A lenda dos três

By Kael777

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O herói, o vilão e a morte. Faces perigosas de figuras infinitamente repetitivas ao longo dos séculos, ao lon... More

Prólogo
O herói
O vilão
A morte
Crer ou não crer, eis a questão.
Divindades e perigos, caindo na estrada.
Além da compreensão
Dimensão Zero

Uma viagem interdimensional.

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By Kael777

Planeta Deva, sede de extração universal de uma matéria exótica.


Alguns dos iluminados, deuses do passado terrestre, estavam trabalhando na extração da matéria exótica que seria usada na construção da máquina que planejavam construir. Para ser capaz de aprisionar um ser que saiu da esfera da criação ou da destruição, os deuses precisavam de uma matéria que só era encontrada ali no planeta Deva, por razões ainda desconhecidas, a matéria exótica tinha a capacidade de anular qualquer tipo de energia que entrasse em contato com ela. A dificuldade em extrai-la estava exatamente nesta sua característica única, os deuses não podiam usar magia para retirá-la do núcleo do planeta, que era onde estava, então tudo estava sendo feito mecanicamente, com o auxílio de maquinas criadas por alguns deuses como Hefesto.

A paisagem do planeta era exuberante, montanhas por todo lado feitas de uma areia azulada, o sol era fraco ali, e a todo tempo parecia as 18 horas do planeta terra, o céu era estrelado e apenas um único deus estava ali para observar o trabalho de muitos, as máquinas eram automáticas e Apolo tinha somente que assistir e defender o local de possíveis desavenças.

— Sabe, você podia fazer bem mais do que ficar meditando aqui nas montanhas, eu e os outros achamos tudo isto muito desnecessário. — Uma voz rouca falou atrás de Apolo que meditava em posição de lótus, flutuando e de olhos fechados, era incrível como aquilo o ajudava a ver melhor.

— Eu não me importo com o que você e os outros acham Loki, nós não iremos desistir da terra, é nossa casa. — Apolo falou calmamente pondo os pés no chão e abrindo os olhos para ver Loki.

Loki usava sua velha armadura dourada, sua capa roxa e nas mãos carregava suas duas machadinhas de guerra, usadas por muitas vezes contra seu próprio povo, os Asgardianos.

— Você pode não se importar, deus sol, mas pelo jeito você não consegue prever o que está por vir. Eu, Hades, Set, e até mesmo alguns dos seus antigos amigos achamos que lutar contra deuses criadores ou destruidores é suicídio, mesmo que aprisionem um deles não haverá chance, eles são superiores. — Loki se aproximava cada vez mais de Apolo, querendo mostrar sua altura superior de quase 30 centímetros.

— E o que vocês pretendem fazer? Acabar com o equilíbrio da natureza e abandonar o planeta Terra? Vocês são loucos, eu soube que vocês acham que é possível conseguir a fé de outra raça, mas me escute, isto é impossível! — E com um gesto de mão e um pensamento ruim Apolo afastou Loki com uma força telecinética poderosa.

— Aposto que você deve estar bem entediado aqui, por que não nos divertimos um pouco... Sabe, estou falando de uma luta, quem ganhar fica com a razão. — Loki sorriu — Se bem que é tudo bem simbólico, vocês gregos sabem bem mais de razão do que nós.

— Você é louco, se retire. — Apolo falou, e sem querer dar mais atenção ao deus das travessuras ele deus as costas e voltou a levitar em sua meditação.

— Você não devia dar as costas para alguém como eu, solzinho da manhã! — Foi o que Loki disse quando atacou Apolo. Com certeza havia mais por trás dos planos do deus nórdico.


Em algum lugar da estrada. Próximo de Teresina, capital do Piauí.


Ser erguido por um demônio a uma altura considerável era assustador, Kael não sabia o que fazer ou como agir, mas algo se manifestou em seu corpo, ele não soube se pela raiva e ódio ou pelo susto que estava passando mas seus olhos acenderam, literalmente acenderam, agora brilhavam com um vermelho sangue e ele podia ver através de todas as coisas, abaixo de si ele viu a van e dentro dela podia ver Iris e foi quando viu ela que ele explodiu. Onde o demônio tocava Kael surgiram chamas azuis, o ser de trevas não suportou a dor e soltou um braço, quando isso aconteceu Kael realizou uma manobra estranha e qualquer um que estivesse vendo a cena podia dizer sem espanto que aquele não era um garoto de 12 anos. Ele se balançou e pulou fazendo o demônio soltar seu outro braço e ele foi lançado para cima e ao cair pousou sobre as costas do ser das trevas, agarrando suas asas e fazendo todo o corpo entrar em combustão, era como se Kael fosse uma fogueira azul mas que não podia ser vista por olhos comuns e quando tocava algo as chamas surgiam.

Meta observava tudo lá de baixo e o que via era de impressionante, Kael agia como se fosse um destruidor nato, em um instante o demônio que o levara estava caindo dos céus como um avião em chamas e ele surfava em cima do corpo com seus olhos acesos em uma luz sangrenta. Quando chegou ao chão, Kael deixou o resto do demônio queimar na grama em gritos de horror, Meta correu para se aproximar do amigo mas o amigo também correu, mas em uma outra direção, ele estava indo para a van. Meta não sabia dizer o que ele planejava fazer, mas era como se não fosse mais seu amigo, Meta então continuou correndo mas dessa vez mudara a direção para as pessoas que estavam à beira da estrada esperando a chegada da polícia que tinham chamado.

— Se afastem! — Meta gritou, mas algo muito pior aconteceu.

Tudo parou.

Era como se o tempo tivesse parado de fluir e o espaço não mais vibrasse em uma frequência acessível. À frente de Meta Kael também evitou o próximo passo e olhou para o amigo logo atrás e Meta viu que a luz nos olhos do amigo havia cessado. Eles se aproximaram.

— Meta o que está havendo? — Kael perguntou, esquecendo completamente o que havia acabado de fazer a um demônio alado. As chamas que torturavam o demônio agora estavam paradas, assim como tudo ao redor, as árvores, o vento, os pássaros, as nuvens, era a madrugada mais estranha de todas.

— Eu não sei, mas por que você correu para a van?

— Eu vi a Morte Meta, O Pedro era a Morte... — Kael foi interrompido então por uma explosão e no céu acima deles um clarão surgiu, e era como um segundo sol, e de dentro do clarão uma voz ressoou como um trovão.

— Vocês abalam a criação, vocês dividem o universo, vocês causam o caos. Eu, Anael, Décima luz divina protetora da Terra, soldado do Arcanjo Uriel, os condeno à dimensão Zero. — A Voz era forte, assim como a luz, causava medo e terror em Kael mas para Meta parecia uma solução, parecia paz. Com o fim da voz a luz ficou mais forte e mais forte foi ficando até que a única coisa que podia ser vista era ela, por todos os lados.

— Anael não era o nome do diretor Kael? — Meta perguntou, analisando o que a voz dissera.

— Eu não estou enxergando nada! O que diabos é a dimensão zero? — Kael respondeu confuso, aparentemente não entendendo o que Meta havia perguntado.

Quando foi possível ver de novo Meta e Kael perceberam o quanto as coisas haviam mudado, eles estavam em uma floresta de árvores gigantescas, o solo era gramado e tudo tinha uma cor mais forte, o verde era mais vivo, tudo era mais vivo, entre as folhas lá no alto era possível ver o sol, ele brilhava mais forte do que nunca, pelo menos esta característica se manteve, em Teresina nada era mais vivo que o sol.

— Que droga, onde estamos? — Kael perguntou.

— Na dimensão zero eu acho... — Meta respondeu, apanhando do chão uma folha de papel, onde algo estava escrito com uma tinta preta. — Kael, olha isso.

"Procurem a vila dos imperfeitos, eu estarei lá.

Ps: esta dimensão é maluca. Foi uma ordem superior que recebi, não pude descumpri-la.

De: Anael, seu diretor."

— Era o diretor então. — Kael falou. — Que papo é esse de ordem superior? Os anjinhos estão com inveja da gente?

— Não fale assim Kael. — Meta guardou o bilhete no bolso da calça — tem algo muito importante acontecendo, se alguém superior a um anjo pediu para o diretor nos mandar para cá é por que fizemos algo muito errado, mas se o diretor quer nos encontrar por aqui, acho que ele tem algum plano a mais. — Meta estava mais confuso ainda, mas o que lhe castigava além das dúvidas cruéis era o cansaço.

— Vila dos imperfeitos, não deve ser tão longe né? É só virar a esquina dos perfeitos e voar até o monte dos cachorros falantes... Ops, não existe essas coisas. — Kael ainda parecia zangado e revoltado, seja lá o que tinha se apossado dele na luta contra o demônio, deixou sequelas.

— Vamos andando, temos que sair da floresta e parar em algum lugar para descansar. — Meta tentava se importar cada vez menos com o jeito irônico que Kael estava agindo. — Alias, quero saber mais sobre como você fritou o passarinho demônio humano voador.

— Eu sei lá. — Eles começaram a andar, Kael olhava a todo o tempo para os lados, as coisas estavam tão malucas agora que a única coisa que ele queria era acordar e ver que tudo tinha sido um sonho, e o que mais desagradava agora era que Iris estava com Pedro, e Pedro era a Morte. — Nós precisamos é descobrir um jeito de voltar, a Morte está com Iris. Precisamos ajuda-la!

— Se acalma cara, a gente não pode ficar se desesperando ou agindo sem pensar a situação está cada vez pior! Vamos por partes, primeiro descansamos e tentamos descobrir como usar nossos aparentes poderes, depois descobrimos onde fica a vila imperfeita, e por último depois de falar com o diretor é que nós vamos pensar em como sair daqui e achar Iris. — Meta tentava manter a calma com Kael mas estava difícil, ele parecia não estar pensando com clareza, algo estava errado.

— Até lá ela estará morta seu idiota! — Kael falou alto. Depois percebeu que Meta não se importou com sua fala e tentou manter a calma, tudo estava mais difícil.

A floresta parecia infinita e quanto mais andavam mais cansados eles ficavam, chegou a um ponto em que os dois não falavam mais. A grama verde, as árvores gigantes, tudo ali era um tédio, não havia insetos, nem animais. Meta desistiu de andar quando se jogou aos pés de uma das árvores.

— Eu desisto, este lugar é infinito, estamos completamente perdidos!

— Sério, nem percebi. — Kael caçoou, sentando ao lado de Meta.

— Vocês estão perdidos? — Uma voz rouca falou atrás deles, mas o problema era que atrás deles não havia nada além de uma árvore.

— Eu vou me levantar e espero que não tenha sido a árvore que tenha falado, por que pra mim já chega. — Kael falou, levantando devagar.

— Qual o problema? Eu teria algum motivo para não falar? — a voz rouca foi ouvida mais uma vez.

Meta estava tão cansado e com tanto sono que mal se importava, era como se fosse uma alucinação para ele.

— Meta! Levanta! Tem uma árvore falante atrás de você! — Kael falou assustado, olhando para um rosto que agora estava visível no caule da árvore.

— Tem, claro que tem. — Meta já estava cochilando.

— Seu amigo pode morrer se dormir aqui. Por que você não dá um pouco de grama pra ele? Ela serve como energético. — A árvore era inteligente, e Kael achou aquilo um clássico, pois muitas vezes vira na TV desenhos animados com aquele tipo de situação.

— Meu amigo não é um cavalo. — Kael se abaixou para ajudar Meta a se levantar.

— Certo, faça como quiser! — a planta falou.

— Fala sério cara, você escolheu logo agora para ficar assim morto. — Kael falou baixo para Meta.

Passos foram ouvidos e o rosto da árvore sumira, Kael tentava continuar andando mas se deparou com alguém. Era uma garota, ela possuía cabelos verdes e uma pintura facial que cobria metade de seu rosto com uma tinta avermelhada, seus olhos eram castanho-claro e sua pele era morena, ela não usava muita roupa, apenas cobria seus seios e suas partes baixas com algo que parecia algas marinhas trançadas com cipó, ela era mais bela que qualquer outra garota que Kael já havia visto.

— Ai cara... essa dimensão tá começando a ficar legal. — Kael cochichou para si mesmo.


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