Lago de Algodão | releitura d...

By NathalyBrandaoo

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Após terminar o ensino médio, sem perspectivas de fazer uma faculdade, Stefaní Prado é convidada pela tia par... More

Antes de Começar...
Dedicatória
Epígrafe
Capítulo 01 | Fevereiro de 2021
Capítulo 02 | Fevereiro de 2021
Capítulo 03 | Fevereiro de 2021
Capítulo 04 | Fevereiro de 2021
Capítulo 05 | Fevereiro de 2021
Capítulo 06 | Fevereiro de 2021
Capítulo 07 | Fevereiro de 2021
Capítulo 08 | Fevereiro de 2021
Capítulo 09 | Março de 2021
Capítulo 10 | Março de 2021
Capítulo 11 | Março de 2021
Capítulo 12 | Março de 2021
Capítulo 13 | Março de 2021
Capítulo 14 | Março de 2021
Capítulo 16 | Março de 2021
Capítulo 17 | Março de 2021
Capítulo 18 | Março de 2021
Capítulo 19 | Março de 2021
Capítulo 20 | Abril de 2021
Capítulo 21 | Abril de 2021
Capítulo 22 | Abril de 2021
Capítulo 23 | Abril de 2021
Capítulo 24 | Abril de 2021
Capítulo 25 | Abril de 2021
Capítulo 26 | Abril de 2021
Capítulo 27 | Abril de 2021
Capítulo 28 | Abril de 2021
Capítulo 29 | Abril de 2021
Capítulo 30 | Abril de 2021
Capítulo 31 | Abril de 2021
Capítulo 32 | Abril de 2021
Capítulo 33 | Abril de 2021
Capítulo 34 | Abril de 2021
Capítulo 35 | Abril de 2021
Capítulo 36 | Abril de 2021
Capítulo 37 | Abril de 2021
Capítulo 38 | Abril de 2021
Capítulo 39 | Abril de 2021
Capítulo 40 | Abril de 2021
Capítulo 41 | Abril de 2021
Capítulo 42 | Abril de 2021
Capítulo 43 | Abril de 2021
Capítulo 44 | Maio de 2021
Capítulo 45 | Maio de 2021
Capítulo 46 | Maio de 2021
Capítulo 47 | Maio de 2021

Capítulo 15 | Março de 2021

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By NathalyBrandaoo

“Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”.
— Mateus 11:15

Negar estar apaixonado por Mary Crow seria uma burrice. Edmundo não sabia qual aspecto, qualidade ou atividade dela o encantava mais.

Seu sorriso era tão bonito. Cheio de simpatia, meiguice e gentileza, exalava uma feminilidade que o atraía cada vez mais. Seus gestos e sua personalidade eram tão delicados. Seus julgamentos eram sagazes, justos e verdadeiros. Ela era divertida. A cada duas palavras suas, três referiam-se à fé no Senhor Jesus e os conduziam a debates teológicos.

E agora, ele tinha mais um motivo para suspirar durante o dia e sonhar durante a noite: a visão dela tocando harpa.

Quão graciosas foram as suas apresentações. Ed se deleitava mais com a primeira, a qual estava recheada das novas sensações e visões que o instrumento lhe proporcionou. As notas suaves, os dedos bailando por entre as cordas verticais, os cabelos castanhos e ondulados caindo para esconder parcialmente o rosto e o ombro da musicista, tocando o vestido amarelo de estampa florida. Foi lindo! Ed esteve a ponto de emocionar-se.

Não acreditava ter-se envolvido romanticamente tão rápido, e isso só podia ser resposta das suas orações. Sempre orou para que o Senhor guardasse o seu coração para se apaixonar, amar e se sacrificar por somente uma mulher em toda a sua vida. E agora, com tantas novas sensações, num contexto em que poderia casar-se com uma mulher piedosa e liderar e sustentar sua casa, sentia-se como se nas nuvens.

No entanto, ainda não estava completamente seguro.

Haviam leves traços nos comportamentos e falas de Mary que o deixavam um tanto indeciso, principalmente em relação à pauta chamado. Ela afirmou certa vez que não se via casada com um ministro do Evangelho por conta do cargo acarretar responsabilidades das quais ela tinha certeza que não daria conta. Isso inibiu Ed de comunicar à ela o seu chamado pastoral; ainda não tinha encontrado a hora certa para tal coisa. Talvez, se aguardasse com paciência, ela aceitaria, respeitaria e concordaria com o chamado dele, caso correspondesse aos seus sentimentos.

E Ed acreditava que ela correspondia. Ele só precisava, em oração, esperar pelo momento certo das coisas acontecerem.

Ed dirigiu pelas ruas de Laguinhos a 30km/h para não atropelar um morador desavisado do trânsito inexistente. Camila já estava do lado de fora de casa, acompanhada por um homem que Ed não reconheceu de imediato. Pelas feições da moça, estavam discutindo. Ed estacionou bem ao lado dos dois, mas antes mesmo de abaixar a janela do acompanhante para falar com eles, o rapaz deu as costas à Camila e se afastou. A Ambrósio tinha o rosto vermelho, o cenho franzido e o peito subindo e descendo com maior velocidade que o normal.

Ela pareceu ser despertada de uma hipnose com a voz de Ed lhe perguntando se estava tudo bem. Ela explicou brevemente que se desentendera com o rapaz.

— Ele é daqui? — Ed perguntou ainda, sem conseguir se lembrar da onde conhecia aquelas feições.

— É o Yago, não lembra? — ela disse, já dentro do carro. — Ele frequentou a igreja no final do ano passado.

— Ah! — Ed exclamou. Sim, conhecia mesmo o rapaz. — Há quanto tempo não o vejo. Está diferente.

Yago era filho de um irmão da igreja, mas morava na capital de São Paulo, com os avós. Passara um tempo do final do último ano em Laguinhos com o pai. Ed não o reconheceu por conta dos cabelos agora longos.

— Pois é — Camila concordou, apenas.

Ela parecia bem irritada, por isso Ed lhe deu alguns minutos para se recompor antes que tentasse desviar a atenção dela para outro assunto.

— Finalmente vai dormir lá em casa, não? — começou. Já estavam diante da casa dos avós de Richard, onde pegariam Maria.

— Eu queria ir antes, mas, como a Faní dormiu lá em casa um tempo atrás, meus pais acharam melhor aguardar para obedecer melhor ao princípio bíblico.

Ed pensou um pouco.

— Não ir tanto à casa do seu irmão porque ele pode se cansar de você?⁹

— Isso. São princípios que parecem tão bobos e inocentes que nós tendemos a ignorá-los. Daqui para desobedecer um “grande” mandamento — fez o sinal das aspas com uma mão — é dois pulos. As consequências estão aí para provar que todos os mínimos mandamentos devem ser seguidos.

Ed ficou em silêncio, surpreso em como foi confrontado por um simples discurso. Rapidamente, algumas imagens de seus dias passados cruzaram a sua mente. Viu a si mesmo na sala de estar de Gardênia, ouvindo Mary tocar harpa diariamente. Será que estava rompendo os limites estabelecidos pela Bíblia com aquelas visitas?

Lembrou-se também de outros “pequenos” erros: quando ficaram sozinhos na ida e na volta de sua própria casa, no dia em que ela fora ver se Faní estava bem, e quando conversou com alguém que não era uma autoridade espiritual — nesse caso, Faní — sobre os erros de Mary em relação à honra aos seus pais. Era preferível que tivesse falado com o próprio pai a respeito desse último assunto, mas não, por sentir-se inseguro demais com seus intentos para tal coisa, conversou com Faní. E, se investigasse bem, podia lembrar-se das respostas monossilábicas da prima, as quais poderiam demonstrar certo desconforto dela com a situação.
Céus! Quantos pequenos deslizes cometeu sem perceber naquelas últimas semanas?

Ed foi sugado por suas reflexões de forma tão intensa que não percebeu Richard o cumprimentando, nem Maria e Mary adentrando o carro. Camila havia passado para trás a fim de dar espaço à irmã do motorista, mas quem se sentara ali fora a estrangeira, por indicação da própria Maria. Foi o perfume conhecido que despertou o rapaz para olhar para o lado. Ao ver a moça participante de seus pensamentos materializando-se à sua frente, Ed franziu as sobrancelhas.

— Mary?

— Oláaaaaaa! — ela cumprimentou, feliz.

Ed olhou para trás, desconcertado, e encontrou a irmã. Mary ria da situação.

— Decidi fazer uma noite das meninas, chamei a Mary para ir com a gente — Maria explicou, então.

— Mas eu a vi essa manhã — Ed falou com a estrangeira, ainda muito confuso.

— Não contei de propósito — Mary disse e simulou uma expressão de tristeza no rosto. — Não está feliz em me ver, Ed?

O rapaz, então, se adiantou para garantir que não era o caso, ele só tinha se surpreendido porque... bem, porque não imaginava que Maria e Faní haviam combinado uma noite das meninas.

A verdade era que Maria não tinha combinado nada com Faní, apenas assumiu que a prima não iria importar-se, como sempre acontecia em todas as situações, em ter mais de uma companhia.

Ed tornou a dirigir, já recuperado, e ficou em um quase absoluto silêncio por todo o caminho. Estava muito perturbado. Algo dentro dele o alertava de que precisava conversar com o pai o mais rápido possível. Aquela omissão de sua parte já estava indo longe demais; ele deveria ter falado quando o interesse deu o mínimo sinal de vida, não quando já visualizasse a si mesmo como marido daquela gentil, espirituosa e linda mulher ao seu lado.

Camila, no banco de trás do carro, observava e ouvia em silêncio a conversa animada acontecendo entre Maria e Mary. Faní não tinha comentado com ela que as duas estariam na noite também, com certeza comentaria caso soubesse. A Prado sabia muito bem que Camila não tinha muita amizade por Maria. Achava-a um tanto metida e, nas vezes em que tentou aproximar-se, não obteve sucesso. Por isso, buscando não encontrar nenhum motivo para uma real desavença surgir, mantinha-se distante. Faní, mesmo nunca tendo concordado com essa postura, nunca a desencorajou. Camila desconfiava que a melhor amiga não tivesse um bom relacionamento com a prima Bernardo mais velha, no entanto, nunca teve uma confirmação. Por mais esse motivo preferia não tentar envolver-se com Maria e cria não estar errada diante de Deus. Não era inimiga de Maria, não lhe desejava e nem tratava mal, só não era amiga mesmo.

Pelo menos nessa área, Camila acreditava não estar errada.

Suspirou levemente. Estava, sim, indo até a amiga para vê-la e passar a noite com ela, mas havia mais um objetivo a ser cumprido. Não fugiria mais; precisava de ajuda para conseguir resolver a furada em que tinha se metido.

— Stefaní! Tia Alice!

Camila entrou na casa gritando, bem à frente de Ed, Maria e Mary. Deu de cara com Tim na pia, ao lado da porta de entrada à cozinha.

— Ah, oi, Timóteo — cumprimentou. Ele estava lavando a louça.

— Tão bom saber que você ainda lembra da minha existência, Ambrósio — gracejou o rapaz.

Ela o ignorou ao ver que Faní se aproximava. As duas se abraçaram forte.

— Oi, Cami. Oi, Mary. — Faní olhou para a estrangeira.

— Surpresa! — Mary também abraçou Faní, surpreendendo-a duas vezes. — Vamos ter uma noite das meninas juntas!

— Vamos? — Faní encarou Maria.

— Ah, eu pensei que você iria gostar, Faní — Maria respondeu com um sorriso perfeito e alinhado. — Podemos dormir todas na sala de estar, colocar colchões, comer brigadeiro...

Camila queria muito que a amiga não concordasse, mas não alimentava essa esperança. Por isso, ficou surpresa e contente quando ela disse:

— Camila e eu temos muito pouco tempo para conversar, Maria. Se você não se entristecer por isso, prefiro dormir no meu quarto com ela. Mas podemos, sim, fazer o brigadeiro.

Maria assentiu, então. Faní olhou para a amiga e Camila sorriu, demonstrando como aprovou sua atitude.

— Que bom que impôs sua vontade dessa vez — comentou com Faní quando já estavam no quarto. Camila colocou sua mochila na cama. — Quero muito conversar com você.

— Também estou com saudade — Faní respondeu.

Camila ergueu os olhos para sorrir, no entanto, a Prado não a olhava. Ela observava algo do lado de fora, através da janela aberta. Era impressão sua ou Faní não parecia bem?

— Tudo bem, Faní? — questionou, aproximando-se.

— Não muito — Faní foi direta —, mas não quero falar sobre por enquanto. Ter sua companhia vai me fazer bem. — Então, sorriu.

Camila correspondeu à expressão, mas dessa vez não foi verdadeira. Deveria mesmo incomodar Faní com seus problemas? Mas, se não fosse Faní, quem seria? Ela era a única ser humana que não a julgaria quando descobrisse o lado mais feio de seu coração, assim acreditava.

Camila sabia que iria decepcioná-la muito, mas, pela amiga não ser uma autoridade espiritual sobre sua vida, poderia ajudá-la a enfrentar os próximos passos: confessar seus pecados para alcançar misericórdia.

⁹ Provérbios 25:17.

Olá, minha gente!

O que acharam desse capítulo?

Ed percebendo que está dando umas mancadas, e Camila querendo expor seus segredos 👀

Quem leu o livro original, Mansfield Park, sabe que a Camila não existe nesse universo, fui eu quem criei para a minha releitura; portanto, não sabem o que ela trará, mas podem desconfiar hihihi. Estamos entrando num momento revelações da história, estou empolgada! 🤭👀

Obrigada por lerem e até o próximo capítulo! ❤

Com amor, Nathaly.

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