Connected - Bang Chan

By 3rachagirl_

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Emma era apenas uma jovem no início da carreira quando recebeu a oportunidade que mudaria tudo: trabalhar com... More

Ainda que eu tenha seguido em frente...
Ainda que eu tente fugir do destino...
Ainda que o passado pese sobre nós...
Porque eu nunca aprendi a esquecer...
Ainda que eu tente adiar o inevitável...
Ainda que eu me perca entre eles...
Ainda que eu diga que não dói mais...
Ainda que eu não olhe pra trás...
Ainda que eu tente resistir...
Ainda que eu o afaste de mim...
Ainda que ele desabe sobre mim...
Ainda que eu o veja com outros olhos...
Ainda que o conforto me assuste...
Ainda que o toque nos desfaça...
Q&A
Ainda que o caos nos alcance...
Ainda que o mundo saiba...
Ainda que o mar nos ouça...
Ainda que ele seja o meu lar...
Ainda que a Chuva fizesse o mundo parar

Ainda que eu chore sozinha...

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By 3rachagirl_

Eu estava destruída.

Não com o fim em si, mas com a sensação de ter perdido um ano inteiro da minha vida ao lado de alguém como o Henrique. A raiva queimava em mim, mas por baixo dela existia algo pior — o vazio do tempo desperdiçado, da confiança jogada fora, da ingenuidade que eu tanto jurei não repetir.

A dor que eu sentia não era pelo término, era por tudo que ele representava. Por todas as vezes que eu o defendi, que o perdoei, que acreditei que ele era diferente. E agora, olhando pra tudo, parecia tão óbvio, tão estúpido.

Por um momento, cheguei a pensar se a culpa realmente não tinha sido minha. Se talvez cancelar a viagem em cima da hora tivesse sido o estopim, se eu realmente tinha deixado ele se sentir abandonado o bastante pra fazer o que fez.

Mas essa hipótese se desfez tão rápido quanto surgiu. Porque a verdade é que ninguém trai por acidente. E se ele teve coragem de fazer isso uma vez, quem me garante que não tinha feito antes? Que outras desculpas covardes ele teria usado pra justificar?

Subindo os degraus das escadas de emergência, senti o peso do corpo inteiro. As pernas doíam, o peito ardia, e pela primeira vez desde que cheguei ao Rio, eu não tentei conter o choro.

Deixei sair.

Chorei pelo que aconteceu, mas também pelo que não aconteceu. Chorei pelo tanto que engoli nos últimos dias, pelas palavras que ficaram entaladas, pelos sentimentos que eu insisti em fingir que não existiam. Foi como se tudo finalmente tivesse encontrado uma brecha pra escapar — toda a raiva, toda a culpa, toda a dor que eu vinha empurrando pra um canto.

E, no meio disso tudo, o pensamento que eu mais odiei ter me atravessou como uma lâmina:
o quanto eu quis correr até Bang Chan.

Quando vi ele na escada, com aquele semblante preocupado e a voz calma, o mesmo tom brando que sempre me desmontava, uma nostalgia estranha me tomou e tudo em mim quis ceder. Eu só queria me jogar nos braços dele, sentir o abraço forte que sempre parecia me segurar inteira quando o mundo desabava. Queria chorar ali, escondida no peito dele, e fingir que o resto não existia.

Mas eu não fiz.
Eu não podia fazer.

Porque era exatamente isso que me colocava de volta no mesmo ciclo — de entrega e depois de dor. E eu não suportaria reviver tudo outra vez.

No fim, essa era a verdade que eu não conseguia mais negar: o que existia entre nós sempre terminaria em dor.

Dor por ter que dizer adeus.
Dor pela distância.
Dor pelo que nunca poderíamos ser.

Quando empurrei a porta das escadas e cheguei ao terraço, o vento frio da noite me atingiu de uma vez, gelando o rosto quente por causa do choro. O espaço era bem iluminado e amplo, tinham alguns vasos com plantas espalhados com pontos de luzes iluminando os diferentes tons de verde das folhagens. Por alguns segundos, só fiquei ali parada, respirando o ar pesado e salgado que vinha do mar, tentando recuperar o fôlego que parecia preso dentro de mim. Eu só queria que o mundo ficasse quieto por um minuto — sem gritos, sem desculpas, sem ninguém tentando me convencer de nada.

Mas, claro, nem isso o universo quis me dar.

Porque quando levantei o olhar, percebi que não estava sozinha. Havia alguém encostado no guarda corpo, de costas, o corpo levemente curvado pra frente, fones nos ouvidos. Pensei em dar meia-volta antes que me notasse, mas tarde demais. Ele se virou.

E então eu congelei.

Seungmin.

Por um instante, só consegui olhar pra ele — o tempo inteiro que passei sem ouvir a voz dele, sem cruzar aquele olhar, pareceu se misturar a tudo o que eu estava sentindo. Ele tirou os fones devagar, os olhos se fixando em mim, confuso.

Nós permanecemos em silencio por alguns segundos, apenas nos encarando. Eu tentei disfarçar o choro, mas a garganta travou. E quando finalmente consegui respirar, o alívio em ver ele ali me desmontou.

Foi como se o pouco controle que eu ainda tinha tivesse simplesmente... ido embora.

As lágrimas começeram a cair com força, quentes, desesperadas. Eu tentei falar alguma coisa, qualquer coisa, mas só o que saiu foram soluços. Seungmin deu dois passos rápidos na minha direção, preocupado.

— Ei... o que aconteceu?

A voz dele soou baixa, mas firme. E mesmo que ele não tivesse entendido nada, havia um cuidado ali que me atingiu de um jeito que eu não esperava. Eu não consegui responder, por que por mais que eu tentasse, as palavras eram engolidas pelos soluços em meio ao choro. Ele me puxou de leve pra perto — um gesto tão simples, tão espontâneo, que eu nem pensei. Só deixei acontecer.

Encostei o rosto no moletom dele e senti o tecido se umedecer com as lágrimas. Chorei com todas as forças que eu ainda tinha, sem pensar em mais nada, sem tentar esconder. Ele não disse muita coisa, só continuou me abraçando. levou uma das mãos no meu cabelo, acariciando de leve e murmurando palavras que eu nem sei se ouvi direito.

— Tá tudo bem... calma... tá tudo bem.

Depois de alguns segundos, andamos juntos até um dos pequenos sofás de madeira que havia ali com algumas almofadas. E por algum motivo, naquele momento, eu me permiti só existir, colocando pra fora tudo o que me consumia.

— Foi o Chan? — ele perguntou depois de um tempo, a voz cautelosa, quase num sussurro.

Os olhos dele me encaravam com algo que eu não via fazia tempo — preocupação genuína. Ele parecia tentar entender, mas sem forçar, sem julgar.

E foi ali, no meio do vento frio, com o rosto inchado e os olhos ardendo, que eu percebi o quanto eu senti falta dele, mesmo depois de tudo.

Contei pra ele o que tinha acontecido — sobre as mensagens, sobre o jeito como descobri, sobre a sensação horrível de perceber que passei um ano ao lado de alguém que, no fundo, nunca esteve comigo de verdade.

Enquanto eu falava, Seungmin continuava em silêncio. Só me olhava, o cenho levemente franzido, os olhos firmes. Até que, quando mencionei as mensagens, ele pareceu se irritar de verdade.

— Que babaca... — ele murmurou, quase entre os dentes.

Tentei sorrir, mas a voz saiu trêmula.

— Talvez a culpa tenha sido minha mesmo...— comentei secando as bochechas com a mão.— No fim das contas ele estava certo, eu sempre priorizei o meu trabalho, nunca ele.

— Não, Emma — ele interrompeu de imediato, com uma firmeza que me pegou de surpresa. — A culpa não é sua. Ele é um interesseiro desgraçado, isso não tem nada a ver com você.

Aquela frase ficou martelando na minha cabeça por alguns segundos. Era simples, mas vinda dele, soava diferente... verdadeira. Me deu vontade de chorar de novo, mas dessa vez não de raiva — e sim de exaustão, de alívio.

Eu continuei falando, como se precisasse tirar tudo de dentro de mim de uma vez. Falei sobre a raiva que eu sentia, sobre como era frustrante perceber que, mesmo depois de tudo o que vivi, eu ainda deixava as pessoas me ferirem.

E quando eu impulsivamente mencionei que quase desci as escadas pra ir até o Chan, que por um segundo tudo o que eu queria era o abraço dele, senti o peito apertar de novo. Eu não queria ter dito aquilo, mas eu estava tão exausta, que simplesmente saiu com o desabafo.

Seungmin ficou quieto por um instante, e então soltou um suspiro pesado.

— Você ainda gosta dele, né?

Eu não respondi, não precisava. Apenas fiquei em silencio, por que se eu disesse qualquer palavra, poderia admitir algo que eu não queria ouvir de mim mesma.

Ele passou a mão no cabelo, desviando o olhar por um momento, como se tentasse engolir alguma coisa amarga. Mas depois voltou a me encarar, e o tom dele mudou — menos duro, mais calmo.

— Eu não vou fingir que entendo tudo o que aconteceu entre vocês, mas... você não merece ficar se punindo por isso.

E eu fiquei ali, olhando pra ele sem saber o que dizer. Era estranho como, depois de tanto tempo afastados, ele ainda conseguia me enxergar desse jeito — como se soubesse exatamente onde doía, mesmo quando eu tentava esconder.

Seungmin relaxou o corpo no encosto do sofá, ao meu lado, com as mãos nos bolsos do moletom. Ele olhava pra frente, pro céu escuro, e o silêncio dele parecia quase confortável.

— Emma, eu queria que você soubesse que... — ele continuou, a voz baixa, meio hesitante — eu nunca ficaria contra você.

Eu levantei o olhar devagar, meio surpresa com a frase, e ele continuou, ainda sem me encarar.

— Quando eu descobri sobre você e o Chan, não foi raiva o que eu senti, foi... decepção. Eu achava que você confiava em mim o suficiente pra me contar.

Ele parou por um segundo, respirou fundo.

— Mas o que doeu de verdade foi saber que você tinha ido embora, sem dizer nada. Você nem se despediu de mim.

Aquela frase me atingiu em cheio. Senti a garganta apertar de novo, e por um instante, não consegui responder. Só olhei pra ele, tentando encontrar nas feições sérias o mesmo Seungmin de antes, o que brincava comigo nos bastidores, o que fazia piadas no meio da correria só pra me ver rir.

— Me desculpa... — foi tudo o que eu consegui dizer. A voz saiu quase num sussurro. — Eu nunca quis te magoar.

Ele finalmente me olhou, o olhar firme, mas sem dureza.

— Então por que não me contou?

— Porque eu não queria envolver vocês nisso, Seungmin.—Suspirei.— Se a empresa descobrisse naquela época, poderia ser ruim pra vocês, e eu não queria que ninguém fosse punido por uma irresponsabilidade minha e do |Bang Chan.

Ele ficou em silêncio por um tempo, processando o que eu disse. O vento bagunçou um pouco o cabelo dele, e por um momento, o rosto dele pareceu menos tenso.

— Você sempre pensa nos outros antes de pensar em você, né? — ele disse, com um meio sorriso quase triste.— Como você é burra.

Meu coração se aqueceu, e eu não pude deixar de rir. Quanto mais conversávamos, mas eu lembrava de como eu senti falta dos momentos com ele, das implicancias bobas, até mesmo do carinho disfarçado de ofensa.

— Você vai voltar pro quarto? — Seungmin perguntou depois de um tempo, quebrando o silêncio.

Balancei a cabeça devagar, olhando pro chão.

— Não... — a palavra saiu carregada, quase como um suspiro. — Eu não conseguiria dividir o mesmo quarto, sem sentir vontade de vomitar olhando pra cara dele.

A raiva voltou a me corroer por dentro, mas dessa vez sem lágrimas, só aquele peso sufocante de quem ainda não sabe o que fazer com tanta coisa acumulada.

— Eu vou mandar mensagem pro Eric, vou dormir com ele hoje.

Peguei o celular no bolso da calça, mas a tela não acendeu. Tentei apertar o botão mais uma vez, e nada. A bateria tinha acabado. Suspirei, frustrada, e foi nesse instante que vi o olhar de Seungmin sobre mim.

— Dorme no meu quarto. — ele disse, simples, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

— O quê?— Ergui o olhar na hora.— Não, Seungmin, não precisa se preocupar comigo, eu posso ir até o quarto do Eric, e se ele não atender, eu vejo na recepção se tem outro quarto disponível.

— Eu durmo com o Changbin. Eu ainda não me acostumei com o fuso, provavelmente vou passar a madrugada jogando, e o wi-fi do quarto dele é melhor de qualquer forma.

Antes que eu pudesse protestar de novo, ele continuou:

— Se decide logo, ta bom? — ele continuou, a voz firme, mas tranquila. — Eu to tentando fazer as pazes com você, mas não vou insistir muito. Se você começar com esse drama vou voltar a te ignorar até o final da turnê.

Fiquei olhando pra ele por alguns segundos com um sorriso bobo no rosto, sem conseguir responder. Soltei o ar devagar e apenas assenti, em silêncio.

Seungmin não disse nada, só acenou de leve com a cabeça, como quem entende sem precisar de mais explicações. Ele me esperou dar o primeiro passo e depois caminhou ao meu lado, em silêncio, descendo as escadas comigo.

Assim que entramos no quarto, percebi como tudo estava organizado, como eu imaginei que estaria. Eu fiquei ali, parada no meio do quarto, meio sem saber o que fazer. Ainda estava com o corpo tenso, o rosto quente do choro, e uma estranha sensação de vazio dentro do peito.

Seungmin abriu o armário sem dizer nada, e de lá tirou uma bermuda de tecido leve e uma camiseta larga. Colocou as peças sobre a cama e olhou pra mim.

— Pode usar isso pra dormir. — disse com naturalidade. — É mais confortável do que o que você tá vestindo.

Assenti, com um pequeno movimento de cabeça. Ele tirou o cartão de acesso do quarto do bolso e me entregou.

— Eu vou deixar com você, tá? Amanhã a gente se encontra no café pra eu pegar de volta, antes de sair.

Assenti de novo, mas continuei ali, olhando pra ele em silêncio, com as roupas nas mãos. Era estranho como o simples gesto de cuidado podia fazer tudo desabar de novo.

Senti as lágrimas escorrerem pelas bochechas antes mesmo de perceber que estava chorando. Tentei limpar com a manga, disfarçar, mas Seungmin percebeu.

— E para de chorar por aquele canalha, ele não merece as suas lagrimas. — disse baixinho, com aquela voz firme, mas carregada de gentileza.

— Não é isso.— Balancei a cabeça, engolindo em seco.

— Ta chorando de novo por que então? — Ele franziu o cenho, um tanto confuso.

Demorei alguns segundos pra responder, sentindo a garganta arder.

— Porque eu tava com saudades de você.

Seungmin pressionou os lábios, como se lutasse contra um sorriso, e desviou o olhar. Em seguida, virou de costas, do mesmo jeito de sempre — aquele gesto quase infantil de quem não quer ser visto chorando.

— Vai dormir, Emma. — disse com a voz baixa. — Você ta sentimental demais pro meu gosto.

E saiu, fechando a porta com cuidado atrás de si. Fiquei ali parada por um tempo, com o som do clique ecoando no quarto silencioso. Demorei pra me mover, pra entender o que sentia. Tudo parecia pesado demais e, ao mesmo tempo, vazio.

Tirei a roupa devagar, vesti a bermuda e a camiseta que ele tinha deixado pra mim. Deitei na cama e encarei o teto por um longo tempo. O vento frio entrava pela fresta da janela, e por um instante, o silêncio pareceu acolhedor. Fechei os olhos e deixei o corpo relaxar, como se o cansaço finalmente tivesse vencido.

Rolei de um lado pro outro na cama meio dormindo, meio acordada. Com aquela sensação estranha de estar de olhos fechados, com o corpo adormecido, mas ainda assim estar ouvindo tudo que acontece ao redor.

-

O quarto estava mergulhado no silêncio da madrugada, o vento frio entrando pela janela entreaberta, se misturando ao som distante do mar. De repente, fui desperta pelo barulho da porta do quarto sendo fechada, e poucos segundos depois senti o colchão afundar ao meu lado e, sem pensar, murmurei:

— Changbin te expulsou do quarto?

Houve uma respiração familiar, próxima demais, e então a voz dele, baixa e firme, que me atravessou o peito:

— Não... Eu só vim cuidar de você.

Era ele, Bang Chan.

Meu coração disparou. Abri os olhos devagar e, por alguns segundos, o mundo inteiro pareceu se reduzir àquele instante. As mãos dele tocaram minha cintura com uma delicadeza que me desarmou, me puxando para perto, encaixando meu corpo no dele como se não tivesse passado tempo algum.

Eu queria protestar, queria dizer alguma coisa, queria mandar ele sair dali. Mas tudo o que eu consegui fazer foi entrelaçar meus dedos aos dele, que estavam pousando suavemente na minha barriga. Um arrepio percorreu toda a minha espinha quando a respiração quente dele bateu contra a minha nuca.

Aquilo não podia estar acontecendo, não era possível que mesmo depois de tudo que eu passei nos últimos dias, o universo havia enviado a ultima pá de terra para me quebrar em pedaços de uma só vez.

Com a respiração pesada pelo nervosismo, me virei devagar ficando de frente pra ele. E quando os olhos dele encontraram os meus, foi como se eu tivesse voltado a três anos atrás. Todos os sentimentos que eu insistia em esconder, escaparam de uma só vez.

— Chan... Você não devia estar aqui. — minha voz saiu embargada. — Por que você veio?

Ele inclinou a cabeça, encostando a testa na minha, e sussurrou, quase como se fosse segredo:

— Porque eu não ia deixar você passar por isso sozinha.— Ele respondeu me acomodando nos seus braços.

Apoiei o rosto no peito dele, sentindo o calor do corpo, o ritmo da respiração. Queria que aquele abraço durasse para sempre, que o tempo tivesse parado.

— Eu... eu precisava de você. — disse, sentindo uma lagrima queimar meus olhos.— Eu precisava tanto de você, Chan!

— Eu sei, por isso eu vim — ele respondeu, me abraçando com força contra o peito dele.— Por que sou eu que estou do outro lado do seu fio, lembra?

Eu queria me perder naquele momento, esquecer o mundo lá fora. O cheiro dele, o calor, o som da respiração... era segurança pura, era o meu lugar favorito no mundo e mesmo depois de tanto tempo, nada havia mudado isso.

Ergui a cabeça só o suficiente para poder relembrar cada traço do rosto dele, e foi nesse momento em que ele aproximou o rosto do meu. Nossas respirações se cruzaram por alguns segundos, até eu prender a respiração quando ele deslizou os dedos por toda a lareral do corpo, parando com as mãos no meu rosto.

Chan acariciou minha bochecha com o polegar, enquanto roçava a ponta do nariz dele no meu. Fechei os olhos, me permitindo sentir aquele carinho que eu aprendi a viver sem, mas que ainda me causava arrepios.

Abri os olhos novamente, e então como se apenas com o olhar nós fôssemos capazes de nos entender, aproximamos o rosto um do outro. Nossos lábios estavam perigosamente perto, e eu podia sentir a respiração quente dele bater contra a minha boca, faltavam milímetros para que nossas peles se tocassem.

Mas então, um clarão começou a atravessar o quarto. Faixas de sol se infiltraram pelas cortinas acertando diretamente os meus olhos, queimando a penumbra que me envolvia e causando um desconforto enorme,. O toque dele desapareceu.

Pisquei várias vezes, tentando entender, mas não havia ninguém. O colchão estava frio do outro lado da cama, vazio, e o quarto, silencioso. A sensação do abraço dele, das mãos dele, do calor dele... tudo parecia tão real que eu desejei por alguns segundos não ter acordado.

Foi só um sonho. Mas por alguns preciosos segundos, eu jurei que ele tinha estado ali, cuidando de mim, me protegendo, como sempre soube fazer. E mesmo sabendo que era só um sonho, meu peito ainda doía com a ausência dele, com a saudade que nem o tempo nem a distância conseguiram apagar.

-

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