IRRESISTÍVEL | VegasPete

Door vegaspetit

26.5K 3.9K 7.5K

No mundo de almas gêmeas, onde a conexão entre duas pessoas é tão forte que os destinos se entrelaçam, Vegas... Meer

IRRESISTÍVEL | avisos
PRÓLOGO | Vínculo
ONE
TWO
THREE
FOUR
FIVE
SIX
SEVEN
EIGHT
NINE
TEN
ELEVEN
TWELVE
THIRTEEN
FOURTEEN
FIFTEEN
SIXTEEN
SEVENTEEN
EIGHTEEN - JUNELUTER
NINETEEN
TWENTY
TWENTY-TWO
EPÍLOGO | MATRIMÔNIO

TWENTY-ONE

753 106 145
Door vegaspetit

Pois é, quem é vivo sempre aparece né? Haha. Como vocês estão? Espero que bem!

Desculpem pela demora absurda, eu simplesmente agarrei em uma parte do capítulo e não consegui continuar. Mas cá estou eu.

Boa leitura 💙

O Olho.
O Olho é descrito como um cargo, uma posição em uma corte vampírica onde o Vamphir com esse dom deve executar seu poder sob as ordem da Rainha para garantir que o julgamento seja justo.

Diferente do Luter que pode ver flashes do futuro, toda vez que um Vamphir nasce com esse dom raro, é designado para a corte por obrigação.















O salão da corte vampírica é majestoso e ao mesmo tempo sombrio. As cortinas pesadas estão fechadas e a única iluminação vem das velas negras da grossura de um braço penduradas no centro do sala em um candelabro de cristal. No centro, uma longa mesa de mogno exibe os símbolos antigos esculpidos em sua superfície polida e brilhante.

Os membros da corte, observa Vegas sob sua própria veste, estão todos vestidos com trajes longos e negros, ornamentados de bronze, ocupando seus assentos com seriedade e a autoridade que exercem em um julgamento. A capa do traje pendurada atrás da nuca torna seus rostos visíveis, mas no momento em que a decisão for tomada, decisão essa que Vegas deseja ser correta, eles cobrirão suas cabeças.

Julgamento, a palavra se repete em seus pensamentos. Uma vez e depois outra.

Um julgamento dessa espécie há muito tempo não é visto, desde que o antigo rei dos Vamphirs foi destronado e sua coroa repassada para Helin. Agora eles se reúnem novamente depois de dezenas e dezenas de anos para julgar seu pai.

Todos os pares de olhos estão voltados para o centro da sala,
observando atentamente o vampiro acusado, cujos olhos brilham com a selvageria e raiva contida. A rainha Vamphir está sentada em um trono adornado com pedras cintilantes, sua capa igualmente escuta e longa cobrindo seus pés e os primeiros degraus.

Olhando ao redor, Vegas procura pelo olhar de Macau. Seu irmão mais novo levanta a cabeça no mesmo instante, os olhos caídos observando Vegas de volta com uma pergunta silenciosa em sua expressão. Depois de alguns segundos segurando, ele desvia o olhar para Kan, as sobrancelhas franzindo e seus lábios apertando.

É inevitável para Vegas olhar para seu pai também. Acorrentado como um animal com correntes banhadas a prata, para garantir que ele estará enfraquecido e contido, a postura de um homem renegado pela própria espécie e traído pela alma-gêmea. Traído.

Como ele se atreve a se portar assim quando ele mesmo quem causou isso? Como Kan se atreve a olhar para sua mãe como ela fosse a culpada de tudo isso?

Uma coceira incômoda na base do estômago faz Vegas apertar seus punhos juntos. Ele não consegue olhar para Kan Theerapanyakul e não desejar loucamente que ele seja punido. Por ter ameaçado Macau, e por ter levando-o a tomar uma decisão arriscada por Pete.

Ele não consegue olhar para Kan agindo como se tivesse sendo tratado com injustiça. Vegas lembra do olhar que ele deu a Pete antes de atirar nele, quatro vezes, e depois ele se lembra do quanto sua alma-gêmea sangrou em seus braços, da forma que ele fechou os olhos e por um momento Vegas acreditou que Pete não fosse acordar mais.

Tudo isso, e Kan ainda se acha no direito de ser poupado.

O murmúrio tenso do salão cessa quando a rainha se ergue, seu cabelo escuro e liso caindo em torno de seu rosto pálido e inabalável. Ela vestiu sua máscara e arrumou a postura, mas Vegas consegue vê-la mesmo através disso. A decepção. A tristeza.

Mesmo que doa profundamente, que corte seu coração sangrando, é o dever com seu povo, com seus próprios filhos, que dá forças a Helin para continuar.

"O julgamento começou" Ela diz duramente, a voz ressoando fria e melodiosa. Isso dói. "Hoje nos reunimos para julgar um entre nós."

Seus olhos pousam no vampiro acusado, uma fração de algo dolorido passando por eles quando ela encara seu marido. Sua alma-gêmea, a quem ela deve condenar em nome da justiça.

Kan Theerapanyakul por outro lado, sustenta o olhar cheio de raiva, o maxilar rígido e indecifrável quando ele olha para sua esposa.

"Diga-me, sangue do meu sangue" Ela continua, sustentando o olhar. "Quais acusações este Vamphir carrega?"

Um homem se levanta de sua cadeira, o rosto pálido e olhar indiferente. Ele é o porta-voz, o receptor, quem gritará a sentença.

"Kan Theerapanyakul é acusado de sequestro" O Vamphir diz em voz alta. Um burburinho baixo se espalha. "E tentativa de assassinato contra Macau Theerapanyakul e Pete Saengtham. Ele também é acusado de descumprir Mortem-Daer sob a ordem da Rainha, majestade."

Helin levanta o queixo, claramente certa de sua decisão. Todavia, em um julgamento, todos os conselheiros devem votar.

"Testemunhas?" Ela pergunta, olhando ao redor.

Ela não parece surpresa quando Vegas se levanta, na verdade, seu olhar suaviza e seus lábios se curvam para cima.

Ele caminha até o Olho, vampira cuja habilidade é ver o passado através de um único toque, e estende sua mão. É uma Vamphir jovem, mas forte, e seus olhos vermelhos sangue ficam completamente brancos quando ela aperta a mão de Vegas entre suas palmas frias.

A sensação é a mesma que se arrastar na lama, ou então não conseguir se mover em um sonho turbulento, além de nauseante. Dura apenas alguns segundos, no entanto. Quando ela termina, imediatamente Vegas puxa a mão de volta, incerto do que o Olho é capaz de ver além do que lhe é concedido.

"As acusações são verdadeiras, majestade" Ela diz, curvando sua cabeça suavemente para Helin.

Estando sob a Consciência, ela não pode mentir para a rainha, e todos os presentes que compartilham disso também podem ser afetados por sua verdade.

Mamãe prende a respiração. Vegas pode ver isso mesmo sob seu véu de frieza. Ela hesita, também.

"Podemos votar" Helin diz, estendendo as mãos

As primeiras fileiras se levaram, e lentamente colocam seus capuzes, renegando Kan Theerapanyakul.

"Culpado" Eles dizem, em uníssono e depois um por um.

"Culpado."

"Culpado."

"Culpado."

Culpado.

Macau cobre sua cabeça depois de Vegas, o olhar baixo quando ele declara Kan culpado também.

"Você não pode fazer isso" Diz Kan, a voz rouca e firme direcionada para Helin. Ele até mesmo sorri para ela, lambendo os lábios secos, devido a privação de sangue. "Você não vai fazer isso."

Ela pisca para ele em meio choque, levantando o queixo.

"Este tribunal te declarou culpado" Helin diz, tão duramente quanto. "Prepare-se para receber sua pena."

"Eu sou sua alma-gêmea!" Grita Kan, se lançando para frente. As correntes não deixam que ele vá muito longe antes de puxá-lo de volta. "Você não pode me matar, Helin! Será apenas metade sem mim."

"Você fez isso" Ela diz, o rosto antes tão impassível se tornando emocionado. Helin desce um degrau, não perto o bastante quanto ela gostaria. "Você fez isso quando ameaçou nossos filhos, não eu."

Kan sorri ainda mais, embora o desespero crescente esteja explícito em sua expressão.

"Você quebrará" Ele murmura, cuspindo sua raiva. "Você se partirá em pedaços!"

Levantando o olhar novamente, ela dá a ele um sorriso arrogante, mesmo que dolorido.

"Eu vou sobreviver."

Mas no fim Kan tem razão.

Sem palavras, seu pai cai de volta para sua posição, a expressão incrédula no rosto.

"Qual a pena para o culpado?" O Vamphir porta-voz questiona em voz alta.

Olhando ao redor, Vegas observa toda a corte virar de costas para centro do salão, virar de costas para Kan. Essa é a decisão deles.

"A morte, majestade." Vegas diz junto as outras vozes, pressionando as mãos juntas com força.

Ele é o último a virar de costas, lento o bastante para acompanhar quando o carrasco entra na sala. O vampiro mais velho e incrivelmente musculoso caminha em passos pesados, carregando um machado de prata em suas mãos enluvadas.

O som da lâmina decepando sua cabeça vem primeiro que o silêncio. Nem uma única respiração ressoa no salão quando Kan Theerapanyakul recebe pelas mãos de outro Vamphir a pena para seus crimes. Vegas quer... olhar para trás e garantir com seus próprios olhos que ele está morto, mas a outra parte sua, a que ele manteve sufocada por todo esse tempo, não quer ver seu pai daquela forma.

Aos poucos, o salão vai esvaziando, os passos suaves na direção da porta e nenhuma palavra dita até o lado de fora. Quando Vegas se vira, apenas Helin, Macau e ele permaneceram. Seu irmão mais novo está esticado sobre Helin, os braços ao redor dos ombros dela e o rosto virado para o outro lado, ignorando o corpo de seu pai.

Ele olha para o centro do salão, onde o corpo de Kan Theerapanyakul está caído, espasmando em movimentos dilacerantes enquanto a cabeça se foi. Olhando uma última vez para sua mãe, Vegas se vira de costas e deixa a sala.







[...]








Pete pisca para seu próprio reflexo, de repente estranhando o que seus olhos, seus novos olhos, estão vendo. Com excessão de suas íris mais claras, beirando castanho-âmbar, Pete não está realmente diferente. Quer dizer, ele percebeu que as marcas que ele deveria carregar não estão mais lá, nem sequer um único arranhão, e seu abdômen está completamente limpo.

Fisicamente Pete é o mesmo, mas ele se sente diferente. A sensação é mesma de acordar de um sonho estranho, abrir os olhos e perceber que estava sonhando. É esquisito como o inferno mas ele está tentando não surtar. Seu coração ainda está batendo, seus pulmões continuam precisando de ar e a pele ainda está quente o bastante.

Mas ele bebeu sangue, pelo amor de Deus. Sangue de Vegas. Com seus caninos enormes e afiados.

Nada disso parece real ao mesmo tempo que tudo é muito real. E agora ele precisa enfrentar uma dezena de pessoas com sua nova... aparência.

Pete esfrega os braços, percebendo como de repente sua pele parece mais sensível, embora mais resistente. Ele olha para o espelho de novo e se inclina contra a pia, observando seus olhos mais de perto, a forma como suas íris clarearam para um tom de castanho amarelado similar ao olhos de Vegas. Pete também abre a boca e analisa seus caninos normais, decidindo que seja como for ele não parece tão mais estranho do que antes.

"O que você está sentindo?" A voz rouca e baixa de Vegas soa atrás de Pete.

Quando ele olha para o reflexo do Vamphir, imediatamente a mente de Pete fica livre de pensamentos coerentes e ele quer arrastá-lo para cama de novo. Por que ele ficou tanto tempo longe?

"É importante que me diga tudo que está sentindo" Diz Vegas, se aproximando lentamente. Ele toca os quadris nus de Pete, e então beija seu ombro. O toque dele causa uma sensação engraçada em Pete, como se de repente sua pele fosse uma folha de papel muito fina.

"Estamos ligados" Pete diz, ainda olhando através do espelho. "Você sabe o que eu estou sentindo."

Vegas sorri com doçura, beijando-o mais uma vez.

"Eu posso sentir suas emoções como se fossem as minhas, mas as mudanças físicas pertencem somente a você." Ele diz suavemente, beijando-o de novo. "Como é?"

Como ele poderia começar a explicar? É... estranho. E mórbido.

"Você sabe." Responde Pete, inclinando o queixo para o lado.

Ele fecha os olhos e respira fundo, percebendo como seus pulmões parecem satisfeitos com ar ao mesmo tempo que eles quase não precisam dele. O cheiro gentil de Vegas faz cócegas em seu nariz também, o doce perfume da pele e do sangue correndo em suas veias lembrando Pete do sabor.

"Eu nasci Vamphir" Diz Vegas. "É diferente para mim."

Soltando a respiração, Pete finalmente se vira.

"Não é ruim" Pete diz a ele. "Eu me sinto... forte. Mas sensível. Porra, eu não sei."

Algo zeloso passa pelo olhar gentil de Vegas, e ele toca a bochecha de Pete com uma mão morna.

"O seu corpo só precisa se acostumar"  Ele sorri, também. "Você só precisa se acostumar."

Ele parece confiante quando diz isso mas Pete sente através do vínculo que tem algo errado. Na verdade, ele está surpreso que a ligação deles continue perfeita, e a forma mais clara que Pete pode sentir Vegas agora faz mais sentido. Não há absolutamente nada entre eles.

"Os seus pais estão lá embaixo." Vegas diz, interrompendo seus pensamentos antes que Pete pudesse perguntar.

Uma bola de chumbo pesa em seu estômago arrastando a realidade com ela. Os pais de Pete estão lá embaixo e ele está... assim.

"Eu vou mandá-los embora se não quiser vê-los agora mas não acho que adiar o inevitável vai resolver alguma coisa." Continua Vegas, se esforçando para continuar olhando em seus olhos.

A hipótese de um desastre passa por Pete. Na verdade, todos os cenários de um encontro com seus pais que ele consegue imaginar são terrivelmente desastrosos. Ele não se lembra direito da última vez que os viu, mas mamãe com certeza vai reparar que ele está diferente. Pelo amor de Deus, quem Pete está tentando enganar? Não para esconder o que ele é.

Além disso, Vegas tem razão. Pete vai precisar encará-los em algum momento, então arrancar o curativo de uma vez mesmo que doa é a melhor opção.

Provavelmente.

"Eles vão me odiar" Diz Pete em voz baixa, seus batimentos cardíacos aumentando. Não tão rápido quanto antes mas é alguma coisa. "Eles vão me odiar para caralho."

Quer dizer, se mamãe não podia suportar a ideia de ver Pete ligado a um Vamphir, ele não consegue imaginar o que ele pode fazer quando vê-lo como um. Porque é isso que ele é agora, igual a Vegas, mesmo que nunca tenha pretendido se tornar um vampiro, ou sequer pensado nessa possibilidade. Pete é isso agora, é quem ele é que não há uma maneira de deixar de ser. Ele também não sabe de faria, mesmo se pudesse.

Que mal há em envelhecer tão devagar que a imortalidade parece real?

"Vamos fazer isso." Decide Pete, abrindo e fechando os dedos da mão. Ele olha para o quarto logo atrás das costas de Vegas e começa a caminhar.

Sim, porra, ele vai fazer isso.

"Espere" Diz Vegas, agarrando seu braço.

Pete olha para ele com a testa franzida, desejando silenciosamente que seja rápido ou então ele vai mudar de ideia.

"Você é um recém-nascido Vamphir" Vegas fala com cautela, seus olhos cuidadosos por todo o rosto de Pete. "Seus pais são humanos, cheiram como humanos e isso pode... te fazer sentir estranho."

Mais estranho? Pete quer perguntar, mas ele guarda esse pensamento.

"Talvez você deva se alimentar antes." Conclui Vegas, falando com mais clareza.

Ah, certo... Aparentemente seus pais vão cheirar como comida agora também. Isso faz o estômago de Pete doer, se contorcer por dentro como em brasas.

Você está com fome, diz a voz suave em sua cabeça, arranhando seus pensamentos. Venha até mim.

Pete vai. Ele olha para Vegas primeiro, mas ele está exalando certeza pelo olhar então não tem motivos para Pete ter dúvida. Suas mãos tocam os quadris dele, sentindo a camisa, e Vegas rapidamente cede alguns passos para trás, permitindo quando Pete o pressione firmemente contra a pia fria do banheiro.

Como da primeira vez, Pete apenas encosta a cabeça no ombro de Vegas e espera. Ele desliza a ponta do nariz sob a pele macia e morna, ouvindo com a atenção as batidas lentas do coração dele. Em algum momento, essa sensação ansiosa percorre a espinha de Pete, e ele mal consegue controlar quando sua gengiva incha e sangra para acomodar os dentes maiores.

Vegas ofega e segura Pete de volta quando ele o morde na garganta, uma mão na lateral do pescoço para dar apoio e a outra ainda no quadril dele. É bom, fluido e quente, e trás um alívio quase imediato para a queimação no estômago. Pete geme, o som vibrando em seu peito quando ele segura Vegas com mais força, aprofundando a mordida em busca de mais satisfação e força.

"Pete" Diz Vegas de volta, a voz baixa e rouca, suas mãos firmes ao redor de Pete. Ele faz uma pressão leve em seus ombros, como se quisesse afastá-lo, mas seu corpo reage de outra forma, enrijecendo contra Pete e enchendo-o com uma onda de excitação brusca. "Amor..."

Abrindo os olhos, Pete afasta a cabeça para trás, e busca o olhar de Vegas com o seu. Ele parece... bem. Excitado, mas bem. Jesus Cristo.

"Desculpe" Diz Pete, lambendo os lábios. Ele assiste a bagunça que sua mordida desleixada deixou nas roupas de Vegas e em suas próprias roupas. A ferida, no entanto, cicatriza com uma rapidez assustadora, deixando apenas uma linha tão fina que mal pode ser vista.

Sorrindo, Vegas se inclina para beija-lo na boca. Pete pode se acostumar com isso.

"Seu auto-controle é invejável" Ele diz contra seus lábios. Pete inspira bem fundo, absorvendo a familiaridade do cheiro de Vegas até se sentir cheio. "Vamos limpar isso e então encontrar seus pais."

"Está bem." Diz Pete, balançando a cabeça com confiança.

Certo. Pete pode fazer isso.

Ele pode fazer qualquer coisa.





[...]







É meio óbvio que não existe nada tão ruim que não possa ficar pior.

Enquanto descia as escadas e repetia mentalmente para si mesmo que era capaz, Pete quase conseguiu se convencer de não seria tão difícil encarar sua família, mas no segundo em todo aquele... cheiro humano, presença humana, invade seu espaço, ele percebe que, mais uma vez, ele está errado.

Deus, o que é isso? É quase insuportável... as batidas rápidas dos corações parece soar como tambores em sua cabeça, e agora mamãe e papai tem um cheiro diferente. É forte, ferroso e faz Pete encarar duramente seus pescoços como se só olhar fosse o bastante para matar... a vontade de saltar sobre eles.

Mesmo que em silêncio, Pete pode sentir como Vegas parece pronto para segurá-lo caso ele se descontrole, sua presença firme ao seu lado o tempo todo.

E essa nem mesmo é a pior parte.

Ele trocou de roupa, penteou o cabelo e tentou parecer apresentável, mas mesmo que seu reflexo diga a Pete que ele está impecável, o olhar duro de sua mãe parece atravessar seu corpo como lâminas. E elas machucam muito. Mais do que ele pensou.

"Pete" Diz papai, pela primeira vez em muitos minutos em silêncio.

Eles não estão tão longe como do outro lado da sala fechada, mas também não é perto o bastante, embora para ser sincero, Pete não tenha certeza que consegue manter seus dentes novos e afiados longe do pescoço de seu pai.

Então Pete sorri para ele, mesmo que sua expressão pareça endurecida, escondendo o desejo de se aproximar.

"Você está... diferente." Tull diz com cuidado, seu tom de voz neutro não deixando que Pete saiba exatamente o que ele está sentindo. Os olhos de papai observam seu rosto, como se o reconhecesse mas não soubesse quem ele é. "Alguém vai explicar o que aconteceu?"

Só então Pete se lembra de que eles não estão sozinhos. Helin Theerapanyakul está de pé ao lado de Vegas, sua postura firme como uma rocha e olhos perspicazes ao redor. Ela está... diferente. Mas Pete não sabe dizer o que. Ele imediatamente se lembra de Kan Theerapanyakul, e em como nunca mais o viu desde o dia em que o maldito vampiro colocou quatro balas em seu peito. Aquilo doeu.

June é quem está mais próximo da porta, no entanto, e seu olhar é o mais caloroso dentre seus pais.

"Nós sofremos um ataque" Diz Helin, resoluta. "Infelizmente Vamphirs traidores se rebelaram contra a Coroa e..."

Mamãe estala os lábios de maneira odiosa, interrompendo o discurso de Helin.

"O que vocês fizeram com ele?" Ela pergunta em voz alta, olhando para Pete com mais desprezo do que ele já recebeu antes. É como se ele não tivesse nascido dela, não tivesse sido gerado por ela. Como quem olha para um monstro. "O que fizeram com meu filho?"

Dando um passo para frente, Pete pensa em algo para dizer a ela. Qualquer coisa.

"Mãe" Ele testa, sua voz baixa. "Eu... estou bem agora."

Mamãe parece ainda mais horrorizada.

"Os seus olhos..." Ela murmura. Então seu olhar cai sobre Vegas. "São como os dele."

"Nós fizemos o que foi melhor, dada as circunstâncias" Diz a rainha. "Deixar Pete morrer não era uma opção."

Sim, porra. Isso acabaria com Vegas.

"Morrer?!" Diz papai estridente, franzindo a testa. "Disseram que ele estava bem!"

Vegas limpa a garganta.

"Ele está bem." Ele diz.

"Você sumiu por dias!" Explode seu pai, se aproximando. Ele não vai muito longe antes que Vegas esteja entrando em sua frente, protegendo-o com seu corpo. "Eu não vou machucá-lo, sou o pai dele!"

"Não, você não é." Diz Vegas de volta, a voz estranhamente fria.

Esticando um braço, Pete precisa afastá-lo. Papai continua olhando para ele com surpresa, ignorando sua alma-gêmea.

"A Unidade foi atacada, tivemos perdas" Diz seu pai, com pesar. "E você desapareceu por dias. Dias. E agora... Eu exijo uma resposta para isso, Pete. O que diabos aconteceu?"

"Não está claro?" Diz sua mãe, apontando para Pete. "Ele é um deles agora."

"Eu fiz o que foi preciso para mantê-lo vivo e eu faria mais mil vezes" Vegas diz a ela duramente.

A última esperança de Pete se esvai quando Tull adquire um olhar semelhante ao de sua mãe. Não é tão enojado ou desprezível quanto, mas também machuca.

"O que vocês fizeram..." Ele murmura duramente. "Isso vai contra as nossas leis. Transformar humanos é proibido por uma razão."

"É seu filho" Helin Theerapanyakul diz, a testa franzida quando ela encara seus pais. "Transformá-lo foi a única opção para mantê-lo vivo."

Sua mãe solta uma risada irônica. Ela está sorrindo, mas seus olhos estão cheios de lágrimas, transbordando de uma maneira que Pete não se lembra de já ter visto.

"Você não entende" Nya sussurra. Então ela olha para Pete e sua expressão se transforma em pedra. "Eu preferia vê-lo morto em um caixão do que dessa forma."

Suficiente. Isso é o suficiente.

Pete mal está respirando quando bate a porta em suas costas e caminha pelo corredor vazio da mansão. Como ela... como ela pode dizer isso, porra? Enterrar San, sua alma-gêmea, não foi o bastante? Ela queria enterrar Pete também?

"Pete!" A voz de June chama há alguns passos. "Pete, espera!"

"Eu já ouvi o bastante!" Ele diz, seguindo em direção as escadas.

June continua em suas costas, os passos apressados bem atrás dos seus.

"Ela não quis dizer isso."

Parando de andar, Pete então se vira. Ela não quis? Ela não quis?! Quando sua mãe não quis dizer algo que fosse machucá-lo profundamente, não importava o quão jovem ele fosse? Quando Nya se importou com seus sentimentos tanto assim? Nunca. Ela nunca fez isso.

Ela criticou, ela ignorou e disse coisas terríveis. Foi tudo que ela fez, tudo que Pete se lembra de sua infância infernal com uma mãe que não o amava e ele não sabia porquê. Nada mudou. E agora ela gostaria que ele estivesse morto.

"Não se atreva a defendê-la" Pete diz a June, um nó difícil de engolir na garganta. Além disso, a proximidade de June o faz sentir... estranho. Não é como se Pete fosse saltar sobre ele, mas a sensação é exatamente essa.

Seu irmão mais velho ofega, recuperando a respiração. Ele ainda olha para Pete com carinho, e ao contrário de seus pais, June não parece perto de expulsá-lo da família, ou qualquer merda parecida.

"Tem razão, ela quis" Ele diz suavemente, os ombros caindo. "Mas eu não penso dessa forma, e papai também não. Ele pode estar assustado mas ele não te odeia, Pete."

June está errado.

"Por que ele me amaria?" Insiste Pete, desejando que June veja as coisas como elas são. Como Tull poderia amá-lo dessa forma? "Eu nem sou filho dele, June."

"Pete." Diz June, sua expressão caindo.

"Você precisa acordar" Diz Pete. "Ela nunca gostou de mim. Ela nunca me amou, June. Não sei porque eu esperei que fosse ser diferente."

June lambe o lábio inferior, como se estivesse procurando o que dizer. Ele olha para Pete por incontáveis segundos, como se não houvesse palavras boas o bastante para convencê-lo. Quando June percebe isso, ele desiste.

Incapaz de continuar olhando para seu irmão, Pete se vira e caminha para a porta.






[...]

[Extra JuneLuter]





June fechou a porta em suas costas e pisou nos calcanhares para tirar as botas. Ele olhou ao redor, o apartamento estava escuro e silencioso, embora ele soubesse que não estava sozinho. No minuto em que se virou, um segundo corpo pressionou o seu contra a porte, as mãos enluvadas e ansiosas tentando arrancar sua camisa.

"Qual o seu problema?" Disse June, tentando empurrar Luter para trás. Ele não quis realmente afastá-lo, embora fosse meio difícil respirar quando ele estava ao redor de June. "Eu não sou sua puta."

Luter afasta a cabeça de seu pescoço com uma risada arrogante. Ele olha para June com... alguma coisa muito suave em sua expressão, e a forma que suas mãos continuam acariciando os quadris de June por debaixo da blusa é confortável.

"Querido," Ele disse, lambendo os lábios. "Eu nunca disso isso. Embora me pareça uma ideia agradável."

June tentou empurrá-lo de novo.

"Você não é engraçado."

Ignorando suas tentativas de dar mais de cinco passos para dentro do apartamento, Luter atacou sua boca. Ele colocou pressão nos quadris de June, empurrando-o mais firmemente contra a porta, seus lábios macios e língua quente dominando os seus.

"Você não tirou as luvas" June disse contra os lábios dele, uma das mãos tensas ao redor do ombro de Luter a outra em sua nuca.

O vampiro mordeu seu lábio inferior, mergulhando a língua em sua boca antes que June pudesse dizer outra coisa. Ele gostava das luvas, mas gostava mais quando sentia as palmas mornas e nuas das mãos de Luter.

"Isso vai ser um problema?" Ele questionou, deslizando as mãos pelas laterais de June até encontrar suas coxas, levantando-o do chão.

"Não" Ele murmurou contra a boca macia, fechando os olhos e suspirando longamente enquanto Luter caminhava com ele pelo apartamento.

Enrolando as pernas ao redor dos quadris de Luter, June puxou seu cabelo, aproveitando tudo que a boca dele estava disposta a dar. Ele não precisava de mais problemas, as últimas semanas tinham sido o suficiente, ele precisava de uma distração. De qualquer coisa que pudesse fazê-lo esquecer da bagunça que seria tudo a partir de agora, mesmo que ainda estivesse lá quando June acordasse na manhã seguinte.

June precisava de Luter e seus braços firmes que, de uma forma muito estranha, o faziam sentir seguro. Seguro e tão protegido, que era nojento. Era disso que ele precisava. Só isso. Nada mais.






[...]

Hey, o que acharam desse? Morri de dó da Helin, tendo que ver a alma-gêmea dela morrer :/

Não que ele não merecesse hihi

Vejo vocês no próximo! Beijo!

Ga verder met lezen

Dit interesseert je vast

31.4K 3.7K 25
Vegas Theerapanyakul é um publicitário implacável, dono da maior agência de publicidade de Bangkok. Confiante e decidido, é um bon vivant assumido. S...
1K 204 11
Em "Pousando no Tinder", conhecemos Build, um estudante de medicina veterinária sobrecarregado com a pressão da vida universitária. Sua irmã, a enérg...
17.2K 1.5K 70
Depois que Stiles foi possuído pelo espírito do nogtisune e a Pack McCall o prendeu, novamente as coisas ficaram tranquilas em Beacon Hills. Mas fica...
2.5K 431 7
Vegas Theerapanyakul, um empresário bilionário investigado pela polícia por possível envolvimento com negócios ilegais, se vê perdidamente obcecado p...