Corrida para um coração

By sabrinaaguillera

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"Nunca pensei que poderia amar alguém dessa forma, é um amor doce, mas ao mesmo tempo tão destrutivo, acabari... More

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By sabrinaaguillera

Nossa história começa em Barcelona. Dia cinco de agosto de 2006, onde a nossa pequena Anneliese completa seus seis anos de idade. Ela está linda, com seu vestido rosa gigantesco e uma coroa de flores, realçando seus belos fios castanhos e os olhos cor de mel, uma verdadeira princesa.

Pela primeira vez em seus poucos anos de vida sua mãe estará presente em seu aniversário, logo depois de seu nascimento seus pais se divorciaram. Não foi um fim muito calmo.
Todos estavam no salão a sua espera, enquanto a pequena sucessora do império Lucchiari mordia os lábios, ansiosa, calçando seus pequenos sapatos cor prata.

— Diana, estou tão nervosa para a entrada, será que mamãe vai mesmo estar lá? - perguntou a garota para sua babá e governanta.

— Claro que vai, meu amor, ela prometeu a você que estaria aqui para te ver soprar as velas, não prometeu? - disse em resposta e ao mesmo tempo terminando de colocar os sapatos na menina.

— Ouvi papai dizer que não queria ela aqui, que ela é uma grande puta, não sei o que é isso mas acho que não é algo muito legal.

— Não repita essa palavra, Anne! - retrucou Diana - É algo muito feio que os adultos falam quando estão bravos.

— Desculpa - disse a pequena baixando a cabeça.

— Tudo bem. Bom, já coloquei seus sapatos, está finalmente pronta, meu amor! - Diana disse sorrindo grandemente.

Anne correu para o espelho gigantesco que havia em seu quarto, olhou de cima a baixo para si mesma, abriu um sorriso e correu de volta para os braços de Diana, prendendo suas perninhas na cintura de sua babá.

— Obrigada, Diana. Você é a pessoa que eu mais amo no mundo! - disse e deu um beijo estalado na bochecha na mesma.

— Não precisa agradecer, meu bem. Agora vá, precisa ir para o salão, estão todos esperando por você!

— Vou sim. Tchauzinho! - Anneliese disse se despedindo de Diana, e correndo como um furacão para fora de seu quarto.

Até que ela bate em algo, ou melhor, em alguém. Caindo de bunda no chão.

— AI! - gritou ela - Não vê por onde anda?!

— Desculpa aí, princesinha. Não tenho culpa que você veio correndo igual uma doida e bateu em mim.

— E quem é você? - a mesma disse, se levantando e limpando seu vestido.

— Alonso. Alonso Fernandéz. E você?

— Anneliese Lucchiari, achei que já soubesse.

— A festa é sua? - o garoto perguntou a olhando com seus pequenos olhos verdes.

— Uhum - disse baixinho - Você é o filho da Diana?

— Sou, ela me trouxe hoje para ajudar em umas coisas - respondeu simples.

— E quantos anos você tem? - perguntou curiosa.

— Você pergunta demais - disse - Tenho nove.

— ANNELIESE? O QUE ESTÁ FAZENDO?! - se expandiu um grito vindo do final do corredor, papai chegou.

— Eu já estava estava indo, papai - falou baixinho enquanto mexia seus pés.

— E você, moleque?! O que faz aqui?! - Alessandro perguntou de forma bruta.

— Vim encontrar minha mãe para irmos embora, senhor. - Alonso respondeu quase que num sussurro.

— Então ande logo! Não quero você atrapalhando a festa de Anneliese.

— Sim, senhor. - o pequeno respondeu, passando por Anneliese e seu pai, indo direto para onde estava sua mãe.

— Não quero você perto desse menino, ele não é bom para o seu ciclo, entendeu, Anneliese?! - perguntou ríspido.

— Entendi, papai. Podemos ir?

— Podemos, estão todos esperando você lá embaixo.

— Até mamãe? - perguntou abrindo um sorriso.

— Sim, até sua mãe.

— Ebaaaa! Estou com saudades dela.

— Vamos logo, Anneliese.

Os dois saíram pelo corredor, indo direto para o salão. Antes da porta se abrir uma música começou a tocar, Fix You de Coldplay. Anneliese gostava dessa música pois era a favorita de sua mãe. Abriu um sorriso largo, e então, a porta se abriu. Todos gritaram e bateram palmas para ela, com sua pequenina mão, pegou no braço de seu pai e começou a descer as escadas, flashes e mais flashes em seu rosto, estava tudo incrível.

Até a queda.

O tapete vermelho que seguia pela escada estava embolado, seu pé prendeu ao tecido e seu corpo se enclinou para frente. Não foi um, nem dois, nem três degraus, mas dez. Anneliese desceu girando pela escada, e quando finalmente chegou ao chão, estava sangrando e chorando como um bebê recém-nascido. Os gritos cessaram e a correria se espalhou, todos tentando levantar a pequena Lucchiari, sem sucesso.

Chamaram a ambulância, chegando no hospital se constatou uma perna quebrada e um cotovelo fraturado, a tão sonhada festa em que ela veria sua mãe não aconteceu. Anneliese ficou com gesso por 3 meses, até poder tirar. Ainda assim teve que usar uma tala por algumas semanas até se recuperar completamente.

Coincidência ou não, a pessoa que colocou o tapete havia sido Alonso, ele estava ajudando na organização também para poder ganhar um dinheiro extra para sua mãe.
Não descobriram que o culpado era ele, mas Anneliese tomou raiva do menino.
Raiva dele por ele ter tirado sarro de seu gesso. E como se não bastasse, Alonso se tornou amigo de seu irmão, Lucca.

Passavam o dia inteiro juntos, ou ao menos enquanto Diana estava na casa. Jogavam video game, futebol, até lutavam escondidos com as espadas da coleção pessoal de Alessandro. Anneliese gostava de ver Alonso, mas não gostava de como ele a tratava. Lucca nunca deixava que eles se aproximassem demais por puro ciúmes da irmã, mas isso quase não acontecia, já que Alonso nem sequer se esforçava para chegar perto da menina.

Durante os meses que ela estava com seu pé engessado sua mãe não a visitou, nem mesmo ligou para saber como ela estava. Não conseguia nutrir raiva de sua mãe por não a procurar, era nova demais para entender os motivos dela não insistir em uma relação.

No final de tudo, refizeram a festa de aniversário de Anneliese, não foi a mesma coisa, claro, mas mesmo assim ele estava muito feliz, porque finalmente sua mãe estava lá. Acho que ela merece ser conhecida, falamos tanto dela e ainda não sabemos quem ela é.

Roberta Conti Marino, esse é o nome da mãe de Anneliese. Ela e Alessandro namoraram durante a adolescência, até que virou um noivado, foi uma vida realmente feliz, foi sim, mas tudo tem um lado ruim, e o amor deles também teve.

Ela descobriu que estava grávida de Alessandro quando ele estava ganhando mais poder na área automobilística, estava no time da Ferrari, crescendo a sua riqueza para ser o futuro dono do time de Fórmula 1. Esse é o negócio da família Lucchiari. No começo ele não gostou da ideia, disse que não ia conseguir dar conta da carreira e do filho, até indicou um lugar para Roberta fazer um aborto seguro, mas obviamente ela não quis isso.

Quando descobriu que seu primogênito seria um menino a raiva de Alessandro cessou, e ele finalmente gostou da ideia de ser pai, ficou contente de que alguém seguiria o legado dele futuramente. Até que quatro anos depois do nascimento de Lucca ele soube que seria pai pela segunda vez.

A essa altura Alessandro já havia conseguido o que queria, era finalmente o chefe de tudo, poderia dar uma ótima vida para o futuro filho, mas durante uma discussão sobre como criariam a criança, Roberta assumiu que traiu Alessandro, e como um impulso, ele a deu um tapa.

No mesmo instante se arrependeu de sua reação, mas já era tarde, Roberta estava saindo pela porta quando Alessandro correu atrás da mesma, e continuaram a discussão até que o real motivo para ela se afastar aconteceu.

Alessandro a empurrou da escada.

Nada aconteceu a Anneliese, mas Roberta nunca mais conseguiu andar igualmente, usava uma pequena bengala para ajudar na locomoção, no processo de divórcio ela alegou que seria melhor a filha permanecer junto ao pai por ele ter uma melhor condição de vida, sendo assim, Roberta voltou para Madrid para ficar ao lado de sua mãe, e Anneliese esteve com seu pai desde então. As duas se viram duas ou três vezes em seis anos, sempre com a supervisão de Alessandro, não dando muito tempo para as duas aproveitarem. Essa é a vida da nossa pequena garota.

[...]

Papai, por quê não posso ficar com a mamãe por um tempo? - perguntou a garota inocentemente.

— Sua mãe não te ama, Anneliese. Chega dessas perguntas, já está me irritando - respondeu ríspido.

— Sim, papai, desculpe.

— Já são nove e meia da noite, hora de você ir dormir, amanhã tem escola bem cedo. Diana já deve ter preparado seu banho, vá. - Alessandro falou, sem tirar os olhos dos papéis que estava lendo

— Certo... Boa noite, papai, eu amo você - a pequena disse indo em direção ao pai e lhe dando um abraço.

— Boa noite.

Anneliese saiu do escritório e foi direto para o banheiro, não encontrando Diana lá, imaginou que ela estivesse em sei quarto. Chegando lá, não a encontrou, mas encontrou Alonso sentado no chão enquanto lia um dos seus livros.

— EI! O que faz aqui?! - ela disse, assustada.

— Calma, princesinha, estou esperando minha mãe, ela foi pegar os seus sais de banho na dispensa.

— Hum.

— Dois.

— Você é chato demais, sabia?! - falou cansada, se sentando no chão junto a ele.

— Ei ei ei, o que é isso aqui? - a voz de Lucca se espalhou pelo quarto.

— Não é nada, Lucca! Ele só está esperando Diana.

— No quarto da minha irmã, vacilão? - disse bagunçando o cabelo de Alonso, Lucca tinha dez anos, um ano mais velho que o amigo.

— Minha mãe que pediu para que eu ficasse aqui, idiota - respondeu rindo.

— Anneliese! Onde está? Está na hora do seu banho - Diana falou procurando pela pequena.

— Acho que tem alguém te procurando, Anne - Lucca disse.

— Eu já estou indo, Diana! Não é para mexer em nada aqui, ouviu, Alonso?!

— Eu não vou mexer, criança.

— Hum - respondeu indo em direção a porta.

— Dois! - Alonso falou e caiu na gargalhada junto de Lucca.

Anneliese não se aguentou e voltou correndo, atacando Alonso com vários tapas fortes, em sua cara, cabeça, pernas e braços, em resumo: em todos os lugares que podia, só parou quando Diana interviu.

A esse ponto ela estava descabelada e Alonso com vários pontos vermelhos, Lucca não se aguentava de rir, e foi assim que se encerrou aquela noite, com Anneliese jurando odiar aquele menino por toda a vida.

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