𝓒𝓸𝓻𝓽𝓮 𝓛𝓾𝓷𝓪𝓻 • aco...

By leitoradeprimidaa

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E se o laço da parceria pudesse ser rompido e se refazer novamente, só que com outra pessoa? Lua uma garota d... More

𝓐𝓥𝓘𝓢𝓞𝓢
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By leitoradeprimidaa

✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

4 𝒶𝓃𝑜𝓈 𝒹𝑒𝓅𝑜𝒾𝓈

𝐿𝓊𝒸𝒾𝑒𝓃

- Akira, não corra!

Fazia um tempo que estava tentando arrumá-la para o memorial na Corte Diurna, mas a pequena pestinha estava correndo por aí ainda de pijama. Seus risos eram ouvidos por todo o lugar e todos que a viam correr em sua direção desviavam tentando não tropeçar.

Muita coisa aconteceu depois do parto.

Helion e Hera viraram avós bastante protetores. Dão presentes toda vez que venham nos visitar e além de roubarem ela durante o dia inteiro. Helion a chama de flor do entardecer onde o sol e a lua se encontram e há uma mistura de cores, ele diz que Akira é essa mistura de cores.

Quando ela foi apresentada ao povo da Corte Lunar uma semana depois que Lua se recuperou, o povo se apaixonou por ela e mostrou grande devoção e forças a nós. E naquele dia foi a primeira vez que vi Eris de tudo que aconteceu. Ele apareceu com um presente e uma certa curiosidade para conhecer a bebê. Nunca o vi tão vulnerável, principalmente no momento em que ele a segurou, foi certamente um momento que jamais esquecerei. Contudo, os outros filhos de Beron não apareceram, mas não fizeram falta.

Mas um grande problema surgiu quando ela fez dois anos. Akira passou a manifestar seus poderes e digamos que não foi fácil controlar uma pequena bomba. Entretanto, minha filha nasceu com um poder diferente, ela podia voar, sem nenhuma asa que a ajudasse apenas com a própria mente. Nunca me esquecerei da noite que ela resolveu sair voando pelo castelo e eu e Lua ficamos preocupados achando que ela tinha sido sequestrada. Naquela noite todos os guardas foram acionados e mais tarde a achamos no jardim em cima de um arbusto de flores e com uma na boca. Portanto, Lua me lembrou que aquilo era provável de acontecer já que na sua família e na sua terra, as pessoas nasciam com um poder diferente de seus pais, e ainda lembrou que uma tia dela tinha o mesmo poder.

E vale ressaltar que ela cria qualquer coisa através do fogo. A princípio eram bonecas e ursinhos, agora com seus quatro anos criava balanços, espadas, arco e flecha e coroas.

Akira ama joias, vive pedindo para usar um dos colares grandes de sua mãe. Além dela ter um bom olho para coisas preciosas e querê-las pra si. Hera me disse que quando pequeno, eu era igual, adorava trajes de linho fino e diamantes.

E agora, minha pequena pestinha está se recusando a usar um laço na cabeça que ela mesma escolheu três meses atrás. Mimada? Sim, mas é minha filha. Nunca vou lhe dizer não.

- O que está acontecendo aqui?

Lua surge abrindo a porta do escritório olhando um pouco confusa para a confusão.

E por um momento eu prendi o ar.

Ela estava linda com aquele vestido azul escuro brilhante que destacava seu corpo, ele deixava seus ombros a mostra mas as mangas eram do mesmo comprimento que o vestido, contudo havia uma abertura para que ela movimentasse seus braços livremente. Os cabelos platinados estavam soltos como cascata em suas costas e um adorno prendia algumas mechas atrás da cabeça.

Depois da gravidez suas curvas se acentuaram muito mais do que já eram. Tudo nela me despertava e conseguia arrancar suspiros diários meus.

- Mamãe! - ela flutua e pula em cima de Lua a agarrando pelo pescoço. - Eu não quero mais usar aquele laço. - clama.

Lua sorri. Ela está belíssima.

- Por que? Foi você que o escolheu porque era tão brilhante como um globo de ouro. Se lembra?

- Lembro, mas... Arkin disse que eu fico parecendo um pavão quando o uso. - ela diz cabisbaixa.

Tinha que ser aquele projeto de ego e arrogância, vulgo, filho de Rhys.

Eu ainda estrangulo aquele moleque por fazer minha filha ficar assim. Nunco gostei muito dele depois que aprendeu a falar, principalmente quando começou a falar com Akira.

Lua olha pra mim já sabendo qual é minha opinião sobre aquele garoto e balança a cabeça na tentativa de me apaziguar.

- Meu bem, não fique assim. - Lua a faz encará-la segurando seu queixo levemente. - Os Pavões são lindos e chamam a atenção por onde passam por serem elegantes. Arkin só te falou isso para te afetar pois viu que eu consegui derrubar seu pai em menos de uma hora e percebeu que Rhys não é tão poderoso quanto ele pensava.

Isso aconteceu faz pouco tempo. No aniversário de Akira, os dois estavam discutindo sobre quem era o mais forte naquela sala. Obviamente ambos apostaram nos próprios pais, só que aquela discussão durou horas, até o próprio Rhys dizer que poderiam tirar a prova.

E era óbvio que minha esposa ganharia e Rhys atravessou mancando naquele dia. Não sei porque Rhys se propôs a aquela humilhação já que era possível sentir que os poderes de Lua haviam ficado mais fortes após se tornar grã-feérica e Grã-Senhora. Era algo bastante evidente nela.

- E lembre-se, se alguém debochar de algo em você, deboche da mesma forma só que um pouquinho pior.

- Faça-o provar do próprio veneno, querida. - digo e Akira parece pensar mas depois algo acende em seus olhos. Minha pequena vai aprontar hoje.

- Tá bom.

Ela desce do colo da mãe e volta pro quarto para se trocar acompanhada de sua dama de companhia.

Me aproximo dela e enlaçou sua cintura a colando em mim e Lua responde passando os braços em volta do meu pescoço.

- Você é má.

- Eu? Jamais. - Lua semicerrou os olhos e me avaliou por inteiro. Eu adoro quando ela faz isso. - Você está delicioso, sabia meu amor? - ela diminuiu o tom de voz.

- Tirou as palavras da minha boca.

Até que seu cheiro mudou e uma carícia pelo laço começa.

- Lua... - minhas mãos começam a passear por sua cintura.

- Lucien...

- Pensei que estivesse cansada de ontem à noite.

- Eu nunca me canso de ter você dentro de mim, ruivinho. - ela sorri maliciosa.

Pelos deuses! Eu tinha uma esposa viciada por sexo bem na minha frente que estava se arrastando em mim provocando minha ereção. Além do escritório estar bem do nosso lado.

Olhei para o ponteiro na parede logo atrás dela.

Daria tempo.

Agarrei suas coxas a erguendo em volta de mim e adentrei com ela no cômodo mordendo seu pescoço enquanto ela ofegava desabotoando meu traje. Por sorte, a maioria dos cômodos do castelo eram à prova de som.

(...)

Quando atravessamos, Helion foi o primeiro a nos receber.

Akira vestia um terno lindo. Era branco com o bordado dourado e o laço tinha a mesma cor.

- Olha se não é a minha flor do entardecer!

Ela vai voando até o avô e o abraça pelo pescoço. Depois do nascimento dela percebi que Helion vivia sorrindo mesmo quando ela não estava por perto, de alguma maneira minha filha tem o dom de alegrar quem ela ama.

- Trouxe um presente para a minha neta favorita.

- Mas vovô eu sou a única. - ele ri.

- Sim, e é por isso que esse fato lhe torna especial. Agora feche os olhos.

Ela o faz tapando o rosto com as mãos e meu pai faz surgir um pequena caixa nas mãos, logo cochicha algo para ela evitando que o resto escute e na mesma hora Akira abre um sorriso largo.

- Obrigada, vovô. - ela aceita o presente e beija sua bochecha.

Vejo que o velho quase se derrete quando ela faz isso.

Akira se distrai com as gêmeas de Viviane e Helion se aproxima para nos cumprimentar.

Era uma reunião pequena, apenas para pessoas mais próximas. Contudo, a minha diversão acabou quando vi aquele mini Rhys se aproximar da minha filha. Se ele a fizesse chorar eu o jogaria pela janela sem me importar que aquilo seria um atentado à vida dele. Pois realmente era a intenção.

Lua apertou meu braço sentindo a minha tensão e cochichou mais próxima.

- Não se preocupe, apenas olhe a nossa filha.

Eu respirei fundo e segurei a taça mais forte que o necessário. Estava preparado para matar quem fizesse minha princesa chorar.

- Belo pavão, hein Akira. - o menino a provoca com um sorrisinho no rosto.

Eu esperei que ela virasse e queimasse os cabelos perfeitos dele ou queimasse aquelas asinhas de frango. Mas não, ela fez pior.

Akira se virou e o olho de cima a baixo e arqueou a sobrancelha lhe lançando um olhar severo que fez o menino engolir em seco tirando o sorriso de sua cara. Depois vira o rosto com o queixo erguido e se vira as costas para ele seguindo o caminho oposto e logo após as gêmeas a seguem, ignorando a presença do menino.

Minha filha o deixou sozinho de boca aberta. E deixou Rhys de boca aberta, que também viu a situação. Cassian e Helion cuspiram a bebida rindo alto da cena. Talvez Rhys não tivesse preparado o filho quando fosse rejeitado pois provavelmente pensou que ele nunca seria rejeitado. Então nem Rhys nem Arkin esperavam receber desprezo. Mas minha filha mudou isso.

- Viu só? - Lua sorri de canto me olhando.

- Ela é má, igual a mãe.- digo orgulhoso dela.

Rhys ainda abismado e indignado com a situação me olha e eu apenas aceno dizendo para saber colocar seu filho em seu lugar na próxima vez. Arkin, que agora se encontrava envergonhado e cabisbaixo, foi pros braços da mãe que também segurava para não rir na frente do filho.

Isso mesmo! Fique longe da minha princesa.

(...)

Hoje era noite da lua azul. Uma lua que aparece a cada século e é vista em toda Prythian. Então nos reunimos apenas eu, minha esposa e meu bebê na cabana da praia. Esse lugar guarda várias memórias que me deixam nostálgico toda vez que resolvo passar por aqui, pois foi aqui que Lua me aceitou como seu parceiro, foi aqui que passei a maior parte da minha juventude na tentativa de fugir dos problemas que Beron me causava. Cada cômodo tinha a sua lembrança e fico feliz por Lua ter feito as melhores dessa cabana.

Muita coisa aconteceu durante esses anos, ver o crescimento de Akira de perto foi um verdadeiro sonho. A ver dar os primeiros passos, falar a primeira palavra, os dentinhos crescendo foram os melhores momentos até agora. Nunca imaginei que ser pai poderia ser muito mais fantástico do que eu imaginava. E aquela preocupação de não ser um bom pai havia passado depois que ela nasceu. Não pensava mais em como Beron me tratava ou da ausência de um verdadeiro pai. Pensava nela e na felicidade dela.

Quando descobrimos que ela sabia voar poderia dizer que fiquei preocupado, mas acho que depois que você tem um filho pensa apenas no bem estar dele, se seus cobertores estão quentes o suficiente, se está doente, se está gostando da comida, se teve algum pesadelo.

E também havia Lua ao meu lado e realmente nunca imaginei passar por isso se não fosse com ela. Ter ela ali comigo deixa tudo melhor. Não sei como descrever em palavras como eu me sinto em relação as duas, só sei que farei de tudo para vê-las bem.

- Papai! - Akira me chama.

Ela está na porta da cozinha, com duas amarras no cabelo ruivo cacheado e com um vestido branco com renda. Akira dormiu a tarde inteira para ver a lua de noite, mas tenho certeza que dormirá na primeira oportunidade que encostar no colo da mãe.

- O que está fazendo? - ela se aproxima da bancada com aqueles olhos azuis brilhando de curiosidade.

- Preparando a cesta. Quer me ajudar a levar?

- Quero! - diz animada.

Ela usa seu poder de levitar e fica de pé na mesa e me ajuda a colocar a comida na cesta. Vamos fazer um piquenique noturno enquanto admiramos a lua.

Quando terminamos fomos para fora e Akira foi na frente. Avistei Lua que estava sentada sobre a manta na areia enquanto parecia estar concentrada na escuridão do céu e nas ondas que o mar fazia em sua direção.

Segundo a história da Corte Lunar, a lua azul representava um recomeço para eles. Um momento vital que significa que uma nova jornada começará, um recomeço. E percebo que isso de certa forma é importante para Lua, pois hoje ela parece estar mais pensativa e concentrada do que o normal. Então fica evidente que a lua azul lhe afeta também.

Akira chega em sua mãe a tirando do devaneio em que estava. Lua sorri e puxa a filha para um abraço com cócegas. Minha princesa explodiu na gargalhada. O sorriso dela é igual ao da Lua. Me aproximo delas e deixo a cesta de lado admirando aquela cena que enche meu peito.

Quando Akira recuperou o fôlego, Lua se virou para mim e sorriu minimamente. Ela estava feliz.

- Então, o que trouxeram? - ela pergunta colocando Akira no colo se aproximando de mim curiosa para ver o que estava na cesta.

- Sua comida favorita. - respondo.

Vejo os olhos dela brilharem. Durante a gravidez ela passou a comer bastante torta de frango, mas principalmente a que eu fazia. Então rapidamente aquela torta salgada virou a sua preferida.

Lua logo abriu a cesta e o brilho em seus olhos intensificou e os de Akira também.

- Acho que vai precisar fazer outra, papai. - Akira diz inspirando o cheiro da comida.

- Então acho que o papai vai precisar abrir um restaurante, porque se depender de nós vamos comer torta todos os dias. - Lua diz tocando o nariz de Akira.

- Se for pra ter o sorrisos de vocês todos os dias, eu abro dez restaurantes se for preciso.

- Eba! - Akira comemora com as mãos para o alto.

De repente, Lua beija minha bochecha com ternura e depois sorri.

- O que foi? - pergunto curioso.

- Nada. Só estou feliz por vocês estarem aqui. Saiba que eu amo vocês.

Tiro uma mecha de cabelo em seu rosto e acaricio sua bochecha. Em resposta, Lua aprecia o carinho e inclina contra minha mão.

A luz da lua azul reflete em sua pele escura de uma maneira que nunca vi, era como se sua carne pudesse brilhar. E isso a deixava totalmente perfeita.

- Eu te amo, minha raposinha. - ela ri ao lembrar do apelido.

- Te amo muito mais, meu ruivinho.

Me inclino para beijá-la e ela me recebe serena e gentil. Um beijo calmo e rápido, mas significativo. Quando nos afastamos, Akira bate palmas para nós e sorri meiga. Lua então ri e a abraça e eu abraço as duas aproveitando o cheiro único que elas tinham.

Então era ali que eu queria estar depois de anos procurando o meu lugar. E era ali que eu ficaria, com a minha família, com o amor que achei que nunca seria digno ou receberia. Era ali que eu deveria ficar. Com as melhores mulheres da minha vida e as únicas. E agradeço todos os dias a Mãe por ter me permitido viver algo assim e me feito entender que eu era capaz de sentir orgulho de mim mesmo. Hoje sinto orgulho pela minha trajetória que mesmo tendo passado por tanta coisa que me fez repensar sobre minha própria vida, no final estava aqui, observando a lua e o mar em um tom de azul marinho perfeito e ao lado de quem me amava e fez de tudo para me ter por perto.

E mesmo que no futuro isso mude, valeria a pena, pois já tinha vivido a felicidade.

𝓕𝓘𝓜

✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

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