Flor Selvagem • jjk+pjm

castlepjm द्वारा

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[CONCLUÍDA] Entre castelos de areia e fantasias de pirata, sentimentos foram desabrochando no coraçãozinho d... अधिक

welcome & warnings
1. papinhas de ameixa
2. guerra de fraldas e mamadeiras
3. estúpido cupido
4. esconda o biscoito!
5. flor selvagem
6. corações partidos
7. engula o sapo!
anéis de plástico
8. chocolate com menta
9. faça um pedido
10. nossa infância
11. estrela cadente
12. amor, amor
13. o incidente da lagartixa
14. coragem
pães de mel
15. fora de ordem
16. extraordinário
17. nostalgia
18. parque de diversões
19. sacrifícios
20. o pesadelo
21. paranóia
epílogo.

[🌼]

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castlepjm द्वारा

Guardo com carinho as lembranças saudosas da minha infância, um tempo no qual tudo era novo, curioso, e minha mente inocente se fascinava com as mais frívolas descobertas, vendo beleza em todas as cores e formas.

Tão inocente que eu, Jeon Jungkook, no auge dos meus oito anos de idade, dei um jeito de me casar com meu melhor amigo e vizinho, Park Jimin.

Bem, pela primeira vez.

Obviamente não foi um casamento de verdade, com uma cerimônia bem elaborada ou documentos oficiais, mas ainda assim tinha algum valor sentimental em nossas mentes ingênuas, na época.

De cabelos escuros assim como seus olhos estreitos, Jimin já naquele tempo tinha uma altura que não alcançava a minha, mesmo que fosse um ano mais velho. Ele sempre foi um garoto doce, baixinho, de bochechas gordas e olhar meigo. Seu sorriso... Ah... Jimin sempre teve um sorriso bonito que me encantava.

E essa história é sobre como eu me apaixonei por ele antes mesmo de saber o que era o amor.

— Para de rir! — Eu exigia com os olhos marejados de lágrimas enquanto ele gargalhava adoravelmente da minha má sorte. — Não tem graça, Jimin. Eu me machuquei!

Ele, com seus gloriosos nove anos de idade, tentava inutilmente me acalmar com carícias no cabelo que, na época, só andava completamente desgrenhado.

— Ai, Jungkookie, me desculpa... — A voz dele gradativamente perdia a entonação risonha para dar lugar à preocupação. — Deixa eu ver? O machucado.

A brisa fresca da primavera soprava naquele final de tarde, bagunçando mais ainda os meus cabelos ao que eu era confortado pelo meu melhor amigo, em frente a casa dele. Eu estava sujo de terra, com as mãos e rosto ralados, frustrado e com lágrimas nos olhos.

— Dói, Ji... — Resmunguei, sofrido, tirando a mão da lateral do meu rosto machucado para que ele visse, na altura da minha bochecha, o ferimento quase imperceptível de tão pequeno e de sangue já seco, causado por uma queda vergonhosa num canteiro de flores.

Mantive meu biquinho choroso mesmo quando ele agarrou meu rosto com cuidado, analisando o pequeno corte cuidadosamente e acarinhando minha bochecha limpa com sua mão que tinha um tamanho adoravelmente menor do que a minha, ainda que ele fosse mais velho.

— Coitadinho... — Jimin negou com a cabeça e soltou um muxoxo que repreendia a dor que o que o ferimento me causou. — Sempre que eu me machuco, mamãe me dá um beijinho pra parar de doer. — Ele disse, segurando na minha outra mão e me puxando em direção à varanda, me fazendo sentar em um dos degraus da escada, ao seu lado. — Vou te fazer sarar, Tchuco. Vou dar um beijinho no seu dodói.

Então ele delicadamente segurou meu rosto em suas mãos pequenas e beijou, demorada e cuidadosamente, meu machucado recente. O toque de seus lábios era tão leve, macio e quentinho, como um travesseiro fofo... Só que melhor, e teoricamente com poderes curativos.

Infelizmente, o pequeno selar não durou mais do que uns segundos. Ele se afastou, levando seus lábios vermelhos como moranguinhos para longe, deixando apenas um semblante esperançoso transbordar por seus olhos pequenos e tão bonitos.

— Melhor?

— Caramba! — Exclamei numa resposta automática, arregalando os olhos como se eu já não sentisse dor alguma.

Mas essa não era bem a verdade...

Embora a dor ainda estivesse presente, Jimin fez um esforço para me curar, e eu não podia me desfazer disso e deixá-lo triste.

— Jimin? — O chamei, com as minhas lágrimas já totalmente secas, mas com o nariz vermelho pelo choro. — Você pode me dar só mais um beijinho? Pra... sabe... garantir que não vai voltar a doer?

— Posso sim, Tchuco. — Jimin concordou com um murmúrio positivo e um acenar de cabeça, inclinando seu rosto mais pertinho do meu e, ah... depositando mais um beijo doce no meu machucado. — Pronto?

Não funciona, imediatamente pensei.

— S-sim... — Menti, me sentindo culpado. — Mas sabe... eu machuquei minha bochecha também...

Essa era uma outra mentira, porque apenas minhas mãos haviam se machucado na queda, além daquela parte já beijada. Mas veja bem... eu queria mais dos beijinhos do Jimin. Eles eram macios e tão bons que me faziam sentir uma coisa engraçadinha no estômago, como se tivesse milhares de borboletinhas... Não! Um zoológico inteiro na minha barriga.

— Quer que eu beije sua bochecha também? — Deduziu, enquanto comprimia seus olhos ao me ver assentindo, suspeitando. — Não parece que machucou. — Eu engoli seco, achando que minha pequena mentira havia sido descoberta, mas suspirei aliviado quando sua expressão desconfiada se desfez, e ele apenas concordou com um sorriso. — Tudo bem, eu beijo.

Jimin se ajeitou para ficar mais próximo de mim, ainda sentado ao meu lado e com o corpo totalmente virado em minha direção, tornando a abraçar meu rosto antes de se inclinar para me beijar. Inconscientemente prendi a respiração, fechando os olhos antes mesmo que seus lábios me tocassem a bochecha, antecipando, e temendo estar sofrendo algum tipo de ataque cardíaco a julgar pela velocidade acelerada e descompassada que meu coração pulsava.

Até que eles pararam de vez, quando finalmente senti o toque da sua boca mais uma vez, suspirando ao apreciar o leve choque que o contato caloroso causa na minha pele. Em meu peito, uma sensação similar me atinge, tão abrasante quanto, como se o próprio sol estivesse no lugar do meu coração.

— Sarou, Tchuco?

E eu... ah... eu apenas suspirei.

— S-só mais um, Jimin. — Pedi, quase implorando, me envergonhando quando vi seu sorriso crescer entre as bochechas gordinhas e rosadas, esperando que, poxa vida, ele me beijasse novamente... — Só mais uma vez...

E Jimin me beijou, sem contestar, com um sorriso terno enfeitando os lábios. Tão demorado quantos os outros, um selar único, estalado, casto e doce, que me fez esquecer completamente o motivo pelos quais eles começaram, em primeiro lugar. Talvez esses beijos realmente eram realmente eficazes, afinal de contas.

Suspirei quando, a contragosto, mais uma vez tive seus lábios longe da minha bochecha. Ele delicadamente deslizou as mãos por meu rosto, limpando resquícios de terra com os dedos e tentando arrumar meu cabelo desgrenhado, tudo isso enquanto eu não conseguia tirar meus olhos de cada movimento que ele fazia, envergonhadamente mordendo o lábio inferior, queimando nas bochechas e no coração.

Eu me deixei ser limpado por ele, me levantando para que Jimin estapeasse suavemente meu corpo miúdo coberto por uma jardineira e, bem, terra.

— Sua mãe ainda tá brava comigo? — Perguntei, assistindo-o assentir com os lábios pressionados juntos, apreensivo. — Poxa...

— Você quebrou o vaso favorito dela, Tchuco.

— Mas foi sem querer! — Me defendi, assistindo-o tirar uma pequena folha seca de meus fios bagunçados, a descartando de imediato. — Eu fui no jardim da Dona Lurdes buscar uma florzinha pra ela... Queria pedir desculpas...

— O cachorro estava lá, não foi? — Jimin deduziu mais uma vez, e eu assenti, o fazendo balançar a cabeça em desaprovação. — Você não deveria ter ido...

Dona Lurdes tinha o jardim com as flores mais bonitas do bairro. Ela era uma velha coroca que sempre brigava conosco quando brincávamos perto do seu quintal, e ameaçava soltar o cachorro dela -mesmo que Jimin dissesse que ele era bonzinho e não fizesse mal algum- apenas porque sabia que eu tinha medo. Tenho.

— Mas sua mãe estava brava comigo e... eu queria te ver, Jimin... — Suspirei, tirando do bolso da minha jardineira a única flor que tinha conseguido colher, toda amassada, murcha, assim como minha feição de tristeza. — Está estragada... Ela não vai querer.

Neguei com a cabeça ao ver o estado da pobre flor, sendo consolado por Jimin com um carinho nas costas quando agachei para descartá-la apropriadamente, enterrando-a ao lado de outros pequenos brotinhos que cresciam no chão, como um funeral. E tornei a me sentar ao lado dele em seguida, o contando sobre como tentei roubar uma rosa do jardim da velha Lurdes, visando provar minha braveza para sua mãe e ganhar o perdão dela, mas me esqueci da existência de Brutus, seu cachorro sentinela, que me assustou ao aparecer no exato momento do furto florístico, fazendo-me cair na terra ao tentar fugir.

Não consegui escapar sem me ferir ou surrupiar a rosa desejada, apenas um punhado de flor de vinca que colhi à minha volta para casa, uma florzinha branca bastante comum.

— Ele me atacou, Jimin. Mostrou os dentes, rosnou, e quase arranca minha perna!

— Brutus é bonzinho, Tchuco. — Ele tentou defender seu amiguinho canino, recebendo minha cara de desgosto e indignação em resposta. — Ele só queria brincar contigo...

— Me atacou!

Eu sou medroso, dramático e paranoico.

Tenho medo de cachorros, pois eles são felizes demais e ninguém é tão feliz assim. Tenho medo de gatos, pois eles são quietos demais e parecem estar sempre com aquele olhar maligno, como se planejassem uma dominação mundial ou assassinato. Também tenho medo de galinhas pois fui atacado por uma, uma vez, o que prova que não se deve confiar em animal algum. Exceto coelhos. Dizem que eu pareço um coelho. E ninguém resiste aqueles rabinhos felpudos.

— Agora sua mãe não vai me desculpar por ter quebrado o vaso, e eu não vou poder te ver por mais uma semana... — Eu lamentei, com meu rosto tristonho entre minhas mãos, e cotovelos apoiados no joelho. Então, num segundo de reflexão, sugiro: — Jimin, quer casar comigo?

Vi quando seus olhos tão pequenos se arregalaram em surpresa pelo pedido inesperado e impulsivo. Mas eu tinha um propósito.

— Ai, Jungkook! Sou muito novo ainda, não posso casar! — Ele negou meu pedido de imediato, parecendo confuso, e poxa vida, não pude evitar mais um biquinho triste pela rejeição. — Não faz assim, Tchuco... Por que quer casar comigo?

— Ah... Assim a gente pode morar junto, não é? — Expliquei, meio incerto. — Minha mamãe diz que quando você ama muito uma pessoa, vocês se casam e moram juntos. Você é meu melhor amigo e eu te amo. Se a gente casar agora, então não preciso mais que sua mãe me desculpe para eu poder te ver e brincar, já que vamos ter nossa própria casinha.

— Faz sentido. — Ele disse, pensativo. — Eu te amo também... Acho que não tem problema casar com você, se for para o bem da nossa amizade.

Então ele cedeu, dando de ombros e retribuindo meu largo sorriso contente e ansioso.

— Eba! — Exclamei, me levantando e indo até a calçada para arrancar uma flor qualquer, trazendo até ele, colocando-a em seu cabelos negros, atrás da orelha. — Presente de casamento para o meu futuro marido.

Ele riu, baixinho, me abraçando pelos ombros quando voltei a me sentar do meu lado, distraindo-me com uma nova florzinha aleatória em minhas mãos.

— Uau... Vou ser um homem casado... — Jimin pensa alto, com um sorriso sonhador. — Precisamos começar a preparar as coisas logo! Quem vai ser a noiva? Se for eu, tenho que arranjar o véu...

— Não vai ter noiva, Jimin. — Gargalhei pela pergunta meio boba, dando-lhe um leve empurrão. — Somos dois meninos.

— Meninos podem se casar?

— Por que não poderiam? — Retruquei, não entendendo o porquê da questão. Ele deu de ombros, sem ter uma resposta, não se aprofundando no assunto. — Pra mim é até melhor casar com um menino.

— Sério? — Ele perguntou, e eu assenti, decidido, arrancando uma por uma as pétalas da pobre flor que segurava, murmurando um "bem-me-quer, mal-me-quer".

— Pensa comigo, você não acha melhor casar comigo do que com uma garota? — Vejo quando ele coloca uma mão no queixo, pensativo. — Uma garota seria muito diferente, e nós dois já nos conhecemos. Pra mim, parece mais certo meninos namorarem meninos e meninas namorarem meninas. São iguais, se entendem e gostam das mesmas coisas.

— Não sei não, Tchuco... — Ele deu de ombros mais uma vez, se levantando e parando em minha frente. — Mas vamos focar em nós e no nosso casamento. Temos que decidir muita coisa ainda. Como o lugar.

Eu estava pensando em um casamento numa floresta... Ou em um campo florido, com margaridas brancas. Imaginava Jimin me esperando no altar, com um buquê em mãos e-

— Na praia. Sentindo o cheirinho do mar. — Jimin interrompeu meus pensamentos, me fazendo arregalar os olhos horrorizados antes de franzir as sobrancelhas em rejeição. Não, não, não. — O que foi?

— Eu quero me casar numa floresta, Jimin. Com flores, não areia.

— Você está louco?! Eu não vou me casar no meio do mato! — Antes que eu perguntasse qual era o problema, Jimin me silenciou com o indicador em meus lábios, continuando com o raciocínio: — Na floresta tem mosquitos e bichos assustadores, Jungkook.

— Tem coelhos... Eu gosto de coelhos. Eles não me assustam e também está no meu sobrenome! — Tirei sua mão da minha boca para falar. — Podemos nos casar com flores e coelhos.

— Nem a pau! — Ele firma os pés no chão, irredutível. — Quero um casamento na praia.

— Com areia para todo o lado e vento bagunçando meu cabelo? Ah não, Fê!

E foi assim que meu casamento de faz-de-conta com Park Jimin chegou ao fim, antes mesmo de começar.

Naquele dia, eu ganhei uma cicatriz. Não devido ao machucado, claro, por ser uma ferida tão pequena e imperceptível que em alguns dias já perdeu os rastros de sua existência.

A cicatriz de verdade, embora invisível aos olhos, é marcada de forma profunda.

Fica em meu coração, cravada como espinhos de uma flor selvagem.

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