Texas, Estados Unidos
7 de março, 2023
acordei em uma manhã de terça feira e estranhei não ouvir o alarme tocar então peguei meu celular na cômoda ao lado e olhei a hora. 7:34 puta merda! como não ouvi o alarme tocar? estou atrasada!
pulei da cama e fui ao banheiro rapidamente lavar o meu rosto. desci as pressas até a cozinha para preparar meu café da manhã e então peguei dois pães de queijo que estavam em uma embalagem de padaria e então esquentei eles no microondas pois eles são de ontem.
não encontrei minha mãe na cozinha então com certeza ela está dormindo.
peguei os pães de queijo do microondas e pra andar mais rápido, peguei um suco de caixa que estava na geladeira e tomei meu café da manhã.
olhei para o celular e o relógio marca 7:46 da manhã. em seguida subi as escadas e fui escovar os dentes e tomar meu banho o mais rápido possível.
sai do banho às 7:58 e então me troquei rapidamente usando uma saia preta e uma blusa vermelha e apenas passei um gloss em meus lábios.
não me esqueço do perfume e então chamo o Uber e torcendo para vir logo.
(...)
cheguei na faculdade exatamente às 8:15 mas o porteiro já estava fechando o portão, então saio do carro e corro rapidamente até o portão e o porteiro fecha na minha cara!
— por favor moço, deixa eu entrar! hoje é meu segundo dia! — faço gesto com as mãos.
— e oque eu tenho haver com isso? — ele fala de forma seca.
ele parece ter uns 50 anos e pelo jeito sua idade o deixou ranzinza ou ele está descontando sua raiva em mim.
— vai, por favor! — imploro.
— o problema não é meu de você ter chegado atrasada — fala em tom de deboche.
posso sentir uma raiva subindo dentro de mim mas tento me conter.
— é dinheiro que você quer? — pergunto e ele me encara em silêncio.
(...)
e então entrei na faculdade e se foi o dinheiro do meu lanche hoje.
entro na sala de aula e vejo que todos já estavam na sala. estou com vergonha de todos me olharem chegando atrasada mas pelo menos o professor não havia chegado.
encontro Heloísa já sentada e me sento no mesmo lugar de ontem.
— onde você estava? — Heloísa se vira e fala baixo.
— eu acabei me atrasando, só cheguei agora — respondo.
— boa tarde alunos — o professor chega e todos o respondem.
novamente ele se senta, mexe em alguns papéis e em seu notebook e se levanta para dar as primeiras explicações.
e oque parece ser costume, novamente a porta se abre aparecendo ele, que ama gostar de fazer isso, Raul Miller.
— como ele consegue entrar a hora que quer com aquele porteiro? — pergunto em voz baixa para Heloísa.
— você não sabe? ele é da família Miller — Heloísa responde.
— e oque que tem? — pergunto.
— hellou? o pai dele é dono de uma das maiores empresas de café deste país. a família dele tem muito poder.
— hum.
e novamente o dinheiro fala mais alto aqui. como eu não percebi antes, ele tem muita cara de riquinho metido.
o professor o olha com raiva e ele continuou andando como se não estivesse ligando pra nada.
— não vou falar mais nada — o professor fala e suspira.
Raul passa por mim e apenas me olha por longos segundos e então se senta logo atrás de mim.
(...)
o sinal do intervalo toca e por incrível que parece Raul não me pertubou.
sigo Heloísa até a cantina e então ela compra um sanduíche e um suco de uva.
— você não vai pegar nada? — pergunta me encarando.
— eu... esqueci meu dinheiro em casa — minto
— ah não, você não vai passar fome. oque você quer?
— não Helô não precis...
— não quero saber! — me corta — eu vou pagar, oque você quer?
— tá bom... então pode ser o mesmo que o seu — falo envergonhada.
— pronto. não precisa ter vergonha Sof, somos amigas pra isso! eu sei que você faria o mesmo por mim — fala enquanto caminhamos para a mesa.
— não faria não — brinco.
— nossa — ela finge falsa surpresa colocando a mão no peito.
— tô brincando, claro que sim, vaca! — sorrio e então nos sentamos.
— vem cá... não falamos sobre você ainda, como está sua família? — pergunto.
— estão todos bem, minha mãe se casou recentemente e... — a interrompo.
— espera, oque? sua mãe se casou e você não me falou nada? — falo surpresa.
— desculpa Sof, é que o casamento foi bem rápido, mas você não se lembra quando te contei que minha mãe estava namorando?
a mãe da Heloísa é igual minha mãe, ambas se separaram dos nossos pais e se casaram novamente.
— lembro, mas faz um tempo isso — respondo.
— então, mas o casamento foi rápido e por mim tudo bem, oque importa é que ele faz minha mãe feliz e inclusive ele que paga minha faculdade.
— ah que bom Helô — digo.
— sim, ele tem bastante dinheiro.
— ah, então é por isso que você tá pagando as coisas pra mim agora, estava estranhando — sorrio.
— sim! — ela ri — mas é óbvio que não coloco dinheiro em primeiro lugar até porque no começo minha mãe nem sabia que ele tinha dinheiro.
— com certeza — respondo.
— mas ele faz questão de me dar dinheiro e pagar minha faculdade, é óbvio que não vou recusar né.
— mas é claro — falo.
— mas chega de falar disso. agora eu quero te contar que, hoje mais tarde vai ter uma rave lá na casa de um colega da facul — ela fala empolgada.
— em plena terça feira? — falo.
— mas é claro, por que não? você não conhece Texas ainda e também é só a gente não ir embora muito tarde.
— não sei não — digo.
— vamos, por favor? — faz gestos com as mãos — qual foi a última vez que você saiu?
— eu nem me lembro...
— então, vamos! é só para poder distrair a mente e relaxar um pouco, não vai ser nada mais além disso.
— tá bom! — falo.
— ótimo! eu passo na sua casa mais tarde e a gente vai.
realmente eu não me lembro qual foi a última vez que fui em uma festa. depois que Beijamin morreu foi como se várias memórias boas teriam sido apagadas da minha mente. e Heloísa está certa, preciso distrair minha mente um pouco.realmente eu não me lembro qual foi a última vez que fui em uma festa. depois que Beijamin morreu foi como se várias memórias boas teriam sido apagadas da minha mente. e Heloísa está certa, preciso distrair minha mente um pouco.
— combinado.
o sinal toca e então voltamos para a sala de aula.
ao me sentar noto que Raul novamente não retornou.
(...)
desço do ônibus e então entro em casa e encontro mamãe sentada no sofá assistindo tv.
— oi filha — ela fala.
— oi mãe — respondo.
— como foi a aula hoje? — pergunta.
— foi boa mãe — caminho até ela e tiro minha mochila e me sento.
— já está se adaptando? — fala olhando para a tv.
— aos poucos estou sim.
ficamos em silêncio por alguns segundos.
— sabe, eu estava pensando em arrumar um emprego... — fala.
— sério mãe! eu acho uma ótima idéia — falo empolgada.
— acha mesmo? — pergunta.
— acho sim, além de ganhar dinheiro é uma forma de você distrair a mente. não sei como você aguenta ficar o dia inteiro em casa.
— verdade, vou começar a procurar amanhã.
— ótimo — falo e me lembro da festa que Heloísa falou.
— mãe — a chamo.
— oi filha — responde.
— Heloísa me chamou para ir em uma festa hoje na casa de um amigo dela da faculdade, e queria saber se eu posso ir?
ela me encara por alguns segundos em silêncio.
— faz tempo que você não me pede isso — fala calma.
— sim, eu pensei melhor e acho bom para mim poder distrair a mente um pouco.
— vai com Heloísa?
— sim.
— que horas vai?
— ainda não sei.
— quem está nessa festa?
— pessoas da faculdade mãe.
— volta que horas?
— no máximo meia noite para ir pra faculdade.
— hum.
— por favor mãe, eu já tenho 18 anos, você sabe que eu sou responsável.
— tá bom.
— sério?
— sim mas não aceite bebidas de estranhos ok?
— claro.
me levanto e então vou almoçar.
(...)
— ah não Sofia! — Heloísa fala fazendo careta ao ver a roupa que falei que iria vestir.
— oque foi? — pergunto.
— Sof, você vai para uma festa e não uma igreja — ela pega o vestido rosa claro da minha mão — ele é muito longo e sem decote.
— não vejo o porque eu mostrar minhas pernas demais ou meus peitos — respondo.
— a questão não é mostrar Sof, é valorizar.
ela mexe em meu guarda roupa e acha um vestido vermelho que ganhei de aniversário de 18 anos que nunca usei.
— esse é lindo! — Heloísa fala.
ele é um vermelho vinho e tem pequenas partículas de glitter, é de alça fina e vai até a metade de minha coxa.
— eu nunca usei por ser um pouco curto... — falo.
— curto nada, tá perfeito! vai super valorizar esse corpinho lindo — sorri.
Heloísa está com uma saia preta e um cropped branco de renda com um belo decote.
arrumo meu cabelo, visto o vestido e faço um delineado em meu rosto.
— como fiquei? — pergunto.
Heloísa fica de boca aberta por alguns segundos.
— nossa se Raul te ver assim ele vai se apaixonar.
— não me arrumei para ele, me arrumei para mim mesma — dou um beijo no ombro.
— isso mesmo! não precisamos de homem, somos gostosas com ou sem eles! — rimos.
descemos e então encontro minha mãe na sala.
— uau! — ela fala.
— estamos lindas né tia? — Heloísa joga o cabelo.
— estão perfeitas, se cuidem hein.
— pode deixar comigo que eu cuido da Sofia.
mostro a língua para Heloísa e então chamamos um uber e fomos.
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