus gritos me deixam com a impressão de que estou sempre atrasada, ou pior, que já estive por aqui por tempo demais.

Fico rouca diante de perdões formais, que dirá quando a solidão se manifesta tão necessária. A partir de hoje, só o que for muito, muito leve, bonito e fácil. A grande maioria desiste. Eu, só estou abrindo mão. O meu coração partiu. Para outro lugar.  E não sei se ele queria que eu lutasse ou não, mas agora tanto faz. Muitas pessoas ficaram pra trás, outras tantas deixei passar. Não sei de que lado ele está.

Mas. Bem. A vida segue, não sei como, mas é confortável pensar assim. São as estradas da vida. Só se pode seguir uma delas, sem nunca saber como seriam as outras. Acontece assim também com alguns amores. Apenas seguindo em frente, por mim e por meus filhos, não posso ficar parada esperando que o pai deles decida, não posso permanecer ao lado de alguém que não quer nossa companhia, minha prioridade é meus filhos e eu sou capaz de tudo por eles, até deixar o homem que amo, não posso mais lutar, estou cansada. Vou sentir saudades, mas a dor chegou ao ponto insuportavel. Não sei o que dói mais. Quando acaba ou quando a gente precisa cair na real que acabou e já faz tempo.

Caminho para a saída da delegacia, mas agora todos os canais de televisão estão aqui esperando por qualquer noticia, sem se importar se será boa ou ruim, eles querem audiência, eles querem vender a noticia mesmo que uma família esteja se desfazendo, mesmo que alguém esteja sofrendo. Eu ignoro qualquer chamado, Philipe e alguns policiais me ajudam a chegar até meu carro. Assim que consigo entrar Chaz trava as portas e consegue sair rapidamente, olho preocupada para meus bebês e eles apenas dormem feito anjos que são, tão inocentes, não fazem ideia do quão doloroso este mundo é, de como a vida é complicada.

- Eles deram muito trabalho? - Pergunto ainda os olhando e quase nem acreditando que Chaz conseguiu fazê-los dormir.

- Eles dormiram depois da décima volta na quadra... – Ele dizia sorrindo de lado, isso queria dizer que eles devem ter chorado muito até dormirem, eu não sei se fico com pena do Chaz por ouvir gritos e choros ou dos meus pequenos inocentes que acordaram cedo e quase não puderam se alimentar.

- Sinto muito.

- Já disse que faço isso porque os amo, não é nada de mais. Agora me fale como foi lá dentro.

Um suspiro involuntário soou alto, eu nem sabia exatamente o que dizer porque não conseguia entender o que tinha acontecido com a minha vida. Tinha perdido a elegância. Tinha perdido a mundanidade. Tinha perdido a concha protetora. Tinha perdido o senso de humor diante dos problemas. Queria tudo de volta. Queria que as coisas corressem mansas pra mim. De algum jeito, eu sabia que isso não ia mais acontecer, pelo menos não tão logo. Eu estava fadada a me sentir culpada e desprotegida.

- Meu casamento acabou Chaz. – Falar isso em voz algo faz com que sinta uma dor tão grande que parece que ela me prendeu como um monstro de vários braços, me envolvendo em uma tristeza sem fim. Ele me olha como se o que eu tivesse acabado de dizer uma grande besteira, algo dramático.

- Sem essa...  – Ele diz ainda não levando a sério.

- Aquele Justin que eu vi hoje não é o mesmo com quem me casei.

- Juliana vocês já passaram por coisas piores, vocês se amam.

- Ele não me ama mais...

- Ele disse isso?

- Não precisou, eu vi nos olhos dele. Não restou nada.

Eu não queria mais falar sobre esse assunto, então Chaz apenas me levou de volta para casa, os seguranças pareciam assustados com a noticia que todos já viram na TV. Chaz está com Julian e eu carrego Jhenny, caminhamos com cuidado para não acorda-los, Marceli e Sophi já voltaram e ao me verem parecem sentir pena.

- Me deixe ajudar. -  Sophi se aproxima pegando Jhenny dos meus braços e a leva para o quarto junto com Chaz e Julian. Marceli se aproxima e eu apenas encolho meus ombros sem dizer qualquer palavra e a abraço.

- Não fique assim dona Juliana, tudo vai se ajeitar, e logo o senhor Bieber vai estar aqui.

Meus olhos estão secos e tudo em mim parece da mesma forma, me solto da Marceli assim que escuto o telefone tocar, ela atende rispidamente e eu sei que deve ser algum canal ou site querendo saber sobre a prisão do Justin, ela desliga, mas assim que ela o solta ele toca novamente, o dia será assim, eles não vão nos deixar em paz.

- É sua mãe dona Juliana, ela já ligou varias vezes.

- Eu não estou pra ninguém Marceli...

- Mas..

- Ninguém.

Repito a deixando na sala e subindo as escadas, não consigo mais pensar, não estou em condições para dar qualquer explicação, não posso explicar uma coisa que eu mesma ainda não entendi . Posso parecer egoísta ignorando minha família dessa forma, mas eu preciso de um tempo antes de qualquer coisa. Vou para o quarto dos bebês e Sophi está dando mamadeira a eles, Chaz apenas está sentado em silencio com seu pensamento longe, tão longe que não percebe minha chegada.

- Me deixe te ajudar Sophi.

- Não precisa, a senhora parece cansada, me deixe cuidar deles e descanse um pouco.

Tudo que eu menos queria nesse momento era ficar sozinha, isso me levaria novamente a Justin e nossa briga e não consigo. Ficar com meus bebês me faria não pensar. Por que quando eu olho para eles é como se tudo valesse a pena, eles são minha motivação todos os dias, são a minha única alegria.

- Estou bem. - Limito-me a dizer.

- Jú? - Chaz me chama e sem eu ao menos notar ele já esta ao meu lado -  Sophi está certa, você nem dormiu essa noite.

- Eu estou bem. – Continuo.

- Faz assim, tenta dormir pelo menos meia hora e depois volta, os bebês vão ficar bem por alguns minutos.

- Você também precisa dormir, eu te arranquei da cama cedo... Desculpa.

- Relaxa, eu me ajeito em qualquer lugar.

- Vou pedir pra Marceli ajeitar o quarto de hospede pra você.

- Deixa que eu mesmo falo com ela, eu sou de casa. - Ele sorri.

- Está certo…

Dou um meio sorriso vencida e caminho de volta ao meu quarto, a claridade me incomoda e eu fecho as cortinas, o cômodo está escuro e silencioso, me sento na poltrona soltando o ar preso em meu peito, eu não sei o que pensar e nem o que fazer agora.

Eu deveria tomar um banho, mas eu não quero então apenas coloco um pijama velho e confortável e me arrasto para cama, meu corpo agradece, me encolho no canto, fecho meus olhos por alguns segundo e os abro novamente, minha mente não vai me deixar dormir agora, estou cansada de mais, mas também estou preocupada com ele e mesmo depois de tudo e do modo que sai da delegacia eu não consigo parar de pensar nele vestido naquele macacão laranja, dentro de uma cela nojenta e fria, é impossível para mim não pensar e tudo que queria agora é saber que ele está bem, eu nunca desejaria vê-lo daquele jeito, mesmo eu estando brava. Rolo de um lado para o outro na cama. Escuto batidas leves na porta e me sento rapidamente...

- Pode entrar… - Falo alto e a porta se abre deixando um pouco de luz entrar, eu pensei que seria Marceli ou Sophi, mas é Chaz carregando uma bandeja meio desajeitado.

- Está vestida? - Ele pergunta com uma das mãos nos olhos.

- Sim claro.

Ele acende a luz e encosta porta, ele encolhe os ombros e se aproxima com a bandeja de comida. Chaz tem sido tão gentil e amigo, as vezes ele parece ser duas pessoas diferentes, horas me faz rir com suas piadas sem graça e outras me surpreende por gestos como este, eu acho que de alguma forma eu sempre encontro os melhores amigos.

- Prometi a Marceli que faria você comer..

- Estou sem fome.

- Ficar sem comer não vai ajudar.

- Eu acho que nunca te agradeci o suficiente, você tem sido mais que um amigo, você tem sido um irmão e um tio maravilhoso, obrigada por tudo Chaz…

Me aproximo o abraçando com gratidão e carinho, ele me acolhe nos braços e eu me sinto bem, ele faz com que me sinta protegida pela primeira vez em meses. A verdade é que Chaz tem ficado mais ao meu lado do que qualquer outra pessoa, ele está comigo toda vez que grito por ajuda, ele tem segurado minha mão. Mas quer saber o que é mais triste em tudo isso? É perceber que este que me acolhe em seus braços não é aquele que jurou fazer isso até nossos últimos dias, perceber que suas promessas foram apenas palavras insignificantes jogadas ao vento como cinzas.

Por meses eu tenho fechado os olhos, fingido que tudo estava bem, andei sorrindo sem vontade apenas para que os outros pensassem que estava bem, quando na verdade estava mascarando a verdade de estar sozinha, acho que queria acreditar que era apenas uma fase, que Justin precisava apenas de um tempo para se adaptar a todas as mudanças, mas os dias iam se passando e eu precisava ser mãe, eu precisava ser adulta, eu não podia apenas me trancar em um quarto e chorar, minha vida mudou e eu tive que mudar com ela, eu tinha dois bebês que precisavam de mim, e meu marido não estava ao meu lado.

Nesses meses eu me tranquei em um casulo, me fiz de forte e banquei a durona, porque era isso que eu deveria ser, era isso que todos esperavam de mim, mas hoje eu chorei, hoje eu ainda preciso chorar, meus olhos pedem por isso e meu corpo quer reagir, sinto que tenho um grito preso em minha garganta, depois de tanto tempo eu me sinto como uma garota frágil mais uma vez, e hoje não consigo fingir, a dor não me permite. Dói perceber que meu casamento acabou, dói estar aqui e ele preso. Será que ele não sente falta? Não lembra de tudo que juramos? Parece que só eu ainda tenho um coração, em toda essa história.

Memória, memória, memória… argh... Chaz me abraçava com tanto carinho que alguma forma afagava minha carência e me fazia me sentir pior ainda e, lá estava eu molhando sua camisa com minhas lagrimas.

- Você está chorando? - Ele me solta encarando meu rosto com preocupação, baixo minha vista com vergonha e implorando que ele não julgue. Eu me sentia tão ridícula e tão culpada por envolvê-lo em meus problemas.

- Onde eu errei Chaz? Você acha que eu me tornei tão repulsiva depois da gravidez?

- Do que está falando? Você nunca vai ser repulsiva, ainda continua linda como antes ou até mais.

- Não precisa mentir, eu me vejo no espelho e sei o quanto estou horrível. Está doendo, e eu não sei o que fazer com tudo isso. Eu tentei ser boa pra ele, eu entendi que ele estava assustado e o deixei ir, eu entendi que não estava mais atraente, eu quis acreditar que ele só estava confuso.

- Jú, não chora. Não tem coisa pior do que ver mulher chorando.

- Desculpa por te fazer ficar ouvindo meus problemas, é so... eu só me sinto sozinha, eu não tenho ninguém Chaz.

Ele me puxa mais uma vez e eu me acolho em seu colo chorando, Chaz era o único que eu ainda tinha e conseguia falar, eu não tinha coragem de ligar para o Will ou para Suzi só para falar meus problemas, eles tinham a vida deles pra se preocupar, não precisavam de mim para encher ainda mais a cabeça deles. Minha família estava longe de mais para eu ligar e deixa-los preocupados, eu podia resolver sozinha, eu não queria envolver as pessoas que amava, eu aceitei me casar com o Justin quando todos diziam que seria um erro, meu pai foi contra e eu passei por cima da sua vontade e Will me falou por vezes que eu estava cometendo um erro, como eu iria encara-los agora e dizer que estavam certo quando diziam que Justin iria brincar comigo novamente? Eu apostei alto e perdi.

- Ei, não se desculpe. Vem aqui… Você tem a mim.

(...)

O quarto está escuro, minha cabeça pesa e meus olhos estão inchados, não consegui assistir todo o julgamento pelo tv, Chaz desligou quando viu que meu choro não cessaria e meus soluções estavam altos de mais, eu só queria ficar sozinha e ele entendeu e me deixou… Eu nunca mais havia dormido depois de chorar e agora eu me sinto um pouco mais vazia, sinto como se tivesse vomitado tudo que estava me fazendo mal, todas as palavras engasgadas em minha garganta e toda dor que venho guardando em silêncio, tudo se foi depois do primeiro grito e depois de ter me deixado ser um pouco mais fraca, estava carregando o peso do mundo em minhas costas. Encaro a pouca luz e tudo em mim parece mais sossegado e depois de ser fraca eu me sinto mais forte, decidida e cheia de coragem, uma coragem que eu havia esquecido que possuía. Não vou voltar atrás dessa vez,  eu mereço mais do que isso, meus bebês merecem mais do que isso, e decidida me levanto, passos rápidos até a porta e desço as escadas dois degraus de cada vez.

- Marceli? - A chamo, procurando até que a vejo surgir na sala enxugando as mãos e me olhando curiosa e um pouco preocupada.

- Algum problemas dona Juliana? - Seu cenho está fechado, e eu me sinto bem, é a primeira vez em meses que realmente estou bem, como se estivesse acabado de me reencontrar, encontrei a velha Juliana que costumava ser e gosto mais dessa minha própria versão.

- Preciso que me ajude a fazer as malas. Onde está Sophi?

- Está com os gêmeos, nós vamos viajar senhora?

- Não, vamos apenas nos mudar.

Seus olhos se arregalam e por mais que tente não consegue dizer nada, me viro indicando que me siga, Marceli está em total confusão, mas não quero dar explicações agora, não vou mudar de ideia. Ao chegar no quarto dos bebês eles estão acordados e Sophi os colocou juntos em um mesmo berço, sorrio com minha visão, é por eles que vivo e é por eles que faço qualquer coisa. - Meus amores - Me aproximo pegando Jhenny e aspirando seu cheiro, eu amo o cheiro dos meus bebês, beijo ela enquanto ela me mostra um sorriso sem dentes, tão inocentes ainda pra entender o que está acontecendo.

- Estão impossiveis dona Juliana - Sophi diz sorrindo - Não querem dormir.

- Eu vou ficar um pouco com eles, enquanto isso Sophi você poderia ir fazendo as malas deles?

Seu sorriso desaparece e se forma um grande simbolo de interrogação em seu rosto, ela olhar nervosamente para Marceli que apenas dá de ombros, tambem ainda sem entender o que estou dizendo. Elas devem pensar que estou louca, querendo sair de férias quando meu marido está preso, mas Justin só passará uma noite na delegacia, Philipe é um bom advogado, por mais besteira que Justin tenha feito ele conseguiu recorrer e entrou com novo pedido de fiança que dessa vez foi aceito. Mas o que ninguem sabe é que não posso mais continuar nessa casa, é grande de mais, ela está fria, quase sem alma e não quero que meus bebês fiquem em um ambiente onde os pais estão sempre brigando, estão sempre de mal humor… Eu estarei com eles sempre, já Justin podemos contar nos dedos quantas vezes ele realmente tirou um dia para ficar com os filhos, comigo.

O fato é que este casamento acabou e não há razão para continuar na mesma casa, e tambem não quero que ele saia e me deixe aqui, eu prefiro algo menor, um lugar novo que podemos criar novas histórias sem ficar olhando para os lugares e lembrando as coisas boas e as coisas ruins, eu quero viver, e não chorar o tempo todo.

- O que devo colocar na mala senhora? - Ela pergunta, mas percebo que varias outras perguntas estão gritando em sua mente, ela apenas não tem coragem de fazê-las.

- Não vamos viajar, estou saindo de casa e não preciso falar que esse não é um assunto para ser comentado com ninguem certo?. - As olho e elas apenas acenam com a cabeça positivamente, ainda em choque pelo o que acabei de dizer. - Ok, vamos levar apenas o necessário por agora, depois mando buscar o resto das coisas. Marceli eu vou te entregar as chaves e o endereço do meu apartamento, está a muito tempo fechado e deve estar com poeira, confio em você para deixa-lo perfeito para receber meus bebês. Eu e Sophi vamos comprar algumas coisas e eu realmente preciso que esteja pronto para nossa mudança.

- Sim senhora, estará pronto.

- Obrigada Marceli, Sophia amanhã será um dia longo precisarei de você.

- O que precisar donha Juliana.

- Obrigada…

Sorrio genuinamente agradecida as duas,  Marceli sai e Sophi caminha e pega a mala. Procuro não pensar muito, olho o relógio e são apenas oito da noite, não quero cogitar a ideia de ler qualquer coisa a respeito da prisão do Justin, meu celular foi bombardeado de chamadas e mensagem durante todo o dia e eu apenas o ignorei. Mas olho diante de mim meus bebês e lembro-me da minha mãe, ela deve estar preocupada e meu pai deve estar louco e soltando veneno para todos os lados, minha vida deve estar sendo comentada aos quatro cantos do mundo, e já devem saber que Justin foi preso com uma garota no banco do seu carro. Ok, agora sim eu preciso ser forte… - Vamos falar com a vovó? - Pergunto e Jhenny sorrir, ai se ela entendesse não estaria sorrindo.

Assim que Julian está arrumado e sua irmã tambem eu passo um corretivo para esonder as olheiras e meus olhos inchados, respiro fundo clicando no botão de chamada do Skype, ao atender minha mãe tem o rosto preocupado e encara a tela como se ela pudesse entrar e me da um abraço, o abraço que estou precisando agora, mas eu tento parecer bem e sorrio e aceno com as mãozinhas da Jhenny e depois Julian, - Oi vovó -  afinando a voz arrancando sorrisos alegres dos meus bebês que parecem estar no melhor de seus humor, mamãe sorri, mas não é um sorriso feliz, ela está me olhando ainda preocupada.

- Como está querida? - Ela pergunta com carinho.

- Aguentando firme. Essas minhas coisinhas estão me ajudando. - Sorrio.

- O que aconteceu de verdade? Sabemos que a mídia fornece informações falsas.

- Não li o que andam dizendo, mas meu conto de fadas acabou. - Dou de ombros.

- O que está pensando em fazer?

- Não sei ainda, mas vamos sobreviver…

- Seu pai quis pegar um avião no mesmo momento.

- Posso imaginar, mas diga a ele que estamos bem. Só liguei para que pudesse ver os bebês, eles sentem sua falta e eu tambem. Não se preocupe comigo mãe, eu te amo.

Eu não tinha outra escolha, eu era forte ou era forte, no momento eu não posso me entregar a tudo que está dentro de mim, optei por esconder tudo debaixo do tapete, a dor está ali, só escolhi esconde-la eu sou boa nisso, melhor do que qualquer coisa e as vezes até eu mesma acredito. Eu passei toda a noite ali, apenas observando o sono tranquilo dos meus bebês, suas respirações calmas e sem preocupações, e pensando em como sobreviverei, em como devo seguir e eu vejo que não tenho qualquer plano, não tenho ideia do que fazer. Não estou mais sozinha e não posso simplesmente sumir no mundo, eu não tenho um emprego e não tenho nada. Eles eram tudo o que eu tinha. De toda a minha vida, minhas únicas conquistas foram os filhos. Sempre estavam atentos a mim, eles me amavam e para eles eu era tudo.. Afundei-me no couro macio da poltrona, ainda olhando, querendo sentir, querendo chorar, querendo gritar, esmurrar as paredes e o mundo. Mas nem reagir eu conseguia, nem levantar a voz eu era capaz. Eu sempre soube que já estava morta, mas, ali, eu só tive a confirmação. Entre um sussurro e um par de olheiras, eu tive a detestável certeza, eu era uma alma morta. Eu era um corpo que apenas sabia andar e sabia que duas vidas dependem que estivesse firme, eu era um acumulado de desesperos e silêncios. Eu era fruto da ausência de amor e ao mesmo tempo era o acumulo de todo amor do mundo. Julian e Jhenny eram os únicos que faziam eu querer juntar os pedaços que teimavam em continuar soltos. Que me faziam sentir. Eles era os pequenos anjos que abriam as portas do inferno que é onde eu me encontrava.

Não desejo nada para mim, mas quero dar o mundo a eles, em outro momento meu orgulho gritaria tão alto que eu não seria capaz de escutar nada alem, mas quantas coisas mudaram desde que conheci o verdadeiro sentido da vida, quando se tem filhos o mundo não gira em torno de você, mas em torno do que é melhor para eles, não vou obrigar-me a ficar aqui, mas tambem não vou negar o que é deles de direito, se Justin não quer e não faz questão eu faço, meus filhos terão o que é deles, não fiz sozinha e tambem não planejei. Não vou abrir mão da Sophi, vou precisar de um tempo até conseguir me reerguer e conseguir um novo emprego, já estou bem o suficiente. É isso… Não vi as horas se passarem, não dormi apenas cuidei do sono dos meus pequeno.

Uma fina chuva cai do lado de fora da janela, meus olhos estão secos pela falta de uma noite de sono, ainda estou sentada na poltrona velando o sono dos meus pequenos e inocentes filhos, o mundo está barulhento lá fora, mamãe e papai estão enfrentando uma grande tempestade, porem eles ainda dormem tranquilamente, a salvo de tudo.

Respiro e me levanto esfregando os olhos, não faz muito tempo desde sua ultima mamada, acho que ainda tenho tempo para uma ducha, ao chegar no corredor posso ver que Sophi já está acordada e perfeitamente vestida para o nosso longo dia, aceno com a cabeça e ela segue para o quarto dos bebês. A ducha quente é relaxante, de olhos fechados eu sinto a água escorrer pelo meu corpo e aos poucos meus músculos cedendo. Acho que fiquei por trinta minutos ou mais, apenas ali fitando os azulejos, tentando decidir o que farei de agora em diante, sei que devo arrumar um emprego, mas não sei o que.

Ao sair eu não demoro a escolher uma roupa e quinze minutos eu estou completamente pronta, vestida em jeans escuro, uma camisa branca solta, cabelos ainda úmidos e apenas uma mascara e um gloss, sapatilhas confortáveis, podemos chama-las de sapatilhas de mãe. Sophi está terminando de prender os bebês no banco de trás do carro, dois seguranças estão ao seu lado e ao olhar por um dos monitores de segurança posso ver bem o motivo, os paparazzi já estão acampados. Não estou surpresa.

(...)

As horas passaram rápido e as onze e trinta da manhã todas as compras estão feitas, logo a senhorita Lize da loja de artigos de bebê estará no meu apartamento e Marceli a receberá para providenciar tudo que será preciso no novo quarto dos bebês. Eu poderia estar de alguma forma me sentindo estranha por ainda usar o cartão da conta conjunta com Justin, mas não é errado comprar coisas para os filhos dele afinal, eu poderei deixar de ser sua esposa, mas os filhos serão sempre dele.

Hoje estou em meu melhor mecanismo automático, óculos escuros e sem qualquer reação aos paparazzi gritando meu nome e fazendo perguntas, os seguranças apenas abrem o caminho para que possamos passar, Jhenny  e Julian estão chorando pela confusão e os gritos, com seus rostos cobertos pelas mantas eu estou completamente irritada, sem qualquer paciência, as pessoas poderiam respeitar quando há bebês envolvidos.

(...)

Parece que o dia foi longo de mais e ao voltar para casa, ou a casa agora só do Justin eu estou exausta, mas ao menos consegui fazer tudo e estou satisfeita por isso, e claro ainda mais com a eficiência da Sophi e Marceli. Graças a elas o apartamento está pronto e as prateleiras recheadas, os bebês estão bem. As malas já estão no alto da escada, peço aos seguranças que levem até o carro e olho o relógio, ao que Philipe me disse Justin deve estar deixando a delegacia agora mesmo, estou contando que venha para casa ao invés de ir para qualquer nova aventura juntos ao seu pai, aquele velho estúpido que ainda não se tocou na idade que realmente tem.

Tiro do meu dedo a minha aliança de casamento juntamente com o de noivado e deposito na mesinha de cabeceira, eu poderia deixar o colar, mas aqueles doi Jotas tem outro significado, Julian e Jhenny. Olho o relógio mais uma vez e suspiro, ele não virá para casa, pego minha bolsa decidida a ir sem falar com ele, caminho até a porta, mas antes que saia eu o vejo subir as escadas, ainda vestido com a roupa que saiu de casa  a duas noites, seus cabelos em total confusão, seus olhos estão arregalados e seu rosto pálido me encara descrente.

- Está me deixando? - Ela sussurra, seus olhos ainda nos meus.

- Estava esperando você chegar. - Ignoro sua pergunta.

- Esta indo embora? Me responda...

- Estou saindo de casa, foi você que me deixou a muito tempo Justin, nós apenas morávamos de baixo do mesmo teto.

Ele passa as mãos no rosto que está em completa confusão, não sei definir se é dor, surpresa ou apenas ressaca. - Ju! - Ele me chama se aproximando e eu apenas levando uma das mãos para que pare e dou dois passos para longe dele, seu cenho se fecha ainda mais e o vejo engolir a saliva.

- Eu só esperei para que pudesse falar ao invés de parecer que estou com birra ou qualquer coisa infantil. Não quero chamar sua atenção, longe disso. Acho que ainda devia algum respeito, embora você não tenha tido a mesma educação comigo.

- Não pode levar meus filhos, não pode simplesmente ir embora, por favor fique e conversamos melhor.

- Como assim não posso? É claro que posso e é o que vou fazer Justin, você vai querer tira-los de mim? Não ouse, nem pense ou eu vou mostrar uma Juliana que não conhece, foi eu que os carreguei por meses, sou eu quem acorda todas as madrugadas para alimenta-los, sou eu quem está aqui todos os dias, SOU EU PORRA, EU… ENTÃO NÃO ME VENHA DIZER O QUE EU POSSO OU NÃO FAZER COM MEUS FILHOS ENTENDEU?

Estou gritando, irritada, enfurecida com sua audácia em dizer que não posso levar meus bebês, minhas respiração alta e meu coração pulsando tão rápido que posso escutar meus proprios batimentos. Justin está me olhando como se eu nunca tivesse me visto, mas acho que nem eu me reconheço neste momento, não há como dizer o quão profundo é o meu sentimento pelos meus filhos e ele não tem o direito de falar nada, afinal onde esteve por todos esses meses? Se divertindo, eu estive aqui e não ele. Minha cabeça começa a girar e estou assustada. - E se ele quiser entrar na justiça? Ele poderá me tirar os bebês. - Minha garganta trava, e é como levar um soco, ele tem dinheiro o suficiente para tirar meus filhos e ele tem Philipe. Estou atordoada, não tinha pensado nessa possibilidade, o chão desaparece dos meus pés e me sinto em queda livre… Não, não posso perder meus bebês, não vou suportar isso, morrerei.

A imagem que vem a minha mente é perturbadora, eu imagino uma modelo magra de mais segurando meus bebês, com cara de pavor por não saber o que fazer com eles, uma mulher que não tem a minima ideia do que é ser mãe. Uma mulher ao lado do homem que foi meu marido, segurando meus, meus bebês me faz tremer. Eu preciso ir embora, não quero mais chorar, não quero chorar na frente dele. Passo por ele sem dizer mais nada, apenas desço as escadas apressadamente, esbarro sem querer no Chaz que está entrando e me olha assustado e depois olha Justin que ainda está parado no alto da escada.

- Onde está indo assim? - Ele pergunta.

- Embora, me ligue depois, eu preciso ir…

Meu coração bate freneticamente e ao entrar no carro tudo que quero é pegar meus bebês, eles estão tão quietinhos brincando com seus ursinhos, meus rosto pálido encara as duas razões da minha vida, e o desespero faz com que eu chore insanamente, com a possibilidade de perdê-los. Sophi me olha assustada e pega as chaves da minha mão.

- O que há senhora? - Ela pergunta preocupada.

- Nada. - Respondo entre um soluço.

- Me deixe dirigir, fique com eles. - Ela senta no banco do motorista e dá partida.

(...)

Sophi está na cozinha preparando algo para o jantar, eu não sabia que ela cozinhava, mas parece que ela é boa em tudo que faz e por mais que não esteja sentindo qualquer fome o cheiro está maravilhoso, os bebês estão na sala ainda acordados, sorrindo um paro o outro por vezes eles parecem conversar em uma linguagem só deles, gemidos e gritinhos. A tv está ligada em programa infantil onde a musica é irritante, mas os gêmeos parecem gostar.

Estou parada de frente a grande janela de vidro encarando a noite do lado de fora. O pavor ainda instalado em mim com a possibilidade um divorcio litigioso, cheio de brigas e ódio. Não quero isso, mas não posso simplesmente aceitar. Precisarei de um advogado, mas não quero que meu pai se envolva, seria como um inferno ainda maior, poderia ter alguem da minha turma quando ainda fazia Direito, minha mente tenta recordar de cada um, e mesmo sem querer eu só consigo pensar em um nome, ele era bom no fazia, mas não tenho certeza se é uma boa ideia ligar. Encaro o celular e rolo a lista de contato, parando em seu nome, estou desesperada de mais para pensar em certo e errado. Aperto o botão de chamada e escuto chamar uma, duas vezes e ao terceiro toque sua voz soa do outro lado um tanto surpreso.

- Juliana? - Fico em silêncio ao ouvir meu nome, estou insegura e acho que devo desligar, mas ai o gritinho de Jhenny me faz rever a situação, não tenho muita escolha e nem a quem recorrer.

- Oi Carlos… - Minha voz sai baixa e por um segundo ouço sua respiração, a quanto tempo eu não a ouvia. Ele que por anos foi alguem importante para mim hoje é quase um estranho. - Desculpe ligar a esta hora.

- Não tem problema, ainda estou no escritório.

- Há, eu não quero atrapalhar seu trabalho…

- Não, não… Eu já terminei, pode falar. - Ele insiste.

- É que, eu não sei como posso dizer. - Realmente não sei por onde devo começar.

- Fale comigo, pela sua voz eu vejo que andou chorando e não me ligaria se não fosse importante. - Eu havia esquecido de como ele me conhece, sua voz soa cálida, com afeto e preocupação.

- Suspiro - Não quero que fale com meu pai.

- Então não falarei.

- Estou me separando. - Ele solta acho que sem querer um pequeno “o” de espanto. - Estou com medo de perder os bebês.

O Carlos dá lugar a um profissional competente me explicando que como mãe eu ainda tenho algumas vantagens, mas que seria necessário eu me precaver para não ser pega de surpresa por alguma notificação judicial. Ficamos por algumas horas conversando, ele é realmente bom, nasceu para isso. Ele está sendo atencioso e gentil, se prontificando a me ajudar no que precisar, mas não sei como ele poderia me ajudar estando no Brasil, mas de qualquer forma estou mais aliviada por saber que ainda tenho qualquer chance.

(...)

09:00 am

No dia seguinte é estranho acordar em quarto diferente, mas o dia correu normalmente, até começarem a chegar, dona Pattie foi a primeira a bater em minha porta.

- Oh querida como está? - Ela pergunta me puxando para um abraço demorado.

- Indo bem, eu acho. - Sorrio.

- Eu fui até a casa de vocês e ontem e Justin me disse que tinha partido, meu menino está…

- Por favor dona Pattie, não quero falar sobre o Justin agora, esses dias tem sido o suficiente.

- Não aguento vê-los assim, porque complicam tanto se são loucos um pelo outro?

- Isso não me pareceu verdade quando ele estava em um racha com aquela modelo, a verdade dona Pattie é que fomos rápidos de mais. Mas esqueça, Julian e Jhenny estão com saudades. - Tento e consigo distrai-la do assunto e logo ela está babando encima dos netos.

(...)

11:00 am

- Nós viemos ver como está - Suzi me olha distraidamente e eu dou de ombros sem saber o que realmente devo dizer, - Sim estou bem - É tudo que ando dizendo ultimamente. Will me olha e sei que ele quer dizer - Eu te avisei - Mas ele está se segurando.

- Querem ver os bebês? - Pergunto sorrindo, eles tem sido uma ótima distração para todos que perguntam. - Jhenny está impossivel. - O brilho nos olhos da Suzi e seu sorriso se alarga e ela acena positivamente esquecendo-se de mim, suspiro em alivio e caminhamos até o quarto. Ela está como Pattie, brincando e distraida pela fofura dos meus nenens. Will por outro lado ainda está em seu modo calado, apenas nos observando. Caminho até ele e revirando os olhos ele me abre os braços me acolhendo.

- Não finja que está bem. - Ele diz beijando o topo da minha cabeça.

- É só uma questão de tempo, olhe para eles, eu preciso estar bem.

- Sabe que quero matá-lo não sabe? - Ele diz ainda sério.

- Sim eu sei, mas você não fará nada. Essa briga é minha.

- Posso fazer se quiser, não seria nenhum sacrificio - Ele sorri.

- Pare. - Dou um pequeno soco em seu peito. - Vocês ficam para o almoço?

Ele concorda ainda sem me soltar, nós olhamos Suzi brincar com os gêmeos e suas risadas nos distrai e parecemos três bobos sorrindo apenas pelo som das risadinhas deles. Ja na mesa por alguns minutos eles esquecem de mim, me contam animadamente sobre o novo apartamento, de como é espaçoso e não longe do meu, será bom ser vizinha de quarteirão deles, me perco na visão deles sorrindo ainda apaixonados, Will é bom e Suzi é incrivel. Estou orgulhosa por eles, estou feliz em vê-los assim. A imagem me remete a lembrança que eu ja estive feliz assim, não faz muito tempo embora pareça anos, mas não é.

- O que pensa em fazer Jú? - Suzi fala me trazendo para o presente novamente.

- O que? - Pergunto ainda confusa.

- Irá trabalhar?

- Eu quero, mas não tenho ideia de onde começar a procurar, vou pegar uns classificados e dar uma olhada.

- Está pensando em ser garçonete mais uma vez? - Will pergunta chocado.

- Aceito qualquer emprego que seja digno e remunerado. Se for de garçonete então que seja. - Dou de ombros.

- E os bebês? - Suzi.

- É por eles que farei isso, não posso pegar o dinheiro do Justin para mim, tudo é para eles.

- Eu quero abrir um negocio, ser dona do meu nariz, nós poderíamos fazer isso juntas, sócias.

Suzi fala e eu paro a colhe no alto a encarando, abrir um negocio? que negocio e como eu seria sócia se não tenho nada, nem dinheiro e nem nada. Ela ainda me olha esperando que eu diga alguma coisa.

- Não tenho dinheiro. - Digo por fim.

- Nem eu, mas podemos emprestar do banco, eles tem um otimo plano para quem quer abrir um negocio. Pense Ju, nós poderíamos organizar nossos horarios da forma que ficaria bom para nós duas, eu tenho pensando nisso a muito tempo, mas eu não posso fazer sozinha, ainda tenho a faculdade e Will tem o proprio trabalho, mas juntas nós podemos.

- Eu aprovo, é uma otima ideia. - Will diz rapidamente.

Um negocio meu? Nunca pensei dessa maneira, não sem terminar a curso. Eu tinha planos para abrir uma galeria, é um investimento e gera dinheiro sabendo ter visão, mas eu não terminei o curso e não acho que Suzi iria querer abrir uma galeria, não é bem sua area. Mas seja o que for é uma alternativa, estou nadando em um mar aberto e até então não tinha qualquer visão de terra e isso é o mais próximo até agora, poderia ser meu bote salva vida.

- O que tem em mente? - Pergunto e ela sorri.

- Esse é o meu problema, eu tenho muitas idéias, desde um café até comida japonesa.

- Você sabe fazer sushi?

- Não - Ela gargalha. -  Mas sei fazer café… - Ela diz e Will balança freneticamente a cabeça em negação, definitivamente ela não é boa na cozinha, sorrio divertida.

- E uma galeria? - Pergunto encolhendo o ombro e eles simplesmente param de sorrir e me encaram por um segundo, Suzi está com sua cabeça pendida para o lado como se pensasse realmente na ideia e Will a olha com um meio sorriso surgindo. - Poderiámos expor alguns artistas desconhecidos, vender seus quadros ou seja lá qual for sua arte e ganhar uma porcentagem na venda ou no aluguel do espaço, nós organizaríamos tudo, tornaria perfeito o dia da exposição.

- Podemos fazer isso. - Ela olha para o Will que concorda sorrindo, as sobrancelhas levemente arqueadas.

- Suzanna adora organizar coisas e você Ju adora artes, eu acho que é uma boa combinação. - Ele bate palmas, sorrio um pouco orgulhosa enquanto Suzi se levanta para me dar um abraço cheio de risinhos de empolgação.

(...)

Quando eles decidem ir estamos cheio de planos e idéias, parecemos crianças e tudo é algo perfeito, mas ao fechar a porta e me deparar com o silêncio é como um grande tiro no escuro, não será fácil e temos tanto a fazer se realmente concordarmos em seguir essa ideia, vamos precisar de um fundo de garantia, vou precisar de contatos e ainda mais vou precisar ter bons olhos para escolher o que vamos apresentar, que “cara” teria uma galeria nossa, é tanta coisa que me sinto cansada só de imaginar. Mas por outro lado se realmente der certe e formos contra toda negatividade seria algo meu, uma independência que sempre quis, terá Suzi, mas ela é minha amiga e nós seriamos boas juntas, cada uma em sua área.

- Dona Juliana, posso servir o jantar? - A voz de Sophi me acorda de tantos pensamentos.

- Sim por favor…

O dia passou tão depressa que eu nem pensei em tantas coisas, adorei conversar e adorei sonhar um pouco mais. Eu me sinto tão livre que respiro relaxada ao sentir o cheiro da lasanha que sai do forno, - Eu me sinto bem - Isso me dá ainda mais certeza que ficará tudo bem, o que é estranho porque eu deveria estar me sentindo tão pior, no entando estou bem. Algo grita em minha mente e eu sei o porque, eu apenas mudei de casa, mas eu já estava sozinha a muito tempo, em um dia eu tive mais atenção do que em meses, alguem para me ouvir o que dizia de verdade, pessoas para conversar….

Sophi me serve e se preparar para sair.

- Sente-se comigo, não é bom comer sozinha. - Peço e ela parece pensar um segundo, mas aceita e se senta ao meu lado, o jantar está delicioso.

(...)

Dou um beijo de boa noite em cada um dos bebês e vou para meu quarto, posso ouvir o toque, ainda é a musica que Justin fez para nós, tenho que muda-la. Quando pego o celular é justamente ele ligando, encaro a tela e simplesmente ignoro a ligação e ao fazer isso vejo que tem tantas outras chamadas perdidas e novamente o celular volta a tocar e eu reviro os olhos, - Apenas me deixe - grito mentalmente ignorando mais uma vez e dessa vez eu desligo.

Eu o ignoro por toda a semana, nada em mim deseja vê-lo ou ouvir sua voz, eu estou bem assim, não procurei por noticias e nem saber quais fofocas estão falando a nosso respeito, saimos de casa sempre pelos fundos e Sophi conhece um parque lindo e privado para passearmos com os bebês.

O dia está ensolarado e estamos sob um lençol xadres estendido na grama de frente para o lago, tem patos nadando. Não há fotógrafos, apenas o barulho das crianças brincando, e no meio daquelas pessoas eu sou apenas mais uma mãe com seus filhos no meio de tantas outras, a diferença é que as outras crianças tem o pai bricando com ela, e os meu bebês tem apenas a mim e Sophi. Ele estão felizes, suas bochechas estão rosadas e eles parecem maiores a cada dia, mais espertos e curiosos ao mundo a sua volta, é um previlegio vê-los crescer desse jeito. O barulho do meu celular soa com a nova melodia que adicionei e ao olhar é Chaz, sorrio e atendo.

- Oi tio Chaz… - Minha voz soa animada.

- Sou eu, já que não me antede. - Congelo ao ouvir a voz do Justin soar fria do outro lado da linha.

- O que quer? - Pergunto fria.

- Me deixa ver vocês, a casa está um silêncio agonizante. - Ele pede e sua voz soa mais como uma suplica.

- Silêncio? É simples, dê uma festa.

- Jú por favor...Eles tambem são meus filhos eu tenho direito.

Balanço a cabeça e aspiro o ar, eu sei que não posso negar que ele veja os bebês, por mais longe que eu queira estar dele eu não posso afastar Justin dos filhos. Olho eles brincarem e sei que será o melhor, então cedo.

- Ok, você pode vê-los. Hoje as oito da noite no meu apartamento.

- Obrigado. Eu sint… - Eu desligo antes que ele termine o que eu acho que iria dizer.

(...)

19:45 pm

Pego minha bolsa dando as ultimas instruções a Sophi, de modo algum o Justin pode sair com os bebês, ele pode ficar a hora que quiser, mas sair de jeito nenhum. Olho o relogio mais uma vez e ele deve estar chegando, eu preciso ir, não ficarei aqui.

- Você entendeu Sophi?

- Sim dona Juliana, eu ligo qualquer coisa.

- Qualquer coisa mesmo, eu estarei na casa do Will e Suzanna.

- Sim senhora.

Dou mais um beijo e mesmo contra vontade eu saio, não estou bem para encontrar Justin. Quando as portas do elevador se abrem eu posso vê-lo passar pelas portas de vidro da entrada, rapidamente corro para o Bar para que não me veja. Ele está diferente da ultima vez que o vi, está limpo e seu cabelo perfeitamente penteado, suspiro fechando os olhos e me negando a ficar mexida com a visão deste homem. Respiro aliviada quando ele finalmente entre no elevador, saio e vou caminhando pelas ruas até o novo apartamento dos meus amigos.

Eles já me esperavam e tem batatas fritas e pizza na mesa com algumas cervejas, Will esta assistindo algum programa quando chego, mas ele desliga, nós estamova conversando como antes, quando nos reuniamos em meu antigo apartamento, conversas bobas e sem nenhuma razão especifica até voltamos ao assunto da galeria, Suzanna me conta empolgada que e menos de duas quadras tem um imóvel para se alugar, ela está empolgada em dizer que é perfeito e nós combinamos de ir ver ainda esta semana. As horas vão passando e olho o celular, não nenhuma chamada da Sophi e já são 22:10 da noite, bato os dedos freneticamente no sofá até que finalmente o meu celular toca me fazendo dar um pulo e quase o deixando cair no chão.

- Oi? - Pergunto nervosa.

- O senhor Bieber ja foi.

- Está tudo bem?

- Sim, ele perguntou onde a senhora estava.

- Você não disse né?

- Não senhora.

- Ok, já estou indo.

Me despeço dos meus amigos e volto para casa, ainda tenho a mania de ficar olhando para os lados para ter a certeza que não estou sendo seguida, parece que as coisas estão se acalmando, a noticia esfriou e eu posso sair do olho do furacão. Ao abrir a porta do apartamento eu ainda sinto seu cheiro inebriando o lugar - Eu adoro esse cheiro - Não devia, mas ainda adoro, fecho os olhos por um segundo e inalo profundamente. Porque ele estragou tudo? Eu o amava tanto, ou ainda amo, não sei ao certo.

(...)

E lá se foi qualquer intenção de um passeio no park, de braços cruzados diante da grande janela de vidro admiro o silêncio de uma tarde chuvosa, observando o pingar da chuva na janela e involuntariamente mecho os dedos na intenção de sentir a presença do fino metal dourado que costumava circular meu dedo anelar, não há mais aliança e por mais força que faço contra o sentimento ainda aperta meu peito, estamos sozinhos.

Fecho os olhos por dois segundos na intenção de um descanso para minha mente, Jhenny suga seu leite desesperadamente, achei que ela dormiria por mais algumas horas, mas ao contrario do seu irmão ela é insaciável, meus músculos estão duros.  A campainha toca e fecho o cenho em surpresa, não estou esperando ninguém. - Quem será? - Checo para ver se Jhenny voltou a dormir e com a confirmação me levanto e a ajeito em seu berço, suspiro, achei que não iria dormir, essa pequena danadinha é durona. O som da campainha soa novamente e eu quase esqueci, ajeito-me desamassando minha blusa e conferindo se não há respingo de leite por minha blusa ou uma surpresa desagradável de um regojizo. Acredito que esteja tudo bem, até eu chegar até a sala já soou pela terceira vez, com pressa grito um - Já estou indo.

Abro a porta e meu corpo congela e posso sentir meus olhos se arregalarem, seguro minha respiração ainda tomada pela surpresa, de todos os seres humanos na terra que poderiam aparecer em minha porta,  ele com toda certeza não passava em minha mente.

- Oi Jú…

Sua voz soa uma tanto divertida e em seus lábios surgem um sorriso torto, seus cabelos estão molhados e em sua face escorrem alguns pingos. Pisco algumas vezes para ter certeza que meus olhos não estão enganados, mas é realmente eu ex namorado traidor batendo a minha porta.

- Carlos?

- Não vai me convidar para entrar? Achei que já tínhamos resolvido nossos problemas.

Ele está certo, não há porque manter todo esse clima depois de todo esse tempo, lhe dou espaço e indico que entre e ele entra um pouco ainda receoso.

- Me dê seu casado.. - Digo lembrando-me da minha educação, ele me entrega e analisa o apartamento e volta a me olhar.

- Apartamento maneiro. - Ela diz por fim.

- Obrigada… - O olho intrigada - O que está fazendo aqui?

- Eu não poderia te ajudar estando no Brasil, então vim.

Meus olhos se arregalam em surpresa, ele veio do Brasil para me ajudar? Ele realmente largou todos os seus trabalhos para vir aqui sem eu ao menos ter como paga-lo? Estou embasbacada. Pisco algumas vezes e ainda estou chocada, Carlos tem um sorriso divertido, acredito que seja por minha cara.

- Você tem coisas mais importantes no Brasil, eu não queria te importunar com meus problemas.

- Ei, eu vim porque quis Senhorita Alencar. - ELe diz exatamente como me chamou a primeira vez que falou comigo, olho mais uma vez diante de mim o meu ex namorado e eu quase o reconheci da minha adolescencia, de como eu fui apaixonada por ele.

- Você não está no seu estado mental perfeito. - Sussurro sorrindo.

- Largue de besteira… - Ele me olha por um segundo um tanto inseguro - Posso conhecer seus bebês? - Ele pede e por concidencia Sophi está entrando na sala carregando Julian nos braços, acho que é a vez dele mamar.

- Olhe meu rapazinho - Indico com a cabeça e Carlos o olha, ele não pisca e me olha hesitando, mas ao receber minha confirmação ele se aproxima e olha atentamente Julian. Carlos está com uma cara engraçada e brinca com Julian que não demora a mostrar o seu grandioso sorriso sem dentes.

- Quer pega-lo? - Pergunto

- Eu, eu não sei se consigo, ele é tão pequeno… - Ele diz, mas acena com a cabeça e se senta, Sophi ajeita Julian nos braços dele e ele me olha tão surpreso que é impossivel não rir.

- Ele se parece com você… - Diz.

- Ele é mais bonito.. - Sorrio orgulhosa.

Carlos está todo sorrisos e admiração. Me pego o olhando, imaginando se ele não tivesse me traido e então ele seria o pai de Julian e Jhenny e eu ainda estaria no Brasil e quem sabe trabalhando com meu pai no seu escritório, tendo uma vida normal, sem paparazzi, modelos e não estaria aqui sozinha. É como um vislumbre de uma vida que eu poderia ter tido, em meio a todas as coisas por qual passei eu não consigo comparar o que Carlos fez com o que Justin tem feito, a dor que sinto hoje é tão maior, Carlos me machucou, mas foi Justin quem me destruiu.

(...)

Sentados no tapete da sala Carlos está ridiculamente imitando o tigre do filme “A era do gelo” ele tapa o rosto e depois revela arrancando risos e gargalhada dos gêmeos, Sophi está no assistindo e posso ouvir tambem sua risada, eu sorrio boba em ver meus filhos felizes. Já está tarde e aos pouco as risadas vão se tornando bocejos de sono.

- Vou leva-los para o berço. - Digo me levantando e pegando Jhenny, Sophi se aproxima, mas parece que meu ex perdeu o nome e pega Julian, Sophi me olha e eu apenas aceno, deixando que ele o leve.

- Onde é o quarto? - Ele pergunta embalando o meu rapazinho em seus braços.

- Segue o corredor a esquerda. - Digo indicando com a cabeça.

Ele caminha minha frente e eu apenas o observo se mover a minha frente, ele esta vestindo um jeans escuro e sua camisa de botão branca está saindo pelas laterais, os músculos de suas costas visível ao tecido, eu não lembrava de como ele podia ser sexy. - Droga! Balanço a cabeça afastando esses pensamentos absurdos, mas a minha mente está me traindo e caminhando para lembranças embaraçosas como nossa primeira vez. Céus Juliana, pare com isso.

Meu rosto está em brasas, eu estou me sentido ridicula. Graças a Deus ele não esta me olhando. Ele coloca Julian no berço e eu faço o mesmo com Jhenny, e ficamos ali por um minuto apenas em silencio os olhando.

- Eles são perfeitos. - Ele diz e me lança um sorriso doce.

- Obrigada. - Seus olhos estão presos nos meus, e eu me sinto momentaneamente timida.

- Incrível como a gravidez fez bem a você, estão tão mais linda. - Que besteira ele está falando?

- Não fale besteira Carlos Eduardo. - Reviro os olhos e caminho para fora do quarto.

- Não é besteira, você esta linda Juliana. Como sempre…- Ele me segue.

- Está tarde, é melhor você ir..

- Você está certa. Sinto muito por ter passado dos limites, mas eu juro que foi um elogio inocente.

- Nada em você é inocente. - Zombo.

- É bom pode conversar com você de novo. Obrigada.

- Eu quem deveria estar agradecendo, você voou km e horas para me ajudar e ainda fez meus bebês sorrirem.

- Eu voaria por mais mil horas, por você Juliana, sempre por você.

Ele me olha e se aproxima, estou imovel assustada e com medo do que ele fará, ele apenas me dá um beijo na bochecha, um beijo terno carregado de um sentimento desconhecido, me olha mais uma vez antes de abrir a porta e sair me dando uma piscadela. Solto o ar que nem percebi que tinha prendido, toco minha face onde seus lábios tocou e minha pele parece formigar, ele me olhou como me olhava antes, como se eu ainda fosse a mesma, eu me senti verdadeiramente bonita ao seus olhos, admirada, importante por fazê-lo vir até aqui por apenas um telefone sem importância para mim. Eu havia esquecido como era ter alguem que se preocupa, alguem que me olhasse tão profundamente e quase pudesse enchergar minha alma. No meio de tudo isso eu consigo lembrar porque eu fui apaixonada por ele, embora ele tenha errado ele nunca me tratou como Justin fez, ele me fazia sentir importante.

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