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Eu e Alya estávamos totalmente atentas ao programa de fofoca que estava passando. Quem estava na tela era o próprio Adrien no que parecia ser uma entrevista ou algo parecido. Kagami estava sentada ao lado dele e só concordava com a cabeça, mostrando seu jeito sério de sempre. Adrien dizia coisas ao meu respeito que não eram verdade e também chegou a dizer que não sentia nada por mim, o que me fez sentir uma pontada no coração. Mas eu tentei reprimir aquilo, pois jurei a mim mesma que aquele ponto final era definitivo entre nós.
Alya estava sem nem piscar prestando atenção em cada palavra que Adrien dizia, e à medida que ele falava, Alya deixava mais clara a expressão de desapontamento com ele. Eu abaixei minha cabeça tentando não visualizar aquela decepção enorme e suspirei ouvindo cada palavra que ele dizia para sair da situação do elevador.
— Amiga, meu Deus do céu! — Alya disse.
— O que foi? — eu olhei e ela continuava com uma expressão desapontada no rosto.
— O Adrien... Eu não o reconheço mais. — ela disse desacreditada.
— É, eu sei. Esse é o Adrien de Paris, agora você já conhece. — disse tentando transparecer calma.
— Ele mudou tanto. — ela respondeu.
— Sim, mudou completamente. — eu expliquei.
— Olha, eu sei que te incentivei com esse lance todo de Paris. Mas esquece tudo o que eu disse, ficar no meio dessa história não vai te fazer bem. — ela se sentou em minha cama e disse segurando meu rosto.
— Eu sei, eu já me decidi sobre isso. — falei tranquila.
— Você precisa seguir sua vida, amiga. Deixa qualquer coisa sobre o Adrien para trás. Porque pelo visto, ele já fez isso com você. Enfiou a consideração no... — eu a interrompi.
— Ok, ok, acho que entendi! — falei sem graça.
— Mudando de assunto... Tá a fim de dar uma volta? — ela perguntou animada e desligou a TV.
— Hm, por que não? — me levantei, já pensando em uma roupa possível.
Depois de quase umas duas horas para que eu e Alya finalmente ficássemos prontas, nós decidimos sair para nos animarmos um pouco. Fomos para um café comer algumas coisinhas, não era muito longe do hotel então fomos andando até lá. Nós sentamos e eu pedi um bolinho com chantilly e creme de avelã que parecia delicioso. Alya optou pelo mais conhecido petit gateau e nós ficamos comendo. Até que Alya avistou algo que não era pra ter acontecido.
Nino estava em uma mesa um pouco distante de nós e pior, com uma garota no qual ele parecia bastante íntimo, pior ainda, a garota aparentava ser mais nova que todos nós. Alya ficou observando aquela cena por algum tempo, tentando reconhecer se era ele mesmo ou não, já que ela não sabia que ele estava em Paris assim como nós, no caso dele era para visitar Adrien, igual a mim.
— Psiu, amiga! — Alya cochichou.
— Oi... — eu disse já esperando pelo pior.
— Vê se não é o Nino ali naquela mesa! — ela apontou.
— O Nino? Amiga, acho que você tá ficando doida! Não tem nenhum Nino aqui. — eu ri nervosa.
— Caramba, mas é muito igual. — ela disse apertando seus olhos e ajeitando os óculos. Então Nino ajeitou seus fones em seu pescoço, o que fez ela ter certeza de que era ele.
— É, eu acho que n...— Alya me interrompeu na mesma hora.
— É ELE, MARINETTE! — Alya gritou e bateu na mesa fazendo com que todos olhassem para ele, inclusive Nino.
— Alya?! O que você tá... — Nino perguntou e Alya o interrompeu, ela é muito boa nisso.
— Fazendo aqui? Eu que te pergunto, Nino. Você não tem nenhum senso de ridículo? — Ela disse se encaminhando pra mesa dele enquanto eu assistia a tudo, tão chocada quanto as pessoas que estavam ali ao redor.
— Olha, eu posso explicar... — Nino disse olhando para a garota que estava com ele e depois para Alya.
— Vocês homens são tão... Argh! A gente pensa que conhece vocês e boom, aparecem com outra garota ou dão uma coletiva de imprensa dizendo que não sentem nada pela gente! — Alya esbravejou gesticulando bastante e deixando Nino confuso.
— Ei! — eu protestei.
— Alya, que coletiva? Do que você tá falando? — Nino coçou a cabeça.
— Não me trata como maluca! Você e o Adrien são farinha do mesmo saco, por isso são tão amigos! Ai meu Deus, eu só queria te bater agora! — Alya disse nervosa.
— Se te conforta, eu sou prima do Nino. — A menina resolveu abrir a boca se defendendo, porém não esboçava reação.
— O que? — Alya ficou imóvel enquanto os clientes ficaram boquiabertos com o plot twist.
— Eu tentei te explicar. — Nino deu de ombros.
— Mesmo assim! Droga, você nem me disse que vinha pra cá! — Alya bateu o pé.
— Você também não disse. — Nino retrucou.
— Amor, me perdoa. Eu só queria fazer alguma coisa diferente. — Alya explicou.
— Me desculpa, amor. — Nino se levantou e abraçou, dando um beijo em sua testa logo em seguida. Um "awn" generalizado foi ouvido da boca de uma grande maioria de clientes, ou melhor, espectadores da novela de Alya e Nino.
— Não tem noção de como é ouvir a Marinette choramingando pelo ex o dia inteiro. — Alya tentou ser discreta, mas não funcionou e todo mundo gargalhou.
— Ei! — eu gritei.
— Brincadeira! — ela riu.
Alguns minutos depois, as pessoas já tinham voltado a atenção para o que estavam fazendo. Nino e Alya se sentaram na minha mesa conversando entre eles e eu me senti um pouco deslocada e até egoísta, a prima de Nino tinha ido embora. Eles estavam completamente distraídos, então me levantei e fui embora, ciente de que eles nem sentiriam minha falta ali. Estavam felizes. E eu me sentia feliz por Alya ter Nino ali com ela.
Caminhei pelas ruas de Paris sozinha com as mãos em meus bolsos e sentindo a brisa do vento me refrescar. Fechei meus olhos e parei alguns segundos focando naquela sensação boa, pois era uma das únicas coisas boas que eu tinha sentido nos últimos dias. Continuei a andar e percebi um carro grande e preto se aproximando de mim. A rua estava vazia então tentei fingir que não era nada demais e que não me importava. Como um flash, vi a porta abrir e uma mão me puxar para dentro do carro. Pensei em gritar, mas não tinha uma alma viva na rua. Então aceitei meu destino.
— Por favor, rápido e indolor. — fechei os olhos.
— Para com isso, garota. — ouvi uma voz pouco conhecida e abri meus olhos.
— Namorada do Adrien? — olhei confusa e atordoada.
— Sim, sou eu. Pode me chamar de Senhorita Kagami. — ela disse séria.
— Por que fez isso comigo? Você vai me matar? — eu perguntei assustada.
— Como é burra. Eu só quero ter um passeio com você. — ela disse sem expressão alguma.
— Isso parece uma frase de alguém que ia querer me matar. — eu disse desconfiada.
— Ai garota, não enche! — ela pareceu irritada.
— Então por que me trouxe aqui? — eu perguntei enquanto o carro andava.
— Vou direto ao ponto. Quanto você quer pra ficar longe do Adrien? — ela falou.
— O que?! — eu disse incrédula.
— Quanto você quer pra ficar longe do meu namorado? — ela repetiu.
— Eu não sou surda, eu entendi! É só que isso soa tão ridículo que não acreditei. — falei brava.
— Como ousa falar assim comigo, garota? — ela também ficou brava.
— Você é ridícula! Nunca vai comprar minha amizade com o Adrien ou com qualquer outra pessoa! Vê se se toca! — eu falei com todo meu pulmão, estava muito brava.
— Argh, que seja. Eu só quero que você se afaste do meu namorado. Você faz mal pra ele. — ela disse e aquilo atingiu meu coração em cheio.
— Eu não pretendo o ver mais, de qualquer forma. — suspirei.
— Ótimo. Era só isso que eu precisava ouvir. — ela disse ainda sem expressão.
— Tá... — eu disse ainda confusa com toda situação.
Ela estalou os dedos para seu motorista e automaticamente ele destravou a porta, Kagami abriu a porta e me jogou para longe. Ao me recompor, eu gritei o nome dela e ela olhou pela janela, dei o dedo do meio quando o carro já estava longe. Ele incitou dar meia volta e eu saí correndo pela rua desconhecida em que eu estava para me esconder.
Eu estava correndo, mas não olhei para a frente. O que me fez dar de cara com alguém que eu não prestei atenção direito e caí em cima do tal garoto. Eu saí de cima dele imediatamente um pouco nervosa e sem graça. Ao focar meu olhar no rosto da pessoa que eu tinha esbarrado, não acreditei. Era Adrien DE NOVO.
Ele se levantou primeiro, limpando a poeira de seus joelhos e olhou para mim sorrindo, enquanto eu parecia uma pimenta de tão vermelha.
— Acho que agora estamos quites. — ele disse fazendo referência ao primeiro dia que nos conhecemos e ele me derrubou.
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