A Protegida do Chefe

By LyAlbuquerquee

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Ele era o filho dos patrões. Ela era filha da empregada. No passado, viveram um romance proibido. E agora, de... More

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PRÓLOGO

CAPÍTULO 1

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By LyAlbuquerquee


*Capítulo sem revisão, perdão pelos errinhos <3


PRESENTE

*BETO*


Acordo com duas mulheres em minha cama, uma loira e uma ruiva, e um sorriso se desenha em meus lábios ao lembrar dos acontecimentos da noite anterior.

Com cuidado, desperto ambas com beijos suaves e compartilhamos risadas preguiçosas enquanto nos espreguiçamos.

Descemos juntos para o café da manhã, compartilhando histórias e risos descontraídos. É um ritual familiar para mim, uma espécie de ressaca emocional pós-noite de festa.

Ao término do café, chamo um táxi para ambas, e prometo a mim mesmo que a noite seguinte será igualmente memorável.

Essas são as minhas noites de sábado, sempre envoltas em álcool e encontros descomplicados, uma fuga do cotidiano.

Quando não estou imerso na atmosfera vibrante da minha boate, a Brazuca, transformo meu próprio espaço em um refúgio para festas privadas, onde as regras são poucas e a diversão é desinibida.

É assim que eu mantenho meu equilíbrio entre o mundo noturno e as convenções do dia a dia.

Como tradição aos domingos, sigo em direção à casa dos meus amigos e compadres, Mia e Iran.

A ressaca ainda faz sua presença ser notada enquanto dirijo pelas ruas conhecidas de Cabo Verde. Passo pela PT (Polícia de Trânsito) e continuo até a entrada do condomínio onde residem meus amigos.

Ao estacionar meu carro do lado de fora da casa, percebo que o segurança já me reconhece e me permite entrar diretamente, afinal, tenho passe livre neste espaço familiar.

A atmosfera tranquila do condomínio contrasta com a agitação das noites de sábado. O cheiro de almoço já paira no ar, aguçando meu apetite e indicando que a tarde será preenchida por refeições deliciosas e, é claro, pelo encanto de ver minha afilhada Ayla, a verdadeira joia desta casa.

Entro na casa e já na sala deparo-me com Mia amamentando a filha, enquanto entoa uma melodia doce.

A pequena Ayla, interagindo com a mãe, faz carinho no rosto dela, criando um momento encantador. Iran, por sua vez, observa a cena, todo bobo, como o maricas que é.

— Mais tarde, será o papai no seu lugar, Ayla. — brinco para que notem minha presença, e Iran me lança um olhar de reprovação, como se eu estivesse quebrando algum protocolo sagrado.

— Vira pra lá, Beto, não quero que veja os seios da minha mulher! — ele diz, e não consigo conter uma gargalhada.

Esse ciúme descabido do meu amigo é sempre motivo de comédia para mim, considerando a quantidade de vezes que dividimos as mesmas mulheres na cama e as loucuras que fizemos juntos quando ele ainda era solteiro.

A atmosfera descontraída da sala se mantém, mesmo com a minha intervenção cômica. É assim que Mia, Iran e eu lidamos com a vida: entre risadas, brincadeiras e a verdadeira camaradagem que transcende qualquer formalidade.

Mia, é uma mulher incrivelmente linda, mas ao lado de Iran, meu irmão de coração, sempre a vejo com os olhos de um irmão também.

Sua beleza é indiscutível, mas é a cumplicidade que compartilhamos como família escolhida que permeia a forma como a percebo.

Iran e eu, crescemos juntos, enfrentamos desafios, celebramos vitórias e, ao longo do tempo, essa conexão fortaleceu-se, transformando-nos em algo além da simples amizade.

Nossa relação transcende as aparências, e embora Mia seja um espetáculo de beleza, é a irmandade que nutrimos que define a essência do nosso vínculo. É assim que a vejo, não apenas como a mulher linda que é, mas como parte integrante da nossa família singular.

— Se vocês continuarem sexualizando os seios de uma mãe alimentando uma filha vou colocá-los para fora de casa em um instante — diz Mia encarando a nós dois e decido me sentar a seu lado no gigantesco sofá.

Ela termina de amamentar e delicadamente coloca a pequena Ayla em meu colo. A menina sorri, revelando a inocência encantadora de seus seis meses de vida.

Sinto a fragilidade de seu corpinho, e uma onda de ternura me invade.

— Como você está, filhota? — pergunto com voz de criança, adotando um tom paspalho que sempre arranca risadas dos pequenos.

Ayla sorri ainda mais largo, sua boca sem nenhum dentinho é uma verdadeira fofura.

— Filhota...uff! — meu amigo resmunga, visivelmente incomodado com o apelido que usei. Como bom brincalhão, não resisto à oportunidade de implicar um pouco mais.

— Padrinho é o segundo pai. — afirmo, e ele, sem hesitar, me atira uma almofada no rosto.

Dou risada, sentindo a textura fofa do objeto acertando-me, enquanto Mia assiste à cena com um sorriso indulgente.

A brincadeira leve e descontraída faz parte do nosso cotidiano e, mesmo na presença da pequena Ayla, a alegria contagiante é mantida, criando memórias afetivas que nos unem como uma verdadeira família.

Iran morre de ciúmes, e não é difícil entender o motivo. Quando ele e Mia enfrentaram um desentendimento complicado, ele, equivocadamente, pensou que estava sendo traído e deixou Mia sozinha e grávida.

Nesse momento delicado, eu me ofereci para registrar Ayla como minha filha. No entanto, o gesto não foi motivado por qualquer intenção de usurpar o lugar de Iran como pai, mas sim como uma maneira de cuidar das duas enquanto meu amigo não se tocava do seu engano.

A verdade é que, ao longo dessa jornada, torci para que Iran superasse suas inseguranças e compreendesse a verdade dos fatos.

Minha atitude não foi movida por interesses próprios, mas sim por uma preocupação genuína e pelo desejo de preservar o bem-estar de Mia e da pequena Ayla.

Essa situação, repleta de nuances e sentimentos, ainda permeia a dinâmica entre nós, tornando cada momento, mesmo os mais leves, carregados de uma complexidade emocional que reflete as marcas do passado.

— Beto, eu queria falar contigo faz tempo sobre uma coisa... — Mia interrompe meus devaneios, e pelo tom de sua voz, percebo que vem algo desagradável por aí. Desvio meu olhar para ela, que, por sua expressão, parece estar ponderando suas palavras. Em seguida, ela olha para o marido, Iran, antes de voltar seu olhar para mim.

— Como é a história do seu amor de adolescência? Eu amo essas histórias. — Ela diz, e sinto um frio na espinha ao perceber a ironia na pergunta.

Olho para Iran, visivelmente furioso, e ela me retorna com um olhar de súplica, como se pedisse que eu lidasse com a situação da melhor forma possível.

A tensão no ar é palpável, e me preparo para encarar as consequências de algo que, até então, estava cuidadosamente guardado nas sombras do passado.

— Não gosto de falar sobre isso — minha resposta é dita com uma seriedade que destoa do humor costumeiro que me caracteriza, e isso parece atiçar ainda mais a curiosidade de Mia.

A garota, com sua insistência, acaba ganhando minha concessão.

— Por favor...

— Tudo bem, Mia, mas só se me prometer nunca mais tocar nesse assunto, ok? — cedo, vendo-a assentir enquanto se acomoda mais próxima a mim.

A seriedade da situação paira entre nós, e antes que eu comece a contar a história que tanto evitei, faço uma última ressalva, esperando que ela compreenda a sensibilidade do que está prestes a ser revelado.

— Como você sabe, fui criado no Brasil pela minha mãe, enquanto meu pai, que era africano, se dividia entre os negócios aqui em Cabo Verde e no Rio de Janeiro. Rayza e eu fomos criados juntos; seus pais moravam na minha rua e trabalhavam em minha casa. Sua mãe era diarista, e o pai, um faz-tudo. Dada a inteligência dela, conseguiu uma bolsa na escola onde eu e Iran estudávamos, uma das melhores do bairro. Éramos muito amigos e cúmplices até que um belo dia despertamos algo maior e é isso — relato a história de má vontade, e recebo um tapa no braço de Mia.

— Como assim "é isso"? Você foi fiel? Por que terminaram? Ai meu Deus, Beto, são muitas dúvidas em aberto! — ela exclama, e eu olho para Iran, sentindo uma pontada de irritação por ele ter revelado minha história pessoal para a esposa.

Lendo minha expressão, após tantos anos de amizade, Iran entende minha situação e se solidariza. A tensão no ambiente é palpável, enquanto as incertezas do passado ressurgem, ameaçando alterar o delicado equilíbrio de nossas relações.

— Mia, deixa o Beto em paz, você sabia que Ayla agora bate palmas, cara? Essa menina é muito esperta, daqui a pouco fala "papai", você vai ver só! — Iran tenta mudar o assunto, desviando o foco da conversa delicada sobre meu passado. Pelo olhar enfurecido da esposa, parece ter conseguido...

— Já te disse que ela vai dizer "mamãe" primeiro — Mia diz enfurecida, rebatendo o comentário de Iran.

Aproveito a brecha criada pela discussão dos dois e me retiro discretamente para os fundos, juntando-me aos outros.

Ufa, me safei! A atmosfera na sala está pesada, mas ao menos consegui evitar mais indagações sobre um capítulo da minha vida que preferia manter enterrado.

Enquanto Mia e Iran discutem, aproveito a oportunidade para respirar e aliviar a tensão, mesmo que temporariamente.

***

Passo um dia extremamente agradável na casa de meus compadres. A atmosfera familiar é acolhedora, e mesmo com as tensões do episódio anterior, conseguimos encontrar momentos de descontração.

Em meio a risadas e histórias compartilhadas, não resisto em caçoar de nossa amiga Aline, que parece ter engolido uma melancia inteira. Com gêmeos prestes a nascer, a expectativa e a ansiedade pairam no ar.

Não acredito que até o José, meu amigo de longa data, virou homem de família. Penso, brincando sobre a transformação que testemunhei no colega, agora prestes a ser pai.

A dinâmica da vida está sempre em evolução, e mesmo entre risos e piadas, não posso deixar de notar as mudanças ao meu redor.

Dirijo de volta para casa, perdido em meus pensamentos após a conversa com Mia. As palavras dela desencadearam uma enxurrada de recordações, e enquanto aguardo no sinal, observo um casal na calçada se entregando a um beijo apaixonado.

O cenário à minha frente se torna uma tela em que as memórias ganham vida.

Os olhos da garota encontram os meus, e por um instante, vejo Rayza refletida neles.

A luz do sol suaviza seus contornos, como se o tempo desacelerasse e eu fosse transportado de volta à época em que compartilhávamos sonhos e inocentes juras de amor.

— Os meninos na escola estão me zoando por ainda ser BV com treze anos — digo enfurecido.

— O que é BV Beto? — Rayza pergunta olhando o livro de história.

— Boca virgem, oras — digo e tiro o livro de sua mão. — Rayza nós somos os únicos que ainda não beijaram da nossa turma de amigos, podíamos nos beijar e resolvemos o problema. — digo esperançoso mas ela faz uma careta.

— Eca! Eu não vou te beijar Beto! — diz fazendo cara de nojo e eu sorrio, decido mudar de tática.

— E se você encontrar o Chris Brown e ele quiser te beijar? Você não vai saber o que fazer... — digo e ela se interessa pelo assunto.

— Você não é ele, e a probabilidade de que eu vá encontrá-lo algum dia é quase nula. — diz incerta e me aproveito disso.

— Ótimo, se um dia acontecer não diga que eu fui um amigo ruim porque te avisei...

— Tá bom Beto! Mas se sua mãe descobrir, elas nos mata. — diz olhando para a porta fechada do meu quarto.

— Ela só vai descobrir se você contar. — dito isto ela se convence.

Me aproximo dela, deixando meus dedos deslizarem suavemente por seu rosto. Sempre a achei tão bonita, uma beleza única que se destaca entre todas as garotas da nossa turma.

Rayza tem uma beleza natural, nunca se valendo de maquiagens, porque, honestamente, ela não precisa. Sua pele lisa é como uma tela perfeita, a coisa mais linda que já vi. Seu tom de pele negro é radiante, e seus cabelos cacheados curtos contrastam lindamente com seu rosto encantador. A magrela parece uma modelo de revista, com uma elegância que transcende padrões.

Encosto nossos lábios, mergulhando na familiar sensação. Abro sua boca com a minha, depositando suavemente minha língua. Rayza retribui, e emaranhamos nossas línguas. Após algumas tentativas, abrimos os olhos, e a risada contagiosa nos envolve.

— Meu Deus! Isso foi horrível, Beto! — ela diz, recuperando o fôlego após nossa crise de risos.

O momento pode ter sido desajeitado, mas é exatamente essa autenticidade que torna tudo tão especial.

— Os meninos disseram que é bom, fizemos algo de errado, vamos ter que praticar mais vezes. — Sugiro e ela assente ainda sorrindo.

Assim sempre foi entre nós, nossa amizade e cumplicidade acima de tudo.

A imagem do casal se dissolve quando o sinal finalmente muda para verde. Volto à realidade, mas a sensação de ter revivido nosso primeiro beijo permanece como uma onda suave de saudade.

Rayza, com sua beleza natural e encanto genuíno, continua a existir não apenas nas lembranças, mas também nos detalhes do presente que, por um breve instante, se entrelaçaram com o passado.

Olho para a estrada com um sorriso nos lábios após essa lembrança. É natural que eu pense nela depois de todos esses anos, afinal, ela foi a primeira mulher que compartilhou minha cama, uma experiência que marca a trajetória de qualquer um.

Foi a primeira, mas não a única, e talvez seja essa a essência da vida. Cada pessoa, cada experiência, deixa sua marca única em nós.

Atento-me para as curvas sinuosas da estrada enquanto reflito sobre os caminhos que percorremos, e o sorriso persiste, uma mistura de nostalgia e gratidão pelas diferentes histórias que a vida me permitiu viver.

_________________________________________________

Gente, a cada vez que o Beto volta no passado eu morro de amor por esse dois, ansiosas pelo reencontro?

Lembrando que o casal "Mia e Iran" citado, são os Protagonistas do livro "A garota do chefe" disponível na Amazon e Kindle unlimited. 

QUEM VEIO DO TIKTOK comenta aí pra eu saber! U.U

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