Segredos

By Believe_M

31K 1.8K 105

Nós não controlamos o destino. Absolutamente não. Existe uma linha tênue entre o seu destino e você. Estão li... More

1998
7 meses atrás
The Original Pantry Cafe
São Francisco
2015
A mentira
Road Trip
Adeus
Los Angeles
A Secretária.
Um Sonho
Starbucks
UCLA
Uma direção
Uma nova direção
Sem direção
Um ponto final.
Por um fio
Sem Saída
O abismo
Lembranças
Você ?
Talvez Seja O Fim.
Quando a Escuridão Dominar...
Lembre - Se
Sempre pode ficar pior
Deixo-Te me Atormentar
Renascimento
Surreal
Despedidas
Chamadas Perdidas
Estereótipo Perfeito
Prometa - me
Distância
Completa Estúpidez
Saudades
O €rro
Tudo vai ser diferente agora.
Eterna Lembrança
Amanhã é um novo dia.
O céu mais escuro
Almas Vazias
Quem é você ?
Primeira Vez.
Vai valer a pena.
O vazio é cheio por dentro.
Conselho de mãe.
Surpresa
Ville Lumière
Je t'aime jusqu'à ce que le soleil meurt.
Dis mon nom
Je voudrais que tu sois honnête avec moi
i loko o koʻu mau aa koko
Loaa ko oukou makau
hoomanao
Memórias
Segredos
Queda Infinita
Eu te amarei até o sol morrer.
Agradecimentos
Trailer

Reabilitação

620 29 2
By Believe_M

Nele dizia " Eu te avisei. Isso foi pouco comparado ao que vai acontecer com você. "

Quem escreveu isso ? O que a Ally arrumou dessa vez ?

Guardei o bilhete no bolso e levantei mais ainda o meu sapato. Virei a direita e entrei na cozinha devagar. Ninguém aqui. Fui até o armário e peguei uma faca.

Coloquei meu sapato de volta e fui pro quarto da Ally pegar suas coisas.

Todas as roupas estavam jogadas no chão, o colchão estava fora da cama, as coisas da escrivaninha quebradas pelo chão.

Eu fui andando com cuidado pelo quarto e me agachei pra pegar algumas coisas. Às vezes eu olhava em volta pra ver se não tinha ninguém.

Peguei umas roupas e coloquei numa bolsa que eu encontrei jogada aqui. Peguei alguns dos poucos objetos que ainda estavam inteiros e coloquei dentro da bolsa também.

Sai do apartamento e tranquei a porta. Fui em direção ao elevador e enquanto eu esperava chegar no hall eu li e reli o bilhete várias vezes.

Como assim o que vai acontecer com ela ? NÃO VAI ACONTECER NADA COM ELA. EU...eu não vou deixar.

E por que fizeram isso ?

A porta se abriu e eu fui em direção ao porteiro.

- COMO VOCÊ PÔDE TER SIDO TÃO INCOMPETENTE ? O SEU SERVIÇO É VIGIAR A DROGA DESSE PORTÃO E NEM DISSO VOCÊ DÁ CONTA ? - Gritei apontando pro portão. - VOCÊ VAI PAGAR TUDO AQUILO ? QUEM FOI QUE FEZ AQUILO ? - Perguntei.

- S-Senhor... Eu não podia fazer nada. Eles estavam armados. Eu só sai daqui quando eles me liberaram. De uma coisa eu tenho certeza não era o apartamento que eles queriam, era ela. - Falou gaguejando.

-Armados ? - Perguntei confuso.

- Sim. Armados. - Respondeu balançando a cabeça.

Meu Deus Alison, o que você fez ?

- O que a Ally fez dessa vez ? Meu Deus. - Sussurrei a mim mesmo. - Que horas foi isso ?

- Hoje a tarde. Umas duas, não sei direito. - Falou.

Eu entrei no meu carro e fui direto pra clínica.

Já são sei lá umas seis horas, não faz tanto tempo assim.

Ally On.

Andrew me ajudou a descer da ambulância. Fomos andando até a entrada, vimos pessoas de várias idades no jardim e nos bancos que tem aqui fora, chegando na recepção eu me sentei junto as outras pessoas na sala de espera enquanto Andrew resolvia as coisas com a recepcionista.

Eu acho que eu deveria fazer isso... Sei lá, são os meus documentos, meus vícios, minha vida... Estou me sentindo tão estranha assim, todo mundo está fazendo o que eu quiser só por que eu estou nesse estado.

Mas eu estou sempre me sentindo estranha, quando foi que eu perdi o controle da situação ? Como eu deixei chegar a esse ponto ?

- Vamos ? Seu quarto é o 312. - Falou balançando as chaves.

- Ok. - Falei me levantando.

- Tá tudo bem ? - Andrew me perguntou.

- Tá sim. - Falei.

Entramos no elevador e esperamos.

- Você já falou com a Caroline ? - Perguntei sem jeito. Ela está tão estranha...

- Eu vou ligar pra ela. - Falou despreocupado.

Eu o encarei, ele disse aquilo como se não se importasse. As coisas que a Caroline falou estão começando a fazer sentido.

A porta do elevador se abriu no 6° andar e saímos andando pelo corredor em silêncio. Andrew parou em frente a uma porta e a abriu. Meu quarto.

Tem a minha cama ( Eu sei disso por que tinha uma ficha com o meu nome no final dela ), um... Vou chamar isso de guarda-roupa marrom... Estranho, pensei que sei lá...fosse ter um closet, mas ok. Tem uma mesa pequena e do outro lado tem mais uma cama. Mentira que eu vou ter que dividir o quarto.

Entramos e Andrew colocou minha bolsa em cima da cama.

- Anh... A recepcionista disse que o doutor deve vir daqui a pouco. - Falou se sentando no sofá que tem perto da janela.

- Doutor ? - Perguntei me sentando na beirada da cama.

- Sim, é alguma coisa assim, eu não sei te explicar. - Falou.

- Tá bom.

Andrew On.

Peguei meu celular e disquei o número de Caroline enquanto Alison olhava ao redor do quarto. Ela me olhou por um instante quando ouviu o barulho do "teclado" do celular e depois foi caminhando até a cama da sua companheira de quarto, que por acaso não está aqui no momento, e olhou a ficha dela.

Coloquei o celular no ouvido e esperei Caroline atender. Fiquei observando a Alison que fazia cara feia enquanto lia a ficha até ouvir a voz da Carol.

- Alô. - Falou de mal humor.

- Oi. - Respondi. - Tá tudo bem ? - Perguntei.

- Sim. - Respondeu.

- Você tem certeza ? - Perguntei.

- Tenho. - Respondeu.

- Você já chegou em casa ?

- Já. - Respondeu.

Ela está me dando respostas curtas, nunca vi a Caroline tão nervosa, nem quando a gente discute ou quando eu falo da Samantha.

- Ele fez alguma coisa com você ou tentou ? - Perguntei.

Nessa hora a Alison voltou pra cama dela e me encarou como se me perguntasse alguma coisa.

Eu a ignorei. Acho que ela sabe que estou me referindo ao Jason.

- Não. - Respondeu. Curta e grossa novamente.

- Por que você saiu daquele jeito ? Estava preocupado com você. - Falei.

- Você estava ? - Perguntou com um tom mais doce. Finalmente. - Eu sai por que você está fazendo muita questão de ajudar a Alison. Por que isso Andrew ? Você está me escondendo alguma coisa ? - Perguntou.

Tantas...

- Claro que não Caroline. - Falei. - Eu só quero ajudar ela. Não precisa disso. Você sabe que eu... Eu te adoro e a minha namorada é você. - Falei.

- Tudo bem Andrew. Só volta logo. - Falou mais calma.

- Tudo bem. - Falei.

- Te amo. - Falou.

- Tchau Carol. - Falei e desliguei o telefone.

Alison me olhava e sorria. Por que ?

- O que foi ? - Perguntei.

- Nem parece o monstro que é. - Falou.

O que ?

- O que ? Por que você acha que eu sou um .... Um " Monstro " ? - Perguntei.

Escutamos uma batida na porta e nos encaramos, mas logo a Alison pediu pra que a pessoa entrasse.

Ally On.

A porta se abriu e uma doutora apareceu.

Anh... Eu achei que fosse o Jason.

- Boa noite. - Ela nos comprimentou com um sorisso simpático.

- Boa noite. - Respondemos.

- Posso me sentar ? - Perguntou.

- Ah, claro. Desculpa. - Falei tentando usar toda a educação possível.

Ela pegou uma cadeira da mesa e sentou na minha frente.

- Bom, eu sou a Doutora Blanca Godoy, sua doutora principal.

- Doutora principal ? - Perguntei. A interrompi na verdade.

- Sim, vou acompanhar todo o seu processo. Mas hoje eu estou aqui somente para te explicar como a clínica funciona.

- Tudo bem. - Falei.

- Eu vi na sua ficha que você está aqui por causa do vício em Cocaína. Aqui a doença é tratada a partir das causas biológicas, psíquicas e sociais que levaram a pessoa a desenvolvê-la. O paciente deve ser acolhido por uma equipe de psiquiatras, clínicos gerais, psicólogos, nutricionistas, terapeutas, conselheiros em dependência química e professores de educação física que atuam de forma interdisciplinar, cuidando do ser humano como um todo. O tratamento reúne etapas importantes, como a desintoxicação, a psicoterapia, e a ressocialização, na qual o paciente é preparado para o retorno ao lar. Tudo isso está inserido em um projeto terapêutico, uma metodologia de trabalho exclusiva, que determina como cada profissional deve atuar no processo de recuperação e de tratamento de drogados. - Falou.

Quanta coisa... Ela me chamou de drogada ?

- Ah ! Esqueci de te entregar. - Falou mexendo em alguns papéis que estavam em seu colo. - Pegue. - Falou me dando um folheto onde estavam todos os regulamentos.

- Está escrito na sua ficha que o seu tratamento é o interno e ....

- Interno ? - Perguntei.

- Abra na terceira página. - Pediu.

Fiz o que ela pediu e li o que estava escrito.

" Tratamento interno - o dependente recebe cuidados 24 horas por dia, sete dias por semana. A reabilitação interna pode ser de curto (normalmente 28 dias) ou longo prazo (seis meses ou mais). O tratamento interno de longo prazo costuma se dar após ordem judicial, além do tratamento, inclui ressociabilização, o processo no qual os pacientes aprendem a se comportar como um membro da sociedade, retomando um comportamento normal.
Tratamento externo - ocorre com visitas. Nesse cenário, o paciente vai à instituição de reabilitação para participar dos grupos de apoio e recebe medicamentos e acompanhamento psicológico. No tratamento externo, o paciente geralmente segue sua vida normalmente e dorme em casa.
Internação parcial - uma combinação dos tratamentos interno e externo. O dependente recebe tratamento durante o dia e vai para casa à noite. "

- Por que eu não posso fazer o tratamento externo ? - Perguntei.

- Você teve uma quase overdose muito recentemente, agora que você saiu do hospital você vai sentir muito mais falta da cocaína do que você sentia quando estava lá dentro. O recomendado pra você é o tratamento interno de curto prazo. Só para termos certeza de que você pode voltar para a sua vida normal. - Explicou.

- Ok.

- Tem perguntas que você queira fazer ? - Ela me Perguntou.

- Ah... Por que essa Meghan Parker dorme aqui ? - Perguntei.

A doutora riu.

- Por que ela é a sua companheira de quarto. - Falou.

- Sim, disso eu sei. Mas por que que eu não posso ter um quarto só pra mim ? - Perguntei.

- Aqui nós incentivamos a interação entre os moradores. - Explicou.

- Af. - Sussurrei. - E onde ela está ? - Perguntei.

- Provavelmente no jardim. Ela gosta das flores. - Falou.

- Ah... - Falei.

Andrew estava calado, prestando atenção, mas quando eu terminei de falar fez uma pergunta.

- E as visitas ? Como funciona ? - Andrew Perguntou.

Como assim as visitas ? Eles vão ficar aqui comigo.

- Abra na quinta página por favor Senhorita Mitchell.

Fiz o que ela pediu.

- Olhe. No art. 14 diz. - Falou e começou a ler. - As instituições devem possuir os seguintes ambientes:
I- Alojamento
a) Quarto coletivo com acomodações individuais e espaço para guarda roupas e de pertences com dimensionamento compatível com o número de residentes e com área que permita livre circulação; e
b) Banheiro para residentes dotado de bacia, lavatório e chuveiro com dimensionamento compatível com o número de residentes;
II - REGULAMENTO INTERNO DAS VISITAS
•A Visita da Família é realizada sempre no 2º Domingo do mês das 9 am às 5 pm.
•É proibida entrada de visitantes nos dormitórios.
•É proibido afastar-se dos limites da Comunidade (os namorados, casais devem abster-se de trocar carícias na presença de internos). - Falou.

- Você está querendo dizer que eu vou ficar duas semanas sem ver eles ? - Perguntei.

- Sim. Você precisa aprender por si própria. Você precisa encontrar a sua força. Essa é a sua luta para resistir ao vício Alison. Só sua. - Respondeu.

- Mas... Eu...

- Vai ficar tudo bem Alison. Você não está sozinha. - Me interrompeu.

- Nós não fazemos mau a ela. - Andrew Falou

- Não se trata de fazer mau, se trata dela conseguir controlar a si própria. Ela precisa disso. E para isso ela precisa se concentrar e meditar internamente. Ela precisa se encontrar de verdade. - Falou.

- Tudo bem doutora. - Falei num suspiro.

- Boa noite. O seu namorado pode ficar até o toque de recolher. - Falou indo em direção à porta.

- Ele não é meu namorado. - Falei quase que imediatamente. - Toque de recolher ? - Perguntei.

- Oh ! Desculpe. -Falou. - Sim, o toque de recolher é às dez. - Falou e fechou a porta.

- Que horas são ? - Perguntei ao Andrew.

- Já são quase sete. - Falou.

- O Jason tá demorando. - Falei. - Como a Caroline está ? - Perguntei.

- Ela está bem e menos irritada. - Falou sorrindo.

- Que bom que se acertaram. - Falei.

Peguei meu celular dentro da minha bolsa e quando eu ia discar o número do Jason bateram na porta.

- Entra. - Falei.

- Que merda é essa que eu só posso ficar até o toque de recolher ? - Jason perguntou irritado fechando a porta.

- São as regras. - Falei. - Você demorou.

- Ah. Alison que você fez ? - Perguntou irritado colocando a bolsa grande que segurava no chão.

- Como assim ? - Perguntei confusa.

- O que é isso Alison ? - Perguntou jogando um papel em cima de mim.

É um bilhete. " Eu te avisei. Isso foi pouco comparado ao que vai acontecer com você. "

- Quem te deu isso ? - Perguntei assim que terminei de ler.

- Isso não é pra mim. É pra você.

- Pra mim ?

- Eu cheguei na sua casa e estava tudo revirado. Os móveis virados, os objetos quebrados e suas roupas no chão. Alison o que você fez ? - Perguntou. Ele estava realmente irritado.

Andrew só observava.

- Droga. - Sussurrei.

Eu não acredito. Eu não sabia que ele iria cumprir o que ele falou.

- DROGA O QUE ALISON ? - Jason perguntou alto demais.

- Jason... Eu...

- Você sabe quem fez isso ? - Perguntou.

- Jason... - Gaguejei. Eu não quero falar pra ele.

- Alison fala. - Andrew falou.

- É que... Eu ... Eu não consigo. - Falei colocando as mãos no rosto. Meus olhos encheram de lágrimas. Eu prefiro chorar na frente deles do que falar. Eu sei como eles vão me olhar.

- Ally. - Jason Falou se aproximando de mim.

- Jason, eu vou resolver... - Gaguejei de novo.

- Ally, fala. Você não precisa ter medo. - Jason Falou tirando minhas mãos do meu rosto.

- Eu... - Falei secando as lágrimas. - Quando eu estava... Quando eu fui comprar a cocaína... Pela sei lá sexta vez... Eu ... Eu... Ele disse que eu tinha dívidas com ele... Eu não... Eu não queria ir embora sem a droga. Ele... Ele... - Eu Falei todas as frases soluçando mas quando chegou essa parte eu desabei. Eu não quero falar.

- Continua... - Jason falou.

- Ele me deu a droga em troca de ... De... De sexo. - Falei colocando as mãos no rosto. Jason se levantou, se afastou na verdade. - No mesmo dia que vocês me encontraram ele... me ligou pra dizer que eu tinha dois dias pra ir lá ou... ele viria até mim.

Jason andava pela sala com a mão esfregando a testa. Ele estava muito nervoso.

- E por que ele não foi antes ? OU MELHOR POR QUE ELE QUERIA VER VOCÊ DE NOVO ? - Perguntou alto.

Andrew nos olhava apavorado.

- Jason... Ele falou que não iria quitar a divida se eu não fosse lá. Eu não sei por que ele não foi antes... - Falei.

- Qual é o seu problema Alison ? Sério, por que você fez isso ? Você perdeu a noção ? - Perguntou irritado.

- Jason, você... - Andrew Falou.

- CALA A BOCA. - Jason Falou alto. - Desculpa. Eu vou me acalmar. - Falou se virando pro Andrew.

- Jason... - Falei e ele sentou na cama com a cabeça baixa.

- Nós vamos resolver. - Falou ainda com a cabeça baixa.

- Como ? - Perguntei.

- Não sei eu...

- Eu pago ele. - Andrew falou sem jeito.

- Não. - Jason falou.

- De jeito nenhum Andrew. - Falei.

- Eu vou pagar ele. - Jason falou.

- Jason sério... Isso é assunto meu. - Falei.

- Ele só não veio atrás de você ainda por que ele não sabe que está aqui Ally. Eu vou lá e pago amanhã. Me dá o endereço. - Falou me dando uma caneta que ele encontrou na escrivaninha.

Eu o encarei mas depois peguei a caneta. Eu escrevi atrás do bilhete mesmo.

- Eu vou resolver, eu prometo. - Jaosn falou pra mim.

- Eu vou te devolver todo o dinheiro. - Falei.

Falando em devolver dinheiro... Eu devo dinheiro pro Max... Mas ele nem me cobrou.

Ficamos conversando sobre isso e sobre algumas outras coisas até o toque de recolher.

Alguém bateu na porta.

- Hora de ir. - A Doutora disse colocando a cabeça pra dentro do quarto.

- Eu te amo. - Jason falou e beijou a minha testa.

- Tchau Alison. - Andrew falou.

- Me chama de Ally. - Falei.

- Tchau Ally. - Falou sorrindo.

- Até daqui a duas semanas. - Falei dando Tchau pros dois.

Assim que eles saíram a doutora fechou a porta.

Eu deitei e fiquei mexendo no meu celular até qua ouvi a porta abrir de novo.

Olhei pra lá e me assustei.

Apareceu uma garota de sei lá uns 20 anos e muito magra, mais magra do que eu.

- Meghan Parker ? - Perguntei.

- Sim e você quem é ? - Perguntou olhando pra mim.

- Alison Mitchell. - Falei. - Sua companheira de quarto.

- Ah. Ok. - Falou e se sentou na cama dela.

- Por que você tá aqui ? - Perguntei.

Acho que fui muito indiscreta, tipo nem conheço ela.

- Anh... Vício em heroína. - Falou. Eu me assustei e devo ter feito cara feia, por que ela percebeu.

Essa droga é muito forte e muda a pessoa completamente. Muito mais forte do que a cocaína ou que o crack.

- Eu sei o que você pensa. Eu tive os meus motivos. Eu não sou louca e nem vou machucar você. - Falou calma porém chateada.

- Desculpa. Eu não... Eu não quis te magoar é que .... eu só fiquei com medo.

- Tudo bem. E por que você tá aqui ? - Perguntou.

- Vício em Cocaína. - Falei.

- Depois fala de mim. - Falou rindo.

- Duas drogadas no mesmo quarto, o que eles pensam ? - Perguntei rindo.

- Eles não pensam. - Riu.

- Você parece ser legal - Falei.

- Você também. Amanhã a gente conversa mais. - Falou.

- Boa noite. - Falei desligando meu abajur.

- Boa noite. - Respondeu.

Pela manhã bem cedo um alarme tocou e ela se levantou.

- Você não vai levantar ? - Perguntou.

- Pra que ?

- Esse é alarme é tipo um despertador. Aqui o dia começa cedo. - Falou.

- Que ? - Perguntei.

- Eu vou descer e tomar meu café da manhã. Se arruma. - Falou fechando porta.

Levantei, peguei minha toalha e fui pro banheiro.

Soltei meu cabelo, tirei minhas roupas e entrei no chuveiro.

Eu não acredito que eu vou ter que levantar cedo até aqui. E pra que ?

Passei sabonete, enxaguei e me enrolei na toalha para sair do banheiro.

Procurei algumas roupas na bolsa e peguei uma blusa de manga longa vermelha e uma calça jeans.

Assim que terminei de me vestir eu sequei meu cabelo e o deixei solto.

Eu Fechei a porta do quarto e fui até o elevador, disquei o número um, que eu espero que seja o pátio e esperei.

Quando a porta se abriu eu vi muitas pessoas, de todas as idades. Quando vi a ... Eu esqueci o nome dela... É... Morghan... Não, Meghan, eu fui até ela.

- Oi. - Falei quando cheguei perto da mesa que ela estava.

- Oi. Já comeu ? - Perguntou.

- Não. - Falei.

- Aquela fila ali é pra pegar a comida. - Falou apontando pra fila.

- Tá bom. - Falei indo em direção a fila.

Ela estava pequena. Peguei meu prato e voltei pra mesa. O que é isso ? Aveia ?

Me sentei do lado da Meghan e comecei a comer.

- O que a gente faz depois ? - Perguntei.

- Você eu não sei. Eu vou ir para o jardim. Estou na terceira etapa. - Falou.

- Terceira... A quanto tempo você tá aqui ? - Perguntei.

- À quatro meses. - Falou.

- E você ficou sozinha ?

- No quarto ? Sim. Eles acharam melhor eu ficar sozinha porque o vício era muito recente, e você sabe heroína muda a pessoa, eu era capaz de fazer de tudo por ela. - Falou colocando a última colher de aveia na boca.

- Entendi, mas e depois ? - Perguntei.

- Não sei, não tive nenhuma outra companheira de quarto, só você. - Falou. - Tchau, eu vou indo. - Falou se levantando.

- Tchau. - Falei baixo.

Terminei de comer e voltei pro meu quarto. Não tem nada pra fazer lá embaixo.

Eu sentei na minha cama e fiquei mexendo no meu celular, até que alguém bateu na porta.

- Entra. - Falei.

- Bom dia. Com licença. - A Doutora Godoy falou entrando. - Eu estou aqui pro seu primeiro passo. - Disse verificando a minha ficha. - Ei, ei... Não admitimos celular aqui. Me dê isso. - Falou esticando a mão.

- Que ? Por que ? - Perguntei. Eles não podem tirar ele de mim.

- Você tem que se desligar do mundo lá fora. - Falou ainda com a mão esticada.

Encarei meu celular e o entreguei pra ela.

- Muito bem. Vamos ao seu tratamento. Hoje você começa a primeira etapa.

- Primeira etapa ? - Perguntei.

- Sim, a desintoxicação. - Falou.

Oi ? Como assim ?

Continue Reading

You'll Also Like

462K 24K 45
Lorenzo Barbieri é um mafioso impiedoso com todos à sua volta, exceto sua família e seu filho. Lorenzo carrega em sua alma o peso da culpa pela morte...
329K 15.1K 123
quero a liberdade de ser quem eu sou, amar como eu amei o meu primeiro amor
32.4K 4.1K 30
[VENCEDOR DO PRÊMIO WATTYS 2021] - CATEGORIA MISTÉRIO/THRILLER +16 O caso de sequestro não era responsabilidade de Laura dias, mas quando o corpo de...
176K 10.4K 107
.. vem descrever essa história comigo. (Autora nota) Uma coisa mas não menos importante Essa história não haverá muito hot, eu quero ficar mais no f...