Oii gente, capítulo novo.
Depois de várias ameaças por ter cortado o hot, aqui estou.
Espero que gostem do capítulo.
Lançamento de Atlantic dia 5
Boa leitura♡
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- Quietinho, Jeon - Jimin diz, nunca deixando de sorrir.
De fato, aquela cena estava sendo boa demais para si.
Estava sentado na ponta da única cama do local, sem calça e pernas entreabertas, pose quase igual a segunda foto que havia enviado para o alfa, quando tentava a todo custo fazê-lo mudar de ideia.
Seu pé direito repousava tranquilamente no ombro forte de Jungkook, enquanto usava da outra para se expor mais, abrindo e fechando as coxas sempre que sentisse o olhar do alfa cada vez mais excitado.
E conseguia isso perfeitamente.
- Não pode tocar, só olhar...
O ex militar o encarava com suas pupilas em tom avermelhado. Sua testa molhada pelo suor, deixava com que seus fios escuros caíssem por rosto e o homem parecia estar se controlando o máximo que podia.
A pele lisa e macia, membro coberto pelo fino tecido da box rosada que usava e o jeito pornografico de sorrir e o olhar, fazia Jungkook quere-lo levar ao céu, sem nunca ter ido.
Mas Jimin gostava de brincar, sabia que sofreria um pouco antes de conseguir fazer as maiores maldades que planejou para o ômega.
Ele não gozaria apenas uma vez aquela noite.
O loiro puxa a corrente fina da coleira com um certo cuidado, fazendo Jeon observá-lo novamente, com um sorriso lateral no rosto.
Talvez, só talvez... o ômega estivesse com medo. Já masturbou o alfa uma vez e teve a plena consciência de que seu pau não entraria com facilidade em si, que se envolveu sexualmente apenas uma vez e nem quis terminar.
Sim, admitia para si mesmo, que achava o pau do segurança, grande, mesmo que fosse vergonhoso.
Não sentiu prazer algum em sua única vez fazendo o ato carnal, será que Jeon conseguiria esse feito?
Mas de qualquer forma, um homem bonito como Jungkook, sempre teve ômegas a sua disposição, para satisfazer seus desejos, era o que Jimin pensava.
Errado.
- A quanto tempo não transa? - pergunta olhando para o alfa ainda ajoelhado e amarrado no chão.
- Desde que eu entrei no exército, para lutar na guerra.
O ômega não consegue evitar de arregalar os olhos. Jungkook não tinha qualquer relação a mais de três anos? Não procurou se envolver com ninguém?
- Não quis se envolver com alguém?
- Nunca desejei ninguém.
- E deseja agora?
- Como nunca desejei algo antes... - responde prendendo seu olhar ao rosto delicado e angelical, que parecia ficar cada vez mais ruborizado conforme sua excitação aumentava.
- Ah, Jeon, para alguém que não fode a anos, deve estar enferrujado.
- Eu diria pronto para fazer você gozar pelo menos uma cinco vezes.
- Como eu posso acreditar nisso?
- Me dê sua permissão para que eu te toque e eu lhe mostrarei.
Jimin ri enquanto puxa mais a corrente, sem dó alguma.
- Não sei, não vou te soltar. Poderá me tocar apenas se você se libertar sozinho - diz vendo Jeon rir abaixando a cabeça - não consegue? Eu até pagaria o preço da algema para a boate, mas não acho que você seja capaz.
- Não seja por isso - responde enquanto levanta lateralmente ambos os braços, mostrando a algema presa em seus pulsos, mas a corrente quebrada no chão.
Jimin o olhava assustado, pensando em como o alfa teve força o suficiente para quebrar um material tão resistente silenciosamente.
Se esqueceu por breves segundos que ele aprendeu a ser cauteloso principalmente no exército.
Porém, tinha a parte que ele não sabia, aprendeu a ser ainda mais silencioso e centrado quando colocou a máscara de caveira pela primeira vez.
Jungkook apenas se levanta sorrindo, caminhando até o armário onde Jimin guardou a chave instantes antes, procurando se livrar da sensação desconfortável que o metal causava na pele delicada do pulso.
Via o ômega morder levemente o lábio inferior, pensativo, como se a ficha de que transaria com um alfa lúpus provavelmente desejoso, tivesse caído em cima de si como uma pedra.
Jeon apenas volta a caminhar em direção ao loiro, parando em sua frente, antes de tocar levemente no queixo delicado apenas para levantar o rosto bonito e fazê-lo olhar para si.
- Você quer isso? Quer realmente isso?
Jimin afirma com a cabeça, tentando fechar as próprias pernas, ato que foi impedido por Jungkook, que apenas as abre mais.
- Então eu vou te explicar uma coisa... me sinto estranho, passei por coisa ruins durante a guerra, mas sinto prazer quando você me causa dor, um sentimento inesperado. Não sei o que somos ou o que seremos amanhã, mas agora, no presente, eu deixei você se divertir assumindo o controle por um tempo, agora é a minha vez.
- O que quer dizer?
- Que eu vou garantir que você se lembre de mim quando for dormir - responde se ajoelhando novamente, mas agora, com outro intuito - quando acordar, quando me ver, quando pensar ousar em ter outro alfa, vou fazer você desejar que eu seja o único, que poderá lhe tocar assim.
Segura com cuidado a perna direita do ômega, começando uma trilha de beijos molhados desde o calcanhar até sua parte mais sensível, entre as coxas, onde dava leves mordidas e acompanhava cada micro expressão de prazer que o loiro tentava esconder.
Seus cabelos escuros eram agarrados pelas mãos pequenas, que o incentivava a continuar.
Continua em seu trabalho, até parar os beijos assim que chegou na box rosa, olhando uma última vez para o ômega antes de puxar o tecido leve e um tanto úmido com os dentes, vendo a peça deslizar lentamente pela pele pálida e macia, até que estivesse fora de seu corpo.
Se levanta, fazendo o mesmo processo com a camiseta, deixando Jimin completamente exposto e apenas para si, mas ninguém olharia.
O aroma cítrico estava mais forte, Jungkook jurava que poderia ficar o dia todo apenas admirando o quão bom era aquele cheiro e demonstra isso levando seu nariz ao pescoço do ômega, que se arrepia por completo ao sentir sua respiração.
Segura com força na cintura fina, apenas para ajudá-lo a se deitar no colchão de tecidos macios, sentindo o olhar lilás em si, durante todo o processo. Jeon estava em pé e agora rodeava a cama, para se aproximar dos lábios o suficiente para que se tocassem em uma pressa considerável.
A saliva quente, as línguas se entrelaçando e as leves mordidas provocativas nos lábios inferiores, apenas acendeu ainda mais o desejo de ambos.
Se separam segundos depois, pela falta de ar, apenas para Jungkook sorrir vitorioso, por ter deixado o ômega maluco tão entregue com poucos toques.
As coisas ainda nem começaram...
- Me escute novamente, irei te fazer gozar agora de três formas, não se controle, será atoa.
- Não está convencido demais?
- Vamos ver se você dirá isso depois.
Caminha até a ponta da cama, apenas para subir nela um pouco, deixando com que seu rosto ficasse na altura do membro do ômega. Jimin sente seu corpo tremer ao entender o que aconteceria.
Jeon passa a ponta da língua por toda a extensão rosada, fazendo com que o loiro segurasse com força os lençóis brancos. Seu corpo queimava e isso só aumentou quando sente que o alfa realmente não estava brincando.
O membro era completamente envolvido pela boca quente e prazerosa do seu alfa, que intercalava os movimentos entre forte e fraco, rápido e lento, seja no boquete ou na masturbação, onde as mãos grandes conseguiam levar o ômega às alturas.
Não conseguia evitar de revirar os olhos, a iluminação forte e rosada do local, só parecia deixar tudo ainda mais pornográfico.
- Jeon... - tentava manter a voz firme, tarefa impossível. O alfa apenas aproveitava do som melodioso de seu ômega.
Jungkook se aproxima, encostando ambas as testas, enquanto trabalha em masturbar o ômega em um ritmo frenético. Gostava de ver as expressões, a forma como sua pele brilhava e como sua boca carnuda ficava bonita entreaberta.
Foi naquele momento que Jimin gozou pela primeira vez, enquanto contorcia levemente as costas e apertava os olhos pequenos.
O alfa apenas sorri, vendo que a primeira parte estava completa.
Se afasta um pouco, para admirar o corpo estético tão entregue e a respiração descompassada ir se acalmando e tornando mais lenta.
- Eu disse três vezes, Park... essa foi a primeira.
- E como seria a segunda? - pergunta em um tom de voz provocativo, sua energia ainda não havia acabado.
- Uma preparação.
Se aproxima novamente, levando dois de seus dedos até o rosto do ômega, que parece entender o recado.
Apenas os envolve, deixando-os o mais lubrificado possível, não queria sentir dor.
O lobo de Jeon acalmava o ômega a todo momento, o fazendo se sentir tranquilo. Um ato extremamente fofo na visão do loiro.
Tira os dois dedos da boca bonita de Jimin, o virando na cama rapidamente.
- Senhor, será que pode se empinar, por favor?
Sorri antes de fazer conforme foi pedido, dando a visão privilegiada de sua entrada rosa para o alfa, que aproxima um dos dedos, pronto para inseri-lo naquele momento.
E foi o que ele fez.
Entra com um pouco de dificuldade, Park era apertado e Jeon estava animado para ter essa sensação em seu pau.
O loiro solta um gemido sofrido, mas se manteve forte, tentando manter ao máximo a sua imagem de ômega bravo e dominador, mesmo que com aquele homem fosse impossível.
Jungkook coloca o outro dedo, enquanto depositava beijos por seu ombro, percebendo a presença de uma longa tatuagem em suas costas.
As fases da lua.
Era incrível como a cada descoberta, o ômega ficava ainda mais bonito.
Começa a mover os dedos longos, sabendo exatamente o que fazia e o quão fundo eles podiam ir.
Jimin estava ficando maluco, escondia seu rosto no travesseiro, tentando abafar os gemidos teimosos, enquanto segurava o tecido fino com uma certa força.
Jungkook leva sua mão livre até os fios dourados, envolvendo eles antes de puxá-los e manter a cabeça de Park erguida.
Tinha força o suficiente em seu braço, para que o movimento fosse contínuo, deixando-o preparado para algo maior.
O ômega estava fodido.
Literalmente.
Se o alfa conseguia deixá-lo tão anestesiado apenas com as mãos e boca, então mal esperava para experimentar a parte principal.
Foi necessário alguns segundos antes que Jimin gozasse novamente. A essa altura, seu abdômen já estava completamente melado, mas não ligava, queria mais.
Com certeza, se arrependeria disso depois.
Jeon vai novamente até o armário, pegando uma das camisinhas presentes ali, enquanto coloca em si mesmo.
Jimin se deita novamente, tentando recuperar sua força. Nem ao menos reparou Jungkook pegá-lo no colo, estilo noiva, com uma facilidade extrema.
O alfa queria usar de algo que era muito presente naquele quarto. Todas as paredes tinham espelhos.
Perfeito.
Não conseguiu evitar se lembrar de uma música que ouviu alguns anos atrás.
Eu prendo sua bunda naquela parede,
E então eu rasgo minha camisa
Corro minhas mãos no seu cabelo,
Enquanto eu lhe fodo no espelho.
Foderia Park Jimin no espelho.
Pensa exatamente isso assim que encosta o corpo delicado em um dos maiores espelhos no local, usando da sua força extrema para segurá-lo enquanto leva seu pau até a entrada rosada.
O loiro parecia respirar fundo, como se tentasse se preparar para aquele momento.
- Tá tudo bem?
- Tô.
- Certeza?
- Quer que eu diga o quê? Que seu pau é grande?
- Talvez.
- Só enfia logo!
E Jungkook obedece, sem aviso, arrancando um gemido alto do ômega que lhe dá um tapa estalado no ombro.
- Filho da puta!
- Tá reclamando?
- Estou!
- Mas ainda não foi nem a metade.
Jimin olha para Jeon completamente assustado.
- Tô me arrependendo da decisão de transar contigo... - sua fala é interrompida por outro gemido, cada vez que sentia o alfa entrar em si, centímetro por centímetro.
Fica parado, esperando poucos segundos até o ômega se acostumar, antes de começar a fodê-lo ali mesmo.
Park abraçava o corpo forte, usando uma de suas mãos para arranhar as costas largas, provavelmente, deixando marcas vermelhas ali. Olhava para frente, vendo a cena excitante que ambos faziam.
Jeon segurava suas pernas, o mantendo erguido, todo seu corpo ficava escondido, claro, o alfa era mais alto e mais forte do que si. Seu rosto estava corado e se sentia bem a cada vez que sentia o pau grande sair e entrar, em estocadas fundas.
Desejou por aquilo desde a primeira vez que viu aquele alfa.
Pensou todas as noites se sentiria prazer ao ter o ex militar tão próximo, o tocando de forma tão intima.
Mas agora estava ali, sentindo o aroma madeirado forte e os gemidos roucos e graves adentrarem seu ouvido.
Jimin esmagava seu membro a todo momento e gostava disso.
- Jeon... não para.
- Então diga, ômega, o que você quer?
- O que você disse... garanta que eu lembrarei de você.
Jungkook garantiu.
Garantiu de acertar o ponto sensível do ômega repetidas vezes o fazendo gemer alto e agudo, enquanto encostava a cabeça no espelho, perdendo completamente suas forças.
Gozaram juntos e Jimin não consegue evitar de sorrir ao se sentir preenchido assim que o nó é feito.
Era como se em poucos segundos, conseguisse sentir exatamente o que alfa sentia.
Jeon também teve a mesma sensação, sentiu que o ômega queria lhe ver no dia seguinte, que o tocasse daquela forma novamente e que continuasse a tornar sua vida mais colorida.
E Jimin sentiu que conseguiu fazer Jungkook se sentir vivo, forte, querendo que aquela noite não acabasse, querendo tê-lo para si mais vezes.
Se olhavam.
Vermelho e roxo juntos.
Desejando mais um do outro.
- O que nós somos, Park?
- Sei que quero te ver hoje, amanhã e te tocar novamente.
- Como dominador e submisso.
- Como alfa e ômega.
- Como amantes.
Para dois homens tão solitários e tristes, aquilo era o suficiente. Por trás de um ex militar durão e um ômega maluco, tinham dois jovens, que se vestiram e correram pelas ruas da enorme cidade de Seoul, de mãos dadas, sentindo os leves pingos de chuvas tocarem seus rostos e o vento frio os fazendo congelarem.
A noite não acabou daquela forma.
Não poderia.
Se tocaram novamente assim que entraram no apartamento.
Assim que Jimin decidiu tomar um banho, se recordando de como Jeon o fez gemer e se contorcer... percebeu querer sentir aquele aroma e corpo novamente.
Seu lobo o chamou.
Sentiu isso assim que viu o alfa adrentar o banheiro.
Também usou de suas habilidades com a boca antes que fosse prensado entre o corpo forte e a parede fria, sendo fodido ali novamente, até que suas pernas bambeassem.
Jungkook estava certo, se lembraria de tudo aquilo antes de dormir, inclusive dos beijos, carícias, sorrisos e elogios.
"- Fico assustado do quão bonito você consegue ser."
Se sentiu bonito, depois de tantas vezes chorando sozinho em seu quarto, por odiar seu próprio corpo.
Dormiram juntos, abraçados, sem preocupações ou medos.
Jungkook não teve pesadelos.
[...]
Jimin abre seus olhos lentamente, sentindo a claridade bater levemente contra seu rosto.
Esperava ver o alfa dormir, mas não, o ômega era observado já tinha um bom tempo.
Admirava a beleza estonteante que o loiro tinha.
Se lembrava das vergonhas que teve que passar ao seu lado, já que Jimin não tinha limites e talvez, nem conhecesse essa palavra.
- Bom dia, Park.
- Bom dia, Jeon.
- Yoongi ligou, as coisas estão melhores por lá, sua mãe viajou.
- Então está na hora de voltar... - se sentiu triste, mas não poderia fugir de sua realidade - de qualquer forma, obrigado por ontem e pelos dias que me deixou ficar aqui.
- Eu que agradeço. Vou fazer o café.
Vê o alfa se levantar, vestindo apenas uma calça de algodão, enquanto sai do quarto.
Hora de acordar e voltar para sua vida entediante.
Nunca pensou que fosse ser uma tarefa tão difícil.
Se senta no colchão fofo, sentindo uma leve pontada.
- Que isso, a minha bunda não pode tá doendo, não foi para tanto, não é? Ele não te virou de cabeça para baixo - diz em um sussurro, torcendo para que fosse apenas uma pontada normal.
Mas não era.
Se levanta, tendo dificuldades para ficar em pé.
- Puta merda, não... eu tenho que ficar normal na frente dele, não posso passar essa vergonha.
Cada passo era doloroso, como se uma agulha estivesse transando consigo.
Sua luta maior foi para pegar sua mala e colocar na cama, já que não conseguia se abaixar.
- Ai caralho... - diz colocando a mão em cima da própria nádega.
- Tá tudo bem aí? - Jungkook pergunta um tanto alto, para que o ômega no quarto, conseguisse escutar.
- Tá tudo ótimo! - responde querendo bater a cabeça do alfa contra a parede.
Apenas coloca a primeira roupa que acha, um calça jeans clara e uma blusa rosa, das tantas que tinha coleção.
- Se acalma, tenta andar normal.
Em seus pensamentos, ele conseguia disfarçar perfeitamente sua dor pós sexo, mas na realidade, não.
Andava mancando e fazendo leves caretas.
Isso foi facilmente pego por Jungkook, um homem observador, que apenas tenta manter naturalidade enquanto se culpava internamente.
"Você poderia ter sido mais cuidadoso não é Jeon? Babaca!"
- Tá pronto!
Coloca em cima da mesa kimbap, esquentou a sopa de algas que fez quando acordou, pelo menos uma hora antes do ômega despertar, arroz e suco.
- Até que você é prendado - diz forçando um sorriso enquanto se aproxima da cadeira, tentando sentar ao poucos.
Jeon apenas acompanha o processo, vendo as caretas de dor do loiro aumentarem e sua velocidade apenas diminuir.
- Tá tudo bem?
- Tô sim.
- Jimin...
- Eu tô bem.
- Tem certeza?
- Tenho.
Não consegue evitar de soltar um leve grito agudo assim que consegue se sentar, tampando a boca logo em seguida, com uma das mãos.
Ambos se olham, tímidos.
- Vou perguntar mais uma vez... tudo bem?
- Cala a boca! - diz gritando, fazendo o alfa dar dois passos para trás, pelo susto - Tá achando que tá tudo bem, porra?
- Não acho...
- Minha bunda tá doendo, por causa dessa tora que você chama de pau!
- Não fala assim do mini Jeon - responde rindo levando o copo com suco até a boca.
- Mini é o caralho!
- Olha a boca!
- Como que eu vou chegar em casa mancando assim?
- Ninguém vai perceber, relaxa!
Perceberam.
Senhora Shin e Yoongi apenas procuraram se fingir de cegos, enquanto riam pelos cantos da enorme casa.
Algumas faxineiras e motoristas pareciam confusos, se perguntando se seu chefe havia se machucado.
A casa estava silenciosa, se não fosse por sons de vozes que vinham da sala de estar.
- Meu pai deve estar com visitas, vamos apenas ser educados e evitar ouvir depois...
Jungkook apenas concorda, caminhando ao lado do ômega até a sala, só não esperava conhecer uma das visitas, já tinha alguns anos.
Em um dos sofás, um homem de terno, baixo e cabelos quase raspados escutava em silêncio o que Park Ju Woo, pai do Jimin, conversava com o governador.
Seung MinJo.
Um dos homens por trás da história de Ghost. Foi ele quem escolheu o traje e chegou a conhecer o alfa tão forte, mas nunca viu rosto, muito menos soube seu nome real.
Isso tranquilizou um pouco o alfa, mesmo que estivesse um assustado de encontrar alguém de seu passado assim.
Os homens de extrema elite da política coreana, conheciam o Ghost, mas não sabiam das torturas que ele era obrigado a passar.
O presidente, governadores e diplomatas não tinha ideia alguma das dores e cicatrizes que o militar guardava, as crueldades eram feitas por outros militares, de patentes mais altas e que se achavam donos do mundo.
No fim, eles nunca saberiam a verdade.
Apenas queria Ghost os obedecem a todo custo.
- Filho! Conhece o prefeito e governador? - senhor Park diz vendo ambos os jovens se curvarem.
- Sim claro, prazer em vê-los.
Jimin parecia tímido, tentando criar uma imagem de filho e família perfeita, já tinha que lidar com isso a muito tempo.
- Este é meu filho Park Jimin, acompanhado de seu segurança particular.
- Oh, não sabia que seu filho tinha um segurança - Seoung diz olhando para o alfa, que se mantinha em silêncio.
- Depois daquele perseguidor, não confiamos em deixá-lo sair sozinho.
- Bom, eu vou indo, vou treinar um pouco de violoncelo - Jimin diz.
- Claro, também terminamos.
Os três homens se levantam, apertando as mãos antes que Shin os guiassem até a saída.
- Política?
- É, talvez eu consiga entrar.
Jungkook analisou aquela pequena conversa. Parecia ser um relacionamento seco, sem amor, mas com certeza, se tratavam melhor e eram mais calmos, ao invés do ômega e sua mãe.
- Você está bem? Depois do episódio do café.
- Estou sim...
- Ótimo, pode ir treinar.
Jimin se curva antes de começar a caminhar, Jungkook faria o mesmo, se a voz do senhor não o impedisse.
- Jeon, podemos conversar um minuto?
O loiro tenta impedir, mas o alfa apenas concorda, lançando um sorriso tranquilizador para si, antes de caminhar para dentro da sala de estar, se aproximando do homem mais velho, que havia se sentado novamente.
- Sente-se, não irei demorar.
Jungkook prefere não contestar, apenas obedece, esperando para saber o que Park tinha a dizer.
- Creio que você tem muitas dúvidas, sobre o que acontece em nosso lar, não é?
- Sim senhor.
- E também creio, que lhe informaram que eu sou um ex militar fechado, que queria um filho alfa.
Jeon concorda com a cabeça, vendo o homem sorrir completamente sem humor.
- As respostas para suas perguntas, não estão comigo, bom, eu conseguiria te informar sobre, mas penso que acreditaria melhor nas palavras de Jimin, do que as minhas.
- Onde o senhor quer chegar?
- Em uma pergunta.
- Qual seria?
- Minha esposa, mandou que você ficasse cego, mudo e surdo?
- Sim.
- E você não obedeceu, porquê?
- Não acho certo concordar com a violência.
- Claro que não acha, você é um ex militar, nós somos. A verdade, segurança, é que nossa família nasceu da dor, do sofrimento e não existe nada que possa reparar isso.
- Não é algo que poderia ser superado?
- Superar casamentos arranjados, abuso, gravidez indesejada e tentativa de aborto? Acho difícil, como eu disse... Jimin poderá explicar e tenho certeza que te contaria tudo, as vezes precisamos desabafar.
- Engraçado dizer isso tudo de uma forma tão fria...
- Tento ser frio. Imagina um jovem de vinte e quatro anos, que conheceu uma bela ômega prometida a si, mas ela foge de seus braços, volta carregando um trauma e desconta isso em sua gravidez indesejada. Eu já carregava dores feitas no exército, depois isso? Preferi me fechar.
- Tentaram impedir que ele nascesse então?
- Um dos dois deveria morrer.
Jungkook não consegue evitar de arregalar os olhos ao ouvir uma parte em específico sair da boca do homem.
"Um dos dois."
- Um dos dois?
- Sim, minha esposa teria dado a luz a gêmeos lúpus, um alfa e um ômega, mas um deles faleceu, na tentativa de aborto. Eu prometi que me casaria e cuidaria da criança, mas meu coração estava tão trancado que acho que não dei amor algum a ele. Vivemos assim.
Jeon abaixa a cabeça, completamente pensativo.
- Bom, é uma conversa que você terá com ele alguma hora. Mas saiba, Jeon, que por mais que eu acate as ordens dela e fique calado, deixando que as coisas ruins aconteçam, eu nunca faria o que ela faz, não consigo, não posso machucar alguém depois de tentar salvar tantas vítimas, você deve entender isso.
Do outro lado da casa, depois do jardim, Shin caminhava até o pequeno estúdio, de onde vinha uma melodia melancólica, que nunca havia escutado antes.
A senhora se perguntava se seria alguma música nova.
Entra no local pequeno e fresco, vendo Jimin anotar algumas notas na partitura, onde apenas o título estava completo.
"Vaga-lumes choram, heróis também."
- Um nome criativo, está compondo?
- Sim, tô inspirado.
- Parece ser triste...
- É... O assunto da música é um tanto difícil...
- Mas sua noite foi boa, pelo menos.
O ômega se vira para olhar a senhora, um tanto assustado, arrancando risadas escandalosas da mesma.
- É normal meu amor, vocês são jovens e pareciam próximos.
- Estou envergonhado...
- Tenho certeza que isso passa, você está mais sorridente pelo menos, devo agradecer a ele?
- Senhora Shin...
- Tudo bem, parei... mas tenho certeza que essa música tem uma dedicatória específica.
Jimin ri soprado, tentando disfarçar suas reações a cada descoberta inusitada da ômega.
- Talvez.
- Imaginei.
- Pode me dar um conselho?
Para de escrever, vendo a senhora se aproximar para acariciar os fios dourados, coisa que fazia desde que Park era criança. Um momento íntimo dos dois, resumidamente.
- Diga o que quiser e eu lhe responderei.
- Jungkook... ele fez eu me sentir tão bem... sempre foi tão tranquilo, mas eu o vi tendo pesadelos e tenho certeza que ele viveu coisas horríveis...
- É uma pena, é um bom garoto, gostei muito dele.
- É... eu também, eu queria fazer algo, que... não sei, deixaria os olhos dele brilhando ou sorrindo com uma felicidade mais genuína.
- Ok... O que houve com Park Jimin?
- Eu não sei, tô confuso.
Shin sorri, abraçando o corpo magro com cuidado.
- Pense em algo, você é esperto. O que você acha que ele viveu por muito tempo?
- Torturas... escuridão, medos...
- Então o leve até a luz e mostre que ele está seguro.
Jimin olha para a mulher, se sentindo semelhante com aqueles desenhos antigos onde um ponto de exclamação surgia em cima da cabeça dos personagens quando tinham uma ideia. Sabia exatamente o que fazer.
- Que horas são?
- Onze, o almoço deve estar quase pronto, vou olhar.
O ômega espera a mulher sair do estúdio, antes de correr para pegar seu celular no bolso e procurar o nome "viadão" na lista de contatos.
Esperava que a conversa aparentemente séria dos dois homens, tivesse acabado.
"- Jimin? O que foi?
- Ainda está conversando com ele?
- Não, ajudando o motorista a manobrar os carros, tá uma bagunça.
- Ok, quando terminar pode ir para casa.
- Oi? Como assim?
- Você está de folga até o fim da tarde.
- Não tô entendendo.
- É simples, vai para casa, descansa, come direitinho e exatamente dezoito horas, me espere aí na entrada vestido casualmente, temos que ir em um lugar.
- Do nada isso?
- Tchau meu alfa."
Jungkook podia jurar que sua cabeça explodiria a qualquer momento, que homem confuso.
No fim procurou obedecer, voltando para seu apartamento mesmo que não soubesse para onde ambos iriam de noite.
Jimin por outro lado, usou do resto de seu dia para tomar banho de banheira, com sabonetes e cremes perfumosos, limpeza de pele com direito a máscaras, hidratação no cabelo, onde prendeu sua toalha na cabeça, como via a senhora Shin fazer, quando era criança.
Queria garantir estar bonito e chamativo, mesmo que não fosse um encontro romântico e ele muito menos, seria o centro das atenções.
Sai de seu quarto exatamente no horário marcado, correndo até a porta de entrada. Sorri ao vê-lo ali, de vestes totalmente pretas, usando uma jaqueta de couro, onde Jimin descobriu amar e achar uma peça extremamente atraente.
O ômega por outro lado, parecia ser o completo oposto no quesito roupas, já que usava apenas peças claras e rosas.
Eram como um bad boy mafioso e a patricinha loira.
- Tô bonito? Não seja tão direto, você me assustou aquele dia.
- Vou pensar e te respondo, então - ri ao ver a careta nervosa de Jimin - onde vamos?
- Não é tão perto, mas eu quero guardar segredo até o final do percurso.
- Como? Eu preciso saber onde ir.
- Não precisa, me passa a chave.
- Tá ficando maluco? - Jungkook pergunta praticamente sentindo que teria uma parada cardíaca a qualquer momento - Eu não vou te dar a chave do Freddie!
- Eu tenho carteira de motorista caramba! Confia em mim.
- Eu não confio em você, deu trabalho consertar esse carro.
- Por favor, Kookie...
- Ata, agora eu tenho apelido?
- Prometo ser cuidadoso, é sério, dá uma chance, minha bunda tá doendo até agora e a culpa é sua.
Jungkook apenas leva uma das mãos a testa, aterrorizado em colocar seu carro nas mãos de um ômega pirado.
Não teve outra escolha a não ser aceitar, se não, o loiro ficaria reclamando por dias seguidos.
- É sério, eu tô com medo!
- Relaxa, eu dirijo bem.
- Jimin... eu não quero morrer!
- Cala a boca, tá me deixando nervoso!
- Sou eu que tô nervoso!
- Vou capotar esse carro de propósito!
Ficou o trajeto inteiro rezando e torcendo para que Jimin fosse um bom motorista até que chegassem no local, e de fato, por mais surpreendente que fosse, ele dirigia bem.
Chegaram minutos depois, até mais rápido do que o ômega imaginou, já que o horário era de pico.
Jungkook se perguntava o que fariam ali, naquele parque extenso, ao ar livre. De fato, tinham muitas pessoas ali presentes, alguns sentavam em lençóis, outros preferiam ficarem em pé, preparando suas câmeras e celulares para algo que parecia estar sendo planejado.
- O que estão esperando? - pergunta vendo o ômega sorrir, um tanto animado.
- Você vai ver...
Ambos caminham até o grupo de pessoas, Jungkook nem ao menos havia percebido que Jimin carregava uma mochila pequena, como sempre, na cor rosa, tirando de dentro um lençol, que estendeu na grama antes que se sentassem.
- Eu vim aqui uma vez, quando eu era criança, foi o único momento com a minha família, que eu não senti que estávamos sendo atores - diz dando uma risada sem humor - mas estou aqui novamente e por um motivo bom, inclusive, chegamos na hora certa.
Todos se sentavam, parecendo estarem prontos para vibrarem.
- O que vai acontecer?
- Depois da contagem regressiva, os problemas e lembranças ruins somem, por pelo menos alguns minutos. Sabe... eu imagino que seu período militar, ainda mais na guerra, não deve ter sido fácil...
- É... não foi - responde, tentando entender o que o ômega queria dizer.
- O que você menos gosta de se lembrar dessa época?
Jungkook fecha os olhos, tentando buscar de sua mente, as memórias, mesmo que ruins. Os sons de pessoas chorando, bombas ou as paisagens antes tão bonitas, carregadas de poeira e completamente destruídas.
Foi doloroso, mas não seu pior momento.
Queria poder esquecer daqueles dias, em que se perguntava como o sol era, se as ruas de Seoul ainda eram iluminadas como nas noites de sábado.
Passou tanto tempo trancado, sempre obrigado a seguir ordens, se escondendo por trás de máscaras e recebendo punições severas que não lhe permitiam ver o sol por dias seguidos...
Entendeu ali, o que ele menos gostava de se lembrar.
- Do escuro... eu odeio o escuro.
Ao fundo, as pessoas começavam a contar.
10.
9.
8.
7.
- Se você odeia tanto o escuro...
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-5.
-4.
-3.
-2.
-1.
- Então veja a luz...
No mesmo instante, fogos de artifício surgiram no céu, de cores diferentes e sem pausas.
Crianças pulavam, casais se abraçavam e alguns outros, procuravam filmar e salvar o momento.
Mas Jimin, olhava cada expressão vinda do ex militar.
Seu olhos brilharam.
Sua boca se abriu, como se visse a coisa mais preciosa do mundo.
Olhava diretamente para as luzes, como se fosse seu último dia e talvez, sua última noite podendo admirar aquele momento.
O ômega desvia o olhar, agora também olhando para os fogos, que iluminavam o céu naquela noite.
Achava que a única preocupação do alfa naquele momento, era de assistir e admirar todas aquelas luzes que brilhavam no céu.
Nem ao menos percebeu que agora ele o olhava, seus olhos brilhavam para si, se iluminavam ao ver o ômega e sua intenção bonita de animá-lo.
Aproxima lentamente as mãos, querendo entrelaça-las.
Jimin não rejeitaria.
Ficaram ali, só os dois, sem os problemas do mundo.
A noite não foi rosa.
A noite teve todas as cores alegres e Jungkook, ficou feliz de conhecê-las com Jimin.
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Não me matem :( não cortei o hot KKKKK
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Minha fanfics:
•Aceita uma bebida? (Concluída)
•Quarto 36 (Concluída)
•Atlantic (Lançamento dia 05/11)