𝐋𝐚ç𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐎𝐛𝐬𝐞𝐬𝐬ã𝐨

By sryzzxx

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EM R E V I S Ã O! Lua, uma criança abandonada, encontra abrigo nos braços acolhedores de Lúcia, a dona da f... More

cap 1
cap 2
cap 3
cap 4
cap 5
cap 6: confronto
cap 7
cap 8
cap 9
cap 10
cap 11
cap 12
cap 13
cap 14: Gabriel
cap 15
cap 16
cap 17
cap 18
esclarecimento
cap 19: "encontro?"
cap 20
cap 21: jantar
cap 22
cap 23
cap 24
cap 25: presente
cap 26
cap 27
cap 28
cap 29: Gabriel
cap 30
cap 31
cap 33
cap 34
cap 35
cap 36
cap 37
cap 38
cap 39: Gabriel
cap 40
cap 41
cap 42
cap 43
cap 44

cap 32

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By sryzzxx

Corri para o quarto da minha madrinha, onde a encontrei deitada na cama, um sorriso fraco iluminou seu rosto ao me ver.

Lúcia: Onde vocês estavam, meus amores? -- ela perguntou, sua estava fraca. Olhei para trás e só então percebi que Gabriel estava atrás de mim.

Gabriel: Mamãe, o que aconteceu?

Lúcia: Foi só uma queda de pressão...

João: Desculpe interromper, mas não foi só uma queda de pressão. Os resultados dos exames indicam que precisamos ajustar o tratamento imediatamente -- ele disse, entrando no cômodo, fiquei surpresa com sua presença -- Vim assim que o senhor Carlos me ligou.

Doutor João fez uma pausa, olhando para mim com uma expressão de preocupação.

João: Lua, eu sei que é difícil ouvir isso, mas a condição da sua madrinha piorou um pouco desde a última vez que a vi.

__ O que você quer dizer com 'piorou'? -- eu mal conseguia formular as palavras, meu coração batia rápido, sentindo um aperto no peito.

Ele respirou fundo antes de continuar, escolhendo cuidadosamente suas palavras.

João: O tumor está avançando mais rápido do que esperávamos. O tratamento está sendo mais desafiador do que o previsto.

Um nó se formou em minha garganta enquanto eu tentava processar a gravidade da situação. Minha madrinha sempre fora tão forte, tão otimista. Ver seu estado piorar era devastador.

Gabriel colocou uma mão no meu ombro, oferecendo apoio, mas seu olhar preocupado denunciava que ele também estava sentindo.

Senti as lágrimas ameaçando descer em meu rosto, doutor João se aproximou um pouco,

Gabriel segurou firmemente meu braço, me puxando pra um abraço apertado, senti a tensão entre ele e o doutor João. Gabriel sempre foi protetor, mas agora estava mais evidente do que nunca.

Doutor João recuou um pouco, percebendo o que Gabriel tava tentando dizer. Ele suspirou e dirigiu sua atenção para minha madrinha novamente.

João: O tratamento que você precisa só pode ser feito na capital. É uma questão de saúde e segurança.

Minha madrinha balançou a cabeça.

Lúcia: Eu entendo, doutor, mas me sinto mais confortável aqui na fazenda. Posso continuar o tratamento no hospital da cidade.

João: Lamento, mas as instalações e recursos do hospital da região não são suficientes para o seu caso. Precisamos buscar o melhor para sua saúde...

Gabriel: Não se preocupe mamãe. Eu farei o que for preciso para garantir seu bem-estar. Se é equipamento que o hospital precisa, eu providenciarei hoje mesmo.

Minha madrinha olhou para Gabriel com gratidão.

Lúcia: Você faria isso por mim meu amor?

Gabriel: Claro que sim, mãe. Sua saúde é prioridade para mim, e farei tudo ao meu alcance para garantir que receba o melhor cuidado possível -- respondeu colocando a mão sobre o ombro dela, e depositando um beijo em sua testa.

João: É uma oferta generosa, Gabriel. Com os recursos adequados, poderemos garantir um tratamento eficaz para sua mãe, podemos falar lá fora sobre o que vou precisar?

Gabriel: Claro doutor, vamos.

Me aproximei para abraçar minha madrinha, sentindo sua mão afagar meu cabelo.

Lúcia: Podemos conversar sobre seu sumiço?

__ Agora não, madrinha... você precisa descansar...

Como poderia explicar a ela que enquanto ela passava mal, eu estava transando com seu filho? Que tipo de afilhada eu era? Deveria estar ao lado dela o tempo todo.

Eu saí do quarto após minha madrinha adormecer, seguindo diretamente para meu próprio quarto. No corredor, esbarrei em Gabriel enquanto ele conversava com o doutor.

Gabriel: Lua? -- chamou ele.

Não tive coragem de olhar para ele. Sentia-me tão culpada que não conseguia encará-lo. Eu só precisava do silêncio e do espaço para enfrentar meus próprios pensamentos. Sem dizer uma palavra, continuei em direção ao meu quarto

•••

Depois de um banho demorado, me sentei na cama ainda envolta em uma toalha, passando a mão pelo cabelo úmido enquanto suspirava cansada.

Escutei batidas na porta e a voz de Gabriel do outro lado.

Gabriel: Lua? Podemos conversar?

Respondi com um suspiro

__ Entra...

Gabriel entrou no quarto e fechou a porta suavemente atrás de si. Seus olhos encontraram os meus com uma mistura de preocupação e compreensão.

Ele se aproximou lentamente e se sentou ao meu lado na cama.

Gabriel: Como você está se sentindo? O que foi aquilo...

Baixei o olhar, incapaz de encará-lo diretamente.

__ Estou me sentindo péssima, Gabriel -- admiti em voz baixa -- Nós não deveríamos ter nos afastado quando ela mais precisava, ter feito aquilo... Estou me sentindo tão culpada...

Gabriel: Como a gente ia adivinhar? Lua, você não precisa carregar o mundo inteiro nas costas...

Levantei os olhos para encontrar os dele

__ Como eu vou contar pra ela? Como eu vou contar que passei a noite com você? -- um nó se formou em minha garganta e as palavras saíram antes que eu pudesse detê-las -- Você tem noção de que ela acha que a gente se trata como irmãos?

Os olhos de Gabriel se arregalaram ligeiramente com a surpresa de minhas palavras.

Gabriel: Você sabe.. Eu nunca te vi como irmã.

__ Eu sei, Gabriel! Ela é que não sabe -- suspirei antes de continuar -- Eu acho melhor a gente não falar nada por enquanto... pro bem dela -- falei, tirando meu anel com um peso no coração.

Ele olhou para meu gesto e suspirou fundo, concordando com a cabeça.
Gabriel se levantou do lado da cama, sua expressão era indecifrável, me deu um último olhar antes de se dirigir para a porta.

Gabriel: Vou ficar por perto se precisar de mim -- disse antes de sair do quarto e fechar a porta atrás de si.

Fiquei sozinha no silêncio do meu quarto. O anel em minhas mãos parecia mais pesado do que nunca, com um suspiro, coloquei o anel dentro da gaveta de minha penteadeira e me deitei na cama, perdida em pensamentos sobre o que o futuro reservava para nós.

•••

Acabei adormecendo e, quando acordei, ainda estava de toalha. vesti o primeiro vestido que encontrei, branco com estampa de rosas, e calçei minha rasteirinha. Ao sair do quarto, esbarrei em alguém.

João: Oi, Lua, vai com calma aí -- disse, enquanto me analisava de cima a baixo.

__ Doutor João? O senhor ainda está aqui?

João: Dona Lúcia fez questão que eu ficasse hospedado aqui. Eu estava procurando a cozinha... -- seu olhar continuava sobre mim, o que começou a me deixar desconfortável.

__ Ah, eu estava indo para lá... Me siga -- respondi, tentando disfarçar meu desconforto, enquanto o guiava pelo corredor em direção à cozinha.

Caminhamos em silêncio pelo corredor, e eu me sentia cada vez mais incomodada com o olhar dele.

Ao chegarmos à cozinha, comecei a preparar um café.

__ Doutor, se precisar de mais alguma coisa, é só me chamar -- disse, forçando um sorriso.

Ele assentiu, agradecendo brevemente.

João: Você é uma pessoa forte, Lua. Admiro muito isso...

Antes que eu pudesse responder, Gabriel entrou. Seu olhar capturou nós dois conversando.

Gabriel: Estou interrompendo alguma coisa?

Senti um alívio instantâneo com sua presença, mas também uma pontada de ansiedade sobre como ele reagiria à situação.

Gabriel: O hospital já está equipado, o doutor pode começar o tratamento de minha mãe, logo uma ambulância vai chegar para buscar vocês -- ele pausou por um momento pra olhar pra mim -- Você irá comigo.

Era como se ele estivesse reafirmando sua presença, mostrando que eu não estava disponível para outras tentativas de flerte por parte do doutor João.

__ Está bem, Gabriel. Vamos juntos.

•••

Na sala de espera do hospital, o silêncio pairava entre nós enquanto esperávamos. Já havia algum tempo desde que ela e o doutor João haviam entrado.


Gabriel permanecia ao meu lado em silêncio, e eu não sentia a necessidade de iniciar uma conversa. O clima era tenso, e era evidente que ambos estávamos lidando com nossos próprios pensamentos e emoções.

Respirei fundo, tentando acalmar meus próprios nervos enquanto aguardávamos por notícias.

Ao ver minha madrinha aparecer na companhia do doutor João, que segurava delicadamente seu braço, meu coração se encheu de preocupação. Ela parecia visivelmente fraca.

Rapidamente, me levantei e fui ao encontro deles.

__ Madrinha, como você está se sentindo? Está tudo bem?

Lúcia: Estou um pouco fraca, mas estou bem, querida -- respondeu ela com voz suave -- O doutor João está cuidando muito bem de mim.

__ Obrigada, doutor -- disse, sinceramente.

João: É um prazer ajudar. Vou deixá-los a sós por um momento -- disse ele, afastando-se discretamente para nos dar um pouco de privacidade.

Gabriel: Não seria melhor a senhora passar a noite no hospital, pelo menos para garantir que receba todos os cuidados necessários?

Minha madrinha sorriu fraco, segurando a mão de Gabriel com gratidão.

Lúcia: Gabriel, querido, eu aprecio muito sua preocupação, mas tudo que mais quero agora é descansar na minha própria cama.

Gabriel: Está bem, mamãe, Vamos então?

O doutor João retornou à sala de espera, interrompendo nossa conversa, e chamou nossa atenção para nos prepararmos para partir.

João: Então vamos?

Gabriel: Vamos? você vai pra onde exatamente?

__ Gabriel, o doutor João vai ficar hospedado na fazenda...

Ele engoliu em seco, com uma expressão nada boa.

Gabriel: Está bem, então -- murmurou ele, enquanto se levantava para nos seguir em direção à saída do hospital.

•••

Enquanto ajudava minha madrinha a se deitar, Gabriel permaneceu ao meu lado em silêncio, observando com uma expressão séria.

__ Você precisa descansar agora, madrinha -- disse eu suavemente, ajeitando o travesseiro sob sua cabeça -- Se precisar de algo, estarei aqui.

Ela sorriu fracamente, apertando minha mão com gratidão.

Lúcia: Obrigada, querida. Você sempre cuida tão bem de mim.

Enquanto me afastava para deixá-la descansar, passamos pelo corredor onde o doutor João estava prestes a se retirar


Ele sorriu, seus olhos brilharam

João: Boa noite, Lua. Durma bem.

__ Ah Boa noite doutor -- sorri.

João: Já disse pra me chamar só de João -- deu uma pausa antes de continuar -- Boa noite pra você também Gabriel.

Gabriel acenou friamente.

Ao passarmos pelo corredor, pude sentir o olhar queimando minhas costas.

__ Você está bem, Gabriel?

Ele bufou, os músculos de sua mandíbula se contraíram

Gabriel: Estou ótimo -- respondeu com sarcasmo -- É claro que estou ótimo, enquanto você continua a flertar com aquele doutorzinho de merda.

__ Gabriel, você está enlouquecendo? ele tá cuidando tão bem da sua mãe, só estou sendo gentil...

Ele avançou em minha direção, sua expressão agora contorcida de raiva.

Gabriel: Enlouquecendo? Você é cega ou apenas estúpida? Todos ao nosso redor percebem, menos você! -- ele gritou, suas palavras ecoaram pelo corredor vazio.

Senti um arrepio percorrer minha espinha, uma mistura de medo e incredulidade. As palavras de Gabriel foram como um soco no estômago, e eu me afastei rapidamente, indo em direção ao meu quarto, como ele ousava falar assim comigo?


Pude ouvir os passos de Gabriel se aproximando por trás. Ele tentou alcançar minha mão, mas eu me esquivei, recusando-me a encará-lo.

Gabriel: Lua, eu... eu sinto muito -- ele começou

Eu parei, virando-me para encará-lo com os olhos cheios de lágrimas.

__ Você pede pra eu confiar em você mas não faz o mesmo? -- murmurei com minha voz embargada.

Ele estendeu a mão na minha direção, mas eu recuei. Sem dizer mais nada, virei-me e entrei no meu quarto, fechando a porta atrás de mim com um baque.

...

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