REFUGE ❦ Jikook

By Bella_Wkr

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Onde Park Jimin, um jovem ansioso de 18 anos, enfrenta constantes abusos físicos e psicológicos praticados po... More

I'm Back
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19

Capítulo 10

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By Bella_Wkr

Naquela manhã de segunda-feira, Jungkook despertou sem animação para encarar mais um dia na faculdade, porém, fez um esforço para sair da cama. Afinal, era importante dedicar-se ao que o fazia feliz.

Após um banho rápido, vestiu suas roupas mais aconchegantes e pegou uma blusa que estava jogada no sofá. Assim que tomou seu café da manhã, saiu de casa apressadamente.

Jeon tinha o costume de se atrasar, algo que não era surpreendente.

Quando chegou à universidade, parou na sua habitual vaga de estacionamento e deparou-se com seus amigos aguardando ali. Kim Seokjin, Kim Namjoon e Jung Hoseok. Eles eram o grupo inseparável, basicamente o Clube das Winx.

— Finalmente, Jungkook, achei que não voltaria mais. - Hoseok falou, abraçando-o de lado.

— Eu não consigo ficar muito tempo longe de vocês, senti tanta saudade.

— Nossa, quanto romantismo! Está vendo, Namjoon? Aprenda com o Jungkook. - Seokjin deu um leve tapa no peito do mais alto, que riu em resposta.

O casal era publicamente assumido e seus amigos se orgulhavam muito deles, considerando tudo o que enfrentaram juntos. Já Hoseok estava indeciso quanto a ter um relacionamento, constantemente afirmava que ainda não havia encontrado a pessoa certa. O dilema residia no fato de ele não saber se a pessoa ideal seria um homem ou uma mulher, o que gerava uma grande confusão em seus pensamentos.

Após notarem o atraso, todos se apressaram para suas respectivas aulas, já que o cronograma era diferente para cada um. Jungkook tomou seu lugar habitual enquanto o professor começava a aula.

Vestindo seu moletom e puxando o capuz, Jungkook encostou a cabeça na mesa. Ele achava as aulas teóricas entediantes e ansiava por escapar dali. Mesmo obtendo notas máximas em todas as provas, detestava ouvir o professor repetir o que ele já sabia desde o ensino médio.

Ao colocar as mãos no bolso da blusa, percebeu a presença de algo estranho. Em seguida, retirou um papel com um texto escrito:

"Uma pessoa pode se tornar um refúgio para outra de várias maneiras. Pode ser através do apoio emocional, da compreensão, do acolhimento ou simplesmente pela presença reconfortante.

Ser um refúgio implica em oferecer segurança e conforto em momentos de dificuldade, tornando-se um porto seguro para aqueles que precisam de apoio.

Muito obrigado por ter sido meu refúgio nesses últimos dias, Jungkook. Você me salvou.

Eu me sinto incapaz de retribuir toda a sua gentileza, mas fiz o meu melhor de alguma maneira. Torço para que tenha gostado dos doces que preparei, mesmo que não sejam nada extraordinários, foram feitos com todo carinho.

É minha maneira de agradecer por tudo e peço desculpas caso não tenha atendido suas expectativas.

Com carinho,

Seu vizinho."

Naquele instante, Jungkook ficou paralisado, sem conseguir reagir ou raciocinar. Ele estava confuso com as palavras de Jimin, já que não sabia do que se tratava. Ele havia recebido doces? E quando foi que Park devolveu aquela blusa com um bilhete?

Decidindo resolver o mal-entendido, ele pegou o celular e enviou algumas mensagens para Jimin, na esperança de obter uma resposta desta vez.

Mensagem On#

Oi, Jimin

Acabei de encontrar o seu bilhete
e estou confuso.

Quando você foi até meu apartamento?

Jimin: Oi, Jungkook...

Eu fui ontem, sua namorada
não te contou?

Não.

Mensagem Off#

Uma forte ira apossou-se de Jungkook ao juntar as peças e compreender o que havia ocorrido. Aquele que Jihye recebeu à porta ontem era, na verdade, Jimin. Ao conhecer bem a namorada, ele logo pôde deduzir o destino dos doces mencionados por Park.

Assim que as aulas terminassem, Jungkook estava decidido a esclarecer essa situação.

E ele mal podia esperar...

[...]

Depois de sofrer uma crise de ansiedade e desmaiar durante a aula, Jimin teve que retornar para casa. Ele havia se esquecido de tomar seus remédios, o que acabou resultando na situação embaraçosa que passou diante de todos.

Quando chegou em seu apartamento, percebeu que seu pai havia voltado durante a sua ausência. Havia desordem e sujeira no chão, um claro sinal da presença habitual de seu pai.

— Ainda bem que chegou mais cedo, estou morrendo de fome. Prepare alguma coisa para eu comer, vai. - Sr. Park adentrou a sala com um cigarro nos lábios, interrompendo Jimin antes mesmo que este pudesse fechar a porta.

— Oi para você também pai. Onde esteve esse tempo todo?

— Não te interessa! Me obedeça antes que eu te mande para o hospital de novo.

Jimin não compreendia a razão pela qual continuava a tentar dialogar com seu pai. A ignorância era sempre a mesma, e apesar de ser algo cotidiano, Park ainda se entristecia com isso.

Mesmo com tontura por conta do recente acontecimento, ele prontamente acatou as ordens do pai, sendo interrompido em seguida pelo celular que vibrava com mensagens.

Assim que Jimin terminou de responder Jungkook, seu pai rapidamente tomou o celular de suas mãos, demonstrando curiosidade sobre o motivo da demora do filho em concluir o que estava fazendo.

— Com quem você está conversando? É seu namoradinho, Jimin? - Riu debochado. — Deixou até um bilhetinho para ele, que fofo!

— Devolve meu celular, pai, isso não tem graça!
- Jimin disse enquanto estendia o braço para retirar o celular da mão do mais velho.

— Ah, deve ser aquele otário que veio aqui te procurar outro dia. Quanta preocupação com alguém tão inútil, não é? Traga-o até aqui, vamos fazer um almoço em família.

O Sr. Park encontrava satisfação em humilhar Jimin de todas as maneiras possíveis e se esforçava para ser o melhor nisso. Park se inclinava e se esticava para alcançar seu celular, enquanto lágrimas ameaçavam inundar seus olhos.

— Me devolve, por favor. - Suplicava.

O homem atirou o celular de Jimin para longe e lhe empurrou, fazendo-o cair e bater a cabeça na quina do balcão. O sangue escorria de sua testa, enquanto Sr. Park ria desenfreadamente.

— Eu realmente espero que você não esteja se relacionando com um homem, Jimin. Se eu descobrir alguma coisa, você estará morto! - Disse enquanto mudava sua expressão rapidamente.

Ele pegou os lanches preparados por Jimin e saiu, fechando a porta com força. Park continuou sentado no chão, sem conseguir reunir a energia mental necessária para se levantar e fazer qualquer outra coisa.

Não adiantava mais pensar em alternativas para mudar a sua situação. Não adiantava mais chorar pelos cantos. Não adiantava mais contar com a ajuda de outras pessoas.

Então, por que permanecia ali, afinal?

Por que continuar existindo sem ter um propósito definido?

Os pensamentos sombrios de Jimin foram bruscamente interrompidos pelos incessantes toques na porta, já  presumindo quem poderia ser. Park limpou um pouco do sangue que escorria em seu rosto e abriu a porta, revelando um Jungkook aparentemente irritado.

— Jimin? O que aconteceu? - Jeon alterou sua feição rapidamente ao presenciar a situação do amigo.

— Nada... O que veio fazer aqui? - Desconversou.

— Preciso falar com você, posso entrar? Prometo que serei rápido.

— Entre, também preciso conversar com você.

Jungkook entrou no apartamento de Jimin e se acomodou no sofá, ainda tomado pela preocupação do que tinha ocorrido.

— Desculpa, mas não vou conseguir conversar vendo seu rosto desse jeito. - Jungkook falou enquanto se levantava.

Como já conhecia o apartamento, o mais velho foi em busca de um kit com remédios e curativos. Sentando-se diante de Jimin, ele delicadamente limpou todo o sangue de sua testa, aplicou pomada com cuidado e finalizou protegendo a área com um curativo.

Enquanto realizava o procedimento, Jimin não conseguia desviar o olhar dele, sentindo seu coração acelerar. A proximidade de Jungkook o deixava desconcertado de alguma maneira, sem que ele compreendesse o motivo.

— Pronto. Está sentindo dor? - Perguntou enquanto guardava os curativos.

— Não, está tudo bem. Obrigado. - Park sorriu timidamente. — O que quer falar comigo?

— Gostaria de te pedir desculpas. Ontem você foi ao meu apartamento e eu não pude atendê-lo. A Jihye sumiu com o presente que você me deu e nem mesmo tive a oportunidade de saber o que era. Estou à beira de acabar com tudo isso, não suporto mais o ciúme excessivo dela. Por favor, me perdoe.

De repente, Jimin se levantou e dirigiu-se à cozinha, trazendo consigo um pote.

— Não estão fresquinhos, mas são tudo o que restou. Experimenta. - Jimin destampou o pote, expondo os doces, e viu Jeon se iluminar com um sorriso.

— Estão uma delícia, Jimin! Eu não sabia que cozinhava tão bem assim. - O mais velho comia rapidamente, apreciando cada pequeno pedaço com voracidade. E Park sorriu satisfeito.

— E não precisa se desculpar, Jungkook... Tenho consciência de que estou interferindo em seu relacionamento e perturbando vocês com meus problemas. Talvez seja melhor nos afastarmos e retomarmos como costumava ser. Não quero que termine com quem ama por minha causa, reconheço que já causei preocupações e problemas demais. Jihye estava certa, você não é responsável por cuidar de mim o tempo todo, não é babá. - Park mantinha o olhar baixo, segurando as lágrimas.

— Jimin, você nunca foi um incômodo para mim.
- Jeon segurou o rosto dele e fixou o olhar nos seus olhos. — Desde o início, senti que deveria te ajudar e nada do que aquela garota disser vai me fazer mudar minhas opiniões e ações. Por favor, continue sendo meu amigo, vou resolver as coisas com a Jihye e ela não vai mais te perturbar.

— Não, Jungkook, eu sou um fardo, um encosto. Você terá que lidar com muitos problemas por minha causa e eu não quero isso. É exatamente como meu pai sempre disse, alguém inútil como eu deve permanecer sozinho, sem amigos, sem ninguém. Por favor, siga em frente com a sua vida e eu seguirei com a minha. - As lágrimas começaram a rolar incessantemente.

Num momento de impulsividade, Jeon envolveu Jimin em um abraço, apertando-o com toda a sua força, como se temesse que ele fosse escapar a qualquer momento. As lágrimas de Park molhavam a camiseta de Jungkook, que, por sua vez, parecia não se importar

Jeon recordou-se do bilhete escrito pelo mais novo e abraçou-o ainda mais forte. Não importava o que Jimin dissesse, ele continuaria sendo o seu refúgio.

Continuaria lhe ajudando.

Continuaria sendo seu amigo.

Nos braços de um abraço, encontramos o conforto que as palavras não podem expressar, e Jimin encontrou um conforto incomparável naquilo. Parecia que toda a angústia que o consumia estava se dissipando lentamente, trazendo uma sensação de alívio. De fato, ali era o melhor lugar do mundo.

Às vezes, um abraço é tudo o que precisamos para sentir que tudo ficará bem. E era isso que Jungkook sussurrava a todo instante.

Vai ficar tudo bem...

Vai ficar tudo bem...

Vai ficar tudo bem?

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