OCEAN,eren jaeger. | REESCRIT...

By blackhwoles

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๐ข๐ญ ๐Ÿ๐ž๐ž๐ฅ๐ฌ ๐ฅ๐ข๐ค๐ž ๐ญ๐ก๐ž๐ซ๐ž'๐ฌ ๐จ๐œ๐ž๐š๐ง๐ฌ ๐›๐ž๐ญ๐ฐ๐ž๐ž๐ง ๐ฒ๐จ๐ฎ ๐š๐ง๐ ๐ฆ๐ž. +16 - Sabe por que eu... More

๐Ž๐‚๐„๐€๐.
01 - maldiรงรตes e promessas.
03 - amor da (para) sua vida.
04 - me odeie.
05 - xรญcaras.
06 - mรฃos que sangram.

02 - agonizando.

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By blackhwoles













se perdoássemos nossos inimigos
o que restaria de nós?
— nada.





























2 anos depois.











      UM HORIZONTE onde a água e o céu encontravam-se, parecia uma realidade diferente, um mundo diferente.

A água e o céu encontrando-se como velhos conhecidos, que passaram tanto tempo separados que quando se encontraram decidiram se tornar um só, para assim jamais perderem-se um do outro.

O horizonte era a simbiose perfeita, o céu era o otimismo, a água era a esperança.

Mas o mar;

O que era aquilo que parecia querer engolir a todos mas que logo recuava?

O que era o mar?

Pensou, temerosa.

Se a água era a esperança e o céu o otimismo, então o oceano era um poço de lágrimas, por isso ele era maior que todo o resto, a tristeza sempre consegue espalhar-se por todos os lados, sempre consegue engolir tudo.

Por isso toda aquela solidão?

— Você está me assustando. — disse uma voz grossa masculina, parecia estar um pouco atrás da morena.

Virou-se assustada, sentindo a textura grossa da areia machucar seus dedos e as ondas em suas pernas pareciam arrasta-la para toda aquela tristeza.

— Desculpa, capitão. — sorriu sem graça, observando os olhos cinzentos afiados a analisarem. — Estou pensando.

— Está com medo.

Eleonor suspirou, desviando o olhar derrotada. Era impossível mentir para Levi. Desde a primeira vez que o conheceu, ele sempre soube quando acusá-la de mentirosa.

— E você? — perguntou. — Por que não entra?

— Porque não é seguro.

— Nenhum lugar é seguro, capitão.

O moreno pressionou os lábios fazendo Ellie sorrir, sabia que aquele era o sorrisinho do capitão.

— Cuidado, Hanji! — exclamou desviando a atenção da soldada. — Isso pode ser venenoso.

Eleonor gargalhou baixo com a preocupação dele, assistindo ele andar rapidamente até a futura comandante, mas nunca encostar na água.

— Pensa rápido! — gritou Jean fazendo Eleonor virar-se rapidamente em sua direção.

— Não ouse, seu cavalo!

Jean gargalhou e caminhou até a amiga, espirrando água em seu uniforme.

— O que foi, Ellie? — sorriu zombeteiro. — Com medo de encher o cabelo de sal?

— Sal?

— A água é salgada! — disse abaixando-se, fez um concha com a mão e pegou a água. — Prova!

— Ficou maluco? — sorriu surpresa. — Não vou beber água que esses seus pés podres estão de molho.

— Idiota!

Os dois amigos gargalharam, Jean rapidamente ajeitando-se e ficando lado a lado com a morena, observando a vista e ficando sério.

— Já falou com ele? — perguntou, Ellie não precisou pensar muito para saber de quem ele estava falando.

— Não.

— Ellie, tudo isso por causa de uma briga boba? — perguntou genuinamente preocupado, não com Eren, mas com ela. — Ou tem outra coisa te incomodando?

Kirstein sabia da resposta, assim como Levi sabia, assim como todos sabiam.

Ellie fechou os olhos lembrando-se da discussão que tiveram dois dias atrás, Eren simplesmente explodiu sobre ela, e ela não só explodiu sobre ele, mas como em Armin e Mikasa.

A verdade era que Eleonor estava tão cheia de raiva e tão magoada que precisava cuspir tudo para fora, deixou a raiva tomar conta de todo o seu corpo naquele dia. E ironicamente, havia feito ela sentir-se muito melhor.

E essa raiva não era culpa de Jaeger, Jean sabia disso também, Jean sabia de tudo sobre ela, talvez era isso que ele ganhava por observar-la tanto durante todos esses anos.

— Inferno, eu sou uma estúpida!

Jean a olhou ainda mais serio.

— Você não é estúpida. — disse simples. — Só está cheia de raiva.

— E por que estou cheia de raiva, Jean? — sussurrou, mais para si mesma do que para ele.

— Porque está de luto. — disse simples. — E ele sabe disso, Ellie. Tenho certeza que sabe porque ele também está, todos nós estamos.

— Olha pra você! — sorriu. — Finalmente aprendendo a usar o cérebro, cavalo.

— Óbvio, de burro já basta vocês três. — disse zombeteiro referindo-se ao resto dos amigos arrancando uma risada da Torrance.

Eleonor suspirou encarando a nuca do moreno, que agora estava quase que completamente escondida por seus cabelos escuros. Deu um empurrão leve no amigo com o ombro como uma forma de agradecimento, engoliu seu mal-estar e começou a caminhar até ele.

Ao finalmente alcançá-lo o observou por alguns segundos, parecia tão perdido em seus próprios pensamentos.

Ellie sentiu o coração afundar.

Aquilo que sempre representou a liberdade para ele, agora era apenas um lembrete de que havia problemas ainda maiores do outro lado.

Ela passou seus braços bronzeados pelos seus ombros, beijou sua nuca e sentiu as mãos dele posicionaram-se sobre as dela.

Apenas para retirar-las de seu ombro.

— Tudo aqui é exatamente como vi nas memórias de meu pai.

Ellie sorriu, uma mágoa crescendo em seu peito.

A morena colocou-se na frente dele, dessa vez não o tocou, apenas encarava seus olhos.

Seus olhos azuis penetrantes sustentaram os dela, num olhar tão profundo e tão triste que Ellie sentiu seu estômago revirar-se.

— O que você vê do outro lado, Eren?

— Nossos inimigos. — disse voltando a encarar o vasto azul, enquanto Eleonor não conseguia desviar de seus olhos. — Mas, depois tem a liberdade, não é?

Odiou o tom triste em sua voz, odiou que ele recusava-se a tocar-la, odiou a maneira como o mar pareceu esfriar e quis arrancar seu coração do peito só para conferir se ele ainda batia.

Eleonor suspirou fundo, abaixando a cabeça sentindo um extremo cansaço, abraçando seu próprio corpo com seus braços, fechou os olhos querendo desaparecer junto com aquele incômodo que sentia no peito e na alma.

— Você sente raiva dele?

Eren pareceu pensar.

— Eu não sei. — suspirou derrotado. — Não sei de nada, Ellie.

— Você o perdoaria?

Eren ficou em silêncio.

— Se perdoarmos nossos pais, o que nos resta? — ela disse pensativa, de repente ela era aquela criança de seis anos que era escondida no armário do irmão toda as vezes que o pai chegava bravo em casa, a sensação de ouvir o irmão agonizando devido aos machucados ainda era a mesma. Era algo que jamais iria sarar.

Sentiu braços longos e fortes a entrelaçarem, mãos macias percorrerem sobre seus longos fios castanhos, e o queixo dele apoiando-se em sua cabeça.

Os braços de Eren sempre conseguiam acalmar todo aquele barulho que ela ouvia, como se esses braços conhecessem seu corpo antes mesmo de se encontrarem, era como voltar para casa depois de um dia muito, muito longo.

— Se matarmos todos os inimigos, ao menos seremos livres. — disse ela, sem pensar e assustou-se ao ouvir essas palavras saindo de sua própria boca, mas era a verdade.

— Ellie. — chamou depois de um tempo pensando, desfazendo-se do abraço e a encarando, as mãos agora apertavam os braços dela. — Sinto muito por tudo.

Eleonor arqueou as sobrancelhas confusa com aqueles olhos melancólicos a encarando, essa era a forma mais frágil de Eren que já vira.

E o que era mais confuso naquele pedido de desculpas era que ele não parecia estar referindo-se apenas a discussão.

— Eren. — disse colocando a mão sobre o rosto dele, sentindo-o derreter com seu toque. — Eu sempre irei te perdoar, não importa a atrocidade que faça.

Ele sorriu, pela primeira vez em treze dias. Passou as mãos dele sobre a cintura da jovem, e a trouxe ainda mais para perto de si, tomando os lábios dela para si.

— Eu realmente te amo.

Sentiu seu estômago retorcer-se sobre ele mesmo, a respiração ficou até mesmo mais acelerada e soube que seu coração ainda batia.

Aquelas mesmas borboletas que sentia quando ainda estava o conhecendo pareceram acordar.

Ninguém havia dito isso a ela em todos esses dezoitos anos.

— Não precisa dizer nada, Ellie. — sorriu, depositando um beijo em sua testa, soltou-se dela e lentamente voltou para a areia.














Ellie apertou o casaco de couro contra seu corpo, observando ao longe a criança concentrada em contar as folhas que estavam caídas no chão devido ao outono.

Suspirou fundo, parada, esperando Sasha terminar de comprar sua batata cozida.

— Credo! — proferiu Sasha ao ver o menino. — Ellie, é impressão minha ou eu tô olhando o mini fantasma de Eli?

Ellie sorriu com a  indelicadeza da amiga, mas ela não estava errada, olhar para Damian era como olhar para seu irmão quando era mais novo.

As duas morenas pareceram congelar ao verem um homem de meia idade e alto oferecer água para a criança.

Damon Torrance, um dos grandes fantasmas de Ellie, estava ali, com uma expressão tão gentil que parecia uma pessoa totalmente diferente.

Ellie suspirou derrotada, sentando-se no banco de madeira velho, mantendo uma distância considerável do sobrinho e do pai. Braus fez o mesmo, oferecendo sua batata para a amiga que aceitou com um sorriso murcho.

— Faz quatro dias que não tomo banho.

Eleonor gargalhou com a quebra de expectativa.

— Eu consigo perceber. — zombou. — Só não falei nada porque não queria magoar você, minha linda.

A Torrance encostou a cabeça no ombro da amiga, embora ela realmente cheirasse a óleo de cozinha e hortelã.

— Sabia? — sussurrou. — Eu sou super a favor que a gente pegue Damian e coloque toda a culpa nesse velho!

Ellie gargalhou fraco, observando mais uma vez o pai interagindo agora com o neto e uma outra criança, a morena imediatamente soube que era filha dele e suspirou, fechando os olhos.

Sua mente lembrando o quanto o filho de seu irmão lembrava a ele, era como assistir seu irmão, até mesmo o modo animado como falava e as mãos com as palmas para baixo sempre que era contrariado.

— A primeira vez que briguei com meu irmão eu tinha sete anos e ele quinze. — disse sorrindo com a lembrança. — Ele chorou a noite toda, e eu quis arrancar minha mão direita, a mão que machucou meu irmão. Eu tinha medo de que ele jamais falaria comigo, e para o meu desespero na manhã seguinte ele nem sequer olhou para mim. Achei que meu peito iria explodir e senti que a culpa iria me matar, mas aí eu senti uma mãozona oferecendo metade de uma laranja na minha direção.

Disse olhando para Sasha que parecia identificar-se, logo soltou um sorrisinho.

— Uma vez meu irmão quebrou minha costela pela manhã. — disse fazendo Ellie sorrir, sabendo muito bem quem era o irmão. — E dividiu a carne dele comigo no jantar.

— O que eu quero dizer, é que meu pai e meu sobrinho podem ser substituídos. Terei meus próprios filhos com Eren, e irei observar ele sendo um bom pai, o pai que ele e o nosso filho merecem, e isso vai ser o suficiente para mim. — suspirou. — Mas eu jamais conseguirei substituir ele, porque ele é o meu irmão, da mesma forma que jamais conseguiria substituir nenhum de vocês.

Sasha pareceu segurar as lágrimas, e olhou para a amiga com um sorriso genuíno, não sabia se a abraçava, se a beijava, ou apenas tentava demonstrar o quão a amava com um sorriso.

— Ellie, você não vai precisar substituir nenhum de nós. — disse, o amor pela amiga transbordando em sua voz. — Nós sempre vamos estar juntos, lembra? Somos família, e não qualquer família, escolhemos ser família, por livre e espontânea pressão. E você vai ver! Nosso Erenzinho Júnior vai adorar os tios dele!

A Torrance gargalhou sentindo-se feliz só de se imaginar tendo uma família normal, com o homem que amava e dividindo os momentos especiais com sua família.

— Quem diria... — disse sorrindo. — Você lembra que a gente mal se olhava no primeiro dia, mas que simplesmente viramos inseparáveis?

Eleonor gargalhou lembrando-se do quão rápido eles se aproximaram; Jean já era próximo de Ellie e Sasha de Connie, Ellie apaixonou-se por Sasha e Connie simplesmente conectou-se com Jean, e assim nasceu a família de laços e conexões deles.

A amizade não é com um milagre?

O fato que entre milhões eles encontraram pessoas que faziam aquele mundo tão grotesco e cruel parecer menos solitário.

Certamente era um milagre, daqueles milagres que nem mesmo o divino pode desfazer.










neste espaço aqui que fizemos um para o outro,
você pode dizer qualquer coisa
e eu não vou abandoná-lo.
desembrulhe as piores coisas que você já fez.

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