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O colégio amanheceu completamente decorado, e isso incluía até mesmo os banheiros. Haviam tenhas de aranha por todos os cantos, monstros e fantasmas, além de bruxas e outras coisas consideradas horripilantes. A questão era: Quem havia feito tudo aquilo? Afinal, Gerard, Frank, Ray e Bob sempre estavam envoltos nesse tipo de coisa e não participaram dessa vez, aliás, nem se quer foram comunicados.
Bem, provavelmente alguns do alunos em detenção foram obrigados a cumprir esse papel.
-Uno! Gerard gritou, fazendo com que Frank se assustasse de imediato.
Ray já estava prestes a perder a cabeça. Ele encontrava-se vestido como um mago. Bob como um príncipe. Gerard como Spock e Frank como Kirk. Não tinha como ser mais aleatório.
-Se você gritar "Uno!" mais uma vez, eu prometo que faço você comer a porra desse tabuleiro! -O cacheado resmungou.
Gerard estava fazendo de proposito. Sempre que jogavam xadrez e ele começava a perder, tentava distrair seus adversários com gritos como "Uno!", roubando as peças alheias e escondendo-as debaixo de suas pernas ou até mesmo inventando regras que não existiam.
Frank apenas observava, estava com um astral tão baixo que nem mesmo se importava de não denunciar o namorado. No momento da partida, o garoto tinha sua cabeça recostada contra o ombro do mais alto ao que sua expressão vaga era obvia e ele nem se preocupava em disfarçar. Eles viriam na hora do almoço e provavelmente estragariam o dia.
-Eu não tenho culpa se você não sabe jogar, Ray! Seja maduro e aceite que está perdendo. -Ele diz.
-É claro que eu sei jogar, ao seu contrário, eu não preciso ficar fazendo essas maluquices.
-De qualquer forma, isso não me importa muito. -Disse. -Você sabe onde o Billie está? Eu preciso falar com ele sobre as atividades de Sociologia que o Monnitoff passou ontem.
-Ele deve estar no dormitório. O Bob comentou algo sobre estarem arrumando tudo para a festa de hoje a noite. -O cacheado responde.
Gerard sorriu como um vilão que acaba de ter uma ideia.
-Frankie, você se importa de vencer o Ray para mim? -Ele questionou e logo depositou um beijo na testa do companheiro.- Prometo que volto bem rápido.
Frank forçou um sorriso.
E Way correu, com seu jeito estrambelhado e nada discreto, até o dormitório de Billie. Ele revirou os olhos e respirou fundo ao chegar na porta do local e já ouvir uma música qualquer tocar soar. Bateu na porta e logo fora atendido.
-Ao que lhe devo a honra da ilustre visita, senhor Gerard Way? -Ele diz com uma pitada de simpatia forçada ao que tenta amarrar a bexiga.
Gerard pôde ver Bob pela pequena abertura da porta atrás do menino de cabelos negros que o atendia.
-Vim te pedir uma coisa. Você tem que me ajudar com essa, Billie, sério.
-O que você quer?
-Olha, hoje é aniversário do Frankie, mas nenhum de nós sabia porque ele escondeu de todo mundo. É a cara dele nascer no Halloween, parando para pensar bem. Enfim, acontece que ele nunca teve um aniversário normal, tipo, com alguém para desejar coisas boas e bolo ou velinhas. Só que tem uma coisa pior, os pais dele irão vir aqui na hora do almoço e eu vou ficar lá com ele e é ai que você entra...
A expressão desconfiada no rosto de Billie era impagável.
-Olha, eu já vou avisando que não vou me meter em conflitos familiares de ninguém, nem fodendo, então se for isso você pode dar meia volta.
Gerard revirou os olhos outra vez.
-Não é isso, idiota. É que o dia dele vai ser bem pesado e como ele não sabe o que é ter um aniversário normal, eu queria saber se nós podíamos aproveitar a sua festinha para cantar parabéns para ele. Por favor, Billie, é só isso. Só para deixar ele felizinho, ele nunca teve um aniversário legal, por favor.
Billie encarou Gerard por alguns segundos, tentando não rir da expressão pidona que fazia morada na face alheia.
-Espera só um minuto. -Ele diz e adentra o quarto, fechando a porta rapidamente.
O branquelo não pode evitar se sentir confuso.
Ao que a porta se abriu novamente, Billie e Bob, que enchia uma bexiga, se fizeram presentes.
-Tá tudo bem. Nós vamos cantar parabéns para ele, porém, não espere grande coisa porque serão poucas pessoas. Que tal às sete e meia?
-Ah, claro! Perfeito. Eu vou ligar para o meu irmão e ver se ele consegue alguns cupcakes e velinhas e, ah, chapeuzinhos. O Frankie vai ficar lindo de chapeuzinho! -Ele diz com animo total, as mãos juntas e próximas ao rosto em um ato de fofura.
Bob e Billie se entreolharam com um pouco de deboche.
-Obrigado, meninos, de verdade. Eu nem sei como agradecer devidamente agora, mas prometo recompensar vocês qualquer hora. -Disse e logo em seguida estava caminhando até o refeitório outra vez.
Billie gargalhou.
...
Os pais de Frank chegaram quando ainda eram cerca de onze horas. Linda sorria doce e conversava em tom um pouco mais baixo que o normal, enganando a todos com falsa doçura. Frank tinha expressão neutra, porém, deixava alguns sorrisos escaparem vez ou outra enquanto batiam papo comum funcionário do local que os guiava em direção à sala em que receberiam o filho.
Frank e Gerard já estavam lá e, ah, vale ressaltar que não foi nenhum pouco difícil convencer o Sr. Toro a deixar Gerard estar presente naquele momento.
-Tenho algo bem legal para o seu aniversário. -Gerard sussurrou, enfim quebrando o silêncio.
Way tomou as mãos tremulas e geladas do outro para si, segurando-as firmemente.
Iero o encarou.
-V-você não precisava se preocupar com isso Gee.
-Ah, qual é Frankie? Não é grande coisa. Eu pensei que poderia tornar esse dia um pouco menos estressante para você.
-Você é a melhor pessoa que eu já conheci, séri...
A fala do baixinho foi entrecortada quando a porta se abriu, tornando a figura de seus pais presente na sala.
-Bom, se precisarem de algo, eu estarei na secretária. -Karen, a moça que os guiou para a sala de visitas, disse e então fechou a porta.
Um silêncio absurdamente desconfortável se instalou. Frank encontrou os olhares de seus pais contra si próprio, fazendo-o querer vomitar ali mesmo.
-P-por que vocês vieram? -Ele questiona.
Linda puxou uma das cadeiras e sentou-se, colocando sua bolsa sobre a mesa. Seu marido sentou-se ao seu lado.
-É assim que se recebe os seus pais? -Ela resmunga.
-Algumas vezes nós temos o tratamento que merecemos.
Os olhos do pai de Frank vão do filho diretamente para Gerard.
-Quem é esse? -O homem questiona.
Way engoliu em seco.
-Eu sou Gerard. Gerard Arthur Way. É um prazer te conhecer, Sr. Iero. -Ele disse amedrontando, porém, estendendo a mão para um cumprimento gentil.
O homem mais velho nem se quer tentou. Gerard abaixou a mão.
-Bom, Frank, só vinhemos ver você. Já faz um tempo desde a últi...
-Corta essa, mãe. O que vocês querem?!
-Isso é jeito de falar com a sua mãe?! -Ela questiona raivosa, a voz um pouco elevada.
Gerard segura os braços de Frank.
-Oras, você sempre me tratou de maneira cruel e, bem, eu nunca tive a chance de reclamar. Hoje é a merda do meu aniversário, eu tô trancado aqui, na presença de você dois. O que você queria, que eu te recebesse com uma cesta de frutas e doces?!
-Respira fundo, Frankie. -Gerard sussurrou em seu ouvido.
Os pais do garoto olharam para o mais alto com raiva.
-Escuta, eu não aguento mais essa merda. A minha empresa irá abrir filial em outro país e sua mãe irá comigo dessa vez. Só queríamos avisar isso. Se você está gostando ou não, eu não dou a minima, eu sou o seu pai e enquanto você morar debaixo do meu teto você irá fazer o que eu mando. É a merda do seu último ano aqui, depois disso iremos buscar você para o cargo.
-Você só se esqueceu que eu não moro debaixo do seu teto há muito tempo. -Sorriu.- E que você não é o meu pai. E que eu não vou abdicar dos meus sonhos só porque você quer. Então eu acho que você está perdendo o seu tempo, sinceramente.
O Frank mais velho se levanta, ele tinha raiva em seus olhos, o que fez com que Gerard instintivamente se levantasse e colocasse seu corpo na frente do menor, temendo que o pior acontecesse.
Os dois se encaram.
-Vamos, Linda. Eu já sei o que está acontecendo aqui. -Ele diz com desprezo.
A mulher recolhe sua bolsa, se levanta e encara o filho por alguns segundos. Sua expressão carregando um pouco de tristeza e muito ódio. Eles se vão e nem mesmo se despedem.
Gerard se sentou, só então percebendo o que fez.
-Gee, você...-Ele engoliu em seco.- Ele poderia ter atacado você.
-E-eu sei, Frankie, desculpa. Eu senti que ele iria te machucar e eu nem pensei, eu só não podia deixar acontecer.
-Você não precisa se desculpar, só...Tá tudo bem. -Ele disse.
Frank abraçou Gerard por alguns minutos.
-Acho que não vou poder chamar ele de sogro.
Iero riu baixinho.
-Não vai fazer falta, eu garanto.
-Como você está se sentindo?
-Vai ficar tudo bem.
...
-O que você acha dessa roupa? -Gerard questiona.
Ele ainda usava a fantasia de Spock.
-Você está exatamente do jeito que eu te vi mais cedo, deixa de bobagem. -Frank diz, estava um pouco mais calmo e até mais sorridente.- Você está lindo, mas está me deixando muito ansioso. Eu tô a ponto de ter um ataque. Vai, me mostra logo o que é!
-Frankie, é o meu traje, respeita ele. -Sorriu.- Olha, você vai ter que fechar os olhos e eu vou cobrir eles. Dai eu vou te levar até onde sua surpresa está. Eu pedi ao Ray para guardá-la com ele, então nós iremos ao dormitório dele.
-Tudo bem, tudo bem, só... Vamos!
Gerard pegou uma de suas blusas e cobriu os olhos do baixinho, certificando-se de que o nó não iria se soltar. Ele segurou a mão do baixinho, beijando-a e em seguida o guiando para fora do dormitório.
Way fez de tudo para prolongar a chegada até o dormitório de Billie, o que deixou Frank muito bravo.
-Okay, chegamos. Só vou entrar e conferir se está tudo certo. Por favor, me prometa que não irá remover a camiseta dos seus olhos.
-Eu prometo.
-Confio em você.
O mais alto beijou a bochecha do tatuado e então adentrou o dormitório. Tudo estava como planejado. Gerard sorriu grande, ele estava tão animado para saber a reação do namorado que seu coração parecia querer sair por sua garganta a fora.
Ele sai do local, segura as mãos de Frank e então o puxa para dentro do local.
-Frankie, eu vou contar até três e então você irá descobrir o que é. Preparado?
-Porra, sim!
-Um... Dois.... Dois e meio...
-Vai logo, Gerard!
-Três!
Bob foi quem removeu a blusa dos olhos de Frank e, ao que um pequeno coro de alunos já conhecidos por Frank cantava fervorosamente a clássica cantiga de parabéns, todos com chapéus comemorativos em suas cabeça, Gerard estava em sua frente, segurando dois cupcakes, cada um com uma velinha. Frank sentiu seus olhos arderem e então, inevitavelmente, se deixou desmanchar em lágrimas.
Essa seria sua memória favorita daqui para frente. Ele sentia-se tão feliz e amado, mesmo com os conflitos de horas atrás. Ele sentia que o seu eu criança saltava dentro de si em felicidade pura.
Ray tratou de colocar um chapeuzinho em Frank e como Gerard disse, ele ficou muito fofo.
-Frankie, faça um pedido e sopre as velinhas. -Gerard disse.
O baixinho se aproximou mais que animado. Ele fechou os olhos e, sorridente, fez seu pedido em sua mente, assoprando a velinha logo em seguida.
-Feliz aniversário, amor. São seus. -Ele diz, entregando os cupcakes ao baixinho.- Eu amo você!
-V-você, eu não sei como te agradecer por isso, e-eu... Caralho, você é surreal! Obrigado, obrigado, de verdade, obrigado!
Frank pediu para que Ray segurasse seus cupcakes e aproximou-se ainda mais de Gerard, abraçando-o fortemente e, em seguida, beijando-o com devoção.
-Você é a melhor coisa que me aconteceu. Eu te amo, muito.
Gerard sorriu de orelha a orelha ao que acariciava o rosto do mais baixo.
Frank não contou a ninguém, porém, o que havia desejado era que pudesse compartilhar felicidade eterna ao lado de Gerard.
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Oláááááá meus babysssss <3
será que alguém aqui pegou a referencia do Monnitoff?
e aí? o que acharam????????
ah
o que acham que vai acontecer no próximo capitulo? quem acertar ganha um bjo do autor, promoção do dia dos namorados kskdsksk
brincadeiras a parte, eu espero que vcs estejam gostando dessa reta final meus xuxus, tô fazendo tudo com muito carinho, de verdade
vejo vocês na semana que vem heim
***preparando meus lencinhos***
kissuuuuussss <333333333333333