Infected

By groupinfected

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Vencedor The Wattys 2016, na categoria "Inovação". #4 em Aventura (21/01/2017) SAGA INFECTED - LIVRO I Nu... More

Recado do Group Infected para você
Prólogo
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Um (novo!) convite do Group Infected para você
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Epílogo
Agradecimentos
No próximo livro...
Aguenta Coração!
É amanhã! (e não é pegadinha de 1º de abril)
Wanted no ar!
Todo nosso amor
5 anos de Infected com novidades!
Antes tarde do que... bem, do que mais tarde
"Nosso" canal no YouTube

Capítulo V

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By groupinfected

Anippe Mahlab

O ar frio gela minhas narinas, e uma dor tremenda faz minha cabeça vibrar. Minha mente em torpor tenta achar uma justificativa para isso. Eu tomei um porre e estou de ressaca? Não, agora me lembro. Eu fui capturada e sedada.

Estou largada numa cadeira dura, e meu queixo está apoiado no meu colo. Minha cabeça parece pesar 50 milhões de quilos, e sinto meu pescoço tensionado, como se nós se formassem pela minha coluna. Minhas mãos e meus pés estão presos — não com algo físico, mas algo como um campo de força, que mantém meus membros colados na cadeira. Ergo a cabeça pesada lentamente, sentindo a mente girar. Estou vendada, mas sei que há alguém comigo.

Rapidamente, puxam a tira de pano do meu rosto. Demoro para abrir os olhos, porque não quero ser ofuscada pela luz que sinto bater na minha cara.

Abro os olhos, e vejo uma mulher. Ela é ruiva, e seus olhos verdes me examinam como se eu fosse um espécime raro. Seus cachos caem sobre os ombros enquanto ela caminha na minha direção, com uma arma moderna em punho.

Como se eu fosse atacá-la do jeito que estou.

— Me diga seu nome — ela exige, num tom autoritário. Como não dou nenhum indício de que irei responder, ela repete: — Seu nome.

— Sei que tenho o direito de permanecer calada — sussurro, e pisco o olho para ela.

Ela parece surpresa; daí ri, e balança a cabeça, como se o que eu acabei de dizer fosse ridículo demais.

— Isso não é uma delegacia. Você não foi capturada pela polícia.

Emudeço.

Se não estou aqui pelos meus furtos, o que estou fazendo nesse lugar?

— Sou Mederi — ela fala, se aproximando de mim e baixando um pouco a arma. Ótimo. Pelo menos agora não sinto que ela irá estourar minha cabeça a qualquer momento. Lentamente, ela começa a dizer: — Anippe Mahlab. Ou você prefere Thief?

Encaro aqueles olhos verdes frios como pedras. Mederi me dá as costas e vai até o outro lado da sala. Pela primeira vez, dou uma olhada ao meu redor.

Estou num lugar pequeno, com paredes cinzentas. A luz do sol da tarde entra pela única janela de vidro no alto da parede frontal, e bate diretamente nos meus olhos. Estou vestindo uma roupa absolutamente horrível: uma camisa de mangas e calças compridas e folgadas, marrons como folhas apodrecidas.

Não sei o que é pior: a dor de cabeça ou estar vestida desse jeito.

Mederi volta e para na minha frente segurando uma estatueta dourada de Osíris. Conheço muito bem esse artefato. Roubei-o do museu na noite do sábado. Entredentes, digo:

— Se você não é policial, quem é você e o que você quer? O que eu estou fazendo nesse lugar?

Ela sorri.

— Quero te fazer uma proposta, Thief.

Torço o nariz.

— Desculpe-me, mas eu tenho uma política pessoal muito rígida, de não fazer acordos com quem me sequestra. Em especial, se eu estiver presa.

Mederi pega um controle remoto retangular, e me mostra.

— Eu te solto. Se você prometer cooperar.

Olho para o controle na mão dela e aceno levemente com a cabeça.

— Tá, tanto faz.

Receosamente e apontando a arma para mim, ela corre os dedos pela tela do controle remoto, e o campo de força se desfaz. Com um suspiro de alívio, movimento meus membros descongelados.

— Certo — digo. — Estou um pouco mais receptiva agora.

— Bem, Thief, temos motivos para crer que a radiação te afetou geneticamente de maneiras diferentes.

Ergo uma sobrancelha.

— Todos estão afetados pela radiação. Houve uma época em que não haviam alguns humanos rápidos como carros, não é?

— Sim. Esse é um dos efeitos que a radiação deixou em alguns dos descendentes dos que tiveram contato com ela. Mas essa é uma característica que só existe em alguns dos humanos. Por outro lado, quando todos nós chegamos aos 45 anos, você sabe o que acontece, não sabe?

— Os órgãos da pessoa entram em falência e ela morre aos poucos — falo, com a voz esganiçada.

— Sim, Thief. E sabemos que não há como parar isso.

— Sorte tem aqueles que chegam aos 45, que resistem à fome, à sede e a falta de medicamentos a preço acessível — disparo.

Ela morde o lábio, abaixando um pouco a cabeça.

— Thief... — ela diz levemente, e eu explodo. Encaro a ruiva com ódio.

— Meu nome é Anippe. Pare de me chamar de Thief. E, afinal, o que você quer comigo aqui?

Mederi deposita a estatueta na mesa ao meu lado.

— Quero te convocar para uma missão, em nome da OCRV.

Euzinha, Anippe Mahlab, linda, loira e ladra, embarcar numa missão em nome de uma Organização que eu detesto desde sempre?

Ah tá. Que piada.

— Estou desinclinada a aquiescer à sua solicitação. Tradução: não.

A mulher me olha de viés, e se abaixa na minha frente, como se fosse argumentar com uma criança teimosa.

— Mencionei que você não tem alternativa? — Mederi passa a mão pelos cachos dos meus cabelos. — A não ser, é claro, que você não esteja desinclinada a aquiescer à sua morte. Sabe a pena para quem rouba.

Minha respiração fica acelerada. Que raiva dessa mulher. Olho para baixo, como se ela tivesse me vencido. Murmuro:

— Falando com carinho assim...

Ela sorri satisfeita. Rapidamente, pego a estatueta na mesa e dou uma pancada na cabeça dela.

— Ruiva falsa maluca — cuspo.

Ela cai desmaiada, e vasculho seus bolsos procurando a chave dessa sala. Vejo que a fechadura é leitora de digitais, assim, arrasto-a até a porta e pressiono sua mão contra o leitor.

A porta se abre, revelando um corredor vazio. Quais são as minhas chances de correr para fora sem que ninguém me veja? Desejo com todas as minhas forças ser invisível.

Entro em choque quando olho para baixo e vejo que meu corpo desapareceu.

Meu Deus! Há quanto tempo sei fazer isso? Era disso que Mederi falava, da radiação me afetar de maneiras diferentes?

Bem, não importa. Deixo o choque de lado, e me ponho a correr.

Corro pelos corredores, sem rumo. Não consigo encontrar nenhuma escada, nenhum elevador, nenhuma porta, nada. Por duas vezes, reapareço no meu terrível traje marrom, mas com muita concentração consigo voltar à invisibilidade.

Finalmente, encontro uma porta.

Atrás da porta de vidro, vejo uma garota esguia sentada num canto, encolhida como se estivesse se defendendo de um adversário invisível. As ondas escuras dos seus cabelos caem sobre seu corpo, e formam uma capa ao redor dela, contrastando com a cor morena clara de sua pele. Ela está numa espécie de cela azul. Resolvo não incomodá-la — seja lá o que ela esteja fazendo aqui, não é problema meu.

Quando estou dando meia volta para procurar uma saída, acabo me esbarrando na porta, e ela se levanta, sobressaltada. Me xingo mentalmente por tamanho amadorismo.

— Quem está aí? — a moça pergunta.

Não respondo, por que estou assustada com o que vejo no seu rosto.

Em meio aos traços mestiços, algo me chama a atenção.

Seus olhos são da cor de violeta. Como os meus.

Malika Sirhan

Quando me capturaram, achei que seria levada para uma prisão. Mas não uma desse tipo.

A verdade é que eu nem sequer imaginava que existissem prisões assim.

A cela em si é maior do que meu quarto, e aqui tenho uma televisão só para mim. Me sinto limpa e estou com roupas novas. Nada disso faz com que eu me sinta melhor, mas ainda assim é surpreendente. Sei que estar aqui provavelmente significa que sou perigosa demais para uma cela comum.

Olho em volta e estou mais sem saída do que já estive em qualquer outro momento da minha vida. Desisto me preocupar ou de procurar uma saída daqui. Foi ilusão minha achar que poderia ir pra casa. Sentada no chão dessa cela, entendo que eu mereço estar aqui.

De repente, uma batida na porta interrompe meus pensamentos e, antes que eu me dê conta, pergunto:

— Quem está aí?

Espero uma resposta imediata, mas ela não vem. Quem diabos bate na porta de uma cela, como se eu simplesmente pudesse me levantar e abri-la, mas quando eu pergunto quem é, não responde?

Pergunto de novo, mais alto:

— Quem está aí?

Não esperava uma resposta, mas ela vem.

— Ham... Ninguém. Sério.

É uma voz feminina, com certeza.

— Se não ia dizer nada, por que bateu na minha porta?

Ela suspira.

— Eu tô fugindo, tá legal? Agora cala a boca, antes que algum guarda apareça.

Isso me surpreende.

— Espera aí. Você estava presa? Como eu?

— É, exatamente como você, garota. Até com as mesmas roupas ridículas, inclusive. Eles não tem muita noção de moda por aqui.

— Isso não importa. Me ajuda a sair daqui.

Ela está fugindo! Essa é minha chance de sair de onde quer que seja esse lugar! Mal consigo conter a animação, quando ela pergunta:

— Você andou roubando também?

— Roubando? Claro que não! Não sou ladra.

Sei que estou aqui por algo muito pior do que roubar, mas isso não me impede de julgá-la. Se ela está aqui por roubar, não posso confiar nela.

— E você está fazendo o quê aqui? Ninguém te ofereceu uma escolha entre ajudar o governo ou ter sua cabeça decepada?

Ajudar o governo? De que diabos ela está falando?

— Não, ninguém me ofereceu nada. E não é da sua conta porque eu estou presa. Só me tira daqui!

— Você está bem agressiva pra quem está presa, moça. A desvantagem aqui é sua.

Sabia que não podia confiar.

— Eu não tenho nada a perder. Posso começar a gritar a qualquer momento, então todos os guardas desse lugar virão aqui antes que você consiga achar a saída. A desvantagem aqui é sua — minto. Sei que estou em desvantagem, e eu nunca a entregaria, apesar de tudo. Mas preciso sair daqui, e ela pode ser minha única chance.

— Tá, tá. Me dá esse grampo de cabelo aí.

Passo o grampo rapidamente por debaixo da porta e espero ansiosamente.

Ouço um clique e a voz da garota dizendo:

— Venha.

Sinto meu coração bater mais forte, mas quando abro a porta, tenho uma surpresa.

lihele! — Onde está a garota? Ela não pode ter corrido tão rápido. Será que estou ficando louca?

— O que você disse? — me assusto com a voz. Olho em volta e não vejo ninguém.

— Cadê você?

Nesse momento, ela aparece alguns passos a minha frente, uma jovem, de cabelos cacheados aloirados, rosto bonito, pele bronzeada e incríveis olhos violeta, iguais aos meus. A garota age como se estivesse ali o tempo todo, e me olha, interrogativa. Recuo assustada.

— Calma! Não sou nenhum monstro e não, não sei como estou fazendo isso. Mas vamos fazer um acordo, garota: Enquanto estivermos conversando, fale em inglês. Você sabe que é a língua oficial mundial, e, embora você use seus dialetos onde você mora, mesmo sendo proibido por lei, usá-los aqui não é uma boa ideia. E eu não entendi nada. Então inglês sempre, tá?

— Okay... — Nem presto atenção ao que ela diz, pois só consigo pensar que não sou a única! Não sou a única que faz coisas que não consegue entender. Isso é maravilhoso. E se ela consegue controlar o que quer que isso seja, ela pode me ajudar.

— Vai ficar parada me encarando, ou vamos dar o fora daqui?

Ela se vira e começa a andar em direção ao fim do corredor e desaparece. Sigo na mesma direção.

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